Se Dois querem... Dois Brigam!




Olhando o passado, vejo que muita coisa que eu julguei acontecimentos inevitáveis, hoje vejo que se não eu mesmo tive, mais sim Sérgio também teve sua parcela de culpa nessa história. Bom pra falar a verdade, nós dois tivemos culpa de tudo que aconteceu depois. Afinal, como diz minha mãe, quando um não quer, dois não brigam.
Sou Virgílio e tenho 25 anos, o que eu vou contar hoje, teve seu começo há alguns anos atrás.
Se hoje nós estamos muito bem, obrigado, é porque já passamos por coisas muito difíceis.
Na época eu tinha dezoito anos e ele vinte, nós éramos inseparáveis, (meu, mais quando eu digo inseparáveis, tô sendo educado. Porque na verdade, nós éramos grudados. A ponto de sermos alvo de piadinhas na escola).
Nossa odisséia teve início em um fim de semana de março, quando fomos com minha família a praia. Apesar de nossa casa ser grande, com diversos tipos de quartos pra poder acomodar a todos confortavelmente, até hoje eu não compreendo o porquê de meus pais insistirem em nos colocar no mesmo quarto. Não que eu não gostasse disso, muito pelo contrário, eu adorava. Virar a noite jogando "Cam Cam", truco, e taus. Sem contar que havia oportunidades únicas de nós trocarmos de roupas juntos pra irmos à praia.
Eu era (e ainda sou) definido devido à natação e a academia que praticava já naquela época. Sou loiro de olhos castanhos claros e alto. (Eu sei que vocês já pensaram em um loiro de olhos azuis né?). Sérgio que não era muito diferente de mim, também era, (ainda é), alto e bem forte devido aos esportes que pratica, com seus lindos olhos verdes mar e seus cabelos longos e escuros.
Nessa noite não foi diferente. Demos boa noite a meus pais, indo logo pro nosso quarto começar nossa "jogatina".
_ Virgílio?
_ Hum?
_ Vamo jogar um pouco?
_ Ah Sérgio...
_ Tá com medo de perder pra mim de novo né?
_ Nem tô...
_ Se não tá, por que não jogar?
Na verdade eu tava era de saco cheio de perder pra ele, tenho que admitir, é um saco perder todos os dias no mesmo jogo e pra mesma pessoa né?
_ Tô cansado...
_ De perder pra mim né?
_ Nem...
_ Então, vamo jogar apostando!
_ Ah... Nem rola. Tô sem grana.
_ Tá... A gente aposta outra coisa que não grana.
Confesso que mesmo eu já aprontando das minhas, eu não tinha pensado em nada de mais.
_ O que vamos apostar então?
_ Um pedido qualquer... Mais não vale desistir depois hein. Certo?
_ Tá... Eu acho...
Nós começamos o jogo. Quem conhece o jogo de “Cam Cam” sabe que é um jogo divertido, mas também é longo.
Cerca de uma hora depois, ele diz:
_ Tô por uma!
_ Vai então... Bate.
De fato, eu não tinha como reverter o jogo a meu favor, já que ele tava com um dos coringas na mão.
_ Pronto. _ Disse ele com um sorriso zombeteiro no rosto.
_ E o que eu vou ter que fazer agora hein?
Palhaço como ele sempre foi, disse rindo:
_ Você vai ter que imitar a Fufu!
Fufu era um poodle filha da puta de uma das vizinhas de casa e sabendo que eu simplesmente odiava aquela maldita cadela, ele não podia ter escolhido coisa pior, sem contar que: a porra da cadela tinha um latido infernal de tão agudo.
_ Porra Sérgio! Aí você tá pegando mó pesado!
Me olhando, disse:
_ Pra você ver que eu sou legal, vou mudar meu pedido. Quero que você vá até a sala e traga meu laptop. Mais esse pedido que eu tô fazendo tem duas etapas...
Sem saber o que me aguardava, fui. Quando voltei com seu laptop, ele falou:
_ Senta aê Virgílio.
Sentei-me a seu lado na cama, enquanto esperávamos a conclusão do login, e que a conexão se estabilizasse.
Alguma coisa estranha tava acontecendo com Sérgio. Seus olhos estavam mudados e eu sentia que ele olhava muito em minha direção, deixando-me constrangido e numa tentativa de deixar o clima menos estranho, liguei o rádio. O quarto encheu-se com a música de Nenhum de Nós, que estranhamente dizia o que eu sentia: “... havia algo de estranho naqueles olhos insanos...”.
Não que eu houvesse visto alguma mínima nota de insanidade em seus lindos olhos verdes. Muito pelo contrário, nunca os vi tão cheios de certeza. Ao contrário do que dizia a música, não havia nada de insano em seus olhos.
_ Sérgio... Eu tô com a cara suja?
_ Não... Por quê?
_ Porque você não parou de me olhar um instante...
_ Me desculpe, Virgílio. É que eu tô tentando não fazer uma coisa que meu coração diz sim, mas minha cabeça diz Não... _ Eu tentei dizer alguma coisa, mais ele não deixou. _ Deixa eu concluir. Eu só vou lhe pedir uma única coisa: independente do que eu disser aqui, você me promete que não dirá a ninguém... E que você não vai deixa de falar comigo... Pelo menos vai tentar?
_ Nossa Sérgio! Isso é um...
_ Você promete?
Sem muita alternativa, acabei fazendo o que ele queria.
_ Tá né velho... Prometo.
        Olhando-me no fundo dos olhos ele exibia um sorriso torto, aproximando seu rosto do meu, chegando perigosamente perto. Um medo sob-humano me acometeu, não sabia o que estaria por vir, mas ao mesmo tempo estava sentindo um algo diferente. Era algo bom, impossível de descrever.
Com cautela ele aproximou seus lábios dos meus, me dando calafrios por todo o corpo. Quando se afastou do meu rosto, me olhando com medo.
Eu estava em estado de choque, sem palavras pra expressar o que estava se passando dentro de mim, principalmente sem saber o que falar.
        _ Me... Eu...
        _ Relaxa, não mudará nada entre nós.
        Desistindo de lutar contra o inevitável, entrego-me totalmente a esse sentimento novo, e diferente de tudo que eu já pude sentir na vida.
        Sem ter mais o que fazer, e o que falar, nos abraçamos e acabamos adormecendo.
        O dia amanheceu normalmente. Seria tão normal quanto os outros dias, se minha mãe não estivesse quase arrebentando a porta tentando nos acordar. Acordei sobressaltado, e olhando ao redor e reparei que o Sergio me apertava contra o corpo dele.
Soltei-me dele rapidamente, ouvindo-o resmungar baixo, sorri brevemente e respirei fundo. Ao abrir a porta minha mãe quase pulou pra dentro perguntando o porquê de ainda não termos acordado.
        Ao olhar o relógio sobre a escrivaninha, reparei que era quase meio-dia. Olhando ao redor, reparei que Sérgio não havia acordado ainda, mesmo com todo o escândalo que minha mãe fazia.
        _ Vocês ficam acordados a madrugada toda, e depois querem ficar dormindo o dia todo. _ Parando a porta ela disse: _ Se vocês não se apressarem, nós vamos sair pra almoçar e vamos deixar vocês aqui.
        Ela saio do quarto fechando a porta logo atrás de si. Vendo que Sérgio continuava deitado, aparentemente dormindo, me joguei sobre ele fazendo-lhe cócegas.
        _ Para! Para!
        _ Então levante seu preguiçoso!
        _ Só levanto se eu ganhar um beijo. _ Disse ele sorrindo pra mim.
         Olhando-o, tudo o que acontecera na noite anterior, voltou à tona. Com os olhos esbugalhados o empurrei abruptamente, com o coração a mil.
        _ Não deveríamos ter feito aquilo, pois é errado! _ Eu disse, ainda com medo do que poderia acontecer.
        Sem dizer uma palavra, ele se levantou, indo na direção do banheiro se trocar.
        Nós almoçamos em um restaurante que já era comum comermos lá, em quanto estávamos na praia, e notei que seu olhar havia mudado. Havia perdido o brilho... E tinha um quê de sofrimento.
        Fomos à praia e estava tudo muito legal. Conhecemos um grupo de surfistas que estavam em uma casa próxima a nossa, e logo fomos convidados pro lual que eles fariam mais a noite.
        Não me esqueço dos momentos de pura magia, (e por que não de sofrimento também), que nós passamos naquele dia.
        Ao mesmo tempo que eu pensava em deixar tudo continuar, vinha em minha cabeça os pensamentos de uma sociedade preconceituosa e machista que vivemos. Como seria minha vida se eu encarasse esse tesão louco que sentia? Mas... Aquilo era somente tesão? Meu coração começou a palpitar, como que respondendo minha pergunta muda.
        Sem dizer mais nada, sai de perto de todos, deixando meus pais com Sérgio conversando distraídos.
        Bom, não vamos dizer que eu era santo. Porque, como já disse antes, se eu tivesse agido diferente... Acho que é esse nosso mal, sempre ficamos no “se”. “Se” ele vier... “Se” eu for... “Se” eu...
E nesse momento, não era diferente. “E se eu for... gay?” Andei tanto, que cheguei a um ponto onde não havia ninguém. Só o mar, eu (naquele momento), e Deus. Sim, porque, Deus não me deixaria com aquela dor no peito.
        Sentei-me a beira-mar, e deixei que meus pensamentos, e sentimentos vagassem.
        Não sei quanto tempo fiquei ali, nem o que me deu porque, quando dei por mim estava berrando a plenos pulmões:
        _ Universo! Eu estou aqui! Eu existo! _ Começando a chorar, dizia com todas as forças de meus pulmões: _ E eu estou sentindo dor!
        Sem forças mais pra gritar, deixei-me cair. Não sei o que houve, muito menos há quanto tempo ele poderia estar ali me observando, mais notei uma presença. Com medo de ser assaltado naquele lugar ermo, levantei-me e dei dois passos na direção que havia vindo. Ainda distante de meu pleno campo de visão, quem me observava perguntou:
        _ Por que tanta dor?
        Era estranho, mesmo longe, podia ouvi-lo perfeitamente como se estivesse a menos de um metro de mim. Percebendo que eu não responderia, ele mesmo respondeu a própria pergunta, com uma verdade que estava em minha cara:
        _ Porque você o ama e não quer admitir.
        _ Eu não...
        _ Sim, você o ama. Posso ler em teus olhos.
        Sem dizer mais nada, da mesma forma que veio, partiu.
        Com medo da verdade que fora jogada na cara, voltei pra perto de todos, que não haviam notado o meu sumiço. Eu calculava ter passado tempo suficiente pra que dessem por minha falta, por mais entretidos que estivessem em suas conversas. Ao final do dia voltamos para a nossa casa. Creio ter conseguido despistar todos de que algo havia acontecido, já que ninguém fez nenhuma pergunta. Aliás, ninguém parecia ter notado que algo havia acontecido.
        Chegamos em casa e eu fui direto pro meu quarto, alegando cansaço, e que gostaria de ir ao lual dos nossos amigos surfistas.
        Deitei-me a cama e fiquei lembrando do ocorrido durante a noite anterior.
        Se eu o amava como aquela visão da praia disse, sim, por que “aquilo” só poderia ser uma visão.
        Sérgio entrou no quarto sem pedir licença, e disse trancando a porta:
        _ Até quando nós vamos ficar com essa palhaçada?
        Se jogando sobre mim, continuou:
        _ Deu o que fazer pra não deixar que seus pais notassem sua saída na praia hoje.
        Então eles haviam notado?
        _ Virgílio, o que nós vivemos não foi mentira! E você prometeu que...
        Não agüentando mais, tapei-lhe a boca com um beijo. Separando-se de mim, ele perguntou:
        _ O que é isso?
        _ Isso? _ Dei-lhe outro beijo. _ Isso quer dizer que eu te amo!
        Olhando em meus olhos, ele disse?
        _ Vo... Você... Me... Ama?
        _ Sei que é tarde pra dizer alguma coisa, já que passei o dia agindo como um idiota, mas sim, eu não posso mais negar o inegável. Sérgio, eu te amo!
        Nós nos atracamos em um beijo, que uniu nossas almas, enquanto nossas mãos vagavam por nossos corpos na descoberta do novo e do inesperado, porém, mesmo assim almejado!
        Com o tesão nos dominando, deixamos logo, logo nossas roupas estavam caídas ao lado da cama enquanto nossas bocas e mãos exploravam nossos corpos. Ele tinha um belíssimo pinto, 18 cm, de puro tesão. Tesão por mim! Não hesitei mais, e logo o abocanhei inteiro.
        Que sensação! Era muito louco sentir aquilo pulsando em minha boca, ao mesmo tempo em que sentia suas mãos forçando-me a engolir cada vez mais.
        Nossos gemidos foram inevitáveis. Tirando seu pau duríssimo da boca, disse:
        _ Vamos ligar o rádio.
        Pegando o controle, coloquei o primeiro cd que apareceu na minha frente, voltando logo a chupá-lo.
        _ Ah moleque! Nunca imaginei que seria assim!
        De fundo aos nossos gemidos, ouvíamos Bruno Miguel, cantando Faz assim. Deitados e nus nos olhávamos enquanto a música continuava. Nossos rostos foram se aproximando lentamente, e um beijo molhado selou nossa aventura. Sem mais nenhuma palavra, me virei de costas, dando-lhe livre acesso. Sentia seu pau duro e babão em minhas cochas ao mesmo tempo em que uma língua atrevida percorria minha coluna. Meus arrepios eram involuntários, ao mesmo tempo em que os espasmos de prazer tomavam conta de nós dois.
        Beijando minha nuca, ele subiu em mim, encaixando seu pau na porta do meu, até então, virgem cu.
        Com sua primeira forçada, senti pela primeira vez que seria rasgado ao meio. Vendo minha expreção de dor, beijou-me mais profundamente, enquanto seu pau entrava mais e mais em mim.
        Quando fiz menção de dizer qualquer coisa, ele disse ofegante:
        _ Pronto meu amor, já não tem mais nada pra entrar. A dor já passou...
        Sentir seus pelos em minha pele, me arrepiava por completo, mostrando o ponto de meu tesão Com uma voz doce, ele disse acariciando meus cabelos:
        _ Meu lindo, posso continuar?
        _ Pode! Me faz ser teu!
        Suas bombadas eram algo inexplicável, a dor inicial, deu lugar a um prazer inesquecível. Sua voz, seu cheiro, seu peso... “... Seu corpo sobre o meu, no calor mais profundo de um beijo...” Não gosto de Bruno e Marrone, porém, nesse momento, esse trecho define muito as minhas sensações.
        Suas bombadas ficavam cada vez mais forte, cada vez mais rápidas, e cada vez mais profundas. Gemíamos como se algo nos queimasse, como se algo doesse, quando na verdade era puro tesão mesmo. Nossas respirações se intensificaram, e dizendo que me amava, que eu era a melhor coisa na vida dele, ele anunciou:
        _ Caralho! Vou gozar! Te amo Virgílio! Não me abandona, você é tudo pra mim agora! Ah! Ah! Tô gozando! Vou gozar! Ah!
        Ouvindo aquilo, e sentindo suas estocadas aumentando, gozei feito um louco, sujando os lençóis.
        Depois desse fim de semana, muita coisa já aconteceu. Hoje somos felizes, pois temos um ao outro, e dividimos nossa felicidade diariamente. Sim, somos casados. Passamos por muitas coisas como já disse antes. Como quando contamos que éramos gays, ou quando contamos que casaríamos. Porém, isso são histórias pra outra hora.

        Espero que vocês tenham gostado do conto que, infelizmente não é real. Peço desculpas pelo conto muito longo, mais eu gosto de dar vários detalhes pra deixar quem lê dentro da história, e por eu ser cego, acho muito mais divertido bater minha punheta com riqueza de detalhes nos contos que leio (ou ouço se preferirem). Sou de São José dos campos, interior de SP, tenho 22 anos, 1,90, 65 Kg, corpo malhadinho, olhos castanhos claros, cabelos loiros e gosto mais de ser passivo. Se alguém quiser marcar algo na real, ou se quiser apenas bater um papo, e se for de São José dos Campos, adicione no MSN. Melhor ainda se for de SJC.                
        Tenho outros contos pra postar. Caso gostem, os postarei. Beijos a todos!


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Comentários


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Comentou em 10/01/2013

Amigo Virgílio, como te prometi, vim aqui e li o teu ótimo relato! O gênero não me agrada, mas a forma que vc escreve, merece elevados elogios! O teu protuguês é irrepreensível e o enredo que vc cria não cansa o leitor. No decorrer da leitura passei a torcer por vcs e imaginei palavras para os confortar, mas no final vc diz que não é real... Melhor se fosse! Abraço e voto do Zeus!

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silvajanjao Comentou em 09/01/2013

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Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico victorpass-sjc

Nome do conto:
Se Dois querem... Dois Brigam!

Codigo do conto:
24314

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
08/01/2013

Quant.de Votos:
6

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