Como diz o velho ditado: “Quem procura acha”.
Comecei a namorar o Luiz Rafael e decidi pedir minha carta de alforria ao Mestre Grisalho. Apesar de ter ficado um pouco decepcionado, ele compreendeu a situação e paramos com o nosso joguinho de Dominação e Submissão.
Meu relacionamento com o Luiz Rafael era tranquilo. Vivíamos como um típico casal de namorados do interior. Cinema, Happy Hour, Futebol, Barzinho, Pescaria, Churrasquinho com os amigos. Ele me apoiava nos meus projetos profissionais e vice versa. Ele nunca soube sobre meus fetiches de Submissão. Já no começo do namoro ele deixou claro que não curtia “esse tipo de coisa” e eu respeitei. Por outro lado, nos completávamos como casal e eu já pensava em ficar bem velhinha ao seu lado. Não nos casamos e não fomos morar juntos, mas nossa vida era como a de casados. Eu cozinhava para ele todos os dias e almoçávamos juntos. Final de semana fazíamos algum programa, sempre juntos. Costumávamos viajar para a beira do rio, pois ele adorava pescar. Eu fazia de tudo para ser a companheira ideal para ele.
Uma vez por mês ele viajava para Santa Catarina a negócios. Ia de carro visitar seus clientes. Estávamos juntos há quase 6 anos num clima de muita cumplicidade e amor, pelo menos de minha parte. Numa sexta-feira à noite, dei carona para uma amiga que morava no mesmo bairro que ele. Na volta, vi o carro do LR circulando pelo bairro. Fiquei feliz pois achei que ele tinha voltado mais cedo da viagem. Fui atrás dele para fazer-lhe uma surpresa. Quando ele me viu, ficou desconsertado e aí percebi que ele não estava só. Tinha uma mulher com ele no carro. Meu mundo desabou. Fiquei tão decepcionada que terminei com ele na hora. 6 anos de cumplicidade e ele joga tudo aquilo pelo ralo. Pensei que a culpa poderia ser minha e comecei a pensar o que tinha feito de errado. Chorei a noite inteira. Ele tentou falar comigo, mas não atendi suas ligações. Para mim estava tudo terminado. Havia uma ferida enorme em meu coração e eu mal conseguia imaginar como seria a minha vida sem ele. Apesar da dor, decidi levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. A vida tinha que seguir seu curso.
No final daquela semana, eu tinha uma reunião de negócios em São Paulo. Minha sócia e eu iríamos falar com alguns investidores interessados em um projeto que estávamos desenvolvendo. Por mais que eu tentasse disfarçar, eu estava muito ferida e depois de 6 anos, lembrei do Mestre Grisalho. Eu ainda tinha ele no meu Facebook e num ímpeto mandei uma mensagem:
“Oi, Mestre! Estarei em São Paulo no próximo sábado”.
Não demorou nem 10 minutos recebi uma mensagem de volta.
“Você vem com quem?”
“Vou com minha sócia”
“Que horas vocês chegam?”
“Logo de manhã. Nossa reunião é na Av. Paulista”.
“Eu vou buscar vocês e as levo até lá”
Minha sócia sabia que eu tinha tido um relacionamento com um homem mais velho, mas ela nunca soube sobre o nosso fetiche. Fomos de ônibus e numa das paradas, no meio da madrugada, recebi um telefonema do Luiz Rafael. Notei pela sua voz que ele tinha bebido. Não sei como ele ficou sabendo que eu estava indo para São Paulo e ligou meio que desesperado já prevendo que eu poderia me encontrar com o Mestre. Quando começamos a namorar, nós comentamos sobre nossos relacionamentos anteriores. Ele sabia que eu tinha tido um relacionamento com uma pessoa de São Paulo, mas nunca soube de detalhes quanto a dominação e submissão.
“Prin, por favor, me perdoa. Eu não sei onde estava com a cabeça. Aquilo não significou nada para mim. Por favor, não faz nenhuma besteira. Você não vai se encontrar com o seu ex, vai?”
“Eu não vou me encontrar com ninguém, Luiz Rafael, a não ser com os investidores.”
Menti.
“Você bebeu?”
“Prin, eu te amo. Aquilo foi só sexo! Por favor, volta para mim...”
Ouvir aquela explicação de que foi só sexo me deixou extremamente irritada. Lá vinha ele com aquela história que homens são diferentes.
“Nós não temos mais nada um com o outro. Eu não confio mais em você”
Fui firme, mas meu coração sangrava por dentro de saudade.
“Por favor, promete que vamos conversar quando você voltar”
“Vou pensar...”
Chegando em São Paulo, avistei o Mestre de longe. Ele continuava lindo, aliás, estava ainda mais charmoso. Nos cumprimentamos formalmente como velhos amigos e ele nos levou para Av. Paulista. Perguntou até que horas seria a reunião e combinou de nos pegar para almoçar.
Na hora do almoço ele nos buscou e nos levou para comer sushi. Lembrei da nossa primeira refeição com sushi, quando brincamos de sushi erótico. Aquelas velhas e deliciosas lembranças começaram a me deixar excitada.
Fui ao banheiro com a minha sócia, Leonor. Não sei porque as mulheres têm mania de ir ao banheiro juntas.
“Meu Deus, Prin, você não nota como esse homem olha para você? O cuidado que ele tem com você? Nada a ver com aquele troglodita do Luiz Rafael”, disse Leonor.
O santo dela com o do Luiz Rafael nunca bateu.
Após o almoço ela ligou o desconfiômetro e pediu que o Mestre a deixasse na casa de uma velha amiga. Combinamos de nos encontrar na Rodoviária logo mais a noite.
Quando finalmente ficamos a sós, o Mestre foi mais ousado e me beijou. Correspondi, apesar de estar com um sentimento meio conflitante dentro de mim. Uma parte dizia que eu devia mesmo me entregar ao Mestre e desfrutar algumas horas de puro prazer. Mas, uma outra parte me fazia sentir culpada como se estivesse traindo o Luiz Rafael, mas ao mesmo tempo querendo dar o troco.
Sem pedir permissão, ele me levou para o “nosso” Motel. Eu não questionei, apenas deixei que ele me conduzisse. Voltei a ser a Escrava Submissa pronta para deixar o Mestre fazer de mim o seu brinquedinho sexual.
No Motel, fomos direto para o Quarto Vermelho. Notei que ele tinha trazido a sua caixa com os seus brinquedinhos. Ele ordenou que eu fosse me trocar e me apresentasse diante dele em 10 minutos. Peguei o pacotinho de presente fui ao banheiro. Era uma linda camisolinha transparente vermelha de alcinha e uma minúscula calcinha do mesmo tecido. Juntamente com o traje estava um chicote e uma cinta de couro. Me vesti e rapidamente me apresentei diante dele. Estava ansiosa como se fosse a primeira vez que estava com meu Mestre. Ele também estava ansioso e tomava uma dose de whisky duplo. Ele ainda estava vestido, mas com a camisa semi aberta e descalço. Fiquei um pouco tímida ao vê-lo. Aquele sentimento de “me entrego ou não me entrego” me corroendo por dentro. Comecei a olhar o quarto que tantas vezes tinha servido de cenário para os nossos encontros quando senti que ele me abraçou por trás e apertou com força o meu corpo ao mesmo tempo que beijava meu pescoço. Eu me sentia desejada. Ah, como eu queria que o Luiz Rafael me beijasse daquele jeito. Só com essa pegada meu corpo pareceu relembrar tantos e tantos momentos de prazer. Meu sexo começou a ficar molhadinho. Com muita agilidade ele abriu suas calças, tirou seu membro para fora e começou a se esfregar na minha bundinha. Virei a minha cabeça em sua direção e começamos a nos beijar freneticamente. Suas mãos hábeis abaixaram as alcinhas da camisola e meus seios ficaram a mostra. Ele foi beijando todo meu colo até chegar no seio. Com os dentes, mordeu de leve meu mamilo que já se enrijeceu e o puxou olhando fixamente na minha direção para ver a minha reação. Inclinei minha cabeça para trás e ele fez o mesmo com o outro seio.
Levou-me para cama e vendou meus olhos. Amarrou meus braços esticados acima da cabeça e prendeu-os na cabeceira da cama. Tirou a minha camisola e a calcinha e me deixou completamente nua. O quarto estava num silêncio profundo. Só conseguia ouvir a minha própria respiração. Senti uma gota geladinha cair sobre meu mamilo direito. Em seguida mais uma gota, e outra, e outra... Minha pele ficou toda arrepiada. Senti o gelo deslizar lentamente por todo corpo. Arqueei o meu corpo desejando que ele me possuísse como nos velhos tempos. Senti que o Mestre pincelava seu pênis nos meus lábios. Abri a boca e ele introduziu o membro já pulsante pelos meus lábios e permitiu que eu sentisse o prazer de dar prazer. Quando estava prestes a gozar ele interrompeu a mamada. Comecei a busca-lo quando senti sua língua na minha bucetinha. Ah, como ele chupava gostoso, com desejo, sem pressa. Era impossível resistir, ele me fez gozar com a sua língua habilidosa.
Senti algo deslizar pelo meu corpo, mas não consegui identificar o que era, até levar uma chicotada nos seios. Gemi de dor e ele beijou meus mamilos como que querendo me recompensar. Deu outra chicotada e eu já sentia um misto de dor e prazer. Senti ele por cima de mim, nossas peles se tocando e seu mastro rígido me penetrou. Primeiro delicadamente, depois ele retirava todo pênis e socava tudo de uma vez como se quisesse atravessar meu útero. A cada estocada eu soltava um gemido profundo. Uma... duasdez vezes... cada vez mais rápido... Ao mesmo tempo que sentia todas as células do meu corpo responderam aos estilos físicos, mil e uma coisas se passavam pela minha mente.
Quantos anos deixei de sentir tudo isso para investir em um relacionamento fadado ao fracasso?
Teria coragem de contar ao Luiz Rafael sobre isso?
Mas, contar para quê?
Sim, eu queria contar para dizer a ele que é assim que eu gosto de ser comida. Com algemas ou não, com chicotes ou não, com dominação ou não, eu queria ser possuída com desejo, com vontade, com paixão.
Em meio às minhas divagações que se misturavam com o imenso prazer que estava sentindo, nem percebi quando o Mestre desamarrou meus braços e ordenou que eu ficasse de 4 sobre a cama. Com muita destreza ele lambeu minha bucetinha causando arrepios por todo meu corpo. Com a mão ele masturbava meu clitóris eu fui ficando cada vez mais excitada. Quando sua língua contornou o meu rabinho eu já sabia o que estava por vir. Ele começou a penetrar meu cuzinho com a língua, enquanto estimulava meu grelinho e instintivamente comecei a movimentar meu quadril. Já não conseguia pensar em mais nada, só sentir aquele momento único. Quando a cabecinha do seu cacete começou a forçar o meu cuzinho, o medo da dor voltou e pensei em protestar, mas antes que eu pudesse falar, ele enterrou seu mastro em mim e impediu que eu me mexesse com o peso do seu corpo.
“Sh... fica quietinha... já vai passar...”
Começou a morder minhas orelhas enquanto sussurrava frases desconexas nos meus ouvidos que me acalmaram e me fizeram relaxar. O Mestre realmente sabia como tratar uma mulher. Sem pressa, começou a se mover e quando percebi ele já estava num entra e sai frenético e eu estava adorando. De todos os prazeres, o maior para um Submissa é saber que proporciona prazer, é saber que o seu Dono se satisfaz ao usar o seu corpo. Pouco antes de gozar, ele virou-me de frente e ordenou eu abrisse a minha boca para esperar o seu leitinho. Não foi necessário ordenar, bebi tudinho, sem desperdiçar um só gotinha.
Apesar de toda essa sintonia que continuávamos tendo, o Mestre sentiu que havia algo errado comigo. Não contei a ele os detalhes, mas quando me perguntou, falei que tinha terminado o meu namoro com o Luiz Rafael. O Mestre sempre foi muito perspicaz. Ele aninhou minha cabeça sobre seu peito e ficamos deitados por alguns minutos. Não foi preciso dizer uma só palavra, mas lá no íntimo sentimos que aquele seria o nosso último encontro.
Prontos para o segundo round, fiquei de joelhos e com as duas mãos ofereci as algemas, vendas e chicote e me posicionei para ser amarrada novamente. O Mestre retirou todos os apetrechos das minhas mãos e me deitou sobre a cama macia. Colocou um travesseiro sob a minha cabeça e eu instintivamente fechei meus olhos.
“Não feche seus olhos dessa vez.”
Olhei para ele e pela primeira vez vi o olhar de um homem apaixonado. Quem sabe, se tivéssemos nos conhecido em outros tempos, em outro lugar, nossa história poderia ter sido diferente. Naquele momento não éramos apenas um Mestre e uma Escrava. Éramos duas almas que se reencontraram:
“Não feche seus olhos dessa vez. Deixa eu ser EU, só essa vez!”
Não foi uma ordem, foi um pedido.
Na hora lembrei de uma música antiga que dizia:
DON’T CLOSE YOUR EYES TONIGHT
NÃO FECHE SEUS OLHOS ESTA NOITE
“Let me ask of you one thing
Don't close your eyes tonight
Just look at me see how many times I've cried for you
Don't close your eyes tonight
Let it be me, not just a fantasy
Let it be me tonight”
“Deixe-me te pedir uma coisa
Não feche seus olhos esta noite
Apenas olhe para mim e veja quantas vezes eu chorei por você
Não feche seus olhos esta noite
Deixe ser eu, não apenas uma fantasia
Deixe ser eu esta noite”
Seu beijo for terno e carinhoso. Sua língua contornou meus lábios suavemente enquanto suas mãos deslizavam sobre o meu corpo. Ele foi beijando meu pescoço e parou para contemplar meus seios. Beijou-os um a um sempre buscando meus olhos. Com a mão fazia carinho na minha bucetinha e ficava observando minhas reações. Ele queria me proporcionar todo o prazer que eu pudesse suportar.
Deslizou pela cama e se posicionou entre as minhas pernas e começou a lamber toda extensão da minha bucetinha. Que delícia! Desejei que o mundo parasse naquele momento para sentir aquele tesão por toda eternidade. Depois me chupar por longos e deliciosos minutos, ele sentou-se na cama e me colocou de costas para ele, entre suas pernas. Nessa posição ele sussurrava no meu ouvido, beijava minhas orelhas e meu pescoço e com as mãos acariciava meus seios e meu clitóris. Às vezes, eu virava rosto em sua direção e ele me beijava ternamente. Perdi a conta de quantos orgasmos ele me proporcionou. De todas as formas possíveis ele me deu prazer.
Finalmente, quando eu já não tinha mais forças, ele me penetrou suavemente e juntos, começamos a nos movimentar. Não fechamos nossos olhos uma única vez nesse último ato de amor. Ele me penetrava tão suavemente que parecíamos estar em slow motion. Enquanto isso, seus olhos não desgrudavam dos meus. Queríamos guardar cada detalhe daquele momento. Depois de horas fazendo Amor, gozamos juntinhos pela última vez.
No caminho para a Rodoviária, não falamos quase nada. Ele prestava atenção no trânsito e eu prestava atenção nele. Minha sócia já estava lá quando chegamos. Ao nos despedir, o Mestre segurou meu rosto, deu um beijo carinhoso na minha testa e partiu.
Disfarcei, mas uma lágrima teimou em escorrer pelo meu rosto. Era duro sair desse mundo de sonhos e voltar a realidade. Fingi dormir durante toda viagem, mas não consegui pregar o olho. As lembranças dos nossos últimos momentos vinham com um turbilhão de emoções.
Chegamos em casa e no mesmo dia o Luiz Rafael me procurou. Não sei se foi pelo encontro com o Mestre ou se era carência, acabei dando uma segunda chance a esse relacionamento. Ficamos juntos por mais alguns meses, mas nunca mais foi a mesma coisa. O encanto havia evaporado e terminamos definitivamente. Somos amigos até hoje, mas só amigos.
Nunca mais falei com o Mestre. Pelo Facebook vejo que ele está num relacionamento estável com uma pessoa que combina mais com ele. É uma pena a nossa alma se vestir de corpos, etnias, idades. Não sei se teríamos vivido tudo isso se no início, não estivéssemos escondidos atrás de nick e de uma tela de computador. Não sei se podemos chamar de real esse mundo onde levamos em conta a classe social, diferenças de idade, culturas e raças. Talvez real mesmo fosse esse nosso mundo virtual, onde nos despimos dos preconceitos e mesmo sem nunca ter visto uma pessoa pessoalmente, sentimos que nossas almas se completam. Falamos de coisas que estão no mais íntimo do nosso ser sem constrangimentos e não temos medo de sermos julgados. Quem sabe essa pandemia tenha vindo para nos mostrar isso. Depois que mais de um mês confinada, entrei por acaso pela Janela Anônima nesses sites “proibidos” e vim parar aqui. Inspirada por grandes talentos dessa casa, resolvi relatar essa minha aventura com o Mestre. Fico com vontade de mandar uma mensagem com o link dos contos para ver se ele ainda se lembra de mim, mas fico com medo disso prejudicar sua vida “real”.
Eu sempre disse aos meus alunos que o importante é no final, podermos olhar para trás, ver tudo o que fizemos e concluir que valeu a pena. Hoje, olho com o maior carinho para essa história e posso dizer com muita convicção: “Valeu a pena!”.
Caro leitor que acompanhou a saga dessa Princesinha Oriental (que hoje já está mais para Rainha), espero que tenha gostado. Agradeço imensamente por você ter me acompanhado até aqui e saiba que no meu coração há um compartimento especial desse mundo virtual. E nele, há um lugarzinho para você também.
Um grande beijo,
*Prin*
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Por favor, deixe seu comentário. Gostaria muito de saber se a nossa história te tocou de alguma forma.
Que delicia de conto meu amor, simplesmente amei, votado é claro, bjinhos Ângela
Se real ou ficção, não sei. Mas é bem escrito, excitante e terno. Muito bom
Saga perfeita. Cheia de detalhes e com muito tesao. Adoramos !!!
Nossa, cada conto eu tinha mais vontade de estar no seu lugar, senti cada sensação.... Fiquei muito molhada como não ficava há muito tempo... Vc deveria contar mais histórias... Bjs prima
...mesmo sem nunca ter visto uma pessoa pessoalmente, sentimos que nossas almas se completam... Sim realmente e assim!! Isso acontece verdadeiramente! Eu sou prova disso!! Já vivi e vivo essa situação! E não me arrependo de nada! Sem dúvidas a melhor saga que já li!! Meus parabéns princesa!! Uma história digna de uma premiação!
delicia demais