Loucas aventuras de Mano zord - !

Loucas aventuras de Mano Zord

Capitulo – I

Rio de Janeiro, Brasil. Aquela cidade realmente nunca ficava escura. Luzes da rua, faróis dos carros e luzes que saiam das janelas através das cortinas, luzes dos semáforos, enfim, um verdadeiro caleidoscópio de luzes. O primeiro impacto de animação que a Cidade Maravilhosa lhe causara, com suas lojas, restaurantes, mulheres atraentes e com pouca roupa. Agora ele via a cidade como um raro brilhante. Mas com um olhar lúdico e encantado. Toda aquela movimentação tinha um tom épico, apoteótico. O Rio de Janeiro fazia a alegria de cronistas, músicos e poetas, que o cantam de todas as formas. Mas gosto de vê-lo também transformado em cores, que igualmente alegravam as paletas dos pintores. Ah, as cores do Rio! Dizem que não há cores mais belas em nenhuma cidade do mundo. Turistas estrangeiros, ou brasileiros que descobrem o Brasil, ficam boquiabertos diante desta verdadeira paleta usada pelo Criador para pintar a Cidade Maravilhosa.
Nas praias, o verde-azul do mar, bordado de ondas branquinhas, lambe a areia dourada, sobre a qual se deitam, lânguida e sedutoramente, as mulheres lindas de cor bronzeada. E, nesse palco democrático sob o sol e sobre a areia, barracas coloridas, biquinis, maiôs, sungas, carrocinhas de sorvete, chapéus, bonés, petecas, redes de vôlei, os prédios da orla, os automóveis e ônibus que passavam formando um caleidoscópio que encantava olhos atentos para admirar a profusão de cores. Andar, andar, andar. Gente apressada ou lerda; gorda ou magra; alta ou baixa. Gosta de ver gente nesse formigueiro humano, nesse tumulto de assustadiços em que a cidade se transformou.
E olhar a cidade. Gosta de ver lugares e pessoas. Hoje só de ver observar. Sempre gostou de observar rostos. As faces traem inapelavelmente o estado da alma, Olhares perdidos; testas franzidas; cenhos carregados; bocas banguelas; ombros curvados; lábios de onde pendem cigarros vagabundos; narizes pagando o preço da poluição... Ele avistou próximo ao Copacabana Palace, na Avenida Atlântica. Ela era ruiva, usava uma mini-saia de vinil vermelha e um top da mesma cor. Seios eram pequenos e os cabelos eram curtos. Ela era perfeita.
Apressou o passo e sem dizer nada ele parou perto dela. A ruivinha i-mediatamente notou sua presença e falou:

- Qual é o seu nome, querido?

- Macho. Apenas macho, respondeu Maninho não muito entusiasmado com ela.

- Pois é macho! São 500 reais por uma hora.

- Melhor que você, eu tenho de graça... Bye..

- Ah tem é? Seu veado, filho da puta.

Por que a necessidade para ser prostituta ter a boca suja? Maninho fazia parte de uma geração que acreditava no paraíso aqui e agora, quer dizer, o paraíso nas coisas do mundo e não um paraíso pendurado num céu angelical e pouco provável depois da tempestade.

Durante o dia sentiu um aperto de saudade. Sol, céu azul, jardins floridos diante dos hotéis de luxo com lindas flores azuis pendurados estrategicamente enriquecendo assim a decoração. Nos calçadões de Copacabana, multidões intermináveis, que não paravam nunca de passar, andando ou correndo, acotovelando-se. Enquanto caminhava no calçadão de Copacabana sentia a pulsação de milhares de pessoas à sua volta, um dos motivos pelos quais amava aquela cidade. Ali ele nunca se sentia só. Todavia, naquele instante, sentia-se mais sozinho do que nunca, até mais solitário do que durante o réveillon que passaria na casa dos pais em Teresina.
- Minha nossa, quantas vantagens dessa profissão! Dizia-se ele.
Depois se lembrou de seu objetivo, e seus lábios se contraíram de forma sinistra. “Não, com os diabos, levarei meu intuito adiante!” Havia planejado durante anos de cursos preparatórios e concursos do gênero. Sempre quisera fazer o que ia fazer. Sim... Levaria adiante!
Havia uma relutância momentânea, aquele súbito questionamento de si mesmo: Por quê? Vale a pena? Por que se ater às lembranças... Por que não apagar tudo de uma vez, esquecer Teresina...
Vestindo nada além de uma camiseta e um short cortado de um velho jeans, para dar mais originalidade e charme. Acordava tarde, dormia pouco, detesta praia, usava produto no cabelo, tipo pasta, cremes e na verdade não era tímido ou inseguro com mulher, talvez tenha algum problema tipo ejaculação precoce, se alimentava mal, poucos amigos, era frágil, por isso despertava a delicadeza feminina, ah sim... Ambicioso... Enfiou as mãos nos bolsos e continuou caminhando. Assim que chegou à cidade, uma psicóloga depois de observá-lo por algum tempo, com talento para observar captou em Maninho, uma pura energia viril em um corpo feito de pecado. Ombros largos. Barriga de tanquinho. Braços e pernas musculosos e bronzeados. Ele conseguia atrair a atenção de uma mulher a quilômetros de distância. Não iria dormir, de qualquer modo. O telefone celular despertou-me. “E aí, cara, você vem ou não vem?” Murmurou algo como: “Estou indo. Vê se não enche”. Visava ao circunstancial, ao episódico. O protagonista era Mano Zord, modelo sedutor e cheio de segredos sobre o seu passado, nas novas produções em foco estava as mulheres independentes financeiramente. Lindas que lutavam com suas próprias armas, charme e beleza. Muitas vezes elas se resumiam em rostos bonitos, pernas compridas e inteligência para lidar com as investidas de homens que ainda não haviam sido domesticados pela igualdade de sexo. Naquela semana de moda no Rio de Janeiro, Maninho não tinha nem estreado e já causava polêmica entre as organizadoras do evento. Queriam elas, evitar a qualquer custo a prostituição e o assédio de mulheres em cima do playboy nordestino.
Rua Barata Ribeiro, altura de Prado Júnior. Outra lado o Cervantes. Vontade de saborear um sanduíche de pernil ou lombinho. “Vai com abacaxi? Chope? Claro ou escuro?” Nada consumiu, O "Primo" árabe, com seus quibes. Na esquina da Viveiros de Castro, a farmácia Dia e Noite. Milhares de pessoas infestaram a Avenida Vieira Souto automaticamente, como ratos fugindo de seus esgotos fétidos. O formigueiro humano era visível a metros de distância. Para aqueles que moravam nas coberturas de seus prédios, a sensação que se tinha era a de um enorme enxame vivo, pulsante, desafiador. E no meio de toda essa multidão, as mais diversas tribos, de mãos dadas, suplicando, sôfregas, por uma solução, alguns intrépidos estudantes de jornalismo, portando suas pequenas máquinas fotográficas que, à primeira vista, seriam utilizadas para bater uma foto da imensa roda gigante que nos últimos dias vinha abrilhantando o Forte de Copacabana. Um desejo de captar esse inconformismo de forma direta, sem rodeios ou máscaras.
Uma senhora vaidosa andando no calçadão da praia resolver perguntar a Mano Zord:
- Que idade rapaz, que você me dá?
-Bem… pelos cabelos, dou-lhe vinte anos, pelo olhar, dezenove, pela sua pele, dezoito e pelo seu corpo, dezessete anos!
- Hummm, mas como é lisonjeador!
- Nada disso, sou sincero… Agora espere, que vou fazer a soma.

Lá na ponta, quase na praia, a Boate Erótica, mergulhando no solo: mulheres, sonhos esvoaçando sua cabeça estava inquieto, logo depois, ele olhou para o hotel Copacabana Palace. Ele estava iluminado como um bolo de casamento. Ele inspirava uma alma temperada com pânico e glória, esperança e desespero, melancolia e solidão. Havia cratera, buracos da liberdade, acometido por morosidade neurótica numa cabeça que pensava somente em si, movida por ume superlotação de clichês.
Entrou e foi diretamente para o restaurante. Pediu seu almoço e en-quanto esperava dava atenção ao gerente da casa.
- Hoje à noite, o movimento triplica. Mais de um milhão de pessoas estarão na praia para assistir as queimas de fogos. É um espetáculo inesquecível. Nesse momento uma serviçal do hotel se aproxima e fala com o gerente:
- Chefe, eu estou de saída para providenciar minha oferenda a Ieman-já. Isto vai me dar muita sorte, com certeza.
- Vá sim, Maria.
- Não acredito! Até na passagem do ano essa pobre não larga da mar-mita. Vai para praia levar a marmita, comentou ironicamente Mano Zord.
- Ela acredita que esse gesto lhe traz sorte.
- O máximo que pode acontecer, é encontrar o Exu das sete encruzi-lhadas. O senhor não faz idéia como o Diabo gosta de assediar pobres. Já vistes ricos possuídos pelo demônio?
- Confesso que não...
- Se ela não voltar até o meio dia, considere perda total.
- Exagero... No último réveillon ela se ausentou por três dias e apare-ceu com gonorréia.
- Ou melhor, blenorragia.
- É assim mesmo.
Nesse momento passou por eles, um moço vestido de forma espalhafatosa, passou sem olhar para eles. Então o playboy piauiense perguntou:
- Nossa!... Quem é essa figura emplumada?
- É Neuso Kee Dy Boyol, estilista de moda e organizador do Fashion Rio.        .
- Está certo. O nome adequado a pessoa.
- Grande figura do Jet Set internacional, completou o homem.        
Amanhece, em Copacabana, e estavam todos cansados. Todos, no mesmo banco de praia. Todos, contando com ele, seus olhos, seus braços e suas pernas, seu pensamento e sua vontade. O coração, se não está vazio, sobra lugar que não acaba mais. Ah, que coisa insuportável, a lucidez das pessoas fatigadas! Mil vezes a obscuridade dos que amam, dos que cegam de ciúmes, dos que sente falta e saudade. Sentia-se em um imenso vácuo, que o pensamento ocupava friamente. Era isso, no amanhecer de Copacabana. As pessoas e as coisas começaram a movimentar-se. O homem de roupão, que desce à praia e faz ginástica sueca. O bêbado, que vem caminhando com um esparadrapo na boca e a lapela suja de sangue. Automóveis, com oficiais do Exército Nacional, a caminho da batalha. Ônibus colegiais e, lá dentro, pessoas com cara de sono. O banhista gordo, de pernas brancas, vai ao mar cedinho, porque as pessoas da manhã são poucas e enfrentam, sem receios, o seu aspecto.
Às quatorze horas daquele dia ensolarada. Quente e colorida. Mano Zord. Modelo e manequim de passarela não parecia afetado pelo calor. Pois era natural da cidade mais quente do país, Teresina, Piauí. Ele começara sua carreira de forma insólita dentro da moda. A partir daí, tudo era lucro. Aparentava um Deus grego com traços inspirado em Platão, ele parecia habitar o Olimpo circulava pelos escritórios da Dijon grife de Jeans mais importante daquele momento. Acabara de assinar um contrato para vestir a roupa dessa etiqueta lançada por um gênio da moda. Humberto Saade. Mano Zord, modelo de passarela capaz de agradar gregos e troianos. Cabelos semi-longos, castanho escuro, úmidos presos num rabo de cavalo por um simples elástico. Um sorriso ideal e postura simplesmente cool. A sensação de uma nova era atingira o ápice. Agora ele se preparava para ser fotografado. Sua expressão não mudava. Era impressionante a facilidade que esse jovem nordestino do semi-árido era fotografado. Ele bem que poderia ser protagonista desses filmes de ficção científica, intergalácticos em que os humanóides são teleguiados por um computador central. Afirmara em certa ocasião quando fora perguntado se estava gostando dessa vida de modelo. Andava perplexo com tanto sucesso. Assediado por incontáveis entrevistas, virara celebridade do dia para noite. Gratificado com a sorte de ter ganhado tanto dinheiro em tão pouco tempo. Ele fazia parte de um mercado nevrálgico. Era a grande sensação do momento, estava bombando nesse mundo fashion. Era sabido que Mano Zord se interessava mais por si mesmo que pelo sexo oposto. Era como pão de padaria esquecido fora da geladeira, casca dura e miolo mole. Ele era o rei dos encontros casuais e sexuais, também pela variedade de parceiras. Gostava de correr risco para impressionar os amigos. As manifestações mais comuns nele era de mal estar contemporâneo de índole depressiva. O destino não era só dramaturgo, era também o seu próprio contra-regra, Isto é, designando a entrada dos personagens em cena, diálogos e situações.
Tudo tinha começado num concurso que Mano Zord havia ganhado em primeiro lugar. Prêmio: um contrato para desfilar marcas famosas na FENIT de São Paulo. Arrasou nesse evento e fora contratado pela “Dijon” para ser exclusivo da marca. Fazia uma linha Street fashion como ninguém do meio. Fora capas das revistas, Vogue, ilustrando várias páginas. Negociara participação em desfiles na Europa e Estados Unidos. Elio Fiorocci, Gaultier, Versace e outros...
- Ficar sorrindo e sendo sexy e simpático o tempo inteiro é um inferno, revelou Maninho na primeira entrevista que dera à revista Contigo.
A perversidade era um dos desportos que Mano Zord praticava. Com regularidade. Um exemplo: alguém lhe apresenta uma celebridade, dessas que são conhecidas por serem conhecidas, e ele finjia que nunca ouviu falar. “Como é mesmo o seu nome?” O personagem em causa repetia o nome, como se tivesse escutado uma heresia. O rosto não mentia: a estupefação era profunda; o naufrágio iminente; por vezes, a revolta silenciosa, dolorosa; mas, em todos os casos, uma velha insegurança, que vem das profundezas da alma. Às vezes, quando estou em forma, subo a parada. A pessoa repete o nome. E ele, propositadamente, trocava a profissão. Se fosse um cantor, dizia que já o vira numa novela. Se fosse um ator, confundia com um cantor. Era o golpe final na vaidade da criatura. A minha perversidade não era um traço de caráter. De mau-caráter. É, quando muito, uma experiência sociológica: as pessoas podiam ter todos os aplausos do mundo; podiam ter legiões de assessores, adoradores e puros escravos; mas se não existisse uma personalidade segura e forte por detrás da máscara, qualquer pequena pedra na engrenagem fazia tremer e descarrilar a máquina. Ele era essa pequena pedra. A perversidade, dizia, era um dos desportos que praticava. Mas nunca esperava encontrar um irmão gêmeo qualquer. Encontrava uma revista de celebridade que lia às gargalhadas numa sala de aeroporto, era um prodígio. Não de filosofia, porque o livro não pretende ser um tratado filosófico. É apenas uma observação perspicaz das suas loucuras contemporâneas.
A vida parecia estar sorrindo para ele. Descabelado, descalço, de calça jeans um número maior e camiseta furada, ele entrou na suíte do Hotel Copacabana Palace às 11 horas da manhã, cantarolando um forró e pedindo uma omelete, dizendo que acabara de acordar e estava morto de fome. Era a fase de lançamento da marca de jeans Fiorocci.
Naquele dia em questão o dia estava nublado e ele, sentado na areia da praia, pensava na sua vida. Aliás, tenho feito muito isso nos últimos dias: pensado. O final de ano fazia isso com ele. Ficava na cabreiragem com essa coisa de natal e ano novo e toda essa hipocrisia ambulante que reinava na sociedade e aquela velha demagogia chamada “Boas festas pra você”. Brincadeira.
O paraíso era aquele cenário atlântico tomando as cores de um pavão misterioso e seus vôos prazerosos por cima das abóbodas dos quadris femininos. Um passeio colorido por drogas alucinógenas.
No calçadão de Copacabana se via de tudo: Ele percebia pessoas insatisfeitas com todo aquele caos do consumismo que vinha se alastrando de forma gradual pela Cidade Maravilhosa nos últimos anos, sem que ninguém tomasse uma providência. Seja por falta de interesse ou por um comodismo disfarçado de excesso de trabalho burocrático. Os flashes das câmaras não paravam de espocar, focando cartazes que suplicavam por vergonha na cara, paz, justiça, fim à corrupção, entre outras reprimendas mais ofensivas. Alguns me olhavam com receio, entre eles um grupo de jovens orgulhosos de seus piercings e tatuagens por todo o corpo, acreditando estar diante de algum servidor público conservador ou mesmo um fotógrafo paparazzi ansioso à espera de um flagrante que pudesse diminuí-los frente à mídia. Como se eu merecesse tamanha atenção! Tudo está uma bagunça: minha vida, meu ir-e-vir, meu campo dos relacionamentos se bem que nesse caso sempre foi uma bagunça! Tudo. Definitivamente, tudo. E o pior é que nem eu mesmo, o maior responsável e a maior vítima de 99,9% de todos esses problemas, conseguem resolver a centésima parte deles. Estou aprisionado a uma vida sem rumo. Eu sou aquele rebelde no meio da estrada, fazendo sinal com a mão em busca de carona. Eu sou aquele a quem todos acham inteligentíssimo, mas, no entanto, só se utilizam dessa inteligência para montar nas costas, seja reivindicando uma ajuda relâmpago, seja usurpando minhas idéias ou, se preferir, seus lapsos de genialidade. “Meu Deus, o que é que eu estou fazendo da minha vida?”
Uma semana de fogo para os profissionais da passarela. Ele vestia as melhores roupas, saía com belas mulheres, visitava lugares bonitos, freqüentava restaurantes super badalados, hospedava-se em hotéis de luxo e convivia com gente rica e atraente. Foi nessa época que conheceu Mary Grant promotora de moda, socialite, mulher que Maninho não fazia idéia de quantas vezes imaginara os dois tomando chopes juntos na calada da noite. Naquela segunda feira. A realidade era, ali, sem qualquer duvida, muito mais estranha que a ficção. Embora quisesse muito estar ali e o frio das relações de trabalho custassem a sua pele, a verdade é que sentia nele um turbilhão tal que lhe era difícil definir-se naquele momento. Ela estava madura, confiante e tagarela, atraindo atenções. Vestia um vestido braço semitransparente, e seus cabelos curtos à La Chanel, com uma mecha pintada de ruivo lhe dava um charme todo especial. No entanto, o sutiã se percebia através do decote acentuado que bastava para privar a sua silhueta da flexibilidade que deixava adivinhar a nudez de seus seios. Ao perceber a presença daquele jovem sedutor experimentava uma doçura quase física, pensando no excesso de cuidados de que era objeto da parte dele. Razões nasciam de um simples olhar, queria compreender o encadeamento sugestivo de sua feminilidade. Seus joelhos estavam nus sob a luz ambiente que se espalhava no recinto. O vestido deixava-os descobertos e os olhos do modelo não se desviavam deles. Ela cruza sen-sualmente suas pernas de propósito revelando partes de suas coxas torneadas para aquele olhar, para que ele se identifique nas suas belas formas. Mas poderia passar pelo ridículo de as cobrirem? O vestido não vai esticar. E por que de repente ter vergonha de suas coxas? Ela geralmente gosta de se divertir exibindo-as fora do vestido. Ela conhece as emoções que elas provocam. Não uma, mas várias vezes, debaixo da mesa do restaurante, numa sala de cinema, ou em qualquer lugar onde os seus gestos lascivos passavam despercebidos. Não precisava de grande esforço para que ela ficasse terrivelmente excitada. Ali estava ela, sentada na sua mesa de trabalho enquanto deixava que o fresco que vinha da rua quebrasse o calor que o seu corpo sentia e o que havia no seu ambiente de trabalho naquela manhã quente de verão. Este era banhado pela luz branca proveniente da iluminação do teto da sala, sendo que tudo eram apenas sombras com um ar surreal, quase fantasmagórico que ganhavam alguma definição e uma tonalidade avermelhada de cada vez que ela puxava a fumaça do seu cigarro. Essa ousadia mergulhava nas suas ânsias, conquistava sua fragilidade, invadia seu mundo. Apesar dele se conter em apenas olhares suaves, doces seduções, saboreando-a com seu olhar guloso. Bastou aqueles olhares, aquele sorriso, olhar sensual que atraiu o corpo sedento daquela mulher madura. Mary se sente parcialmente entregue à tentação dessa contemplação narcisista, diante da qual ela sabe que uma vez mais ficará sem defesa. Ela já se sentia inquieta, não conseguindo acalmar os seus sentimentos desde que tinha aparecido aquela estranha sensação de estar na frente de um deus Grego, talvez “Apolo”, quem sabe? Aliás, quando ela se levantou para sair, Pareceu uma deusa dominadora sob um charme irreal provocando um efeito devastador. Maninho se deleitou em admirar aquele belo quadril largo com belos contornos. A dança delirante de seu bumbum em conjunto de suas belas coxas familiarizadas com o resto das pernas e seus sapatos saltos altas. Ele não resistiu e a parou no corredor:
- Um momento, Deusa provocante! Não sei se pergunto o seu nome ou a cor de tua calcinha.
A mulher mostrou-se rubra, jamais se imaginaria numa abordagem i-nesperada como aquela, pensou por três segundos, respirou fundo e responde:
- Meu nome é Mary, a minha calçinha é vermelha.
- O meu é Maninho e a gente não faz amigos, reconhece-os.
-Também acho.
- Que procuras?
- Tudo. Eu acredito em amor defeituoso, corcunda de Notre-Dame, cheio de calabouços e gordonas, além das esmeraldas; de estrada tortuosa, de vexames e chuva de granizo. Amor de verdade, pra mim, tem que ter geografia completa, cartografia generosa e acidentes de percurso. O modo como percorremos é que nos define.
- Mas... Que desejas?
        - Nada. Tenho fases... Fases que vão e vêm no secreto calendário que um astrólogo arbitrário inventou para meu uso.
- Sei...
Sorrindo ambos meio sem graça o modelo pela ousadia e ela por se mostrar concedida..
Preencheu todas as suas expectativas de êxtases que teve dificuldade de se recuperar. Suas pernas bambearam com o esforça de tanta energia perdida para conter o desejo. Ele estava subjugado por aquela bela mulher. Ele estava impressionado com a sedução, emoção e ternura.
Mary vivia um estilo de vida livre e prazeroso, um novo homem cada semana. Ele a admirava pela sua determinação, pois foi o que lhe chamou mais a atenção, sabia, contudo que não estava no seu nível, ainda... Ela sempre afirmava:
- Todo homem é galinha. Flerta até fazendo suflê.
- Coração feminino é igual a um circo, sempre cabe mais um palhaço, contrapôs o playboy prontamente.
- Além de se demonstrar irreverente, que mais você tem aversão?
- O suplicio de fazer a barba todo dia. O desespero de uma cueca apertada. O prazer adolescente de soltar um bom arroto. A loucura que é fingir indiferença diante de uma mulher sem sutiã. Viver sobre o permanente risco de ter que entrar numa briga. Trabalhar com alguém que use batom vermelho, perfume atrás da orelha, cabelos soltos que balançam ao vento e usando saia justa... Quando ela cruza as pernas, Meu Deus!... Ter a obrigação de ser um atleta sexual Ter pavor de falhar na hora H. Ouvir um NÃO, virar conformado para o lado e dormir tranqüilo, apesar da vontade de quebrar todo o quarto e fazer um escândalo.
- Pouca coisa, não?
Ele adorava o inesperado. Parou em frente ao prédio dela e esperou um pouco. Ela logo chegou, depois de fingir um leve atraso. Vestido vermelho, perfume bom. Ele procurou primeiro a boca porque sabia que se ele buscasse o olhar seria prontamente reprimido. Mas demorou demais e ao invés da boca estava lá o olhar inquisidor junto com a conhecida qualidade que as mulheres costumam atribuir a mim: ”Irresponsável!” Ele já sabia tudo o que vinha depois. Além de não confiável, vinha junto imaturo e insensível. Para todos os vícios um lema, para todas as dependências uma saída, um escape, um antídoto... Enquanto ele elogiava seu vestido vermelho tentava lhe dar a pista do que poderia rolar ainda aquela noite. E ele tinha que se concentrar bastante nele para não olhar para ela. “E eu aceito de pronto.” Sem pestanejar. Claro que sabia que não iria cumprir. Claro que ele sabia que não será atendido. Mas o seu decote já se aproximava de sua libido. O olhar inquisidor já está embaixo das pálpebras cerradas e o beijo que desejou bem antes de chegar.
Ninguém poderia imaginá-lo ardendo-se de desejos por aquela quarentona inclinada sobre uma mesa, seios apertados contra uma blusa pudica, mas desabotoada bastante para mostrar o glorioso vale entre os seios, umedecendo os lábios, e dizendo com voz rouca e sedutora:
- Como vai bela senhora?
- Bem... Estou tão feliz com a possibilidade de ser avó.
- Ah! Sei... Sua filha casou?
- Não foi preciso.
- Moderninha a moça. Você está bem mesmo?
- Ah, por favor, Não seja gentil comigo. Eu não mereço.
Mary revirou os olhos.
- Quando a gente pode sair junto?
- Para quê, menino?
- Para te amarrotar, amassar e depois de bem amassada, lhe passar o ferro.
Mais direto impossível.
- Perdeu seu tempo. Não gosto de pobre. Fique rico primeiro.
- O que tem contra os pobres? Eu nasci pobre e até os meus dezoito anos não tinha visto a cor do dinheiro.
- Se você nunca viu a cor do dinheiro, além de pobre deve ser cego.
- Gostaria de viver em um mundo onde os ricos não sejam tão ricos a ponto de comprar os pobres e os pobres não tão pobres a ponto de aceitar as propostas.
- Filósofo agora... Não se pode dar dinheiro a eles, que gastam rapidi-nho para voltarem a serem pobres... Um horror. Mas por que tanto interesse?
- Você é uma mulher bonita, sexy e charmosa.
- Não se compara com a tua beleza, menino!
- É chato ser bonito. Mas é muito mais chato ser feio.
- Mesmo assim... Nenhuma chance...
- Nem com um super herói como eu?
- Qual deles?
- Super pentelho. Um herói que dá no saco. Aliás, é bom saber que se eu for suficientemente estranho a sociedade, você vai me aceitar e tomar conta de mim. Pode me informar um caminho?
- Pra onde?
- Pro seu coração.
- Espirituoso esse menino.
- Não lhe prometo nada. Porque quem promete à pobre é político em campanha de reeleição.
- Você é hilária. Mas não esquece que agora sou seu namorado.
- Desde quando?
- Faz uma hora e somos muito felizes. Você acredita em amor à primeira vista, ou devo passar por aqui, mais uma vez?
- Menino travesso, depois da seção de fotos. A gente se fala.
Uma alquimia secreta que resultava em um instante suspenso... A perfeição frágil ia se transmutando em várias cores, talvez seguindo os pensamentos que foram soprados para dentro dela. Cores de arco-íres em dias de sol... Contemplou por segundos intermináveis que planava tal qual essa euforia estéril e volátil alojada em algum lugar entre a ponta dos cabelos e os dedos dos pés. Vibrava ao sabor do vento, e a temeridade do fim agitava a alegria sem motivo que sentia, e por vezes se temia que seu mero respirar fosse a pequena agulha a estourar sua felicidade sem razão.
Ela era exatamente o contrário de tudo que ele sempre achou que queria em uma mulher. Ela era dinâmica, e ele pensava que queria uma mulher descontraída. Ela exibia uma beleza clássica e delicada. Ela era uma executiva prática. Ela a achava excitante, diferente, otimista e diabolicamente sensual. A promotora de moda se curvou diante de tanta elegância de quem sabia estar em pleno comando do seu corpo. Um dia A paixão e a sua falsa certeza, de eternidade a saliva alucinógena dava aos olhos a visão do amor e aos ouvidos, palavras gastas e ludibriosas que a alma, drogada e fascinada encarrega-se de enterrar em si como o tesouro dos tesouros.
Mary precisava admitir. Adorava o jeito com que ela mergulhava de cabeça na vida; com entusiasmo incrível. Ela sabia que ele só queria lhe dar prazer. Sabia que aquilo fazia parte de um jogo de sedução. Viu desejos nos olhos dele. Ela era terrivelmente sexy, mesmo que fizesse o possível para não demonstrar isso. Era o jeito que atirava seus cabelos para trás, o balanço dos quadris, os lábios sensuais e o desafiante brilho nos olhos, tudo isso o excitava muito. Ao saber que ela estaria no baile de Carnaval do Clube Sírio Libanês, ele não perdeu tempo, tomou um avião na ponte aérea indo para o Rio de Janeiro. Não podia parar de imaginar um jantar íntimo naquela noite e depois levá-la para a cama e ensinar-lhe tudo sobre a paixão. Beijando-a e tocando-a até que estivesse sob total domínio.
Era Carnaval. O calor luxuriante do verão. Os tijolos carcomidos dos prédios antigos. As sacadas imponentes que pairavam sobre a Orla marítima. Tudo parecia natural ali. Ele se sentia natural. Estava planejando se mudar para aquela cidade por um bom tempo. Cruzara um quarteirão, depois outro. E se continuasse naquela direção, logo chegaria ao quadrilátero do pecado. Era assim que era chamado o bairro da Lapa no Rio de Janeiro. Esse baile era famoso pelos escândalos que promovia no reinado de Momo. Eis que irrompe pela porta do Clube Sírio Libanês Ela parece manequim. Tinha 44 anos, mas parecia que tinha 30. Um branco sorriso num moreno rosto e cristalino esverdeado olhar, sentia-se hoje rainha de uma amena noite de verão, a música tocava as suas ondas harmoniosas envolvem a pele bronzeada fazendo vibrar o seu intimo agitando seus hormônios libertando-as no ar. Uma palavra aqui, um beijo acolá socializa sendo o centro de atenção do grupo, esta noite era sua. O camarote parecia preparado para o abate. Uma sala ampla, porém modes-ta, mas com um requinte de bom gosto. Sobre a mesinha do centro, várias garrafas de champanhe gelado e duas taças. Um sofá grande em L, uma televisão, um barzinho e dois abajures constituíam toda a mobília. Na pista os sons de marchas carnavalescas movendo corpos, despertando a sensualidade, uma feroz luta de personagens onde as armas usadas são a ousadia, mordiscar subtil de lábios. Ao passar muitas cabeças rodam muitos sorrisos e mesmo subtis toques que desculpados pela falta de espaço ora nos braços ora nas ancas, provocando-lhe por vezes agradáveis e inesperadas sensações, junto ao balcão é lhe servido um licor de uísque de leitoso sabor que degustado aquece, o seu pescoço fino deixa escapar algumas gotas de suor apagadas por uma gentil mão que o percorre até bem perto dos seios. Caem como por magia e duas bocas atacam os seus peitos de bicos intumescidos, deixando-a sem forma de escapar ao excitante desejo de os ter só para si. Estremecendo de prazer tem um orgasmo audível por todos, ergue-se em espasmos sentando-se no colo de um deles sentindo um ereto e latejante pênis no vulcão ameaçador que é o seu sexo. Todos os amigos de Mary estavam fantasiados de super-heróis.
- Essa noite promete resmungou com seus botões.
Um tilintar de copos interrompia o momento e uma garrafa de champanhe, brindes e mais brindes até que uma mão masculina lhe tocar numa perna que ela dirige com sua mão por cima entreabrindo as pernas conduzindo até junto do seu sexo suado e molhado. Agora, eram comandos sexuais verbais que a aprisionavam naquela relação estritamente sexual e carnal. Seus instintos eram aguçados por comandos. O diálogo sexual a envolvia naquela relação de tal forma, que havia se tornado viciada em sua arma secreta: Brincar com uma piroca de nervos ereta. E antes que pudesse dizer alguma coisa, notou que o Homem Aranha baixara sua calcinha, para invadir a rachinha com a sua língua marota, que penetrou por ela adentro. Simultaneamente, Batman e o misterioso Fantasma, colocaram-me as suas vergas imensas em frente da face, ansiando por ser chupadas e deglutidas o que ela fez, sem grande hesi-tação. O Fantasma tinha um cacete descomunal, e que quase a deixava sem ar, sempre que ele enfiava na sua boca para ela o mamar. Seguidamente foi a vez de eles trocarem. O Homem Aranha deu-lhe o seu pau para ela chupar, enquanto que o Capitão Marvel se ajeitou a trás de seu corpo e, oh! Enfiou o seu pau demorado no seu sexo delicado.
- Ai... tesão! Jura que não comeu sua mulher pra deixar mais porra pra mim?
- Juro! Mentiu.
- Me come caralho. Berrou com raiva no olhar, perdendo os sentidos e a razão.
Sincronicamente, o Capitão Marvel afundou a sua haste na sua coninha viscosa.
- Ai, que gostoso! Estava precisando disso! Desabafou ao sentir sua estaca dentro dela
- Então toma! Disse iniciando um vai e vem violento dentro de suas carnes. Cravou a unha em suas costas e experimentou seus sentidos dentro dela, lhe invadindo e enchendo seu vácuo de pica dura. Após algumas estocadas e sentindo que se aproximava do gozo, tomou a situação de suas mãos e parou tudo. Levantando e tirando o pau de dentro da sua xota.
-Ah, fodam-me...que bons que vocês são...forniquem-me com as vos-sas vergas! Grunhiu ela, completamente em histeria.
Olhou em seus olhos e desceu, abrindo com as mãos os lábios de sua vagina, deixando a cabeça do pênis, somente a cabeça penetrar ela. Estimulou, assim, seu clitóris e gemeu alto, soltando toda a puta que vivia dentro dela e caiu nas vias da devassidão não dita. Gemeu e gritou feita puta de rua.
-Ah, Mary! És a putinha com que sonhávamos toda a noite. Geme vagabunda. Geme putinha! Provocava.
- Então venham dar-me o vosso leitinho! Requereu ela, sem demandas.
- E goza... e goza... e goza.. .e goza... e goza... e goza... e goza... e goza... e goza... Goza!
Sentiu um líquido grosso invadir suas entranhas aquecendo o fundo de sua caverna e inundando tudo ali dentro. Naquele camarote reservado a orgia acabou rápida. Logo estavam dançando animados e recompostos.

Quando Mano Zord estava dentro do salão percebeu o status duvidoso daquela festa pelo nível dos presentes regados a muito álcool e promiscuidade sexual. Alguns seguranças enormes tentavam dar ares de tranqüilidade aos freqüentadores. Ele passara pela porta de acesso aos banheiros encontrando duas garotas que tiravam um conteúdo suspeito da bolsa e ouvira ruídos de um casal anônimo em um dos cubículos. Então ele continuou seu passeio em meio aquele emaranhado de pessoas com pouquíssima roupa. No meio de tanta gente eufórica, um cotovelo perdido golpeou-o no rim e ele tropeçou, colidindo com uma mulher suada e com seios à mostra que aproveitou a oportunidade para passar a mão entre suas pernas. Ficara um momento sem defesa pelo ataque. Virou a cabeça de lado quando a estranha tentou beijá-lo, emitindo um grito de protesto enquanto tentava se desvencilhar. Ninguém parecia notar o que estava acontecendo e, por um terrível momento Maninho pensou quer não conseguiria sair dali. Empurrou-a pelos ombros fazendo com que a mulher recuasse. Conseguiu, ficou chocado ao ver o rosto da mulher com uma expressão de desprezo. Foi um jato de água fria, tirando-lhe a alegria do rosto e fazendo o modelo ficar embaraçado. Mary... Em seus pensamentos suas palavras reinavam sem concorrentes, “Estou com a mamadeira cheia”. Sua xotinha deu uma contração forte de modo que pedia que não fosse adiante. Mas já era tarde pra voltar.
- É toda sua e está cheia! Disse o Capitão Marvel instigando.
- Cheia de quê? Perguntou Maninho desconfiado.
- Cheia de Champanhe, é uma mulher fina, não toma outra coisa.
- Desculpe-me, gritou Mano Zord, por causa do som alto.
Ele precisava somente controlar seus nervos e sua ansiedade. Forçando um sorriso sentou-se no sofá do camarotes do clube. Fingia estar se divertindo. Seus cabelos se umedeceram de suor com o calor claustrofóbico. Fumaça de cigarros começava lhe arder os olhos. Ele não podia negar que estava surpreso pela sordidez das coisas que aconteciam lá. Mary Grant naquela roda de amigos. Quando bateu os olhos naquela mulher, ele estremeceu. A temperatura subiu, olhava para a harmonia de suas formas, o ritmo dos traços que faziam dela algo comovente, magistral, divino. Seu estado completo era de surpresa. Ela, vestida de mulher fatal estava num mini-saia e t-shirt extremamente provocante com as cores do Flamengo FC. Sua xotinha estava coberta por uma tanguinha de renda vermelha que deixava transparecer a rachadura que separa seus lábios vaginais. Suas roupas íntimas se faziam emoldurar no fino tecido. Seus olhos brilharam e seu melhor sorriso lhe brotou nos olhos ao ver ele no local. Ao lado seu sócio. Um homenzarrão bêbado fantasiado de Homem aranha sentado em uma cadeira, conversando bastante alterado com uma loira de cabelos vermelhos sentada em seu colo, que o fitou com superioridade. Todos riam exceto Maninho que percebera que havia per-dido algo que o tornara estranho nesse grupo. Aquela noite era literalmente sua última chance. De maneira afobada, ela ergueu a cabeça assumindo uma postura ofensiva, encarando Maninho diretamente nos olhos e, com os lábios vermelhos, lançou-se em seus braços e segurou-o pelo colarinho da camisa, beijando-o acintosamente. Naquele momento, pela primeira vez, ele sentiu o gosto do sexo daquela mulher através da sua língua, resolvendo então que estava na hora de fazer aquilo que tanto lhe atraía, desde o momento em que chegara ali.
- Se eu tivesse sangue frio e coragem suficiente, eu teria ligado para você convidando-o para esta festa. Sei seu telefone e endereço de cor.
- Me empresta teu celular?
- Pra quê?
- Quero ligar pra minha mãe e dizer que acabei de encontrar a mulher
dos meus sonhos.
. Calma, essa roupa ficaria ótima toda amassada no chão do meu quar-to amanhã de manhã. Nós vamos pra minha casa fazer as coisas que eu já falei pra todo mundo que a gente fez, respondeu ela sorrindo.
- Sexo mata... Quer morrer feliz? Vou te recitar um poema para des-pertar sua libido.
- Manda!
- Se o meu sorriso não te conquistar, não sei o que irei fazer, pois eu te desejo mais que você possa crer. É ruim ficar te desejando, em você toda hora pensando, sabendo que talvez, você nunca poderá saber quão apaixona-da sou por você. Sonho com teu corpo colado ao meu, minha língua beijando o seu rosto, percorrendo seu maravilhoso corpo, e te lambendo com delicadeza, escutando sua voz doce, gemendo com pureza. Musica poemas e frases, lembram-me você, estou tentando fazer por merecer, para ter você. Possuir-te em meus braços, e nua te dar um abraço. Quero poder te tocar, poder te amar, ai eu acho que só assim eu vou sossegar.
- Bravo, bravo... Reagiu Maninho as doces palavras.
Ele encarou aqueles olhos azuis turquesa e aquele rosto com traços perfeitos como julgara no princípio, bonita e provocante com lábios finos e sensuais e um corpo escultural. Aquela dama da sociedade vulnerável à paixão caíra literalmente na farra. Para ele tudo na vida era um grande jogo.
- Sem preocupações minha bela. Mary... Tu és muito bela e sexy e nós homens sentimos uma intensa atração por você. Tudo é uma questão de magnetismo sexual, disse ele. Ela então afirmou com todas as letras:
- Essa metáfora de mulher mais velha que seduz homem bem mais novo, no inconsciente coletivo, tem um caráter de vingança delicioso. Quer cerveja? Já consultei meu analista.
- Sabia que o neurótico constrói um castelo no ar. A psicótica mora nele. O psiquiatra cobra o aluguel.
Inteligente essa colocação, gostei... Bebe cerveja?
- Claro! Normalmente não bebo cerveja. Mas fiz uma promessa de ex-perimentar coisas novas.
- Que tal eu estou vestida?
- Nada mal, mais pelada que bunda de índio. Gostei...
- Comprei essa roupa pensando em você.
- Quantos anos você tem? Perguntou-lhe, Maninho a queima roupa.
- Pensei que fosse uma pergunta que um cavalheiro jamais faria a uma dama.
- Sim, mas eu não sou cavalheiro.
Os olhos dela brilharam e fingiu pensar um momento.
- Tenho a idade dos meus olhos e alguns anos a mais que meus dentes.
- Oh!... Eu realmente aprecio a companhia de mulheres experientes.
- Faz muito bem.
- Você é uma mulher com alguns mistérios.
- Bem, todas as mulheres os têm, todas... Rapaz.
- Fui convidada para uma feijoada completa, mas não me interessou...
- Fez bem... Feijoada só é completa quando tem uma ambulância na porta.
- É mesmo?
O cheiro daquele homem, o efeito quem lhe provocava, era algo insano e doentio. Ela sentia seu perfume forte mistura de essência e suor. Um desejo violento fazia seu corpo tremer... Puxada pelo braço para um canto do camarote os lábios de Mano Zord abafaram suas palavras, fazendo-a tremer de excitação com um beijo que parecia roubar-lhe a alma. Ele tinha um sabor deliciosamente exótico que a fez querer mais. O aroma natural almiscarado da pele, misturado com uma fragrância cítrica preencheu-lhe os sentidos, enquanto ele se perdia uma sensação de puro prazer. Ela demonstrava saborear o beijo mais maravilhoso de sua vida. As mãos fortes de Maninho deslizaram para suas nádegas arredondadas, confinadas numa mini saia jeans na cor preta, aconchegando-as contras as coxas musculosas então subiram para a bainha da camiseta de cor vermelha. Dedos longos se aninharam dentro de seu sutiã arrancando longos gemidos de prazer.
- Não finja que não está gostando disso, murmurou ele quando se afastou do beijo e mudou de posição.
- Oh sim... Continue balbuciou Mary em êxtase.
A sensibilidade fica ainda mais aflorada, e a consciência latente do que o corpo pode e quer. As caricias chegam ao delírio angustiante do não agüentar mais esperar e nesse sôfrego fomentar, a libido enlouquece. O indecoroso transforma-se no desacanho do casal que procurava no final a saciedade de seus instintos. O entorpecente salubre de saber que no amanhã se faria de novo o vício frenético. Foi uma noite inteira de farra, brincaram, dançaram, beberam e fizeram amor numa algazarra total. Na penumbra daquela luxuosa suíte, corpos suados... Bocas coladas e as paredes silenciadas. Cheiro excitante de sexo espalhados entre delírios de prazer, como dois animais no cio e famintos saciando a fome de seus instintos.

Continua...
Ivan Ribeiro Lagos

                                


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Ficha do conto

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bresilien

Nome do conto:
Loucas aventuras de Mano zord - !

Codigo do conto:
17939

Categoria:
Grupal e Orgias

Data da Publicação:
23/06/2012

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