O botão da rosa se expande e se contraí
Com graça, leveza e uma lascívia divertida
Você veste um riso tão frouxo
Tua pele tão areia movediça,
Me atraí, me afundo, me reconheço
Tua pele tão América Latina
Perfumada à revoltas e chacinas
Me faz voltar ao meu estado primitivo
Me reconecto às minhas matrizes
Mesmo que teu sotaque seja canônico
Me ajoelho ao templo, ainda com a língua roçando
Procurando e pavimentado as delícias da devoção
Eu tão crente do milagre entre tuas duas nádegas
Cravo meus dentes no que vejo pela frente
Se o cu tens sabor de morango, a bunda tem gosto de avelã
Que derrete-se logo à primeira dentada
Eu danço entre a melodia dos teus sinos-gemidos
Eu imito simbologias centrífugas e encontro a hóstia no teu grelo
Admito que esperava uma cova rala
Ou um cemitério mal nutrido
Mas enquanto performo uma bacante deslumbrada
Me ditas os delírios entumecidos, eu esporro na tua língua
Me refaço, tu me limpas com os lábios, gozo outra vez
Repouso meu membro entre mistérios das tuas mamas gigantescas
Embebida dos meus fluídos, te arranco da cama, te iço ao ar
Te penetro, melhor te fodo com todo meu fogo e ímpeto
Entre confissões, mordidas e corpos suados
Diz-me, não mais heresias, para que fique de prontidão
Pois teu gozo está a caminho, e ele vens
Eu o recebo, enquanto trêmula se entregas
Deus se fez nas nossas entregas descaradas
Cometes outro crime e cavalgas em meu mastro
Tuas mamas colossais procurando espaço em meus lábios
Os bicos rijos convertidos em torneiras que celebram a devassidão
Eu estou bêbado na tua pele, em tua fenda,
Em teu botão de rosa vagabunda, em teus lábios
Mas esses teus olhos cor de conhaque
Fazem-me ainda mais destempero no teatro da indecência
Após o solver e a coagulação, as trombetas do apocalipse foram soadas
E nós, exauridos, nos buscamos entro os braços, aceitando a morte adocicada...