A cada passo sentia que era observada como um predador observa a presa, notando cada movimento, se preparando para atacar, ansiando por ter aquilo. Sentia, mas não via, não até me mover demais, ir mais longe, o fazendo se mover também, sair da espreita e se revelar. Os olhos cor de chocolate amargo fascinados nos meus movimentos, exalando todo o desejo que tinha. Também o desejava, com tanta vontade quanto uma leoa que espreita a caça.
Me movia de forma calculada, cada centímetro, cada movimento, tudo para que ele observasse, adimirasse e me desejasse ainda mais, fazendo ficar tão difícil se conter. Deixei que ele olhasse meu corpo com a roupa que ele tanto gostava, mas que os olhos acusavam que ele desejava jogar longe, me deixando completamente nua. Caminhei para longe, para perto, tão perto que meu perfume ficaria empreguinado no nariz, na roupa e em cada poro do seu corpo. Um falso decote aparecendo por vezes, forçado pelo meu movimento ao abaixar "sem querer".
Me exibi para ele, para aquele que me tem tão facilmente, na palma da mão, que me domina, que faz o que quer comigo, aquele que anseio para ter dentro de mim mais uma vez e mais uma e outra, aquele cujo também quero saborear, aquele que me tem pra si, quase como propriedade, aquele que afirma, com a respiração entre cortada enquanto encaixa o corpo no meu, pronto para entrar e sussura no meu ouvido "minha...", o adjetivo usado em seguida pouco importa, era isso que eu era, dele, tal qual uma propriedade. E eu me exibi para aquele a qual eu pertenço de corpo, alma e coração.
Ao virar as costas não vi, mas pude jurar que a saliva escorria de seus lábios carnudos, quentes e macios, assim como um líquido espesso escorria pela minha calcinha.
Enquanto molhava as mãos no lavabo perto do banheiro da recepção, ele se aproximou, movendo a sua peça, fazendo a sua jogada em um jogo que até então só observava. Um sorriso safado no rosto, o hálito tão quente tocando a minha nuca e um leve toque na minha mão, nada mais, mas o suficiente para que eu usasse todo meu auto controle para que eu não cravasse minhas unhas em seu pescoço e o arrastasse para o banheiro ao lado, o devorando como eu tanto desejava. Gostoso maldito, sabia o que fazer e como fazer, sem mesmo usar uma palavra. Por causa disso minha calcinha ficou enxarcada e tive uma ideia, era minha vez de mover minha peça, a última do jogo. Os olhos revelaram a surpresa que teve diante do meu gesto inesperado, a entrega da calcinha molhada. Depois de alguns passos de distante, rumo a porta, pude escutar seus pulmões puxando ar, se preenchendo com o meu aroma, com aquele que eu acabará de entregar para ele. Uma onda levemente elétrica percorreu meu corpo e por um instante, enquanto sentia seus olhos em mim e meu doce cheiro sendo sugado, senti como se ele me envolvesse, como se me sugasse para dentro de si.
O banho gelado parecerá apaziguar um pouco do fogo que ardia em nós, apenas o suficiente para que não nos devorassemos ali mesmo, na porta da sala. Com o fogo contido, foi possível aumentá-lo gradativamente, de uma forma que não derretessemos. As mãos passeando tão despretensiosamente, sentindo a pele macia, o músculo do braço, a veia do pescoço pulsando, tanto calor. Os toques tão delicados e sutis dele, como quem pede autorização para mais, para ir além e ele tinha toda permissão do mundo, me tinha ali, derretida em seus braços. Ainda assim suas mãos firmes passeavam com delicadeza, tocando, deslizando, se movendo como se pedisse licença. Os lábios colados, interrompidos apenas para que os dentes deixasse tudo mais quente com uma leve mordida. Me perdi no tempo, parecia uma eternidade o tempo em que eu já o beijava, que nossas bocas sentiam o sabor da outras e as línguas dançavam valsa juntas, como um perfeito par.
Tanta sincronia, até na respiração ofegante que indicava a necessidade de mais. Suas mãos tão gentis não pediam mais licença, entravam, afinal, as portas já estavam escancaradas.
Mal pude perceber quando nossas roupas foram arrancadas, entre beijos, olhares, gemidos e sussuros.
Minhas mãos acariciavam seu corpo, tocando cada centímetro, cada pedaço do que era meu. Tão quente quanto o restante do corpo, pulsando, como se pedisse por mais que apenas minha mãe e assim o fiz, lambi, chupei e me controlei para não devorar, saborear com a verocidade que ardia dentro do meu peito, a cada movimento meu uma reação, um gemido mais alto, baixo, um suspiro, o revirar dos olhos, uma palavra proibida...
Os pulmões buscavam ar quando terminei, ele arfava, tomando goladas de ar, o máximo que conseguia, buscando se recuperar o quanto antes.
Não demorou muito para que suas mãos firmes me segurasse com força e me jogasse para baixo. Seus lábios desceram, explorando e se aproveitando de tudo. Quando chegou onde havia uma calcinha a muitos minutos atrás, puxou o ar, de uma forma mais intensa do que a que fizera mais cedo. Um gemido abafado saiu de meus lábios. Tão macia e quente, tão precisa, sabendo cada movimento, onde tocar, como se mover, arrancando tantos gemidos e sem cessar, até que meu corpo estremeceu, como se um raio tivesse me atingido. Mais uma vez suas mãos firmes me seguraram, agora me virando, seus dentes sendo cravados na minha bunda, que logo em seguida foi beijada e mais uma vez ele me chupou, enquanto eu ainda buscava ar.
Senti seu peso sobre meu corpo, o hálito quente no meu ouvido, fazendo os cabelos da minha nuca se eriçarem antes mesmo dele dizer o que eu era, que eu era dele, antes de encaixar e nos levar ao paraíso.