Já no primeiro semestre da faculdade, fui promovido no escritório, deixei de ser office-boy para ser assistente contábil, o que já me colocava na minha área, de estudos econômicos. Em um ano, também deixei de ser cabaço para ter uma vida sexual ativa, literalmente, caras e minas, o ser humano é uma delícia. Estava amadurecendo e descobrindo que vida adulta é mais do que simplesmente sexo, mas relações e acúmulos de experiências excitantes – por que não dizer amorosas? –, não necessariamente explícitas, e que nem tudo que me excita se realiza, que alguns dos momentos mais excitantes não terminam em gozo.
Nessa época, surgiu o convite do pessoal do escritório para irmos juntos ver Rolling Stones, já tinha mais grana, comprei ingresso de pista e fui, mas não encontrei ninguém na confusão da entrada e acabei ficando sozinho. No empurra-empurra do início do show, fui levado pela multidão e acabei prensado atrás de um cara de uns trinta e poucos anos, um tipo bem másculo, com um tufo de pêlos saltando da gola da camiseta preta para o pescoço, corrente de ouro no pescoço perfumado, um perfume tão gostoso que dava até vontade de morder. Ele abraçado com a namorada na frente dele e eu atrás, na retaguarda.
No rala e rola, a bunda dele roçando minha pélvis, juro que não queria, mas o pau começou a ficar duro, pau independente, pau safado, sem ter hora de acordar, acordou na hora do show. Fiz de tudo para não roçar no cara, mas vira e mexe aquela bunda vinha na minha direção, bunda dura, redonda, espremida na calça jeans. Conforme ele dançava, a bunda roçava e o pau ficava cada vez mais duro. De repente, o cara parou de se movimentar e ficou estático feito uma estátua, achei que ia levar porrada a qualquer momento, nem respirava, só queria que o pau amolecesse, ao mesmo tempo, a situação me excitava mais.
O cara podia ter se afastado, tirado da reta, dado um soco na minha cara, mas ficou parado, depois, deu olhada para trás, fundo nos meus olhos, muito sério, e foi se encostando suavemente no pau. Não acreditava que aquilo estava acontecendo, o cara abraçado na mina e roçando a bunda no meu pau, na surdina, no show dos Rolling Stones. Perdi o juízo, nem prestava mais atenção ao show, só pensava naquilo. Ele também parou de dançar e de curtir as músicas, era como se estivéssemos fazendo amor no meio da multidão. Só a mina dançava na frente dele, sem imaginar o que estava acontecendo atrás. Teria comido os dois.
Depois de um tempo, já certo de que aquilo estava mesmo acontecendo, discretamente, passei a mão na bunda dele, devagar, tomando cuidado para não ser visto, apalpei e dei uns toquinhos onde devia ser o cu. A única reação dele foi olhar para os lados, certificando-se que ninguém estava vendo aquilo. Nesse momento, saquei que ele também estava de pau duro, porque a mina deu uma olhada para trás, bem fundo nos olhos dele, sorriu e notei que ela também passou a se esfregar sensualmente nele, curtindo ele estar de pau duro no show, sem nem imaginar o que estava acontecendo logo atrás.
É por essas e outras que aprendi que a sexualidade humana é mais complexa do que sonha nossa vã filosofia. Quando o show acabou, sumi no meio da multidão, nem tive coragem de encarar o cara frente a frente, mas tenho certeza que depois do show os dois tiveram uma noite ainda melhor do que a minha, devem ter se comido a noite inteira, enquanto eu voltei para casa tão sozinho quanto cheguei. No fundo, saí do show preocupado e espantado comigo mesmo, até onde meu tesão iria chegar? Só quando cheguei em casa consegui me aliviar, bati uma bronha pensando naqueles dois e ouvindo Sympathy for the Devil. Pode ser bem solitária a vida de um comedor de cu e um pouquinho infernal também. Por sorte, não sou religioso.
Meu amigo headbanger já avisava que show de rock você sempre tem que tá defendendo a retaguarda kkkkkk Bom conto novamente
Delicia adorei seu conto e se você quiser posso ser essa putinha na sua rola gostosa