— Melhor eu atender... senão ele vai ficar preocupado. — Ela explicou, tentando parecer casual, embora ainda sentisse o coração acelerado pelo que acabara de acontecer entre eles.
— Claro, fica à vontade. — Raimundo respondeu, encostando-se a uma árvore próxima, tentando parecer relaxado, mas seus olhos não saíam dela.
Sula afastou-se alguns passos, levando o telefone ao ouvido.
— Oi, amor! Tudo bem? — Ela falou com naturalidade, embora sentisse um frio na barriga.
Do outro lado da linha, a voz de Ricardo era despreocupada.
— Tudo certo! Só liguei pra saber como você tá. O Raimundo cuidando bem de você?
Sula olhou para Raimundo, que lançou um sorriso provocante na direção dela, o que fez seu rosto corar.
— Sim... tá tudo tranquilo. O lugar é lindo, você precisava ver! — Ela respondeu, tentando manter o tom de voz o mais normal possível.
Ricardo riu.
— Tô surpreso que você topou essa aventura na mata. Pensei que não fosse querer sujar os sapatos.
Sula riu, tentando disfarçar a tensão.
— Pois é... me surpreendi também. Mas tá sendo divertido.
Nesse momento, Raimundo se aproximou por trás, abraçando-a pela cintura e sussurrando em seu ouvido:
— Saudades de mim?
Raimundo levantou a sainha de Sula, baixou sua calcinha e meteu seu cacetão grosso em sua bucetinha apertada, ela conversando com Ricardo ao telefone fazendo de tudo pra ele não desconfiar.
Sula se arrepiou, e um gemido suave escapou antes que pudesse se conter. Ela levou a mão à boca, os olhos arregalados de surpresa, mas já era tarde.
— Sula? Tá tudo bem? — Ricardo perguntou, a voz agora cheia de curiosidade. — O que foi esse barulho?
Ela se afastou de Raimundo, tentando recuperar a compostura.
— Ah... é... eu... tropecei numa raiz aqui... Quase caí, mas o Raimundo me segurou. — Ela riu, tentando soar natural. — Tô bem, só me assustei um pouco.
Ricardo soltou uma risada aliviada.
— Sabia que você ia acabar se enrolando aí. Ainda bem que ele tá cuidando de você.
— É... ele tá cuidando direitinho. — Sula respondeu, olhando para Raimundo, que a observava com um olhar intenso.
Eles terminaram a conversa rapidamente, e quando Sula desligou o telefone, soltou um suspiro de alívio. Raimundo não conseguiu segurar a risada.
— Tropeçou numa raiz, é?
— Não começa! — Ela respondeu, dando um tapa leve no braço dele, mas não conseguiu evitar o riso nervoso. — Você quase me fez entregar tudo.
Raimundo a puxou para mais perto, o rosto a centímetros do dela.
— Mas não entregou... e acho que isso torna tudo ainda mais emocionante.
Eles se olharam em silêncio, sentindo o peso da escolha que haviam feito. Ali, no meio da mata, entre segredos e desejos, o mundo parecia ter parado só para eles dois.