Logo de cara iria dar ruim, só deles entrarem no carro. Como seria? O Paulão era comedor assumido da Eliana, então eles poderiam ir sozinhos no banco de trás. Isso seria motivo suficiente para puxar a conversa para o casamento aberto dela (que na verdade, só era aberto para ela). Como a Dani reagiria a isso? O que isso despertaria nela?
Por outro lado, poderia ser pior: Dani e Paulão, sozinhos no banco de trás.
Aliado a tudo isso eu estava adorando usar a calcinha e não sabia se estava ficando excitado por conta do contato com ela ou com o medo que algum companheiro percebesse que eu a estava usando. Preferia pensar que eu estava excitado por isto e não pelo fato de imaginar o que poderia estar acontecendo com Dani.
O dia passou lento, mas finalmente terminou. Inventei uma desculpa e fui para casa de uniforme mesmo, sem tomar banho. Não podia me arriscar no vestiário.
Cheguei em casa e da garagem ouvi música alta. Certamente, bom sinal não era.
Ao entrar me deparei com Dani e Eliana bebendo, rindo e ouvindo funk. Dani nem curtia muito funk, isso era coisa da puta da Eliana.
Minha esposa veio ao meu encontro e me beijou, mas não na boca. Puxou minha cabeça e me deu um beijo na testa, perguntando:
- Eita, por que veio de uniforme?
- O vestiário tava cheio, não gosto de tomar banho naquele banheiro todo molhado.
- Tá, mas você não vai entrar assim com essa roupa suja dentro de casa. Tá com frescura daquele banheiro cheio de peão e vai sujar o meu banheiro? Nem pensar! Pode tirando a roupa aqui mesmo!
- Tá louca, amor! Olha a sua amiga aí!
- Ah, você a viu? Nem falou boa noite! Ou você não a viu ou está sendo mal educado com minha convidada. Vou preferir achar que você não viu. Não discuta comigo! Ah, e não é pra se animar não! é pra tirar a calça, o casaco e a camiseta, não é para ficar se mostrando.
Na hora eu gelei! Não podia fazer isso. A Eliana já me tratava como um viado. Se ela visse que eu estava de calcinha nunca mais me daria paz.
Dani sabia que eu obedeceria e nem ficou perto. Voltou para a sua amiga e eu comecei tirando meu casaco e minha calça, ainda tentando esconder a calcinha. Tirei rapidamente a camiseta, juntei tudo nas mãos na minha frente e conclui que se eu fosse esperto elas não perceberiam a calcinha.
Antes de alcançar o corredor a Dani me lembrou:
- Amor, pegou as roupas do Paulão?
Congelei e disse que estavam na bolsa no carro, eu já iria pegar.
Me distrai com isso, e ao me virar para ir para o quarto ouvi a Eliana falando:
- Uaw!!! Que linda!!!
Putx, estava tão bravo com ter que lavar as roupas do Paulão que acabei deixando a agora amiga da minha esposa ver a calcinha. Eu sabia, teria consequências.
Do banheiro, ouvi minha esposa gritar meu nome. A voz um pouco arrastada, denunciando que a bebida tinha feito efeito.
— Amor, terminou aí? Vai buscar as roupas do Paulão!
Não respondi. Apenas vesti a bermuda e fui direto até o carro. Peguei a bolsa de academia dele e voltei pra dentro. Passei por elas sem falar nada, mas a Dani apontou com o dedo:
— Máquina não, querido. Foi o que a gente combinou com ele?
Eliana completou, rindo:
— Era pra lavar na mão, fofo! A gente prometeu que ia mandar uma foto pra ele. Pra ele ver que você cuidou direitinho da roupa dele.
Fiquei parado, tentando entender se aquilo era sério. Mas Dani me encarou com uma mistura de riso e ameaça nos olhos, e eu entendi que não havia saída. Fui para o tanque. enchi de água e sabão, e comecei a esfregar.
As peças estavam todas lá: camisa, shorts e... a cueca. Ainda com o cheiro forte de suor. Dani se aproximou cambaleando um pouco, com uma garrafa na mão. Sorriu pra mim, tirou a calcinha que estava usando por baixo da saia e jogou dentro da bacia.
— Lava essa também. Quero minha calcinha cheirosa, que nem a cueca dele. Quero usar ela de novo amanhã.
Eliana gargalhou:
— Agora sim, vai ficar com o mesmo cheiro.
Ela me olhou firme, e eu desviei o olhar. Ela lembrava do primeiro dia, que tive que chupa-lo. Aquilo era um aviso.
Continuei esfregando em silêncio, tentando terminar logo. As duas tiraram fotos rindo, Dani mostrando a garrafa, Eliana apontando pra bacia. Não sei se mandaram ali mesmo, ou se deixaram pra depois. Quando terminei, estendi as peças na secadora e fui direto pro quarto.
Fiquei um tempo deitado, encarando o teto, tentando entender como tudo tinha chegado naquele ponto.
Não passou muito até eu ouvir a voz da Eliana chamando:
— Amor, vem me buscar. Passa lá e pega ele para ele falar um oi e buscar a bolsa!
Minutos depois, escutei a campainha. Dani foi atender. A voz dele preencheu a sala.
Era o marido de Eliana, com o Paulão.
Bommm