Amizade Perdida...? [Parte 1]

Ivan e eu, Anderson, sempre fomos amigos. Desde moleques. Éramos unha e carne. Fazíamos tudo juntos. Um completava o outro mais ou menos.
Até que um dia...
Estávamos indo jogar bola numa quadra longe de casa. Pegamos a bicicleta como sempre fazíamos.
Na metade do caminho ele derrapou ao desviar de um buraco na estrada e eu evitando atropelá-lo caí feio e machuquei o braço esquerdo. Ele desesperado vendo o sangue escorrendo do meu braço e pernas, ficou tonto e desmaiou. Puxei-o pra calçada e coloquei sua cabeça em minha perna e fiquei alisando seu rosto chamando-o sem parar. Uma senhora trouxe água e jogou um pouco nele o que o fez despertar. Ao acordar ele, descontrolado, ficou perguntando se eu tava bem. Disse que sim e ele beijou meu rosto pedindo desculpas.
Achei muito estranho aquele beijo, mas até gostei.
Ele queria voltar pra casa para fazer curativos, eu não quis. Falei pra irmos numa pracinha próxima e bebermos um refrigerante. Ivan não quis, mas eu o forcei a atender meu pedido.
Na praça abrimos duas cocas e sentamos no chão e começamos a conversar.
Só saía “Me desculpa!” de sua boca e eu mandando ele se calar, parar de ficar repetindo aquela lamentação desnecessária. “Não vai secar minhas feridas”
- Porque você me beijou? -Perguntei a certa altura.
- O que?
- Lá na estrada você segurou meu rosto e deu um beijo!
- Na sua boca? Eu não me lembro disso. Poxa, se eu fiz me desculp...(Não expliquei sobre o beijo. Deixei ele pensar daquele jeito mesmo!)
- Para de pedir desculpas, seu idiota. Por que você me beijou?
- Eu não lembro de ter feito isso.
- Mas fez!
- Não sei, acho que tava com medo de te perder. Caímos muito feio e você tava sangrando muito.
- E por isso você me beijou?
- Sei lá. Se aconteceu...
- Tem que ter um motivo.
- E eu já disse o por que!
- Então se eu tava vivo você me beija se tivesse morto você ia meter sua pica em mim?
- Porra, fala sério, And. A gente é amigo a muito tempo e, sei lá, não sei o que deu em mim.
- Não tô falando que foi ruim, mas foi um treco estranho.
- Tá, vamos parar de falar nisto então. Aconteceu? Tchau e bença. Não tem como voltar atrás!
- E se eu quisesse outro?
- O que? Você quer um beijo meu?
- Não tô dizendo isto, mas seu eu quisesse?
Ficamos discutindo isto por muito tempo e nos dias seguintes sempre aconteciam toques, sem querer, em locais estranhos. Algumas vezes na bunda, noutras próximos a virilha... ou talvez fosse eu que tivesse acordado pra isto a partir daquele momento.
Isto foi se repetindo e ficando mais intenso e próximos as áreas de fato.
E eu gostando cada vez mais.
Até que um dia, na casa dele, com a mãe fazendo o jantar ele voltou pro quarto enrolado numa toalha. Eu estava deitado na lateral da cama com fones no ouvido ouvindo músicas. Com as pernas e cabeça caídas pra fora da cama.
Ele tirou a toalha e aproximou-se da minha cabeça. Abrindo os olhos vi a cabeça do seu cacete e as bolas quase se encostando ao meu queixo. No susto me levantei acertando suas bolas com minha testa.
Ele berrou de dor caindo no chão pelado, segurando o playground.
Pulei da cama e sem maldade tentei segurar suas bolas pedindo desculpas.
- Você quer me matar, seu idiota?
- E você tá querendo fuder a minha boca?
- Tava!
- O que?
Caí sentado no chão com os olhos pulando pra fora pelo que ele havia dito.
A mãe dele entrou no quarto e por sorte estavamos do lado oposto da cama aonde ela não o via. Ele se enfiou pra debaixo da cama e ela perguntou o que tinha acontecido.
Expliquei que ele havia batido o joelho na cama quando pulou pra cima dela. A mãe, dona Olga, falou que era bem feito. Que aquilo não era trampolim pra ninguém ficar pulando e voltou pra cozinha sem sequer perguntar por ele.
Depois de alguns minutos sai ele debaixo da cama com as mãos nas bolas dizendo que eu havia assassinado 10 milhões de possíveis crianças. Se ele ficasse estéril eu teria que pagar pensão alimentícia aos filhos que ele deixaria de ter. Que eu era um idiota,...
[Conitua