Garoto Eu Odeio Odeio Odeio Amar Você 54

Tudo começou quando eu estava na oitava serie e tinha um melhor amigo chamado Guilherme. Éramos inseparáveis e vivíamos colados um no outro. Eu sempre me senti diferente, não me sentia uma pessoa normal, eu meu coração batia de forma acelerada quando eu estava próximo a Guilherme, eu era uma criança não sabia quase nada sobre a vida, nunca havia beijado uma garota e logo me vi apaixonado pelo meu melhor amigo, certo dia estávamos na minha casa jogando vídeo game, isso era comum, todo final de semana estávamos ou na minha casa ou na casa dele. Quando terminamos de jogar, a gente se deitou na cama e ficamos conversando bobagens do colégio, e então a gente começou a se olhar, e ficamos em silencio, parecia que o tempo havia parado ali, quando de repente ele rouba um beijo, foi o meu primeiro beijo, não lembro ao certo se eu sabia beijar, ou se eu fiz certo, só lembro que foi bom, porém a vida adora pregar uma peça em mim, e meu pai infelizmente entrou no quarto na hora que estávamos nos beijando, ele não disse nada apenas nos olhou com muita raiva e saiu. Eu fiquei com medo e fiquei tenso, eu não sabia o que me esperava, o Guilherme não me disse nada, ficou calado e foi embora, só que ele não foi só embora do meu quarto, ele foi embora da minha vida.
Garoto Eu Odeio, Odeio, Odeio, Amar Você!
Quando eu acabei a oitava serie troquei de colégio, fui para um pior, onde todas as pessoas eram fúteis, eu sempre fui inteligente, sempre gostei de estudar, e sempre me senti diferente, depois do beijo do Guilherme eu disse para mim mesmo que eu era gay, só que nunca entendi o que aconteceu com o Guilherme, pois ele sumiu, e não deixou rastros, mas isso não importa agora. Meu primeiro ano no ensino médio foi terrível, os amigos que eu tinha só pensavam em riqueza, tênis da moda, festas e outras coisas, eu tinha um ciclo de amigos, mas eu não gostava, eu apenas fazia ouvir e falar uma coisa e outra, meu pai e minha mãe são ricos, na verdade eles são bastantes ricos, meu pai tem um exportadora, e minha mãe é uma conceituada arquiteta a nível nacional, eu sempre estudei nas melhores escolas, sempre tive tudo do bom e do melhor, e todos aos meus pés, mas isso não me deixava feliz, eu não gostava de ser taxado como o menino rico ou o menino minado, até acho que a gente nunca esta satisfeito com o que temos, é assim que eu penso, pois se eu sou rico, não estou satisfeito por ter dinheiro, e se eu sou pobre não estou satisfeito porque não tenho dinheiro, eu acho que o ser humano nasceu para reclamar, mas enfim, não vou enrolar e vou partir direto ao ponto. Quando acabei o primeiro ano eu disse a minha mãe que queria mudar de escola, e que não queria que o povo soubesse que eu era rico, meu avo era dono de uma escola, era uma das melhores da minha cidade, e então resolvi ir para lá, e tinha botado na minha cabeça que eu não iria mostrar para o povo que eu era rico ou coisa do tipo, iria tentar ser uma pessoa normal, e foi justamente nessa escola que a minha vida mudou, mudou para melhor e mudou para pior, foi nela que eu conheci o grande amor da minha vida, se antes eu achava que o Guilherme era o amor da minha vida, eu estava enganado meu grande amor tinha um nome e se chamava Lucas, ele era meu chara, pois eu me chamava Lukas, só que com K.
[Amor a primeira vista]
Eu estava na minha escola nova, não conhecia ninguém era um completo estranho, eu e meu irmão mais novo Fernando Junior chegamos, e fomos procurar nossas salas, eu como bom irmão mais velho fui deixar ele na sua sala e depois fui para minha, me sentei na cadeira do meio e fiquei observando quem entrava e quem saia, já existiam alguns grupos era visível isso, porém eu me mantive confiante, eu sempre fui muito confiante e muito determinado. Eu estava folheado um livro quando de repente ele entrou pela porta, nossos olhares se cruzaram pela primeira vez e eu senti um fogo queimar dentro de mim e meu coração começou a bater acelerado, ele era lindo, era alto, tinha um cabelo comprido, um sorriso encantador e um olhar que me deixou perdidamente apaixonado, foram coisas de segundos só que para mim parecia uma eternidade. Todo aquele calor que eu estava sentindo esfriou quando uma garota ruiva foi até ele e deu um beijo em sua boca, pensei essa puta deve ser a namorada dele.
Os dias foram se passando e meu amor pelo Lucas só aumentava a cada dia, só que eu não tinha coragem de chegar nele, ou de fazer qualquer coisa, nesse quesito eu era um covarde, tinha medo, talvez fosse trauma pelo Guilherme. O Lucas era popular na sala, ele era da liga de basquete, e andava com uma turma que eu tinha ódio, o Carlos, Marcos, Jeferson e outros, como eu era um dos poucos novatos que tinha na sala, logo fui alvo de bullying, por ser nerd e ser “pobre”, pois eu ia com uma farda antiga, e muitos pensavam que eu era bolsista e até hoje não sei como essa historia surgiu. O grupo do Lucas sempre tirava onda comigo, e eu me controlava ao Maximo para não explodir, e eu gostava disso em mim, pois eu sempre tive um autocontrole, nunca fui uma pessoa explosiva (gravem isso rs). No primeiro bimestre a professora passou um seminário, era para ser um grupo de cinco pessoas, só que me grupo tinha apenas três pessoas, Eu, Yan e Leticia, eu sempre gostei de seminários, sempre gostei de falar e sempre gostei de ter a atenção de todos, e eu conseguia isso, quando comecei a apresentar o trabalho todos se voltaram minha atenção inclusive a professora me olhou com um olhar diferente como se não imaginasse que eu fosse capaz de ta fazendo aquilo, dei uma olhada na sala rapidamente e notei que o Lucas me olhava com muita atenção, ele até então nunca tinha sido um aluno dedicado, sempre bagunçava ou conversava durante a aula
Certo dia eu acabei de esbarrando no Lucas, ele vinham mexendo no celular e não me viu, e acabou derrubando meus livros, foi o nosso primeiro contato.
- Desculpa Lukas, eu não vi você vindo estava distraído no meu celular
- Claro, como sempre você e seus amigos derrubam minhas coisas não é mesmo? – Falei em um tom rude.
- Eu juro a você que não foi de propósito não sou como meus amigos, eu nunca mexi com você.
- Você não precisa esclarecer nada, sei muito bem o tipo de pessoa que você e seus amiguinhos são.
Meu coração bateu tão acelerado que eu não me reconhecia, foi a primeira vez que a gente se falou, eu era um pessoa estranha, sim acho que estranho é a melhor forma que poderia me definir, o Lucas mexia comigo desde o primeiro dia de aula, e quando tive a oportunidade de falar com ele, de ter uma becha, eu me fechei, talvez isso fosse uma autodefesa minha, uma autodefesa automática.
Durante o segundo semestre duas coisas aconteceram, a primeira foi o termino do namoro do Lucas e da Camille, não sei bem o que levou o fim, mas comemorei muito, e obvio que até então eu jamais teria uma chance com meu amor platônico, afinal de contas eu nem sabia se chance eu tinha, pois ele era hetero, a segunda coisa que aconteceu de bom, foi um trabalho em dupla que minha amada professora de historia passou, só que não era um simples trabalho, era um trabalho em dupla e ela ia formar as duplas, e adivinha quem foi minha dupla? Sim o Lucas, por dentro eu fiquei eufórico, animado, gritava, mas não demonstrava nenhuma reação, talvez esse tenha sido meu grande defeito, ter me fechado, não ter demonstrado meus sentimentos, ter mentindo pra mim mesmo, hoje eu vejo como eu errei, como eu fui bobo, como fui criança, afinal de contas eu era uma criança ainda, tinha muito o que aprender. Após o anuncio da professora no final da aula o Lucas veio até mim:
- Então Lukas quando vamos começar esse trabalho? – Não falei nada, permaneci em silencio como se ele estivesse falando sozinho, e então ele falou novamente - Oh seu moleque tô falando com você, tá surdo?
- Não, infelizmente não estou surdo, que por sinal seria uma boa nesse momento não ter que ouvir suas grosserias.
Comecei a escrever no meu caderno em silencio, eu sempre fui bem dedico aos estudos, e sempre quis tirar as melhores notas, então rapidamente fiz um pequeno esboço do trabalho e expliquei para o Lucas:
- Eu pensei em fazer uma retrospectiva dessa década, falaríamos uma coisa que marcou cada ano, tipo, o plano real, o inicio do governo FHC, a queda do avião dos mamonas, uma novela que fez sucesso, e assim vai, o que você acha? - Disse ele num tom de intelectual.
- Acho fantástica essa idéia, você é grande gênio pelo visto.
- E você é um grande filhinho de papai mimado.
- Eu não sou assim, e vou provar pra você.
- É? Vai provar como?
- Durante esse trabalho, eu tenho basquete todas terças e quintas pela tarde, então eu acho que a gente pode marcar pelo menos dois dias da semana pra fazer o trabalho depois da aula, o que você acha?
- Acho uma boa, onde iríamos fazer o trabalho, na biblioteca daqui da escola mesmo?
- A gente pode fazer na minha casa, ou na sua se você preferir até porque fica melhor para pesquisarmos algo na internet.
- Verdade, você tem razão, eu prefiro que seja na sua casa pode ser?
- Claro, até prefiro.

[...]

Liguei para minha mãe e falei que iria fazer um trabalho na casa de um amigo, ela achou um pouco estranho, pois sabia que eu tinha poucos amigos, fui falar com o Lucas e disse que minha mãe havia deixado, e então a mãe dele foi nos buscar, quando entramos no carro ele apresentou a gente, e logo de cara reconheci sua mãe, ela trabalhava no escritório de arquitetura da minha mãe, era um braço direito, já tinha visto fotos, e uma vez na minha casa de longe, por um momento fiquei com medo de meu disfarce ir por água abaixo, mas ela não me conhecia. Fomos o caminho todo conversando, até que chegamos em sua casa, era um apartamento muito bonito, e muito bem decorado, em um bairro nobre, era enorme daqueles apartamentos que são um por andar, o Lucas me guiou até o quarto, e começou a tirar a roupa de costas para mim, foi então que comecei a ficar nervoso, mas não demonstrava meu nervosismo pois eu era muito forte, na verdade ainda sou muito forte. Foi então que ele se virou e ficou na minha frente só de cueca e disse:
- Quer uma roupa minha emprestada pra você ficar mais a vontade? - falou dando uma apertada no pau.
- Não obrigado, não precisa, estou bem assim – Falei ficando vermelho feito um pimentão
- Tudo bem então.
Ele então se vestiu e fomos almoçar, durante o almoço conversei mais com a mãe do Lucas, ela era muito divertida, com certeza não seria uma sogra chata. Durante o almoço falei que o Lucas não era meu amigo, e que os amigos deles viviam pegando no meu pé, o Lucas não ficou muito feliz com a idéia. Quando voltamos para o seu quarto, ele tentou brigar comigo mas não dei ouvidos, fiquei sentando na escrivaninha que tinha em seu quarto e fiquei pesquisando, estávamos em silencio cada um fazendo sua parte do trabalho até que ele vem até onde eu estava e fecha a tampa do notebook.
- Me fale mais sobre você. – Falou o Lucas.
- Não quero falar, já disse, quero terminar essa porcaria de trabalho.
- Nossa como ta estressadinho.
- Estou mesmo, quanto mais rápido me livrar de você melhor.
- Você fala assim, parece até que sou um monstro.
- E você é.

[...]

Ficamos discutindo feito duas crianças, até que ele tocou num assunto delicado:
- Você ta afim de alguma menina lá da sala?
- Não.
- E de algum menino?
- Talvez. – Sorri olhando pra ele.
- Então você é gay?
- E se eu for tem algum problema pra você?
- Não claro que não, se você me deixar eu comer seu cu tudo bem.
- Engraçadinho você, até parece que se eu fosse gay iria dá o cu pra um playboy de merda como você.
Levantei a tampa do notebook, e voltei a me concentrar no trabalho, durante a tarde ele tentava puxar papo comigo, mas eu não dava brecha, como disse anteriormente era minha autodefesa. Terminamos o trabalho e ele me levou até a portaria e disse onde ficava o ponto de ônibus, assim que ele entrou no prédio liguei para meu pai e pedir que fosse me buscar. Quando cheguei em casa recebo um sms do Lucas:
- Chegou em casa?
- Sim.
- Gostei de hoje, acho que poderíamos ser amigos.
- Pesquise mais a fundo sobre o plano real ok?
- Porquê ta mudando de assunto?
- Não acredito em você, tenho que desligar, vou estudar e dormir, até amanha.
- Até.
Fui dormir feliz, tinha sido uma tarde incrível, e acho que foi ai que tive esperanças, mas não esperança de poder beijar ou namorar ele e sim talvez uma esperança de sermos amigos.

[continua...]

~

Então gente, estou recontando a historia pela visão do Lukas, não pretendendo contar tudo, pois se não vai ficar enorme, vou só falar alguns pontos, para preencher algumas pontas soltas e vocês conhecerem um pouco como é a personalidade do Lukas, talvez esses capítulos sejam uns 05 ou mais, vai depender do feed de vocês, e é isso! Espero que estejam gostando.