Uma decisão difícil eu teria que tomar. Já havia tentado, e muito, parar de me sentir atraído por homens. Procurei por mulheres durante boa parte de minha juventude. Relacionei-me com elas. Fiz sexo com as meninas. Mas nada de conseguir parar de sentir calafrios diante de um homem. E muito mais ainda, diante de um homem de pau de fora, no banheiro. Juro que me contive muitas e muitas vezes para não agarrar o mastro do cara que mijava ao meu lado. E não só agarrar, mas também abocanhar. Minha vida estava se tornando insustentável, tamanho o conflito emocional que se estabelecia em mim. Falei com psicólogos e outros terapeutas comportamentais, só que nenhum deles conseguiu me convencer de nada, e muito menos mostrou um caminho para eu ser feliz. Já estava odiando aquilo tudo. Confesso que até cogitei acabar com aquele calvário, acabando comigo. Mas apesar de todo o meu tesão por homens, eu nunca havia dado meu cuzinho para ninguém. Tinha medo e vergonha, dois sentimentos que me consumiam. No meio do sofrimento, procurei na internet um foro de debates sobre o assunto, tendo rapidamente me apaixonado pelo cara que trocava impressões virtuais comigo. Ele era da minha cidade, afirmava trabalhar em determinada loja de um Shopping Center e me passou uma série de características suas, para que indo àquele endereço eu pudesse confirmar que ele era uma pessoa real, e não apenas um nome masculino em um sítio de internet. Fui lá e conferi. Sim, aquele homem aparentando meia-idade devia mesmo ser o meu “caso” virtual. Confirmei para ele que o havia identificado com as dicas que ele próprio me dera. Combinamos um horário, no dia seguinte, para nos encontrar na Praça de Alimentação do Shopping. Passei minhas características pessoais básicas para ele. Peguei meu kit mulher (calcinha, saia, blusa, camisola, batom, maquiagem e perfume provocante) e fui feliz da vida para o encontro, torcendo para que não entrasse numa gelada. Quando cheguei ao local combinado ele ainda não estava lá. Escolhi uma mesa e tomei assento. Não fiquei sozinho por mais de cinco minutos. Douglas (seu nome) chegou, se apresentou, pediu licença e sentou-se do meu lado. Tremi inteiro. Ele percebeu minha emoção e, discretamente, segurou minha mão por algum tempo. Senti enorme vontade de beijar aquele homem ali mesmo, mas me contive. Tomamos alguma coisa e saímos direto para o seu apartamento, localizado perto dali. Até que enfim, eu iria exercitar minha verdadeira sexualidade. Ainda restava um pouco de medo e vergonha, mas Douglas era carinhoso e experiente. Um “velho” gay ativo, como ele próprio se denominou. Saí do banheiro vestido de mulher, femininamente maquiado e perfumado. Douglas me abraçou, beijou e conduziu-me para seu quarto. Deixou-me totalmente à vontade, me despiu das vestes femininas, lubrificou bem o seu pau e o meu cuzinho e me penetrou com enérgico cuidado. Deu-se ali minha primeira transa com um homem. E ela foi estimulante, gostosa e, sobretudo, fez com que eu, pela primeira vez, me sentisse uma fêmea de verdade. Adorei aquela experiência. Definitivamente naquele momento eu tive a prova cabal e final de que a minha natureza emocional e sexual é feminina, apesar do equipamento externo. Gostar de homem, para mim, é determinação genética. Douglas confirmou-me isto com seu bonito e quente mastro. E melhor ainda, ele me introduziu no seu grupo de homens que transam com homens. Sem ciumeiras ou coisas assim, Douglas tem-me apresentado a outros homens ativos, com os quais venho me realizando incrivelmente como fêmea. Todos os que até agora conheci e com quem transo, me respeitam profundamente como ser humano e fazem questão de estar comigo sempre que tenho tesão e disponibilidade. O que ocorre com elevada frequência, aliás. Procurei por um homem para me foder, e hoje tenho vários deles ao meu dispor. Um mais gostoso que o outro na cama. Meu medo e minha vergonha foram embora, dando lugar ao prazer e à alegria de viver a vida com a qual a natureza me dotou.
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