Lindo

Estava passando pelo Augusto Severo a noite. Esta avenida fica na Lapa, no Rio, e é um lugar onde ficam travestis desde o anoitecer. Alguns na esquina do beco dos Carmelitas. Gosto de parar e chamar um deles, o que me atrai mais, e pergunto como é o programa. A resposta é sempre “sou completa, ativa e passiva”. Quero saber de seu pau, eles sempre dizem o comprimento e se é grosso ou não.

Desde que comecei a andar com homem parei de sair com travestis. Não me agrada muito pagar por sexo. Mas eu comecei a ter relações sexuais com homens transando com travestis. É comum homens casados saírem com eles, é como se não estivessem saindo com um homem. Pelo menos é como eles se justificam. Segundo os travestis, quatro em dez querem dar a bunda, os outros querem comer.

Entendam, quando comecei a sair com eles, tem muitos anos, não havia internet e bissexuais com vontade de homem não tinham muitas opções. Ou se ia a um lugar “gay” e se paquerava ou se pagava um michê travesti. Ir a lugares de “gay” era um risco para alguém discreto, pois sempre se podia encontrar pessoas conhecidas. E muitos viados adoram dizer para muita gente "sabe o fulano? Ele é viado enrustido”. Acho que por isto se desenvolveu tanto a coisa do travesti.

De início eram poucos os que usavam silicone para crescer o peito, a maioria apenas se vestia de mulher e tomavam hormônios de vez em quando. Estes ficavam com formas femininas suaves, como de adolescentes. Na verdade, não me agradam peitos siliconados, de homem ou de mulher. Mas ao tempo que andava com eles, silicone era mais raro e dava para escolher.

Como dizia, passava pela Avenida, mais para olha-los quando vi um rapaz. Digo rapaz porque vestido de puta, não parecia ter seios. E ele era um louro lindo. Perguntei o de sempre e fomos para o hotel Passeio, especializado em travestis.

Naquela época, ainda no início da epidemia de AIDS, o hotel não fornecia camisinhas, se você não as tivesse tinha que pedir e pagar. Então subimos para um quarto e fiquei tocado, ele era mesmo muito bonito, um pelo ralo pelo corpo e um pau grande e bem formado. Não tinha formas femininas, era um viado como eu.

Começamos a nos beijar e se esfregar, eu manuseando sua pica todo o tempo. Estava como em estase, os dois com o pau duro se abraçando, esfregando e beijando.

Beijei seu corpo todo, começando pela boca, orelha, pescoço, descendo pelo peito e barriga até chegar ao pau. Gosto de começar pegando apenas a cabeça com a boca e passando a língua. Depois vou descendo pelo corpo da pica até os culhões, que pego um e depois o outro chupando e colocando na boca. Volto passando a língua com força até a cabeça, volto a botar na boca e aí engulo e movimento para frente e para trás, sentindo o pau na garganta. Os homens adoram.

Já muito excitados ele perguntou,

- Quer botar em mim? Ou quer que eu coma você?
- Tem camisinha?

- Não, mas posso ir à portaria pegar.

Não sei por que, mas disse que não. Estranho, pois estava louco para dar para ele. Mas acho que a excitação era tanta que não queria parar. Então continuei chupando-o e comecei a me masturbar. E o orgasmo não demorou, ejaculei muito em cima dele, sem tirar seu pau da boca.
Bem, depois que ejaculo, volto a ser hétero. Quer dizer, fico deliciado pela relação com homem, mas perco o tesão.

Paguei e sai. Ele estava com cara de frustrado, não chegou a gozar. Na época eu chupava, mas não deixava esporrarem em minha boca. E poucas vezes tinha dado a bunda. E ele nem tomou no cu, nem me comeu ou gozou na minha boca.
Fiquei meio frustrado depois. Voltei muitas vezes, mas nunca mais o encontrei. Mas nunca o esqueci.