Ele é um quarentão atlético, forte e grande feito um armário. Deve ser um dos caras maiores e mais altos que eu conheço, daqueles que te intimidam só de dividir com você o mesmo metro quadrado. Especialmente pra mim, um twink de 30 anos, imberbe e com cara de mais novo; baixo e magro, o oposto daquele homenzarrão.
Grandão e gentil: me ofereceu ajuda diante do meu estado desorientado de novo morador. Carregou minhas malas e descolou um colchão inflável quando que soube que eu ainda tava sem cama e sem colchão. Nos dias que se seguiram, me ajudou com as persianas, com o fogão, com a estante, o sofá e a tevê. Fazia tudo com a maior facilidade, fazendo tudo parecer mais simples.
Nas primeiras semanas, com a chegada dos móveis e da mudança, nos víamos praticamente todo dia. Às vezes acontecia de ele também me interfonar pra saber se eu queria algo do mercado ou da padaria. Trocamos os apertos de mão por abraços antes do fim do primeiro mês. Mas aí a mudança foi dando lugar à rotina, e a gente agora só se esbarra por acaso.
Percebi que sinto falta dele, mas fazer o quê? Deixei pra lá. O homem é casado, nada a ver eu imaginar que podia rolar qualquer coisa entre nós. Não viaja! Ele tava sendo um bom vizinho, só isso. Até que, dia desses, encontrei ele de novo. Dessa vez, acompanhado da mulher e da filha adolescente, na garagem do prédio.
- E aí, vizinho, como tá a casa nova?
- Tá tudo indo bem. Só a cama que ainda não chegou, mas não deve demorar. Não aguento mais dormir no colchão inflável. Prometo devolvê-la assim que puder.
- Haha, sinto muito! Você deve estar todo quebrado. Não se preocupa em devolver o inflável, não. E escuta: se você precisar de ajuda quando a cama chegar, é só chamar!
Dois dias depois, a cama chegou. Impossível montá-la sozinho. Eu realmente precisava de ajuda e não deu outra: tive de bater na porta do vizinho. Fora a necessidade, nunca mais teria uma desculpa tão boa como aquela pra tê-lo como convidado. Toquei a campainha do 501 e ele topou sorrindo, simpático, com cara de "deixa comigo que eu faço".
Apareceu na minha porta dois minutos depois vestindo uma camisa branca e uma bermuda de malha. Dava pra ver melhor do que nunca as coxas e a bunda torneadas pela malhação. O pacote, folgado, parecia querer escapar, era como um letreiro escrito "me olhem, tentem me tocar". Além disso, trazia uma caixa de ferramentas e um engradado de cerveja.
- Essas aqui são úteis, mas as que funcionam de verdade são essas outras, falou e explodiu numa gargalhada.
Era sexta-feira e Deus sabe como eu também tava precisando de uns gorós pra variar. Começamos a beber e fomos relaxando. Ele parecia saber muito bem o que tava fazendo. Pedia ajuda pra segurar uma barra ou um estrado, mas fez praticamente tudo só. A montagem do móvel tava fluindo muito bem. Mais do que isso, nossa intimidade também.
Havia uma tensão latente no ar. Nossos papos eram permeados pelo frisou dos toques ligeiros de mãos passando cervejas e chaves de fenda. Fora as breves encoxadas cheias de significado, mas dissimuladas de inocência e acidente naquele jogo eterno de monta, parafusa e encaixa. Tudo virava pretexto pra gente se encostar.
Apesar do álcool, ele não ultrapassou nenhum limite e eu também não queria forçar a barra. Tinha certeza de que íamos ficar naquela brincadeira inocente até o fim da montagem da cama, e tudo acabaria ali. Rimos muito, falamos de tudo um pouco, ouvimos música. Já eram duas da manhã quando a cama finalmente ficou pronta.
Ele me ajudou a por o colchão recém-desembalado sobre o estrado. Depois, arrematamos com o lençol e os travesseiros. Quando não faltava mais nada, eu, já bem alto por causa das cervejas, me joguei na cama, entre agradecido e aliviado, pensando na primeira noite de sono decente que se anunciava.
- Hehe, isso aí garoto. Tem de fazer o test-drive. Será que ela aguenta nós dois?
Disse isso se se jogou ao meu lado. Seu corpo pesado me fez cair um pouco pro seu lado. Fiquei colado nele, sem coragem de sair do lugar.
- Parece que sim! Fizemos um bom trabalho, hein?, eu respondi. Ela nem rangeu!
Nossas cabeças já estavam bem próximas, nossas vozes, mais baixas.
- É, parece que é bem firme. Mas tem mais um teste, e esse é essencial.
- Qual?
Não esperou eu perguntar e me beijou na boca.
********************* (Essa é uma história real. Tenho tentado preservar identidades, mas tudo aconteceu conforme eu contei. Se você chegou até aqui, brigado por me ler! Tô adorando compartilhar minhas aventuras sexuais. Se você gostou, comenta, compartilha, diga o que tá bom e o que não tá. Eu prometo mandar ver na segunda parte em breve!) *********************
Voto mais que merecido!!! Excelente texto, bem escrito, gostoso e excitante... Faça uma visita em meus contos tbm...
A sua escrita é fluída, gostei.
delicia de conto e foto
Votado - Está bom, mas quero mais!
A história tá ótima, bem contada e com um enredo de dar tesão... Se possível na parte 2 coloque nudes do seu cuzinho e da rola dele... Já que é tudo verídico haha.