(Uma semana depois)
Estava animado para o começo das aulas, iria cursar Medicina e não via a hora de conhecer pessoas novas. Durante aquela semana não vi mais o policial gostosão e intimidador, Junior havia viajado, sem nada para fazer decide conhecer o Shopping mais perto de casa. As vitrines me deixavam babando, comprei um sapato e uma calça jeans. A barriga roncou e decide ir comer um lanche na praça de alimentação. Passei em um restaurante de comida japonesa, sentei em uma mesa perto da vitrine que dá visão a praça.
Focado em devorar aquele prato em dois tempos fui interrompido por uma presença um tanto quando agradável, era ele. Sorri contente até ver outra pessoa ao seu lado.
Era uma mulher linda por sinal, uma loira dos olhos verdes, um corpo bonito, lábios bem contornados e o único defeito: uma voz chata. A mulher já entrou reclamando de tudo.
O policial tomou um susto quando me viu, ficou branco feito papel. Eu prontamente o ignorei e me concentrei no meu prato, percebia seu olhar constante mais procurei disfarçar a minha curiosidade em admira-lo. Ele estava muito charmoso, sua camisa estava colada ao seu peitoral musculoso, as tatuagens desciam pelo braço direito. Os lábios carnudos e aquela pica enorme amolecida entre suas pernas. Queria admirar aquela delicia por mais tempo, porém ele poderia se ofender e querer tirar satisfação. Nos olhamos pela última vez mas não tive coragem de sustentar o olhar, baixei a cabeça e o vi rindo por conseguir demonstrar a sua superioridade. Essa minha atitude de fato o deixou satisfeito.
Paguei a conta e sai do restaurante, estava apertado fui direto ao banheiro. Entrei no banheiro mais afastado e vazio que tinha, estava só até outro carinha entrar e ficar num mictório próximo onde estava. Ele era alto, um pouco forte, tipo ursão devia ter uns 45 anos.
- boa tarde delicia...- fingi que não era comigo.
- o gato comeu sua língua, em? Sei de algo que pode fazer vc de fato ficar sem falar, minha pica na sua goela.
Senti nojo dele, terminei de mijar e quando estava lavando a mão mais 2 caras entraram no banheiro...
- essa putinha tá se fazendo de difícil rapaziada. - os caras deram risada. - bora mostrar quem é que manda.
Me pegaram pelo braço, outro tentou me beijar a força enquanto o ursão começou a tirar minha roupa.
-socorro, me larga, sai desgraça. - comecei a chorar de desespero. Eles começaram a dar tapas em minha bunda e elogiar por ser tão grande. Comecei a me debater, um deles me deu um tapa forte no rosto, mesmo assim comecei a gritar.
Do nada só vi um deles voarem para longe, outro tomar uma joelhada na cara e o ursão dois murros na cara, era ele, o policial!
- qual deles bateram em seu rosto? - falou pausadamente serrando os dentes. Apontei para o carinha que me deu um tapa forte. Os socos foram forte, o cara gemia de dor e os outros nem se mexeram do lugar, o policial além de ser bem alto, era incrivelmente forte.
Ele pegou meu braço e me colocou atrás dele, agarrei sua cintura o mais forte quanto podia, estava tremendo e soluçando.
- gostam de pegar garoto indefeso não é? Os três vão virar mulher de presidiários.
Pegou a arma e mandou eles ficarem num canto enquanto fazia uma ligação.
- fique aqui no canto que eu vou te proteger
- não não - falei ainda chorando com os braços em volta de sua cintura. Eu não estava raciocinando direito, só tinha uma certeza, somente ele poderia me proteger e que eu podia confiar.
Depois de um tempo policiais armados entraram no banheiro algemaram os caras.
- ele precisa fazer o exame de corpo de delito e prestar uma queixa. - falou o policial fardado, não o que eu estava abraçado...
- eu vou acompanhar ele
- e sua namorada, deixou ela sozinha? Deixa que eu pego um Uber e vou.
- já falei que eu irei e ponto final.
E assim fizemos, fui fazer o exame primeiro, e depois fomos até a delegacia na qual fui ouvido pela delegada.
- delegada ele que me salvou, não sei o que seria de mim se aqueles caras conseguissem o que queriam.
- pois seja eternamente grato a ele, pois nem todos tem um final feliz como o seu.
Terminamos as burocracias e sai da delegacia. O policial gostosão estava do lado de fora com aquele outros , que abordou Junior.
- eu já estou indo. Obrigado por tudo o que fez! Não precisa me levar já te dei bastante trabalho...
- eu te levarei.
- não precisa
- mais eu quero. - o autoritarismo que ele exercia me deixava irritado. Ele parecia o meu pai, e falando em meu pai ele nem pode sonhar o que aconteceu, provavelmente ele viria aqui na mesma hora e não descansaria enquanto não acabasse com a raça daqueles miseráveis.
- como é seu nome? Já nos encontramos um par de vezes e não me disse...
- pra quê quer saber? Eu não quero namorar com você! - respirei fundo e evitei olhar para ele por todo o caminho. Não entendia qual era a necessidade dele me tratar daquela forma, desde o primeiro dia que eu o vi sou tratado daquela forma rude e autoritária. Ele pareceu ter se arrependido pois logo falou
- Gustavo, desculpas pelas atitudes grosseiras.
Mesmo assim não o respondi, não sabia se ele estava afim de falar comigo ou não. O melhor era não arriscar. Chegamos em frente a minha casa:
- obrigado por ter me salvado daqueles caras. E desculpas por tirar você do passeio com sua namorada.
- quem te informou que ela era minha namorada?
- sei lá, e mesmo assim não é da minha conta.
- espero que fique bem e evite andar por aí sozinho, ao menos convide o seu namorado.
- que namorado?
- o pivete que estava com você no dia da abordagem.
-Junior? Ele é apenas um bom amigo.
- cadê seu celular?
- pra quê?
- da para fazer o que eu mando? - fiquei intrigado mais dei. A foto de capa era com meus pais.
- esse cara não é estranho. Creio que já o vi. - talvez conhecia meu pai visto que ele era uma figura pública por ser coronel e o mais cotado para assumir o cargo de comandante geral da PM naquela época, não iria falar a ele sobre isso, nunca gostei de ganhar vantagem por meu pai ser um policial respeitado. Na verdade se meu pai soubesse a maneira que fui abordado naquele dia provavelmente ele estaria lascado. Só que Gustavo ganhou ponto por ter me salvado.
- são meus pais
- esse é meu número, caso precise de algo é só ligar. Coloque o seu aqui para eu saber que é você caso precise me ligar.
- não entendo sua variação de humor, uma hora me trata bem outra só falta me agredir.
Ele suspirou mais ficou calado. Por um tempo fiquei olhando seu rosto, seus lábios e aquele corpo musculoso logo ao meu lado. Estava hipnotizado mais uma vez por ele, despertava os sentimentos mais confusos existentes. Não sei o que me deu, tirei o cinto de segurança e pulei em seu colo mesmo estando em um carro. Estávamos nos entre olhando, nossa conexão era evidente, a respiração estava acelerada, meu corpo estava encaixado no seu. A pica dele roçava na minha bunda e isso já estava me levando a loucura. Ele estava ofegante e assustado com a minha atitude, quando eu me movi para encostar meus lábios nos dele algo estranho aconteceu. Gustavo me empurrou com força que bati as costas no volante, doeu bastante, mas o que ele me disse doeu de nada mais.
- eu não sou de sua turma viado do caralho. Saia do meu carro agora. Gente que nem você me dá nojo, nunca que eu vou beijar sua boca imunda.- falou gritando alto.
Eu fiquei atordoado com isso, não sabia como reagir. Embora ele estivesse me tratando daquela forma, eu jamais beijei um homem na vida. Sério, nunca tive uma vida amorosa com quem quer que seja. Sempre fui do tipo apaixonado que sonha com um amor duradouro, e ele foi o único a despertar meus maiores sentimentos ainda escondidos.
Não segurei choro ainda em seu colo, chorei por julgar o que eu fiz a pior coisa do mundo, chorei por ter sido rejeitado pelo homem a quem julguei ser o mais atraente que um dia eu já tinha conhecido. Aquela armadura que ele sustentava de homem intimidador transformou-se em preocupação. Estava saindo do carro quando ele pegou no meu braço apertando forte querendo falar algo. Talvez si desculpar pelo que falou ou me desmoralizar ainda mais. Eu não estava em condições de ouvir nada. Só queria me livrar dele! Saído carro e fui em direção ao portão para abri-lo, Gustavo ainda ficou no carro me observando, mas não tive coragem de confronta-lo e nem exigir que se retrata-se por eu não ser nada daqui que ele falou. Não queria ouvir mais nada. A desgraça da chave teimava abrir o cadeado do portão. Com muito esforço consegui entrar e antes de me trancar dentro de casa ainda o vi me chamar no portão.
- Otávio, abra o portão agora
- vá se foder filho da puta, quem tem nojo de você sou eu, hipócrita. - falei batendo a porta.
Continua...
AGORA ENTENDI O ENREDO! MUITO INSTIGANTE. MUITO BOM DE LER. PENA TER QUE ESPERAR O PRÓXIMO CAPÍTULO. ADOREI MUITO!
continua, muito boa a história