Após conseguir ser aceito no Mosteiro como serviçal, eu precisava passar por alguma espécie de treinamento antes de começar a trabalhar, provavelmente conhecer o lugar, que tarefas precisaria realizar, coisas assim.
O monge que me recebeu fora do Mosteiro, Mestre Zelador, cujo nome era Oleandro, me acompanhou até uma sala que mais parecia uma biblioteca, de tantos livros que continha. Ele me pediu para sentar em uma cadeira, e em seguida me fez um monte de perguntas. Perguntou o quanto eu havia estudado, quais as tarefas que eu havia desempenhado. Procurei ser genérico, dizendo que tinha terminado o colégio mas não entrado em Universidade ( o que não era verídico), que havia trabalhado em escritório, ajudante de cozinha em lanchonetes, feito serviços gerais... na verdade, eu tinha experiência com computadores, sabia cozinhar, e, morando em uma casa, sabia lidar com encanamentos, parte elétrica, manutenção.
Depois, ele me pediu para ler uns textos que escolheu em alguns livros, todos eles relacionados a esoterismo, e me perguntou o que eu havia entendido. Certamente para ver se eu não era um analfabeto funcional.
- Eu estou curioso. Você é um homem culto. Como veio parar aqui, nas condições em que estava?
- Bom... fiz umas escolhas erradas na vida. Mas acho que trabalhar aqui, longe de más influências e outras coisas nocivas, pode ser melhor para mim.
- O Destino às vezes nos faz chegar ao lugar certo. Não sei se realmente é o caso, mas se quer fazer algo diferente do que já fez antes, longe do meio urbano, então talvez você se encontre aqui. Então, ele fez uns gestos estranhos, apontando para mim. Eu, obviamente não tendo a mínima ideia do que era aquilo, fiquei parado.
- Isso quer dizer alguma coisa?
- Foi um teste. Se você fosse um Mago rival, saberia o que é e reagiria imediatamente.
- E essa séria de gestos pode ferir alguém?
- Se você fosse alguém com uma energia negativa muito grande, sim.
- Ah, mas eu não tenho nada disso.
- Nesse ponto você se engana. Senti uma energia diferente em você. Mas você me parece sincero, quer mesmo trabalhar aqui. Você não tem ninguém fora daqui que seja importante para você? Alguém que possa fazer você largar o trabalho e voltar para ela? Ou ele?
- Ah não. Não há ninguém lá fora que eu tenha interesse em rever ( E eu falava a verdade, minha esposa estava dentro do Mosteiro ).
Nesse instante, percebi que a Verdade pode ser dita sem revelar tudo. E, mesmo falando a verdade, eu ocultava o que era mais importante para mim. E o Mestre Zelador percebeu que eu falava a verdade.
- Acho que você , tendo seu grau de instrução e cultura, deve fazer mais que apenas varrer o chão e ajudar na cozinha. Mas vai ter que fazer isso por alguns dias. Vai ajudá-lo a relaxar a mente e conhecer as áreas onde é permitido que você circule.
Era bem isso o que eu queria, conhecer por dentro o Mosteiro e, enquanto isso, traçar uma estratégia para libertar Claudia.
Após mais uma série de instruções, eu poderia começar por varrer e limpar os corredores e salas que estivessem desocupadas. Eu não podia abordar nenhum dos Adeptos, Sacerdotisas, Mestres ou mulheres nuas que estivessem circulando. Nesse ponto, ele me explicou que a nudez naquele lugar seria comum, e que eu não deveria ficar encarando ou parar o que estivesse fazendo para ficar observando o que acontecia nas salas, exceto se me fosse ordenado por um superior.
- Existe uma hierarquia aqui dentro. Com o tempo, vai ficar mais fácil para você, já vi que é inteligente. Existem vários Graus , ou Degraus, eu, por exemplo, sou um Zelador. Sou responsável pela segurança e manutenção deste lugar, bem como da instrução esotérica básica daqueles que tiverem interesse em aprender.
- Esse lance da energia e outras coisas que li há pouco.
- Isso mesmo. Mas eu tenho a impressão que você sabe mais do que está dizendo.
- Bom, eu li algumas coisas em revistas e na Internet. Mas foi tudo superficial, e tem tanta coisa...Feng Shui, Tarô, Astrologia, médiuns, espíritos, OVNIS, as pessoas que dizem que os alienígenas virão salvar a humanidade...
- E o que você pensa a respeito disso?
- Dos alienígenas? Eu tenho quase certeza que, se vier uma frota de naves estelares para a Terra, o melhor vai ser fugir para as florestas , porque certamente a humanidade terá o mesmo destino dos povos indígenas quando ocorreu a colonização Portuguesa e Espanhola nas Américas.
- Mas e se forem realmente seres evoluídos, muito mais que nós?
- E os Portugueses e Espanhóis não eram mais evoluídos, quero dizer, em termos de literatura, tecnologia, e mesmo armamentos?
- Diferentes sim, mas mais evoluídos, isso é questionável. Com armas mais poderosas, é óbvio. Mas... e se os alienígenas já estiveram aqui, há milhares de anos, talvez milhões?
- Ah, o Senhor se refere à Atlântida, Lemúria, a Cidade Perdida de Z...
- Então você leu a respeito?
- Eu lia muito quando era mais jovem. Depois, o trabalho diário me deixou quase sem tempo.
- Pois aqui, suas atividades vão incluir a leitura de livros. Não queremos apenas explorar o trabalho de quem nos serve. Quem tem condições irá estudar e, se for verificado que pode evoluir na Hierarquia, assim será.
- Interessante. Acho que é algo parecido com os mosteiros budistas , não tenho certeza.
- Hum... João, você pode começar amanhã. Vai receber seu Manto, terá seu armário e um quarto para dormir, com uma escrivaninha e estante para livros, na ala dos funcionários.
Em seguida, ele me acompanhou até lá, e me mostrou meu quarto. Felizmente, os quartos eram individuais, apenas os banheiros eram coletivos. Obviamente, o estado deles dependeria do capricho que nós, serviçais, tivéssemos com eles. Felizmente, estavam bem limpos, e os chuveiros tinham água quente . Por sorte, os boxes eram individuais, então se aparecesse alguém , não veria as marcas das chicotadas da Sacerdotisa Astra, que ardiam bastante. A danada bateu com vontade.
No dia seguinte, recebi a tarefa de varrer e limpar os corredores e salas. Recebi um diagrama das áreas onde eu deveria limpar. Havia também alguns corredores marcados com um “X” vermelho, nesse dia eu não poderia passar por lá. A limpeza, então, seria em dias alternados.
Eu recebi um carrinho com as vassouras, panos de limpeza, balde, detergentes e desinfetantes, e o recipiente com saco de lixo grande. Eu não deveria questionar o que encontrasse nas salas, poderia haver secreções, excrementos, até sangue. Mestre Oleandro disse que mais tarde eu tomaria conhecimento das atividades que lá aconteciam, mas que a maneira com que eu me portasse seria essencial para garantir meu trabalho.
O que achei ótimo foi que, dada a insalubridade de alguns locais, eu teria que usar máscara e luvas. Assim, se eu cruzasse com alguém que tivesse me visto anteriormente na Pousada, eu dificilmente seria reconhecido.
As primeiras horas foram tranquilas, enquanto eu limpava os corredores, observava bem e memorizava pontos de referência. As salas eram parecidas, tinham armários com mantos, acessórios sexuais, chicotes, plugs anais e vaginais, lubrificantes, mesas de massagem com correias, com aquela onde eu estivera. Uma ou outra tinha óleo derramado, restos de esperma, e mesmo gotas de sangue. Tendo visto as festas do “Clube Secreto”, eu não me impressionei. Mas imaginei o trabalho que dava para o pessoal da limpeza, depois que toda a suruba terminava.
Mais tarde, passando por um outro corredor, ouvi ruídos em uma sala que não deveria estar sendo utilizada nesse dia. Peguei meu diagrama, era isso mesmo. Como outras, esta sala tinha uma janela espelhada pelo lado de dentro, então eu poderia ver o que estava ocorrendo.
Ali dentro estava acontecendo um ménage masculino. Dois homens estavam fazendo uma dupla penetração em uma mulher, em cima da mesa. Um deles estava deitado de barriga para cima, a mulher sobre ele, e outro por cima dela. O de baixo com o cacete na buceta, o outro penetrando o cu dela. Eles procuravam manter o ritmo , alternando os movimentos. A mulher, muito bonita por sinal, gemia e suspirava alto. Após alguns minutos ( eu não ousei interromper a festinha deles) , ela gozou forte.
-AAAAHHHHHHQUE GOSTOOOSOOOO!!!!
Ficaram assim mais alguns minutos, depois ela relaxou sobre o peito do homem que estava embaixo. Não vi os caras gozarem, talvez o controle do orgasmo masculino fizesse parte da prática. O de cima se levantou devagar, limpou o cacete com uma toalha de papel e jogou no chão.
Achei que deveria continuar meu trabalho, ou não terminaria os corredores, então bati na porta da sala.
- Desculpem, tenho que limpar a sala, hoje é dia de limpeza.
A reação deles foi de susto:
- AH NÃO !!!
- Olha gente, eu sei que não devia conversar com vocês, mas tenho que limpar aqui.
- POR FAVOR! Você não pode contar a ninguém o que aconteceu aqui!!!
Nessa hora, vi que eu podia aproveitar esta situação. Eles certamente estavam fazendo algo que não deveriam, então guardei bem os rostos deles. Como eu estava de máscara e luvas eles, ao contrário, não me reconheceria.
- Está bem. Não vou contar a ninguém.
A moça parecia especialmente nervosa.
- Olha, eu faço o que você quiser, mas não conte nada! Se alguém perguntar, você não me viu aqui!!
- Faz o que eu quiser?
- Faço.
Ela foi chegando perto e foi ficando de joelhos, como se quisesse pegar no meu cacete. Será que estava querendo chupar para me agradar?
- Não precisa, moça!! E a segurei com uma das mãos. Os dois homens foram saindo de fininho da sala, mas memorizei bem a cara deles.
- Mas eu faço o que você quiser! Por favor!
- Eu não quero abusar de você. Mas pode ser que uma hora dessas eu precise de um favor. Mas não vai ser sexo.
- Como assim?
Agora estávamos somente eu e ela na sala. Resolvi fazer uma proposta que talvez fosse útil no futuro.
- Bom... pode ser que eu precise que você me ajude um outro dia, mas não vai ser sexo, não se preocupe.
- Epa, o que é? Não posso me comprometer, não mais do que hoje.
- Eu posso precisar saber onde está uma pessoa que eu conheço, e talvez ela esteja em um lugar onde eu não tenho acesso ainda.
- Só isso? Quem é?
- Não posso dizer agora. Apenas me prometa que, se eu pedir sua ajuda, você vai dar.
- E aí você não conta nada?
- Não vou contar nada.
- Então eu prometo.
Ela saiu da sala, e observei bem em qual direção ia, em que corredor virou. A seguir, continuei meu trabalho. Ao limpar o chão, encontrei uma pulseira, ela deve ter deixado cair durante a suruba. Havia um nome gravado: Stella. Então, o nome dela era Stella, ou, se ela fosse lésbica, de sua companheira. Não... ela estava trepando com dois homens e gostando muito, deveria ser o nome dela mesma. Mas eu não podia ficar com essa pulseira, seria considerado furto. Fiquei pensando no que fazer com ela, enquanto limpava outras salas.
Não demorou muito, e ouvi passos ofegantes. Era a moça nua, de novo. Estava procurando por mim.
- Por favor, você não encontrou alguma coisa?
- A pulseira. Está aqui, Stella.
- Descobriu meu nome, leu o que estava escrito.
- Não se preocupe, não vou contar a ninguém.
- Ela saiu correndo de novo, as belas nádegas nuas balançando com seus movimentos. Uma bela mulher, mas não chegava nem perto de Claudia. Eu esperava que Stella pudesse, no momento certo, me dizer onde encontrar minha esposa.
CONTINUA