Carla - A Tímida Safada - II

Na semana seguinte, diante da correria que o evento do lançamento do livro exigia, Fabiano mantinha a cabeça ocupada e dava graças por isso, pois bastava desacelerar um pouco nas tomadas de decisões para que a lembrança de Carla povoasse sua mente e o que mais estranhava era o fato de que, embora tenha achado uma puta sacanagem da parte dela o ocorrido no sábado, suas recordações eram sobre os bons momentos que passara com ela. O humor inteligente, os comentários engraçados ditos de forma séria, porém, deixando nas entrelinhas o que realmente queria dizer. Também estava intrigado com as mudanças repentinas que observava ocorrer nela, pois em um momento ria de uma piada ou um comentário picante, no momento seguinte demonstrava uma timidez.
Ela era linda em todos os aspectos. A timidez que deixava seu rosto corado enquanto ela baixava seus lindos olhos azuis e sorria sem jeito era um convite para tomá-la nos braços e ficar fazendo carinhos suaves. O sorriso sedutor e provocante quando dizia algo malicioso já parecia um convite para um beijo naquela boca perfeita e o brilho nos olhos no momento do beijo era algo que o assustava, uma vez que não se lembrava de alguma vez ter ficado tão dominado por um desejo.
E o pior é que o desejo persistia. Lógico que a queria por inteiro. Sonhava acordado em tê-la nos braços e sentir a firmeza dos seios pressionando o seu peito sem a interferência da blusa e do sutiã e depois arrancar-lhe as saias e descobrir as formas e a textura das pernas que ainda não havia tido a oportunidade de vislumbrar. E as botas então?
“Parece até coisa encomendada” – Sempre tivera fetiche com mulheres usando bota e a bandida tinha que ir usando uma já no primeiro encontro. Lembrava-se de que planejara, ao chegar no motel, despir suas roupas, mas deixá-la ainda com as botas de canos altos, pois a saia que ia até abaixo do joelho cobria parte dela. Imaginando aquela linda mulher uma vez, uma garotinha deslumbrante em outras, usando apenas bota o deixava excitado e já se masturbara algumas vezes imaginando-a em seus braços ou deitado sobre ela, recebendo e dando prazer e abafando seus gemidos agudos com beijos naquela boca linda.
Pensando agora que perdera uma grande oportunidade de se entrosar com alguém. Fabiano era dado por aqueles que eram mais próximos dele como um solteirão inveterado. Seus amigos riam dele que levava tudo na brincadeira, quando na verdade fugia de qualquer mulher quando a proximidade indicava que uma simples transa poderia se transformar em algo mais sério. Tudo o que ele queria na vida era se manter livre, porém, já havia se perguntado se, caso tivesse tido algo com Carla, conseguiria fugir dela e a total falta de notícias o deixava cada dia mais ansioso.
Visitava várias vezes ao dia as salas de Bate Papo e chegou até mesmo a aprender a utilizar as ferramentas de buscas numa tentativa frustrada de encontrá-la. Não tinha o número do telefone dela, pois não anotara quando trocaram essa informação e agora se arrependia amargamente disso, até que, não resistindo mais, acabou por se lamentar para sua amiga e vizinha Elisangela.
Elisangela era a mulher com quem ele havia ultrapassado várias fases. Logo que se mudou para o prédio em que moravam aconteceu o flerte, depois a provocação e finalmente foram para a cama. A chama da paixão, porém, foi se extinguindo e dando lugar a uma amizade sincera e resolveram, depois de uma conversa honesta, continuarem amigos e não deixar que seus desejos ultrapassassem essa linha limite que criaram. Havia dado certo e a vizinha tornou-se seu porto seguro. Era ela que segurava as pontas quando uma mulher mais insistente persistia em visitá-lo, dando um jeito de fazer a pretendente ver que não tinha a menor chance. Assim, quando ela o interpelou a respeito de seu estado de espírito do mesmo dia e ele disse que era pelo lançamento do livro, ela riu dele e disse:
– Está mentindo pra quem? Pra mim ou pra você?
– Por que você acha que estou mentindo? – Devolveu a pergunta não muito convicto o Fabiano.
– Porque eu te conheço, oras! A sua reação com relação ao lançamento do livro é muito diferente.
Ele sabia que ela estava certa e diante da amizade que havia se desenvolvido entre ambos resolveu contar. Contou do primeiro contato na sala de bate papo, do encontro e da decepção com relação à reação de Carla, justo no momento em que ele pensou estar se dando muito. Quando acabou sua narrativa, Elisangela falou:
– Bom amigo. A coisa mais importante que você tem que fazer agora é assumir que você está abalado e não é por ela ter furado contigo na hora em que iam para o motel. Como te disse, te conheço muito bem e sei que você tiraria isso de letra.
– O que você está querendo dizer com isso? – Perguntou Fabiano sem sequer tentar disfarçar seu interesse.
– Eu estou te dizendo que não é o fato nem o ato. – Elisangela, ao seu modo debochado, deu uma gargalhada e só quando conseguiu dominar o riso foi que continuou: – Na verdade, você não está chateado pelo o que aconteceu. Suas preocupações são com quem tudo aconteceu.
– Sabe que você está certa! Não consigo tirar aquela praga da minha cabeça.
– Pois é. Então o que você tem que fazer agora é procurar “aquela praga” e esclarecer tudo isso. Ela deve ter tido um momento para reagir da forma que você me contou.
– Sabe que já fiquei tentado a fazer isso?
– E por que não fez?
– Porque eu não tenho o número do telefone dela e não consigo encontrar ela na sala de bate papo.
– Ah! Então o moço que nunca ia se apaixonar andou procurando pela mocinha? Nossa! Que mudança!
Elisangela se referia às alegações de Fabiano quando discutiram a relação que tinham e resolveram permanecer apenas como amigos. Mas ela tinha por Fabiano um carinho muito grande e por isso, enquanto troçava dele, pensava no que poderia fazer para ajudá-lo e foi nessa hora que lhe ocorreu algo. Então perguntou:
– Se não estiver enganada, você me disse que no sábado, antes de se encontrarem, ela te ligou. Foi isso mesmo?
– Sim. Ela ligou.
– Nossa! Como você está atrasado em relação à tecnologia. Se você não se modernizar vai acabar escrevendo histórias cujos cenários serão todos da idade média.
– E o que isso quer dizer? Não estou entendendo nada.
– Pega aí seu celular. Deixe-me ver uma coisa.
Fabiano, mesmo sem entender nada, entregou o aparelho para ela que começou manuseá-lo e logo mostrou para ele:
– Olha aqui o número de telefone do motivo de sua dor de corno.
– Porra Elisangela. Não fala assim.
– Falo sim. Tudo bem que os aparelhos de celular estão cada dia mais avançados e muita coisa é novidade, porém, você poderia ler o manual de instruções, mesmo que seja só um pouquinho.
Fabiano soube naquele momento que tinha que concordar com Elisangela e até pensou em pedir ajuda para ela no sentido de receber umas aulinhas, porém, naquela hora isso era o que menos importava. Foi anotar o número do celular que constava no seu aparelho em um papel para poder chamar de novo.
– O que você está fazendo? – Perguntou Elisangela.
– Vou anotar o número e depois vou ligar. – Respondeu Fabiano
– Pelo amor de Deus! Acuda-me senhor! Deixe de ser burro Fabiano, é só ligar por aí mesmo.
Dizendo isso, arrancou o telefone da mão dele, tocou na tela e esperou a chamada se completar. Quando ouviu o primeiro toque, entregou o telefone a ele.
– Oi. Tudo bem com você? – A voz de Carla soou trêmula, deixando transparecer que a ligação, de alguma forma, a deixou abalada.
– Boa tarde sumida. Estou indo. E você? Como tem passado.
– Uns probleminhas aqui e ali, mas ainda estou viva.
– Você está no emprego?
– Não, estou em casa. Fui demitida.
– Como assim? Demitida por quê?
– Ah! Isso é uma longa história. O que você tem feito?
– Muitas coisas. Vou tentar enumerar pra você. Pensando em você, tentando organizar o lançamento do meu livro, pensando em você, te procurando na sala de bate papo e depois pensando em você.
Do outro lado da linha se fez silêncio:
– Oi! Você está aí?
– Sim. Estou aqui. – Outros segundos se passaram criando uma situação constrangedora, até que Carla voltasse a falar: – Sei que você deve estar com ódio de mim e ligou para desabafar. Então pode começar que eu não ligo. Acho que estou merecendo.
– E por qual motivo eu teria ódio de você?
– Por causa da minha reação naquele dia. Olha Fabiano, nem sei o que deu em mim, então, se você puder me perdoar eu quero seu perdão e vou entender se depois disso você nunca mais quiser falar comigo.
– Você está falando bobagens. Não sei de nenhum fato onde eu tenha que te perdoar e não quero ficar sem falar com você. Por isso que estou ligando.
– Mas… Eu não entendo? Afinal de contas eu fui horrível. Você foi tão atencioso, tão legal e eu não deveria deixar aquilo acontecer. Mas, tudo bem. Pode falar.
– Gostaria que fosse pessoalmente. Está podendo sair agora? Já que está desempregada. – A alusão ao fato de Carla ter sido demitida foi feita de forma que se podia notar ser uma brincadeira.
– Acho melhor não, Fabiano. Não quero te magoar e não vai rolar nada. Estou me sentindo muito mal. Agora, com a decisão, ainda mais.
– Só tem um jeito de me magoar agora.
– Você se engana. Tem vários.
– Então tá. Os outros eu posso descobrir depois, mas agora, você me magoaria se recusando a sair comigo.
– Melhor não. Você sabe muito bem que o que você está querendo não vai rolar. Não estou no clima.
– Verdade? E o que é que estou querendo.
– Levar-me pra cama.
Fabiano não conseguiu evitar o riso e tal fato ajudou a descontrair Carla que, com a voz mais suave, continuou:
– Não é que não sinta vontade. Você é um homem bonito, simpático e envolvente. O problema é comigo.
– Então vamos fazer o seguinte. Eu prometo a você que, até o dia que você me peça, eu nunca vou tentar nada desse tipo com você.
– E quem foi que disse que eu vou pedir?
– Como você mesma disse. Você tem vontade.
– Seu convencido! – O tom de voz de Carla indicava que não era uma ofensa, apenas uma provocação.
– Eu não sou convencido. Foi você que disse.
Permaneceram mudos no telefone. Carla tinha a impressão que seus pensamentos eram transmitidos a ele, tal a intensidade de sua vontade de encontrar Fabiano novamente. Então, finalmente falou:
– Ok então. Aonde vamos nos encontrar.
– Te pego em frente à sua casa. Me fale apenas a hora.
– Melhor não. Vou tomar um banho e você se encontra comigo na saída da estação vergueiro do metrô.
– Quando.
– Daqui a uma hora. Está bom pra você.
– Pra mim está ótimo. Mas onde?
– Te espero na plataforma de embarque sentido Estação Sé. Vou ficar nas cadeiras do lado que fica o final do trem.
– Então vou ter que entrar na estação só para te pegar?
– Como assim só pra me pegar? De lá a gente pega o metrô e vai a algum lugar.
– Tudo bem. Estarei lá. – Disse Fabiano fazendo de tudo para não deixar transparecer seu desapontamento.
Carla chegou antes que Fabiano e esperou pacientemente enquanto os trens paravam e depois seguiam e ela ia enumerando cada um deles. Já estava no quinto quando viu Fabiano surgir pela porta que acabara de se abrir. Ele sorriu enquanto ela se levantava e se cumprimentaram com beijos no rosto.
– Uai. Você veio de metrô?
– Se vamos nos servir dele para nos deslocarmos, então deixei o carro em casa.
– E onde pegou o metrô?
– Na Estação Paraíso. Uma amiga me deu uma carona.
Fabiano preferiu não mencionar que foi sua amiga Elisângela que o levou até lá.
– Ah sim. Então. Aonde vamos?
– Você que escolhe. Mas de preferência em algum lugar que fique próximo do metrô.
Depois de pensar um pouco, Carla quebrou o silêncio que se estabeleceu entre eles e depois dizendo que já sabia aonde ia. Assim, pegaram o primeiro trem e foram até a Praça da Sé onde mudaram para a linha leste/oeste e foram até a Estação Barra Funda. Pouco conversaram durante o trajeto e continuaram assim depois de saírem do Terminal. Fabiano deixava que a garota determinasse a direção, se limitando apenas a segui-la, porém, quando chegaram ao destino, ele se felicitou por ter deixado ao cargo dela escolher o local, uma vez que adorou o local. Estavam no Parque da Água Branca.
O Parque também provocou uma mudança em Carla que, mal adentraram o recinto e ela assumiu o seu lado divertido, sempre com um sorriso nos lábios e não se furtando a fazer comentários engraçados sobre tudo o que via. O fato de estar havendo uma exposição de gado leiteiro não incomodou a nenhum dos dois que se divertiram muito visitando a mostra e até mesmo experimentando alguns produtos oferecidos por expositores, visitaram o Museu Geológico e a Casa do Caboclo, tomaram sorvete e somente quando já estava próximo às dezoito horas é que se sentaram em um banco. Foi a primeira vez que veio à tona o assunto referente ao frustrado encontro do sábado anterior e começou sem que nenhum dos dois planejasse. Carla estava acabara de dizer a ele que preferia ficar ali com ele do que ir assistir às aulas e Fabiano disse que aquilo não era certo, explicando:
– Não quero ser acusado amanhã ou depois de atrapalhar seus estudos.
– Que nada! Você não vai atrapalhar. E além do mais, no último ano só tenho me dedicado ao TCC e isso eu posso compensar depois.
– Último ano é? E o que você está estudando.
– Estou terminando o curso de Tradutor e Intérprete.
– Nossa. E qual idioma?
– Optei por Inglês porque tinha que optar por um, mas para mim tanto faz, eu falo vários idiomas.
– Nossa, que chique. Conheci uma garota poliglota.
– Nada de chique. Eu te falei que meu pai é militar. Só que ele sempre trabalhou como adido em embaixadas. Assim, dos quatro aos dezessete anos de idade estava sempre me mudando de um país para outro. Por isso que aprendi outros idiomas.
– E que países você morou?
– O primeiro país foi a França. Depois fomos para a Alemanha, Itália e quando comecei a me dar conta e poder aprender sobre cada cultura, fomos parar na China. Foi um período enriquecedor no que se refere à cultura, porém, do idioma eu não pude aproveitar muito. É um povo muito fechado e todo o tempo que vivi lá tínhamos que conviver mais com os outros filhos de pais estrangeiros. Escola, diversão, passeio, tudo era programado para nós de uma forma que nos impedia de conviver com os chineses. Então aprendi um pouco. Quando nos mudamos de lá, passamos alguns meses nos Estados Unidos e depois fomos para a Colômbia e depois Chile. Foi aí que meu pai se aposentou e voltou com a família a viver no Brasil.
– Quem diria hem! Oh eu aqui com uma mulher que já rodou o mundo.
– Seu bobo.
– E o que você pretende fazer depois que concluir seu curso.
– Até a semana passada pensava em continuar trabalhando na Editora, de onde fui despedida.
– E por que foi despedida?
– Comecei nessa editora como estagiária, mas logo o estágio se transformou em um emprego e acabei me tornando namorada do chefe. O namoro foi rolando, mas não evoluiu para nada o que para mim também não teve a menor importância. Acho que estava em um relacionamento daqueles que vai rolando apenas por comodismo. Tinha uma companhia para sair, ele me protegia das fofocas na empresa e a gente ia levando. Mas…
Vendo que ela interrompeu a frase no meio, ele a incentivou:
– Vamos lá, o que aconteceu na semana passada?
– Ah! Que se dane. Na semana passada eu peguei meu namorado me traindo. O idiota sabia que eu tinha a chave do apartamento dele e mesmo assim estava me traindo lá.
– Então você chegou ao apartamento do namorado e deu de cara com ele e outra.
– Se fosse outra mulher, até dava para administrar. Porém, com outro cara foi demais pra minha cabeça. Não, não me interrompa, agora que comecei vou falar tudo.
Carla disse isso colocando a mão na coxa de Fabiano e a apertando. Ele, porém, entendeu que aquele gesto era apenas uma demonstração do tanto que ela estava nervosa. Ficou quieto enquanto ela continuou:
– Então. Eu sai correndo de lá e no outro dia aceitei sair com você e na hora que estávamos indo, você sabe pra onde, baixou uma insegurança e eu só conseguia me lembrar da cena que vi na casa dele. Aí, para piorar as coisas, ele tentou entrar em contato comigo e não me achou e eu não atendi o celular. Então ele ficou estacionado lá perto de casa e me viu saindo do seu carro. No domingo ele me chamou para sair e brigamos e, na segunda-feira, ainda no período da manhã, descobri que ele já havia contado para todos os nossos colegas que eu o havia traído.
– Aquilo me deixou possessa e fui à forra, contando pra todo mundo o que eu vi no apartamento dele. Foi o maior bafão e o patrão teve que intervir e, no final de tudo, me demitiu e ele continuou lá. Fiquei muito revoltada, ainda mais quando o chefão disse que ele era mais útil na empresa que eu. Então é isso. Sou chifruda e de outro homem e hoje uma chifruda desempregada.
– Bom, isso para mim soa como uma explicação para o seu comportamento no sábado.
– Na verdade é sim. Ainda estava com a cabeça zoada. Você deve ter me odiado muito.
– Olha Carla. Não vou negar que achei tudo muito esquisito e que tenha ficado contrariado, porém, o ódio é um sentimento muito forte. Então, eu não estava querendo uma revanche, vingança ou qualquer outra coisa que pudesse ser considerada como consequência do ódio. Na verdade, o que mais desejava era uma explicação lógica para tudo isso.
– Eu ainda vou te dar uma explicação lógica para meu comportamento. Apenas me dê um tempo.
– Pois eu acho que o que você falou até agora já é mais que lógico. Nem precisa mais tocar nesse assunto.
Depois dessa conversa resolveram voltar para casa. Quando saíram da Estação Ana Rosa, o Fabiano estava propenso a acompanhar Carla até sua casa, porém, ela parou em um terminal de ônibus e olhou para ele, como quem pretendia dizer algo. Ele já imaginou que ela iria pedir para que se despedisse ali, porém, ela o surpreendeu:
– Como você vai para a sua casa? Está longe daqui? – E diante da resposta dele de que daria para ir caminhando, ela segurou na mão dele e disse: – Que tal a gente continuar conversando lá e pedir uma pizza, afinal, já são quase oito da noite.
Diante da expressão de surpresa que Fabiano exibia, resolveu brincar:
– Não se preocupe. Eu pago a pizza. – Ambos riram do comentário dela.
Em seguida, Fabiano segurou a mão delicada de Clara e caminhou na direção contrária ao da casa dela.
Foto 3 do Conto erotico: Carla - A Tímida Safada - II


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Comentários


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penildo Comentou em 04/01/2022

Estou ficando ansioso com a história.

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casalbisexpa Comentou em 20/12/2021

delicia demais




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Carla - A Tímida Safada - II

Codigo do conto:
191836

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
19/12/2021

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12

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