Era Para Ser Vingança - T! - Capítulo I - Maria Lúcia

– Nem vem! Eu te avisei. Não avisei? Chumbo trocado não dói. Você que me traiu primeiro, agora, aguente o chifre.
Eu falava calmamente para o marido que me olhava com um olhar injetado de sangue, dando mostras que no momento seguinte estaria pulando sobre mim. Mesmo sabendo que estava para ser agredida, estava disposta a correr o risco, pois meu desejo de vingança, de fazer com que ele César passasse pelo mesmo processo de revolta e ciúme que tive quando soube que estava sendo traída era maior, muito maior que o instinto de preservação.
Mas ele não fez nada. Vi sua face ficar rubra como se todo o sangue de seu corpo estivesse concentrado ali. Foi possível até mesmo ouvir o barulho de seus dentes se chocarem e a careta de nojo era indício claro que a adrenalina bombeada em seu sangue era tanta que até mesmo o fel de sua bílis lhe subiu à boca. Depois, notei que aos poucos suas feições foram se abrandando e ele me olhou com um olhar de tristeza. Então ele falou pela primeira vez e o tom de sua voz me deu a certeza de que o perigo havia passado.
Minha vingança estava completa, mesmo sentindo um pouco de remorso por ter feito o que fiz, principalmente quando ele me disse com uma voz carregada de tristeza e não de raiva como era de se esperar:
– Mas Malu, você não percebe que sua traição foi pior que a minha?
– Não existe grau de traição, querido. Traição é traição. – Respondi também com voz calma, mesmo porque, o júbilo de saber tinha vencido aquela pendência me deixava eufórica por dentro e eu tinha que controlar a excitação que sentia.
– Não é não. Eu não tive contato com ninguém. Apenas bati papo com algumas pessoas através de um aplicativo no meu celular.
– Pra mim é traição do mesmo jeito.
– Não é a mesma coisa não. Não teve beijos, não teve contato íntimo nenhum. Apenas sexo virtual.
– Então. Não é? Você gozou, não gozou? As vagabundas que você mostrou seu pau também gozaram. Ou não? Só que para mim isso não tem graça. Jamais sentiria prazer com isso. Sexo para mim tem que ter cheiro, tem que ter gosto e tem que ter o contato físico. Ficar só vendo um corpo de outra pessoa nua e a ouvir gemendo jamais me levaria a um orgasmo.
– Quer dizer que você gozou então? Sua ... Sua ...
– Isso querido. Complete a frase. – Desafiei.
Mas o César apenas me encarava e notei que ele estava ficando furioso novamente, então dei o golpe de misericórdia, pois agora sabia que meu querido maridinho jamais cometeria um ato de agressão contra mim. Sem nenhuma pena, despejei sobre ele, não minha frustração ou raiva, pois na verdade tudo aquilo estava mesmo era me deixando excitada:
– Eu completo. Vadia. Vagabunda. Puta. Pode escolher qualquer um desses adjetivos, pois eu fui tudo isso. Gozei e gozei muito. Você nunca me fez gozar tanto assim nesses sete anos que nos conhecemos, nem nos dois de namoro e noivado, nem nos cinco de casamento. Gozei e gozei. Gozei tanto que cheguei a me arrepender de não ter te traído antes.
César me olhou com os olhos injetados, mas como eu estava com o diabo no couro, não vacilei e continuei:
– O pior não é isso, querido corno. O pior mesmo é que tudo o que sei nesse momento é que vou querer mais. Muito mais. Pode preparar sua cabeça para receber o monte de chifres que vou pôr nela daqui para frente. – Notando que ele estava ficando branco, com as mãos agarradas no lençol da cama que ele estava sentado enquanto eu, em pé diante dele e com o dedo em riste, continuava: – E você pode continuar com suas vadias virtuais, me colocando chifres cibernéticos que nem ligo mais. Agora o que eu quero mesmo é gozar. Ah! E como vou gozar.
Nessa hora percebi que passei dos limites e que não estava tão segura assim, pois antes que pudesse me dar conta, César se levantou e no segundo seguinte eu estava deitada de bruços na cama para onde ele me empurrou e, sem poder esboçar qualquer reação, fui virada bruscamente com ele segurando minhas duas pernas. Antes que pudesse reagir, minha visão foi toldada por minha camisola de seda que ele, ao levantá-la até o ponto de deixar meus seios expostos, cobriu meu rosto e em seguida senti suas mãos rudes arrancando minha calcinha.
Quando finalmente consegui livrar meu rosto, puxando o tecido macio da camisola para baixo, me deparei com o rosto do César sobre mim enquanto, ao mesmo tempo, senti seu pau duríssimo pressionando a região do meu púbis procurando pela entrada de minha buceta que, imediatamente, ficou ensopada. O que mais me chamou a atenção foi notar que o pau de meu marido estava duro. Quer dizer, não simplesmente duro, mas duro como nunca tinha ficado antes. Nem mesmo na nossa primeira vez tive aquela sensação deliciosa de um pau duríssimo, com suas veias salientes, invadir com violência minha buceta enquanto ouvia as piores ofensas que meu marido conseguia proferir.
E olha que o César que eu conhecia, muito embora fosse muito educado, tinha um repertório vasto, porém, nessa hora, puta, vadia, vagabunda, biscate, fingida e traidora de marido foram apenas alguns que consigo me lembrar. Ao contrário de me sentir ofendida, fui ficando mais excitada e logo senti que não demoraria a gozar:
– Isso corno. Seja macho pelo menos uma vez na vida e fode sua vadia. Vamos, enfia esse pau com vontade nessa buceta que viu um pau uma e língua diferente durante toda à tarde.
Foi o suficiente para que César, aos gritos, despejasse sua porra no interior da minha buceta e eu, mesmo tendo gozado muito durante aquela tarde, tanto que nem sabia dizer quantas vezes gozara, não resisti e gozei novamente. Meus olhos marejados pelo prazer via apenas o vulto de um rosto que se alternava entre as feições do meu marido e de Rômulo, o homem que me dera tanto prazer e me fizera, pela primeira vez em nove anos, sentir a sensação de um pau diferente daquele que a sete anos fora o único. Antes de conhecer César, passei por um período de seca que durou dois anos
Depois de mais de cinco minutos, tempo esse que gastamos para fazer com que nossa respiração voltasse ao normal, senti uma das mãos de César brincando com meus cabelos, como ele sempre fazia quando estávamos em nossos momentos românticos e aquilo me fez entender que meu projeto de vingança, no sentido de apenas magoá-lo, havia sido em vão. Então entrei no assunto de forma direta:
– Nossa César! Que foda foi essa? Parece até que o fato de saber que eu dei para outro cara te deixou com tesão.
Senti o corpo dele se movimentar e apoiando o rosto em um dos cotovelos puxou meu rosto para que pudéssemos nos encarar, então ele, com uma expressão carinhosa no rosto, confessou:
– Você está certa. Na verdade, imaginar você gemendo em outra pica foi o que me deixou assim.
– Seu corno.
Falei isso enquanto tentava administrar os sentimentos ambíguos que me invadiam. Se por um lado eu ficava contente com as possibilidades que se abriam diante daquela situação, por outro deixava claro que meu ato de vingança não atingiu os objetivos pretendidos por mim, que era deixar o César maluco de raiva e ódio e depois termos uma conversa séria e retomarmos nossa rotina de sempre ou partir para algo diferente, mas sempre de comum acordo.
César e eu nos conhecemos quando consegui uma vaga de estagiária na empresa financeira que ele trabalhava e fui encaminhada para a seção que ele chefiava. Foi conflito à primeira vista. Dez anos mais velho que eu, que contava com vinte e cinco anos e estava encarando o terceiro ano da minha segunda faculdade, motivo esse de começar um estágio já nessa idade. Ele representava tudo o que eu mais detesto em um homem: presunçoso, grosso no tratamento com seus subordinados, mal-educado com todo mundo, até com alguns contatos externos e agia como se fosse uma sumidade em todos os assuntos. César era tão metido, mas tão metido, que tinha a mania de atravessar conversas alheias só para demonstrar como ele era o mais sabido e o mais bem informado.
Eu, recém-admitida e precisando mais do estágio do que do salário, pois dinheiro nunca foi problemas para minha família, observava aquilo e, diante da dificuldade de conseguir estágios, tentava não dar trela para ele entrar nos meus assuntos, mesmo porque, também não era de fazer amizade facilmente e evitava qualquer assunto que não fosse o profissional. Mesmo assim, fervia por dentro quando via suas atitudes com outros funcionários.
Para piorar, o babaca era bonito. Bonito e vaidoso. Com seus trinta e cinco anos, cabelos e olhos pretos, um tom de pele oliva, nariz afilado e boca sensual. Não muito alto, depois vim a saber que sua estatura é de um metro e setenta e cinco, apenas três a mais que a minha. Todos esses atributos juntos eram de uma harmonia que lhe emprestava a beleza que poderia ser comparada a muitos atores famosos. No caso dele, dava até para comparar com Tom Cruise. E só quero dizer comparar para deixar aqui uma ideia. Quer dizer, César era e é bonito até hoje, mas o Tom Cruise ... Ah ... Tom Cruise é o Tom Cruise.
Se a conduta de brucutu que César mantinha no escritório não me intimidava, sua beleza me deixava arrepiada. Diante da minha aparência, que eu achava comum demais, ficava imaginando como tinha que ser uma mulher para agradar aquele Deus Grego, isso quando não tinha vontade de atirá-lo pela janela do décimo primeiro andar do prédio onde trabalhávamos. Achava que era muito magra, tinha dificuldade para escolher roupas que se adequassem à minha aparência e não usava maquiagem. Meus seios, que eu achava pequenos, não se destacavam e entendia que jamais seria interessante usar uma roupa que permitisse exibi-los e minha bunda era normal. Ou seja, tirando o fato de, apesar de ter a pele quase negra por influência paterna, meus olhos eram grandes e azuis como os de minha mãe.
Era eu uma miscelânea genética. Quer dizer, ainda sou. E em todos os sentidos. Minha mãe, filha de uma família abastada, se apaixonou por um colega de faculdade que era negro e pobre. Na época, foi uma facada no peito de meus avós, porém, meu pai provou com seu esforço, tenacidade e muita inteligência, que a cor da pele de uma pessoa não diz nada sobre ela e foi abrindo seu caminho. Formou-se advogado, conquistou o respeito no meio jurídico, tornou-se um dos mais conceituados professores universitários e ficou rico fazendo palestras por todo o país e, até mesmo, algumas esporádicas no exterior, pois como era muito requisitado, os valores que recebia para isso eram bem significativos.
Meu avô, antes de falecer, quando eu contava com treze anos, chegou a dizer que morria feliz por saber que sua filha única estava amparada em um casamento com um homem digno, honesto e bem, muito bem-sucedido. Hoje eu acho que para o meu avô o que importava mesmo era o fato de meu pai ter sido bem-sucedido. Minha avó, uma mulher que foi criada em uma época em que o preconceito fazia parte do cotidiano, com seus costumes de dondoca, nunca viu meu pai com bons olhos, porém, faz bem o seu papel de mãe e avó e nunca incomodou muito, preferindo se manter ausente.
Aprendi com meus pais que a palavra raça só deveria existir para designar uma, a humana e, dentro dessa, sermos todos iguais, o que para mim é uma verdade insofismável, o pior não era minha aparência. Dentro desse conceito, independentemente da cor da pele de meus antepassados ou do fato de que, há centenas de anos, alguns deles pulavam felizes em volta de uma fogueira quando não estavam correndo nas savanas atrás da caça, o pior era o meu gênio. Não para mim, mas para minhas amigas, namoradinhos dos tempos de adolescentes, ficantes e tais, eu era um caso a ser estudado. Eu tinha a capacidade de argumentação do meu pai e a influência de minha mãe que sempre foi muito franca e isso fazia com que eu nunca ficasse perdendo tempo com polêmicas e nem remoendo desaforos. Sou até hoje do tipo “bateu-levou” e isso fazia com que as pessoas, ou procurassem se manter a distância, ou ainda, evitar me provocar, pois sempre havia uma resposta pronta para retrucar cada provocação.
Se isso era bom ou ruim, eu não sabia. Pode parecer ruim, pois aos vinte e cinco anos eu nunca tinha tido um namoro firme e, ser pedida em casamento então, nem sonhar. Quer dizer, os homens se afastavam de mim com mais frequência do que conseguiam me levar para a cama. Isso era outra coisa que me incomodava, pois sabendo que minhas amigas me venciam no tocante à prática de sexo, e algumas dessas vitórias chegavam a ser de goleada, creditava esse fato à minha aparência, pois achava que não despertava interesse nos homens.
Então era isso. Eu, a sexualmente frustrada, desprovida de atrativos físicos que atraíssem aos homens, estava ali tentando a segunda profissão, pois a primeira foi um desastre. Aliás, jamais vou conseguir entender o que foi que me deu na cabeça para enfrentar uma faculdade de fisioterapia, me formar e depois descobrir que não tinha a menor aptidão para aquilo. Esse era outro fato que pesava negativamente na minha autoestima. Quer dizer, a única coisa que pensava ter e que me favorecia, era minha franqueza e a forma rápida e ríspida que respondia a qualquer provocação. Mal sabia eu que isso não me favorecia em nada, aliás, era o principal fator de não ter conseguido ainda um relacionamento, senão sério, pelo menos um pouco mais duradouro e que não acabasse depois da segunda ou terceira ida ao motel. E lá estava eu rezando um terço por dia e pedindo, em minhas orações, que o troglodita do César não mostrasse suas garrinhas para o meu lado, pois sabia que as minhas também eram bem afiadas.
Uma situação como essa não poderia perdurar muito e era uma questão de tempo para que algo acontecesse e que houvesse a primeira colisão entre meu chefe e eu. Apesar de não ser muito amigável com meus colegas do escritório, havia uma garota que despertava em mim sentimentos maternais. Era uma ruivinha de nome Raquel, que aparentava ter menos de dezoito anos, mas que depois fiquei sabendo que já passava dos vinte e três. Raquel estava grávida e por ter, não apenas a aparência, mas também um comportamento infantil, despertava esses sentimentos nas pessoas, pois todos a sua volta pareciam querer protegê-la.
Raquel, eu e Sonia, uma senhora já cinquentenária, mas muito divertida e simpática a ponto de gozar da simpatia de todos, estávamos na copa em um intervalo para um lanche e a conversa, como não poderia deixar de ser, era sobre sua gravidez. A outra mulher que participava daquela pequena reunião era mãe de três filhos e dava conselhos para a ruivinha que estava em sua primeira gravidez enquanto eu, sem poder emitir opiniões de algo que não conhecia, escutava a tudo demonstrando um interesse genuíno, quando o César entrou no recinto no exato momento em que a mãe experiente dizia para a garota sobre as preocupações que se deve ter nos últimos meses de gravidez. César não resistiu e interferiu:
– Só não invente desculpas para evitar transar com seu marido que ele arruma outra. – Diante da reação de Raquel que ficou mais vermelha que a sua pele normalmente já era e Sonia que olhou para o chefe com um olhar assassino no rosto, mas sem esboçar nenhuma reação. Ele continuou: – Além do mais, uma gravidez não atrapalha em nada uma boa trepada, nem que seja pelas portas dos fundos.
Aquilo para mim foi demais. Onde já se viu desrespeitar aos outros assim? Ainda mais quando ninguém tinha pedido a opinião do idiota. Sem conseguir me conter, reagi:
– Nossa! Pelo jeito você entende disso. Quantas vezes você já ficou grávido?
César me olhou de cima abaixo, como se estivesse tomando minhas medidas para encomendar um caixão de defunto antes de esboçar um sorriso zombeteiro em sua boca sensual e disparar:
– Por quê? Você entende? Já ficou grávida alguma vez?
O filho de uma puta sabia que era solteira e não era mãe. Mas eu não ia deixar barato e respondi:
– Não, nenhuma. Mas tenho a intenção de ficar. E você, também vai querer?
Notei aquela expressão de segurança extrema desaparecer daquele rosto lindo. Lindo, presunçoso, idiota e cafajeste. Mas essa reação não durou mais que um segundo e ele disfarçou, voltou a dar seu sorriso fingido e disse, já saindo da copa:
– Parece que tem gente que está mal-humorada hoje. Deve ter sido malcomida.
Como ele saíra da sala ao dizer isso, tentei ir atrás, porém, Sonia segurou meu pulso e me puxou. Quando virei o rosto, ela sorria para mim e moveu os lábios, dizendo sem emitir som: “obrigada”. Olhei para Raquel e vi nela a mesma expressão. Aqueles brilhos nos olhares das duas mulheres diziam para mim que eu acabara de fazer algo que elas adorariam fazer, mas não tinham coragem.
O episódio, principalmente por ter nosso chefe idiota envolvido, se alastrou como fogo em pólvora seca e, ainda naquele dia, todo mundo já sabia do ocorrido. Para mim, rendeu duas surpresas. A primeira foi que o César, ao contrário do que imaginei, não me expulsou do escritório e nem ficou me perseguindo nos dias seguintes e o outro foi que, sem que desejasse, tornei-me a pessoa mais popular daquele recinto e todos mostravam desejos de se aproximarem de mim e serem meus amigos. Com isso fiquei em uma situação estranha na empresa. Enquanto os demais funcionários e estagiários forçavam algum contato comigo, oferecendo suas amizades e tentando fazer com que me sentisse como membro da turma, com o chefe surgiu uma situação um pouco diferente.
Diferente porque, a primeira coisa que pensei, assim como todos os outros que tiveram a coragem de se manifestarem a respeito, a partir daquele dia ele iria me perseguir. Assim, fui avisada de que teria que ficar preparada para todo o tipo de perseguição e eu, considerando a postura que aquele odiável homem tomava na empresa, concordei com eles e comecei a me preparar. Nessa preparação, até mesmo enviar currículos para outras empresas eu enviei, pois, para mim, ser demitida daquele emprego era apenas uma questão de dias. Mas não foi isso que aconteceu e aí reside a principal diferença, pois o César não iniciou a perseguição que se esperava.
Não que ele tenha deixado aquele fato ao acaso. Muito pelo contrário. Só que, em vez de me perseguir ou implicar comigo nos serviços, ele começou a me sobrecarregar de serviços e à medida que eu ia conseguindo desempenhar bem as tarefas que ele me impunha, eu recebia elogios dele. Porém, nem tudo eram flores. Se por um lado, no sentido profissional a minha situação melhorou e até elogios em voz alta eu recebia, por outro ele não perdia uma oportunidade para se vingar daquele fora que ele recebeu na copa e estava sempre pegando no meu pé. E a cada provocação, a cada comentário impróprio ou jocoso, eu reagia com força correspondente. Então, passamos a ter uma convivência que, como se diz por aí, era uma no cravo, outra na ferradura.
E nem precisa dizer o quanto o pessoal adorava isso. Adorava tanto que, quando eu levava a pior em uma provocação que não conseguia responder à altura, sempre tinha alguém para ficar me fustigando a encontrar a resposta certa para ir à forra mais tarde. Sem que percebesse, me tornei o instrumento da catarse de todos ali que, sem terem coragem de reagirem às impropriedades de César, sentiam-se vingados e satisfeitos quando eu o fazia.
Nesse período, o que chamou mais a atenção de todos, foi o fato de um funcionário mais antigo ter se espelhado em mim e ter feito um comentário atravessado para o César que, não só ficou furioso e falou muitas coisas para o homem, como também passou a persegui-lo até que o pobre coitado, sem ter como se defender, solicitou sua transferência que foi providenciada num tempo muito curto. Curto demais, a ponto de aquilo chamar a atenção de todos e, a partir dessa ocorrência, eu passei a ser acusada, entre uma brincadeira ou outra, de ser a queridinha do chefe.
A primeira vez que ouvi esse comentário foi em tom de brincadeira, porém, ficou evidente que é aquela situação em que, a pessoa fala a verdade de uma forma que, se a reação for normal, tudo bem, porém, se eu me ofendesse, ele sempre poderia dizer que era brincadeira. Sempre soube identificar esse tipo de situação que normalmente é usada pelos homens quando cantam uma mulher. Falam em tom de brincadeira e, se colar, foi mais uma que caiu na rede, ou na cama deles. Se a mulher reagir mal, ele diz que era só uma brincadeira e sai pela tangente, sem maiores estragos.
Também se passava algo que eu, de todas as formas procurava não demonstrar, mas a verdade é que, quando ficávamos nos esgrimindo com palavras em vez de espadas, me sentia muito bem com o clima que se formava entre César e eu. Isso me agradava tanto que me peguei, em muitas noites, deitada na cama e aguardando o sono chegar, pensando em alguma coisa para provocar o César. E não podia ser algo que me deixasse bem em uma discussão. Na verdade, eu procurava mesmo era por algo que provocasse a reação dele, pois eu estava gostando desse tipo de confronto, onde ele mostrava uma faceta que até então não tinha percebido. Atrás daquela grossura toda, daquela presunção idiota, tinha um homem inteligente e sensível. Tão sensível, que foram várias as ocasiões em que ele poderia apelar para chavões que me deixassem mal diante de todos e, em vez disso, ele procurava argumentos que me davam a chance de encontrar saídas e assim ficar bem perante todos.
De repente, não era a ira de César que eu procurava quando fazia meus comentários. O que eu buscava mesmo era a admiração e o respeito dele. À nossa volta, todos se divertiam com a situação, porém, uma pessoa percebeu aquilo que eu já sabia, porém, sem querer admitir. Uma situação leva a outra. A aceitação que passei a ter com os colegas de serviço fez com que eu fosse arrastada, quase todas as sextas-feiras para um barzinho que tinha próximo ao nosso local de trabalho e, na esteira desse acontecimento, César também passou a ser presença obrigatória no mesmo bar nessas noites. De repente, fui promovida de desafiadora do chefe para o motivo que o levou a se enturmar mais com o pessoal.
Apesar de, no íntimo, ficar exultante com a companhia do César, na superfície ficava preocupada com essa aproximação que aumentava a cada dia. Quando pensava nisso, achava que devia fazer algo que mostrasse para todos que sentia aversão por ele, pois temia que todos ficassem contra mim se percebessem que aquelas rusgas que no início foram motivadas pela aversão que sentia em relação a ele e depois se transformaram em brincadeiras, agora era, cada vez mais, admiração. Preocupada com a opinião dos outros, teve momentos em que agi com crueldade extrema chegando a deixar o César bem mal perante seus subordinados. E foi Sônia, a mulher que parecia ser a mais sensata naquele grupo, e provavelmente era mesmo, que abriu os meus olhos para o fato de que, em certos assuntos, não adianta querer disfarçar. Teve um dia em que estávamos tomando café e somente eu e ela estávamos na copa e fiz um comentário depreciativo com relação ao César e ela reagiu de uma forma inesperada, me dizendo:
– Pra que isso agora! O César não está aqui. Você não precisa falar assim dele.
– Ah Sônia. Ele não está. Mas é tão chato que a chatice dele está presente mesmo com ele a quilômetros de distância. – Falei tentando ser engraçada.
– Para com isso Malu. Você conhece bem o ditado: Quem desdenha quer comprar.
– Você só pode estar doida. O que você quer dizer com isso? – Perguntei com uma surpresa genuína, já que ela realmente me surpreendeu.
– Pra mim você não precisa disfarçar, querida. Vocês podem até enganar algumas pessoas, mas não sou só eu que enxergo que, na verdade, essas discussões de vocês têm muito mais do que vocês desejam deixar transparecer.
– Para com isso, Sônia. Você está doida?
– Não Malu. Não estou doida. Só que não sou cega. Olha bem. Você até disfarça bem, mas é impossível não notar o brilho nos seus olhos quando ele está por perto e como você fica feliz quando ele dedica o tempo dele a você. Mesmo quando é apenas para te provocar.
– Ah tá. E daqui a pouco você vai dizer que eu ...
– Está apaixonada por ele. – Completou Sônia sem deixar que eu concluísse a frase, com a diferença que, vindo dela, soava como uma afirmação e não apenas uma exclamação.
– Sonia. Que isso amiga. Que loucura é essa?
– Loucura nenhuma Malu. Você é uma mulher linda e o César não é de se jogar fora. Aliás, aquilo ali não dá para jogar fora nem depois de muito usado. Ah! Que homem! – Senti raiva da Sônia quando ela falou como se tivesse algum interesse sexual por César e ela notou meu olhar de raiva e meus lábios tremerem e então falou: – Calma mulher. Eu sou casada e adoro o macho que tenho em casa. Não é de mim que você tem que ter receio de roubar aquele Deus Grego. Mas, presta bem atenção. Decide logo e vai pra cima, porque se você demorar muito vai aparecer outra que vai fazer isso.
Sem palavras, fiquei encarando Sônia que, por trás da sua sempre presente tranquilidade e experiência de mulher vivida, pois já contava com mais de cinquenta anos, apenas sorria para mim. Então o foco da minha mente se alterou e ficou povoada pela imagem do César, tão lindo e másculo, abraçando-me forte e beijando meus lábios como se não houvesse amanhã. Despertei daquele sonho quando ouvi a risada cristalina de Sônia que depois disse:
– Vai em frente garota. Seu homem já está enredado na sua teia. Só pegar agora. Mas, como eu disse, se apresse.
Fiz menção de que iria dar um soco em Sônia que saiu da copa deixando atrás de si a esteira de seu riso sincero e alegre. Depois permaneci ali, trêmula e aturdida, principalmente quando senti minha buceta melada. Só depois de casados é que César me contou que o processo com ele foi idêntico. Ele me viu como um desafio e depois com admiração e, antes que se desse conta, já estava apaixonado por mim.
A partir daquele dia a imagem que fazia do César mudou completamente. Agora, em vez de imaginar tendo uma discussão com ele, eu imaginava estar com na companhia dele em lugares idílicos, assistia aos filmes da Netflix, agora escolhidos a dedo e sempre românticos e me imaginava no lugar da protagonista sendo o mocinho sempre o César e, nas noites de solidão, quando minha mão buscava por meu grelinho duro e minha xoxota molhada, era a imagem dele me cobrindo com seu corpo, me possuindo e me levando à loucura que dominava meu ser. Então eu atingia prazeres que nunca havia tido antes.
Até que aconteceu.
Era apenas mais uma sexta-feira, barzinho, cerveja e muita conversa inútil. Uma chuva fina e insistente caíra sobre a cidade durante toda a tarde e agora parecia ficar cada vez mais forte. César, como acontecia ultimamente, presente e procurando sempre um jeito de ficar ao meu lado, enchendo meu copo entre um comentário provocativo e outro. Até que eu reagi, quando ele encheu meu copo de cerveja pela quarta vez:
– Hei cara! Devagar com o andor. Parece até que você está querendo me embebedar para depois se aproveitar de mim.
Diferente de como era o costume, dessa vez falei baixinho e apenas ele ouviu. Então ele respondeu no mesmo tom:
– Na verdade eu queria muito me aproveitar de você, mas seria preferível que você não estivesse bêbada. Acho que fica melhor.
– Aproveitar como? – Perguntei olhando nos olhos dele e sustentando seu olhar intenso fixo em mim.
– Bem. Não é bem aproveitar de você. Para mim seria mais interessante se, em vez disso, nós dois aproveitássemos de um tempo juntos e em um local onde estivéssemos apenas você e eu. – A voz de César não escondia a emoção em dizer isso.
– Nossa! Se isso tudo viesse de outra pessoa, eu iria pensar que estava sendo cantada.
Então César me disse algo que mostrou bem a personalidade dele. Um homem decidido, que nunca vacila quando está na busca de seus objetivos e que, naquele momento, o objetivo dele era um só. Eu. Ou seria o meu corpo? Com uma voz calma e ao mesmo tempo profunda, ele disse:
– Mas é uma cantada. Eu preferia que não fosse. – Olhei para ele demonstrando que não estava entendendo e ele continuou: – É muito melhor quando os dois querem tanto isso que a cantada é dispensável e os dois apenas se entregam aos seus desejos. Nossa Malu! Eu adoraria ter você em meus braços, mas isso seria divino se fosse você que se atirasse neles e não que fosse por uma manifestação ou pedido meu.
Fiquei estática, com os olhos presos nas feições daquele homem que me fascinava. Meus pensamentos estavam a mil por hora, minhas pernas tremiam, meu coração, depois de falhar uma batida, agora batia desesperadamente como se fosse sua obrigação recuperar o tempo em que pareceu ter ficado parado e, o pior de tudo, ou seria o melhor, minha xaninha piscava e eu já a sentia toda molhada, a ponto de ensopar a calcinha de renda que eu usava.
– E então. Já que não tem outro jeito e tem que ser na base da cantada, o que você me diz.
Respirei fundo, virei o conteúdo do copo de cerveja de um gole só, voltei a respirar e disse, sem conseguir sorrir:
– Acho que, com você falando desse jeito, o melhor é você retirar a cantada. Retire agora e abra os braços que tudo o que quero nesse momento é me atirar dentro deles.
A reação dele foi muito estranha. César ficou estático, com os olhos esbugalhados me olhando como se eu tivesse me materializado na frente dele naquele momento e eu, sem perder minha combatividade, ainda consegui pensar: “Viu só sujeito. Foi mexer com quem estava quieta e agora não sabe o que fazer”.
Mas César sabia, pois assim que voltou ao normal, ele sacou a carteira, pegou uma nota de cem reais e atirou na mesa enquanto anunciava a todos que iria me levar até minha casa por causa da chuva. Saí cabisbaixa e, pelo canto dos olhos, pude notar que Sônia olhava fixamente para mim e, ao ver que eu a observava, sorriu e balançou a cabeça, fazendo com que eu percebesse que ela acompanhara o desenrolar dos acontecimentos e que também o aprovava.
César e eu fomos diretos para o motel. Poucos conversamos. Eu principalmente, apenas externei minha preocupação de que, tendo ele me oferecido carona e todos sabendo que eu tinha meu próprio carro, nossos colegas poderiam ter percebido, ao que ele disse:
– Que percebam. O meu interesse por você é tão claro que muitos já devem ter percebido e não estou nem aí com o que pensam, afinal, qual o problema de querer passar algum tempo a sós com a pessoa que nos últimos tempos está sempre na cabeça da gente.
Fiquei sem saber se ele se referia a eu estar na cabeça dele ou ele na minha, afinal, ambas as alternativas eram corretas, pois, se naquela hora poderia dizer isso por mim, não demorou em descobrir que César também tinha passado longos tempos imaginando a mesma coisa.
Chegamos ao motel e foi algo inexplicável. Inexplicável porque, se por um lado não houve nada sensacional, nenhuma posição copiada nas posições das estrelas ou de um gozo intergaláctico, por outro foi a demonstração de como alguém consegue camuflar seu verdadeiro eu. Aquele homem que conheci no escritório, ao qual eu me referia como sendo um troglodita, um grosso e um idiota, demonstrou ser o homem mais terno, carinhoso e ao mesmo tempo safado. César me deu o orgasmo que, até a minha recente aventurazinha vingativa, havia sido o maior de toda a minha vida.
Começou com ele me chupando a xoxota de forma intensa e carinhosa. O que fez com que eu tivesse o primeiro gozo me retorcendo sobre o lençol macio daquela suíte luxuosa que ele fez questão de me levar. Depois de me recuperar, tive que implorar para que ele deixasse que eu chupasse o seu pau gostoso, de uns dezessete centímetros e grossura média que pude abocanhar inteirinho e só gozou na minha boca porque eu não deixei que ele retirasse para gozar fora segurando com força o seu traseiro e forçando meu rosto de encontro ao seu corpo até sentir os primeiros jatos na minha garganta. Engoli aquela porra com prazer pela primeira vez na minha vida, pois nas poucas vezes que tinha feito isso, foi apenas por sacanagem de algum ficante. Mas dessa vez tive o maior prazer em sentir aquela porra quente descendo até meu estômago. Para deixar tudo melhor, ele puxou meus cabelos para que eu me levantasse e beijou minha boca sem se importar com o fato de que tinha acabado de gozar dentro dela, sentindo assim o gosto de sua própria porra. Ao ver aquele ato de desprendimento, sem nojo e apenas valorizando o prazer de estarmos juntos, o tesão que eu sentia se ampliou ainda mais chegando às alturas.
Novamente implorando e choramingando para que ele me fodesse, ele me deitou e veio sobre mim me penetrando na posição papai e mamãe e gozamos juntos sem dizer uma só palavra, pois em nenhum momento durante a foda nossas bocas se desgrudaram em um beijo longo e profundo, com nossas línguas lutando pela primeira vez de uma forma física, em vez de palavras como fizemos tantas vezes antes. Descansamos e, sem que pedíssemos, já estávamos prontos para mais uma rodada e, dessa vez, ele teve que aceitar ao meu pedido de me pegar por trás e vi estrelas ao sentir aquele pau que de repente me pareceu maior do que realmente era ao atingir meu útero e socar até despejar sua porra quentinha dentro de minha buceta ávida.
Descansamos, cochilamos, bebemos juntos, conversamos na hidromassagem rindo um do outro e depois voltamos para a cama onde tive que implorar para um César temeroso de me machucar, que fodesse meu cuzinho com toda a força que conseguisse e gozei mais uma vez. No final, fiquei até triste por não conseguir saber quantas vezes o César gozou dentro de mim e quantas vezes eu gozei em sua língua ou no seu pau gostoso, pois isso era uma coisa que para mim, de repente se tornou importante ao ponto de sentir a vontade de anunciar para todo o mundo ouvir como eu estava satisfeita.
Saímos do motel quando o dia já amanhecera e nos despedimos apressadamente, não sem eu ter anunciado, quando ele me agradeceu pela excelente noite que eu lhe dera:
– Que bom que você gostou, pois foi só essa vez.
– Ah não! Nem pensar! Eu vou querer mais. Muito mais.
– Vai sonhando garanhão.
Disse e desci do carro e, apesar de cansada, continuei acordada depois de tomar um novo banho, pois já tinha tomado tantos no motel. Acho que a adrenalina que ainda corria em minhas veias foi a responsável por me manter desperta e meus pensamentos viajavam pela noite maravilhosa que eu tivera, tão maravilhosa que por diversas vezes tive a atenção chamada por minha mãe que no final reclamou que eu estava aérea, exigindo saber o que tinha acontecido comigo naquela noite. Não tinha mais idade para precisar mentir para minha mãe, o que raramente eu fazia mesmo quando tinha motivo e falei para ela que tinha estado com um homem maravilhoso.
A continuação dessa história é fácil de imaginar. Apesar de minha promessa de que tinha sido apenas aquela vez, ainda no domingo à tarde recebi uma ligação no meu celular. Era César me convidando para ir a um cinema onde assistimos apenas a metade do filme, uma vez que nossas bocas não se cansavam de procurar beijos gulosos e saímos dali e fomos correndo para o motel mais próximo onde fodemos até a noite.
Na segunda-feira saí do serviço indo direto para casa e na terça também, porém, quando cheguei em casa, vi o carro do César estacionado em frente ao meu portão. Mal tive tempo de guardar meu carro, gritar para minha mãe que estava saindo com um amigo e correr para os braços de César para uma nova rodada de prazeres. Dessa vez, sem me consultar, ele me levou para o apartamento dele. Não demorou muito para que eu ficasse mais no apartamento dele do que em casa dos meus pais. Meu estágio acabou, fiz questão de não aceitar a proposta de emprego que recebi daquela empresa e logo fui aceita em uma concorrente, pois achava que, com o meu relacionamento, não seria correto trabalhar sob a chefia do homem que, quase que diariamente, me levava para a cama e me dava prazeres incomparáveis.
Em alguns meses o namoro engatou sem nunca ter havido um pedido formal, o que só aconteceu com o pedido de casamento que culminou em um noivado mais breve do que eu pretendia, porém, muito mais longo do que o César sonhava. Nos casamos depois de dois anos de relacionamento e, durante muito tempo só houve um problema que atrapalhou a felicidade de nossa união que foi quando, após várias tentativas de engravidar, fui a um especialista e os exames mostraram que a possibilidade de eu dar à luz a uma criança era praticamente nula. César e eu conversamos muito sobre isso e decidimos levar a vida sem filhos por enquanto, adiando a decisão de adotar uma criança para mais tarde.
Apesar de sofrer por não poder ser mãe, tive uma vida muito boa nesses cinco anos, pois César disse que, sendo apenas nós dois, tínhamos a obrigação de agir sempre com se estivéssemos em lua de mel e com isso fizemos muitas viagens, conhecendo lugares maravilhosos no Brasil e no exterior, tornamo-nos frequentadores de festas sociais e estabelecemos um círculo de amizade muito bom, com pessoas do mesmo nível que o nosso.
Entre os amigos, tínhamos a fama de ser o casal mais seguro, pois jamais tivemos uma briga por ciúmes e os comentários que alguns faziam para tentar nos desestabilizar não davam em nada, pois sempre tiramos de letra e até ríamos sobre isso. Houve um dia em que Tamires, a amiga mais próxima e esposa do Rômulo, também muito ligado ao César, pois morávamos no mesmo condomínio, perguntou durante um churrasco, na frente de todos os que ali estavam:
– Malu, se por acaso você descobrir que o César está te traindo, o que você faz?
– O César não vai me trair nunca.
– Tá bom. Isso eu sabia que você ia dizer. Mas vamos dizer, hipoteticamente. O que você faria?
– Hipoteticamente falando, eu pagaria na mesma moeda, pois, como se diz por aí, chumbo trocado não dói.
– Maria Luiza! Isso é coisa que se fala na frente dos outros?
César estava realmente furioso ao fazer essa pergunta. Prova disso foi a forma como disse meu nome, pois como as mães, ele só pronunciava meu nome composto quando estava muito bravo comigo.
– Aí amor. Eu disse hipoteticamente.
Mais tarde, depois de mais uma foda muito louca, pois estava ensandecida de tesão naquela noite, ele tocou no assunto e tive que explicar para ele o que quis dizer:
– Eu falei hipoteticamente, pois para mim uma traição sua é uma coisa meramente hipotética, porém, você que experimente fazer isso de uma forma não hipotética que você vai ver o tamanho do chifre, também não hipotético, que eu vou pôr em sua cabeça.
– Você é doida, Malu.
– Não. Doida eu não sou. Pode acreditar que minha vingança vai ser quase de imediato. Você que experimente.
Como eu falei sério. César, talvez para não deixar que aquilo se transformasse em uma discussão, não respondeu e se virou para o lado.
Foto 1 do Conto erotico: Era Para Ser Vingança - T! - Capítulo I - Maria Lúcia

Foto 2 do Conto erotico: Era Para Ser Vingança - T! - Capítulo I - Maria Lúcia


Faca o seu login para poder votar neste conto.


Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.


Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.


Twitter Facebook



Atenção! Faca o seu login para poder comentar este conto.


Contos enviados pelo mesmo autor


215425 - Era Para Ser Vingança - T01 - Capítulo 03 - Rômulo - Categoria: Heterosexual - Votos: 2
215023 - Era Para Ser Vingança – T1 Capítulo 02 – CÉSAR - Categoria: Heterosexual - Votos: 2
196856 - Carla - A Tímida Safada - XI - Categoria: Grupal e Orgias - Votos: 3
195510 - Carla - A Tímida Safada - X - Categoria: Grupal e Orgias - Votos: 5
194779 - Carla - A Tímida Safada - IX - Categoria: Grupal e Orgias - Votos: 5
194725 - Carla - A Tímida Safada - VIII - Categoria: Grupal e Orgias - Votos: 6
194122 - Carla - A Tímida Safada - VII - Categoria: Grupal e Orgias - Votos: 9
193106 - Carla - A Tímida Safada - VI - Categoria: Heterosexual - Votos: 7
192698 - Carla - A Tímida Safada - V - Categoria: Heterosexual - Votos: 11
192089 - Carla - A Tímida Safada - IV - Categoria: Heterosexual - Votos: 8
191966 - Carla - A Tímida Safada - III - Categoria: Heterosexual - Votos: 2
191836 - Carla - A Tímida Safada - II - Categoria: Heterosexual - Votos: 12
191755 - Carla - A Tímida Safada - I - Categoria: Heterosexual - Votos: 14

Ficha do conto

Foto Perfil nassau
nassau

Nome do conto:
Era Para Ser Vingança - T! - Capítulo I - Maria Lúcia

Codigo do conto:
215010

Categoria:
Grupal e Orgias

Data da Publicação:
17/06/2024

Quant.de Votos:
4

Quant.de Fotos:
2