Era Para Ser Vingança – T1 Capítulo 02 – CÉSAR

Se tem uma coisa com o qual meu casamento com César não pode ser classificado é de rotineiro. A rotina nunca esteve presente em nossa relação e isso se deve a criatividade que posso dizer que é uma característica marcante em nós dois. Meu marido nunca se cansa de me surpreender com viagens inesperadas, saídas noturnas em locais diferentes e muitas vezes exóticos, locais esses onde um casal que se preocupa com as convenções morais impostas pela sociedade jamais se atreveria a ir e, o mais excitante segundo nossa própria avaliação, transar em locais onde há o risco de sermos surpreendidos, como já aconteceu.
Do meu lado, além de dar total apoio quando meu maridinho vem com suas loucuras, procuro usar o lado feminino para seduzir. Isso mesmo, para mim, a sedução é um ato que devo praticar todos os dias e é isso que faço, às vezes usando roupas que mais mostra meu corpo do que o esconde e outras até sem roupa, como ficar nua no elevador de um hotel e desfilar assim por todo o corredor até chegar ao nosso apartamento, mesmo sabendo da infinidade de câmeras existentes nesses locais. Outra coisa que sempre nos excitou foi fantasiar situações que nunca tivemos coragem de tornar realidade, como eu seduzindo outro homem ou ele transando com alguma mulher na minha frente.
Essas fantasias normalmente seguem um padrão. Quando sou eu a protagonista, normalmente escolhemos um local público como um restaurante e ele me pergunta se tem algum homem ali com quem eu transaria. Já conhecendo o tipo de jogo que ele quer jogar, eu olho a minha volta, escolho um e então ele pede para eu contar o que eu faria e eu começo a descrever cada passo. Como olharia para o homem depois de fazer alguma coisa para chamar a atenção dele. Depois mostraria partes do meu corpo, com cruzadas de pernas e depois, com desculpas de ir ao banheiro, faria questão de passar bem próximo ao escolhido fazendo questão de manter contato visual e sorrir um sorriso que seria um convite ao pecado. Quando é ele, normalmente eu tenho que participar do jogo de sedução onde a escolhida é sempre alguma amiga nossa. Eu atraio a mulher e a jogo nos braços de meu marido que se deleita em dar a ela os mesmos prazeres que dá a mim.
Mas isso sempre ficou no campo da fantasia e nunca passamos disso. O mais perto que chegamos disso foi correr para a cama depois de uma fantasia dessas e fodermos como loucos, tratando um ao outro pelo nome da pessoa escolhida e gozamos horrores com isso.
Com relação aos locais exóticos, já fomos a boates, puteiros e até ousamos, por duas vezes, ir a um clube de suingue onde assistimos muita gente transando. Em uma delas transamos na frente de outras, mas não permitimos a participação de nenhuma outra pessoa. Porém, o que mais nos agradou e que repetimos sempre que viajamos é frequentar praia de nudismo, local onde permanecemos por pouco tempo, pois é impossível evitar que César fique de pau duro e tenhamos que correr para o hotel e transarmos loucamente. Em algumas em que a pousada fica na própria praia, a satisfação é ainda maior, uma vez que estamos sempre correndo para o nosso apartamento, fodendo e depois voltando para a praia. Adoro ver meu maridinho babando nas gostosas que se exibem nessas praias e ser eu a me aproveitar do tesão que demonstra nessas ocasiões.
Esse ato de exibicionismo é uma coisa surpreendente, pois eu nunca pensei em fazer isso antes de conhecer o César e isso se explica, como já citei aqui, pelo fato de me achava totalmente desprovida de qualquer beleza. Então houve uma alteração e essa alteração eu devo ao grande amor da minha vida, o César, que acabou me convencendo que sou sim bonita e gostosa. Que meus seios, embora não sejam grandes, estão sempre durinhos e quando estou excitada, os mamilos apontam diretamente para frente, sem nenhuma influência da força da gravidade. Quanto ao meu bumbum, ele diz ser a coisa mais linda que ele já viu, sem estrias, redondinho e se destacando logo abaixo da minha cintura fina que se alarga para formar o que ele chama de “maravilha”.
Outra coisa que ele me fez enxergar é que minhas pernas são longas, roliças e com músculos que a mantém firmes sem atrapalhar em suas formas graciosas. Quanto ao meu rosto, ele diz que é perfeito e até brinca com isso dizendo que, quando ele olha para mim, entende o que a bíblia quis dizer com Deus ter feito o homem a sua imagem, pois só assim poderia existir uma mulher tão linda como eu, uma verdadeira Deusa, segundo ele. Quando ele disse isso pela primeira vez quase que arranquei minha roupa e a dele e o obriguei a transar comigo, só não o fazendo porque estávamos em uma praia da cidade de Guarujá e certamente seríamos presos por atentado ao pudor. Afinal, esse é um elogio que poucas mulheres já ouviram na vida. Eu mesma nunca ouvi falar de alguma, pois qualquer mulher que for elogiada assim vai fazer questão de anunciar para o mundo todo.
E por falar em atentado ao pudor, como eu adoro atentar o pudor do meu marido que, por outro lado, vai às nuvens quando eu o provoco, seja em público ou quando estamos em locais íntimos.
Essa foi minha vida durante quatro dos cinco anos que estamos casados.
Quando eu digo que foram cinco anos de total felicidade, cumplicidade e muito prazer e tesão no meu relacionamento com César, estava me referindo aos dois anos antes do casamento e três depois. Na verdade, foram mais de cinco, pois já havia se passado quase três anos e meio quando um fato, independente de nossa vontade, veio lançar sombras sobre aquele relacionamento que todos elogiavam e diziam invejar por considerarem perfeito.
De repente, sem nenhum aviso, César e eu nos vimos no olho de um furacão de problemas. Em um simples exame de rotina minha médica demonstrou uma preocupação acima do comum que, somado aos exames que ele me encaminhou para fazer me deixou alarmada. Tudo ficou ainda pior quando os exames serviram para justificar a preocupação dela e tirou meu chão. Foi detectado um tumor no meu útero.
Quinze dias depois, após uma cirurgia para extrair o corpo estranho de dentro de mim, tempo esse que eu desci ao inferno da depressão e César, sempre carinhoso, ficou ao meu lado tentando me animar, veio a boa notícia. O tumor não era maligno, porém, por precaução, fui submetida a uma seção de quimioterapia que serviu, senão para deixar minha médica segura quanto à completa cura, pelo menos para fazer com que eu descobrisse que não dá para saber o que é o pior: a doença ou o processo de cura.
Foram dois meses de tratamento e mais dois para que eu começasse a voltar ao normal e, só então, me dar conta que durante todo esse tempo nos abstivemos da prática de sexo. Comecei então a me exercitar psicologicamente para voltar a ser o que eu era e tudo teria sido mais fácil se tivesse recebido ajuda do meu marido. Por mais que eu procurasse entender, não conseguia ver sentido no desinteresse dele que, segundo eu sabia, também estava esse tempo todo sem transar.
Teve início aí um problema que, para mim, parecia tão grave quanto aquele que levara a essa situação, minha enfermidade. Com pouco esforço, consegui recuperar a antiga libido e o imenso esforço para deixar meu marido com aquela sede que demonstrava antes. Porém, tudo o que eu fazia parecia não agradar a ele e, em nossas transas, ele agia de forma mecânica e, além de parecer não notar meus esforços para melhorar nosso desempenho, ele não fazia nenhum movimento nessa direção.
E eu que pensei que o inferno vivido na minha enfermidade pertencia ao passado, me vi envolvida com a perspectiva de que, em virtude da doença, eu havia deixado de ser desejável e não atraia mais ao César. E tudo ficou pior quando ele adotou outros costumes, como por exemplo, o de ficar se distraindo em seu notebook em vez de me acompanhar até a cama. Nem mesmo quando eu, vestida em um baby-doll exótico que ele gostava tanto, ia até o quarto que ele usava como escritório e, fazendo carinho nele, confessava meu desejo e o convidava para me acompanhar até nosso ninho de amor.
Como era da minha natureza, saí do modo “esposinha perfeita” e fui buscar algumas de minhas atitudes do passado e, como não podia deixar de ser, a primeira coisa que fiz foi questionar o César do motivo dele estar me evitando.
Ele, claro, usou como justificativa a minha doença e nem mesmo eu insistindo que estava completamente recuperada, inclusive, com relação ao meu desejo, mas ele se manteve irredutível em sua justificativa. Como não adiantou, tentei outros argumentos apenas para ver ele se apegar apenas a esse. Como não poderia deixar de ser, a temperatura foi subindo e acabamos por ter uma briga, daquelas em que o bom senso vai embora e no final, nenhum dos dois tem a menor preocupação em discutir o motivo que deu início à discussão e passa a existir uma disputa onde cada um dos dois tenta ser mais efetivo na tentativa de ofender e magoar ao outro.
De repente, em meio à discussão, percebi que estava diante, não do meu César, mas daquele ser prepotente e orgulhoso que ele era quando nos conhecemos. Meu mundo ruiu. Eu não conseguia entender o que poderia ter acontecido para ele se comportar daquele jeito e, diante do choque com essa descoberta, fui vencida na discussão por não conseguir me controlar e cair no choro, não sem antes atirar um vidro de perfume que se encontrava na penteadeira que eu tinha em nosso quarto que, para minha sorte em relação a algum remorso futuro e a dele em relação à sua integridade física, passou longe de sua cabeça. Ainda bem que eu nunca fui adepta de nenhum esporte onde a pontaria fosse necessária.
Errei a mira, cai em prantos e vi César, em vez de vir me consolar como seria o normal no homem que ele era antes, apenas me acusar de estar fazendo drama e a única coisa que consegui fazer como revanche foi expulsar ele do quarto e trancar a porta, não abrindo nem mesmo quando ele pediu com educação:
– Maria Luiza, por favor, abre essa porta, Eu não quero dormir com você, apenas fazer minha higiene e vestir meu pijama.
– Vá se foder, César. Dorme com essa roupa, de cueca ou pelado que eu não estou nem aí.
E não houve argumento que me fizesse abrir aquela porta e só fui ver o César na tarde do dia seguinte, pois quando saí do quarto na manhã do outro dia, ele já havia saído para o trabalho.
Sozinha em casa comecei a refletir sobre o que estava acontecendo e resolvi que, se precisava retomar a minha vida de antes, tinha que fazer isso por inteiro. Com essa resolução, tomei um banho, vesti uma roupa comportada e fui até meu antigo emprego, de onde havia pedido demissão em virtude da doença e, sem muita dificuldade, consegui retornar, porém, não para o mesmo cargo de antes, tendo sido obrigada a aceitar uma posição inferior. Disfarçando minha decepção por ser subordinada onde antes era a chefe, engoli meu orgulho e fui me apresentar para o meu chefe.
A primeira impressão que tive ao ver o homem que agora ocupava meu antigo posto foi a de que já o conhecia de algum lugar e logo ele se apressou em fazer com que eu descobrisse que estava certa, pois logo depois das apresentações, com ele fazendo algumas perguntas básicas sobre minhas aptidões, notei que ele deixou de fazer uma que antes era considerada muito importante. Nós tínhamos um esquema de ajuda para a locomoção até a empresa para suprir os problemas com o rodízio que fora implantado na minha cidade. Então resolvi passar a ele essa informação, mesmo que ele não tivesse pedido, mas fui surpreendida por ele que falou:
– Você mora no Solar das Andorinhas e seu carro não tem o mesmo final de placa que o meu, então, não vai ter problemas para nós nos dias em que os mesmos estiverem impedidos de trafegar. Eu te dou carona nas segundas-feiras e nas sextas-feiras é sua vez de me trazer até aqui. – Fiquei olhando para ele com cara de abobada, estranhando o fato de ele saber, não só o meu endereço, mas até a placa do meu carro e ele, percebendo isso, se apressou em dar a informação: – Eu também moro naquele Condomínio.
Foi aí que me dei conta de onde o conhecia. Quer dizer, conhecia de vista, pois, apesar de ser amigo do César, raramente o vi no condomínio e, algumas vezes, conversar com sua esposa Tamires na piscina ou em algum evento que acontecia no salão de festas do condomínio, porém, não passava disso. Nem seu nome eu sabia e, por estar meio que abalada com o fato de ter sido obrigada a aceitar um cargo subalterno, nem me lembrava do nome que ele dissera quando fomos apresentados. Com minha mente confusa, formulei a pergunta de forma errada e, em vez de perguntar ou comentar sobre essa coincidência, apenas disse:
– Mas, quem é você mesmo?
Ele riu da minha pergunta e depois me estendeu a mão enquanto dizia:
– Prazer, de novo. Meu nome é Rômulo e meu apartamento fica na Torre Norte. Já vi você por lá várias vezes.
O Condomínio Solar das Andorinhas estava localizado em um bairro afastado do centro de São Paulo. Ele fora construído em um enorme terreno onde levantaram três torres que receberam o nome de acordo com sua posição em relação aos pontos cardeais. A Torre Norte é a que ficava à direita de quem entrasse pela entrada principal que ficava a leste e onde ficava a torre do mesmo nome. Em linha reta, atravessando os mais de trezentos metros do terreno, ficava a Torre Oeste. A Torre Leste era a primeira a ser atingida, um pouco à esquerda e próxima da entrada. Toda a parte sul, onde não havia nenhum prédio, era ocupado por um parque arborizado e foi construída a zona de lazer, com parque para as crianças, piscina, área munida de churrasqueira e quadras esportivas. Além disso, havia uma pista para caminhadas entre as árvores, o que proporcionava um exercício tranquilo e prazeroso, pois é muito bom caminhar entre árvores, principalmente quando elas estão povoadas de pássaros que acompanham seus passos com suas músicas maravilhosas.
Fomos residir nesse condomínio quando nos casamos. César se encantou com ele e conseguiu um livre para aluguel. Como ficamos encantados com o local, fizemos uma proposta para o proprietário que, por atuar no ramo imobiliário, não ofereceu problemas em aceitar o apartamento que o César possuía e o que meu pai havia comprado para mim quando fiquei noiva do César. Como ambos se localizavam em uma região valorizada da cidade, não tivemos problemas em conseguir financiamento para completar o valor daquele que era maior e mais luxuoso que os nossos e nos tornamos assim proprietários do apartamento localizado na Torre Oeste.
Um dia, em uma reunião de condôminos, perguntei para um dos moradores mais antigo daquele Condomínio o motivo de não terem construído também uma torre no lado sul e fiquei até envergonhada com a explicação dele:
– É simples, querida. As andorinhas vêm para o sul durante o verão e retornam para o hemisfério norte no inverno. Como elas vão para o sul, não tem prédio ali.
O homem, um senhor já de idade, depois de dizer isso, riu da minha expressão de constrangimento e depois me acalmou dizendo:
– É brincadeira, minha querida. O projeto foi criado assim mesmo. Três torres e uma área para ser usada nas atividades esportivas e de lazer. Agora, porque alguém escolheu a parte sul para isso, você é a primeira a perguntar. Eu acredito que tenha sido uma simples questão de opção por locais mais apropriados a levantarem um prédio de dezesseis andares.
– Dezessete, – corrigi – os apartamentos dos últimos andares são todos duplex.
– É verdade, dezessete.
Aquele senhor, depois vim a saber, era um dos proprietários da construtora que projetou e construiu aqueles prédios e nunca deixei de acreditar que ele sabia sim o motivo das escolhas na construção do condomínio, porém, diante da importância nenhuma desse detalhe, jamais toquei no assunto.
– Ah sim! Você pode começar amanhã mesmo. O RH já tem todos os seus dados e é só você passar lá ao chegar e assinar sua admissão. Vou pedir para que eles deixem tudo preparado.
A voz de meu futuro chefe me trouxe de volta ao presente e sorri sem graça para ele que entendeu ser aquilo um gesto de assentimento. Fiz uma despedida apressada e saí da empresa, indo para casa e começando a me preparar para reiniciar minhas atividades profissionais no dia seguinte.
Era uma quarta-feira, dia em que César se reúne com outros moradores do condomínio para uma partida de futebol sei lá o que, esses homens inventam tanto futebol diferente. Tem um que jogam em uma quadra, tem outro que eles chamam de sete. O único que nunca vi ninguém jogar no pequeno campo que tem no Condomínio é um que seja igual àqueles que a gente vê na televisão. Pra dizer a verdade, eu até sei que já tem futebol feminino e dá para notar que o mesmo está ganhando em importância, mas, sinceramente, não é para mim que, tirando algumas incursões na equipe de natação do colégio e uma tentativa frustrada de lutar judô, essa última já no condomínio, limitava minha atividade física em caminhadas diárias na trilha construída no próprio condomínio. Mesmo sem entender nada, sempre me considerei torcedora do Palmeiras. Mas isso é por causa de meu pai que sempre torceu para aquela agremiação esportiva.
César, quando entrava em qualquer atividade esportiva que houvesse uma disputa, voltava a ser o cara intragável que eu conheci. Isso já havia lhe causado vários problemas com outros moradores, porém, ele acabava sempre reconhecendo seus erros dentro da disputa e pedia desculpas depois. Essa sua conduta de bater em campo e alisar fora já se tornara até mesmo motivo de piada entre seus colegas de atividades físicas.
Então, enquanto ele distribuía pontapés nos seus companheiros, eu me preparava para uma deliciosa noite de sexo. A intenção era me desculpar pela briga da noite anterior e recompensar meu maridinho com uma foda das galáxias. Tomei um caprichado banho, apliquei um óleo aromático em meu corpo e até lubrifiquei bem meu cuzinho, pois sabia que ele não resistia quando eu pedia para ser fodida ali e essa era minha ideia para um gran-finale. Vesti outro baby-doll provocante, porém, como essa tática não funcionara na noite anterior, resolvi fazer diferente e escolhi a camisola mais comportada que eu tinha, porém, sem usar nada por baixo.
César chegou de sua partida de futebol todo suado e foi direto para o banheiro enquanto eu preparava uma alimentação leve que ele devorou rapidamente e saiu da mesa me deixando ali sozinha. Chocada com a atitude dele, limpei a cozinha vagarosamente e quando terminei e fui para o quarto, fiquei decepcionada por não o encontrar ali. Fui direto ao escritório e estranhei quando, ao entrar, ele que estava sentado confortavelmente com as costas apoiada na poltrona e olhando para a tela, se apressou em aprumar o corpo, pegar o mouse e clicar sobre algo na tela, como se fechasse uma janela. Procurei não dar importância àquilo, pois não queria que nada atrapalhasse aquela que eu decidira que seria a nossa noite e comecei a agir de forma sedutora.
Toda dengosa, fui até ele, me sentei em seu colo e dei um selinho para depois começar a lhe pedir desculpas pela noite anterior. Ele me olhou desconfiado e eu ri dele dizendo para que ele ficasse tranquilo, que eu queria apenas lhe compensar pelo desconforto que ele passou durante a noite anterior. Ele sorriu, mas não foi o “meu” sorriso. Aliás, não foi nem o sorriso que o César de antigamente daria quando se sentia realizado em uma tentativa de constranger alguém. Foi um sorriso que eu não consegui entender.
Mais uma vez me esforcei para que aquele seu sorriso sem graça me desviasse de meu propósito, então me levantei do colo dele, fiquei de joelhos entre suas pernas, pois tinha virado a poltrona para não ter a mesa atrapalhando, fiz carinhos em suas pernas até chegar ao seu cacete que toquei fazendo a pressão certa que sabia ser a forma que ele mais gostava e fiquei exultante ao notar que o pau dele já estava duro. Ato seguinte, abri o zíper, tirei o pau dele para fora e comecei a beijar a cabeça e depois abocanhei forçando até que a ponta atingisse minha garganta.
Nunca em minha vida tinha me esforçado tanto ao fazer um boquete. Sempre fiz de forma instintiva, sem planejar nada, apenas chupava e lambia da forma que o instinto mandava, porém, naquele dia, cada movimento foi estudado. Tirei o pau da boca e fiquei lambendo a cabeça até que, com a ponta da língua, fiquei tocando no buraquinho colhendo o líquido de seu pré gozo e o pau dele deu um solavanco, dando a mim a certeza de que estava conseguindo o meu intendo que era o de deixar meu maridinho doido de tesão.
Chupei e lambi como nunca e até o cuzinho dele eu explorei com a ponta da minha língua, arrancando gemidos que tirou minha vítima do sério de vez. Sem resistir, ele se levantou da cadeira quase me atirando ao chão, o que ele fez em seguida e, sem me dar tempo para nada, puxou minha camisola para cima e ao ver minha buceta exposta, ajoelhou-se entre minhas pernas e enfiou de uma vez aquele pau que parecia preste a estourar de tanto que vibrava.
O prazer de ter o pau do César dentro de mim de um jeito que revelava estar ele descontrolado de tanto tesão me deu a certeza de ter conseguido meu objetivo. Mas essa certeza durou pouco. Primeiro porque, ao sentir seu pau sendo socado com força dentro de mim, o puxei pelos ombros para que ele se deitasse sobre mim e assim pudéssemos nos beijar e não consegui, pois ele resistiu à pressão que eu fiz e nem tempo tive para reclamar, pois com os olhos fechados, o que também era errado, pois César sempre que gozava procurava um contato visual comigo, ele gozou intensamente e, mal acabou, saiu de dentro de mim e se deitou no chão ao meu lado.
Com minha decepção crescendo e rumando perigosamente para uma explosão de raiva, olhei para o lado e vi que ele ainda mantinha os olhos fechados o que também não era o seu normal, pois ele gostava de ficar me encarando depois de gozar e tudo piorou quando eu tentei beijar e ele, apesar de ter aceitado o contato como se fosse um selinho, não correspondeu o beijo e até o encerrou, virando o rosto para o outro lado. O mundo, nessa hora, tingiu-se de vermelho. Mas eu precisava ser forte se quisesse ter meu marido agindo como antigamente. Então eu contei até dez e, como não adiantou muito, fiz a concessão e fui até vinte. Finalmente, embora ainda temesse que minha voz me denunciasse, perguntei:
– O que foi isso? Você nem esperou por mim?
A resposta veio imediatamente e surpreendentemente seca:
– Você queria foder, não queria? – Ao ver que eu não ia responder a essa pergunta, pois continuava a encará-lo, ele deu o golpe de misericórdia: – Então, você já fodeu. O que mais você quer?
– Eu quero que você vá para a puta que te pariu, seu cachorro insensível.
– Epa, o que foi isso agora?
Nessa hora eu já estava de pé e a um segundo de lhe desferir um tremendo bico nas costelas, mas esse ímpeto eu consegui controlar, O que fugiu do controle foi minha língua que disparou:
– Não foi nada seu filho da puta. Nadinha de nada. Eu estou aqui superfeliz de saber que minha buceta só serve para um viado qualquer enfiar o pau e gozar dentro. – Nessa hora senti as lágrimas já escorriam e consegui apenas informar: – E você vai dormir no sofá de novo.
Saí apressada em direção ao nosso quarto onde entrei e bati a porta, girando a chave. Segundos depois o César batia na porta pedindo, pedindo não, mandando que eu a abrisse e, quando percebeu que suas ordens não seriam obedecidas, usou o argumento de que o tempo tinha mudado, falando:
– Malu, abre aí. Se eu dormir no sofá eu vou passar frio durante a noite.
– Cubra-se com a sua total ausência de sensibilidade, seu filho da puta.
– Mas querida, eu posso ficar doente e depois te dar trabalho e essa é a última coisa que eu quero.
– Se você ficar doente eu te curo com uma injeção bem no meio do seu cu.
– Mas, meu amor, eu...
– Vai se foder César. Mas vai se foder com muita força.
Nessa hora eu já caminhava em direção ao banheiro e ele deve ter notado isso pelo volume de minha voz que diminuía e parou de insistir. Abri a ducha e só então me dei conta que nem tinha dito ao César que estaria retornando ao trabalho no dia seguinte:
– Ele que se dane. Quer ignorar a esposa, então que vá viver sozinho e que bata punheta quando quiser gozar.
Eu estava realmente indignada com a atitude de meu marido.
Minha quinta-feira foi normal. Rômulo podia ser considerado o homem mais comum que eu já conheci na minha vida. Durante o dia pude perceber que ele se irritava ou se alegrava facilmente, dependendo apenas de como os fatos relacionados aos serviços se sucediam. Seu rosto era comum, embora aquela barba bem tratada que ele ostentava mostrava claramente que ele se esforçava, esforço esse que perdia qualquer significado quando se observava que uma entrada considerável e os poucos cabelos o indicavam como candidato a futuro careca. Seus lábios eram finos e o nariz aquilino que disfarçavam um pouco o fato de seus olhos negros serem muito juntos e a sobrancelha espessa que acentuava ainda mais sua falta de atrativos.
Não dava para dizer que ele fosse muito feio, até mesmo porque, quando sorria, seus traços se suavizavam e seus dentes brancos e perfeitos melhoravam um pouco a sua aparência. Sua estatura também não ajudava. Era inferior à minha com a diferença em favor dele que eu usava sempre um saltinho de cinco centímetros, porém, no caso de eu me produzir mais e subir nos meus sapatos sociais, todos com saltos de quinze centímetros, ele iria parecer um nanico ao meu lado. Mas havia uma coisa nele que chamava atenção. Suas roupas eram impecáveis demonstrando que os ternos que usava eram todos feitos sob medida.
Também notei que ele se dirigia a mim com mais gentileza do que fazia com os demais funcionários e creditei isso ao fato de sermos praticamente vizinhos ou, talvez, pelo fato de que, ante de minha enfermidade, eu ter ocupado o cargo que ele agora ocupava. O dia passou normalmente, as coisas ainda funcionavam como no tempo em que eu trabalhava ali, o que me dava a vantagem em relação aos outros, pois não precisava de ajuda para nada e já conhecia bem os procedimentos e rotinas, algumas delas, inclusive, implantadas por mim.
Depois de uma jornada de trabalho normal, chegou o momento de retornar ao meu lar. Isso, que durante todo o tempo em que permaneci trabalhando ocupava minha mente, de repente me pareceu um pesadelo. Eu tinha certeza de que, ao me deparar com César, minha raiva viria à tona e sabia que ele, do jeito que era, não daria o braço a torcer e não ia surgir na minha frente com um buque de flores e um pedido de desculpas. Desanimada, parei no Shopping Center que existe no caminho para minha casa e fiquei perambulando, porém, sendo mulher, acabei adquirindo algumas coisas. Nada demais, apenas três vestidos, sendo um para noite, quatro pares de sapatos, dois mais confortáveis para o dia a dia e dois com os saltos altíssimos, mas só fiz isso porque eles combinavam com os vestidos que acabara de comprar. Cogitei também comprar lingeries sedutores, mas desisti quando me lembrei de que, no momento atual, eu não estava me saindo muito bem na arte de seduzir. Fiz um breve retrospecto e me dei conta que a contagem já estava dois a zero contra mim.
Quando cheguei em casa, já me sentindo leve, pois o ato de fazer compras tem esse poder, César me aguardava sentado no sofá e ficou me encarando enquanto eu, sem sequer olhar para ele, levei as sacolas de compras até o quarto e depois retornei para a cozinha que, pelo seu estado, denunciava o fato de que meu marido tinha preparado algo para comer e estava uma verdadeira bagunça.
“Meu Deus! Será porque os homens não conseguem fazer um lanche sem fazer essa bagunça toda” – Pensei, para depois me lembrar de que tem sim. Meu pai mesmo era um desses que, sendo organizado e metódico, irritava minha mãe quando inventava de cozinhar alguma coisa, pois ela não fazia isso segundo as regras e métodos, mas sim pelo costume adquirido na prática diária desde os tempos de adolescente enquanto ele parecia um juiz seguindo o rito exigido em um tribunal. O pior de tudo, era que, por não poder reclamar do meu pai por suas manias, criticava o pobre dizendo que ele fazia uma bagunça na sua cozinha, o que não era verdade. Sina de homem ser criticado na cozinha ou sina de mulher em achar que todos eles são bagunceiros. Bom, pelo menos eu não tinha problema com isso, pois o César era sim muito bagunceiro.
Mas não foi a bagunça na cozinha que me atingiu. O que balançou minha segurança foi perceber que a reação do César, ao me ver, foi nenhuma. Não existe nada pior que isso. O normal seria ele, ou me cobrar uma explicação por minha atitude do dia anterior ou se desculpar e tentar alguma recompensa pela dele. Nessa hora me veio à cabeça a frase: “O oposto do amor não é o ódio, é a indiferença”. Porra, isso me deixou completamente pirada e eu já desejava que ele se lembrasse da mais terrível ofensa para lançar contra mim, pois qualquer coisa seria melhor que a postura adotada por ele.
Então me veio a lição dada por John Gottman e a sua teoria dos “quatro cavaleiros do apocalipse” sobre as razões que levam um casal para o abismo do distanciamento: “Você não vai estranhar saber que entre estes pilares, além das críticas, o desprezo e a atitude defensiva, está também 'a indiferença', essa conduta evasiva que olha para o outro lado e que cria grandes abismos de incertezas. Tudo isso, todo esse vazio emocional e frieza afetiva gera sérias consequências que devemos conhecer”.
Abalada, corri para o quarto e cometi a besteira de fechar a porta usando a chave, me deixei cair sobre a cama e chorei desconsoladamente nem sei por quanto tempo, apenas me lembro de que, quando finalmente ganhei coragem para me levantar e explorar o apartamento, não encontrei nem sinal do César. Para mim aquilo era sinal de que o nosso casamento tinha chegado ao seu final. Então, à custa de remédios engolidos depois de um banho morno, caí em um sono agitado com sonhos obscuros onde eu caia em um abismo enquanto César, sem se importar comigo, caminhava livre e solto em direção a uma luz. Acordei depois de um sonho desses e sentia sede, fui em direção à cozinha e apenas quando retornava ao quarto percebi aquele vulto enrolado em uma coberta deitado no carpete da sala. Fui até César que dormia de lado e sacudi seu ombro até que ele acordasse e mandei que ele fosse se deitar em nossa cama. Ainda o ajudei a se levantar, percebendo em seus passos trôpegos no cheiro de uísque que ele estava embriagado.
Com muito esforço, o levei até o banheiro e tirei sua roupa enquanto ele balbuciava negativas dizendo que aquilo não era necessário. Empurrei meu homem para debaixo de uma ducha e, quando ele quis reclamar, mandei que se calasse no que fui obedecida. Dei-lhe então um banho completo e, depois de enxugar seu corpo, o conduzi até nossa cama onde ele se deitou sem reclamar, porém, quando fui ajeitar melhor seu corpo na cama, perdi o equilíbrio e caí sobre ele que, nessa hora abriu os olhos e com eles presos aos meus, deu aquele sorriso que eu só tinha visto nas vezes que gozávamos juntos e permanecíamos deitados, um ao lado do outro, com nossos olhos se fitando.
Não resisti àquele apelo e no segundo seguinte nossas bocas se colaram em um beijo selvagem. Tenho o dever de informar que, naquela noite, eu não fui fodida. Naquela noite, foi eu que fodi, aproveitei e comi meu marido. Talvez por estar ainda abalado pela quantidade de álcool em seu organismo, ele se deixou dominar e não reclamou um segundo sequer, enquanto eu chupava seu pau e depois subia sobre ele e, sem ter tempo para tirar a calcinha, apenas a afastei para o lado, direcionei o pau para a entrada da minha buceta e soltei o peso do meu corpo engolindo aquele pau que eu tanto conhecia até o ponto máximo. Gozei duas vezes, a segunda quando ele gozou e não resisti ao sentir seu sêmen inundando meu útero e gozei junto com ele.
Não satisfeita, mal saí de cima dele e voltei novamente a usar minha boca para animar aquele pau que estava a meio caminho de uma ereção. Isso era normal, pois César sempre ficava assim depois de gozar, o que tornava fácil fazer com que ficasse ereto novamente. Caprichei dando o melhor de mim em um boquete e quando senti aquele pau totalmente duro vibrar dentro da minha boca, retirei a pouca roupa que usava e, totalmente nua, fiquei em pé tendo o corpo de meu marido entre minhas pernas. Fui me abaixando lentamente até sentir o contato do pau duro em minha bunda, então levei minha mão para traz, segurei aquele feixe de músculos e o direcionei para a entrada do meu cuzinho.
Eu não estava preparada para isso e doeu quando entrou, mesmo porque, meio desiquilibrada, não consegui controlar o ritmo da penetração que foi rápida e violenta, porém, a minha sede de sentir aquela tora no meu rabinho que há tempos não era visitado foi maior. Controlada a dor depois de estar totalmente empalada, comecei com movimentos lentos que foram se intensificando até que senti uma explosão de luzes na minha frente enquanto meu corpo todo se sacudia em um orgasmo intenso. Caí de lado e não demorei nenhum minuto para mergulhar em um sono profundo, tendo uma última visão de um futuro que era nada mais nada menos, que um retorno ao tipo de casamento que tivemos até ali.
Não sei se a visão que tive foi um prenúncio, porém, se não era para ser acabou sendo e isso ficou demonstrado quando, na manhã daquela sexta-feira eu estava preparando café, vestida com uma camisola curtinha e sem nada por baixo, quando senti um corpo quente encostando-se em mim por trás enquanto duas mãos levantavam minha camisola até a altura do pescoço e tomaram posse dos meus seios. Empinei a bunda para trás e senti um pau duro deslizando entre minhas pernas, ainda tive tempo de despejar a água que acabara de ferver sobre o pó de café antes de ter uma perna forçada para que minha perna ficasse apoiada na beirada da pia e ter minha buceta exposta invadida pelo caralho duro de meu marido.
A iniciativa dele, somada ao desejo pelo tempo em que ficamos, ou com sexo meia boca, ou sem sexo nenhum, não demorei a gozar e estava pronta para me debruçar sobre a pia e oferecer meu cuzinho para ser devassado pelo pau de meu marido quando o interfone tocou. O maldito interfone do condomínio permitia a comunicação entre apartamentos e era o Rômulo me lembrando de que hoje era o dia de dar carona a ele. Porra de vida, eu estava pronta para faltar ao serviço e ficar fodendo o dia inteiro e agora tinha essa obrigação. Expliquei isso para o César, inclusive, sobre o novo emprego e ele me surpreendeu quando falou com a boca próxima ao meu ouvido:
– Tudo bem, minha putinha. Mas isso não vai ficar assim. Pode vir preparada para casa hoje que eu vou foder esse cuzinho. Estou com saudade dele, afinal, já faz muito tempo que a gente não faz isso.
Pera aí. Muito tempo! Porra, a gente tinha feito naquela noite e eu ainda sentia uma leve ardência diante da ferocidade com que o César me fodeu, melhor dizendo, a violência em que eu fodi o pau dele com meu cuzinho. Infelizmente não havia tempo para isso e, afinal de contas, qual a importância disso se eu estava saindo de casa com a promessa de ter um repeteco ainda naquela noite. Passei o dia todo como se flutuando em nuvens de algodão. Minha postura estava tão diferente e me sentia tão leve que foram vários os colegas de trabalho que comentaram sobre o meu comportamento e aparência, com uma amiga mais próxima acrescentando que finalmente eu estava me comportando como a Malu de outrora.
Rômulo e eu tivemos um pequeno desentendimento no final do expediente. Ele insistia em que deveríamos acompanhar o pessoal que, todas as sextas-feiras se reúnem em um barzinho para comemorar o encerramento de mais uma semana enquanto eu insistia em ir direto para casa. Ele chegou a apelar para o fato de ser o chefe e recebeu de volta um belo “foda-se” com a lembrança de que suas regalias de chefe terminavam juntamente com o expediente. Como foram vários colegas a insistir para que eu comparecesse, acabamos por firmar um meio termo aonde nós iríamos sim beber uma cerveja com os amigos, porém, seria eu a determinar a hora de ir embora e, para desespero dele, usei esse direito para sair antes das dezenove horas. Afinal de contas, eu estava ansiosa para chegar em casa e cobrar de César o cumprimento de sua promessa.
Fiquei fula da vida quando encontrei o apartamento vazio, mas logo me acalmei quando encontrei um bilhete de meu marido preso no vidro da penteadeira que dizia:
– Fui caminhar. Te desafio a vestir uma roupa insinuante e ir me encontrar.
– Desafia baby? Então me aguarde.
Rapidamente escolhi um short de lycra super apertado e um top que fazia conjunto com ele. Tive que vestir o short duas vezes, pois já pronta, decidi que se fosse sem calcinha o efeito da provocação seria ainda maior. Vesti e fiz um breve exame no espelho só para perceber que o desenho que o volume da minha buceta fazia no tecido do short era algo incrível, pois não apresentava nenhuma diferença caso eu estivesse nua. Até mesmo o volume de meu grelinho inchado era notado. Pensei em vestir um moletom folgado por cima para cobrir aquela exposição, mas logo achei melhor ousar e acessei o meu “modo” foda-se e saí apressada à caça do meu macho.
Se alguém notou a exposição do desenho perfeito de minha buceta eu não sei, pois minha única preocupação era a de encontrar logo o César e isso só aconteceu quando atingi o ponto mais escuro da trilha, próxima ao muro que dividia o terreno do condomínio com o terreno vizinho e ele veio andando em minha direção com o olho fixo na minha buceta, Não resistiu e falou:
– Nossa! Você está maravilhosa vestida desse jeito.
– Desse jeito como? – Perguntei fazendo carinha de desentendida.
– Você está parecendo uma putinha.
Ao dizer isso ele já me abraçou para poder me beijar, mas parou no meio do caminho, voltou a ficar ereto e perguntou:
– Você bebeu?
Expliquei para ele sobre o costume do pessoal sair do expediente e se encontrar para uma bebida, coisa que não acontecia no tempo que eu trabalhava lá e expliquei logo que aquilo deveria ter sido ideia do Rômulo. Ele não deu a menor importância para o que eu dizia e apenas falou brincando:
– Ah bom! Então você bebeu, foi? Ótimo, porque você sabe que cu de bêbada não tem dono.
– O meu tem dono sim e o dono está bem na minha frente.
– Ah é? Então vem cá minha putinha.
Dizendo isso ele pegou minha mão e saiu me puxando, se afastando da trilha e indo parar sob uma árvore que ficava próxima ao muro que demarcava o limite do terreno. Sem aviso prévio, ele me agarrou e começou a me beijar, então ele foi me virando até que eu ficasse de costas para ele e me empurrou para próximo do tronco da árvore e, ao chegar lá, fez com que eu curvasse meu corpo e ficasse com ambas as mãos apoiada na árvore, se afastando de mim e baixando meu short. Um segundo depois eu senti meu cuzinho sendo invadido por sua língua maravilhosa me levando a loucura.
Eu sabia que, de onde estávamos, poderíamos ser vistos por alguém que estivesse usando a trilha e caminhando por ali, porém, se alguém passou e viu, ou se passou e não viu, eu não sei dizer, porque eu só fazia gemer com aquela língua que começou a se alternar entre meu cu e minha xoxota até que ele, satisfeito, resolveu atender ao pedido que eu fazia quase gritando e sem dar a mínima importância se podia ser ouvida e se levantou se posicionando atrás de mim e, sem minha ajuda, direcionou o pau para a entrada do meu cuzinho que já piscava implorando pela invasão e socou tudo de uma vez.
Gritei ao sentir aquela invasão e ele puxou meus cabelos forçando minha cabeça para trás e deu um leve tapa no meu rosto enquanto dizia:
– Cale a boca biscate. Putinha tem que levar no cu assim, em público. Isso é para que todo mundo saiba do tipo de puta eu tenho em casa.
– Pare de falar bobagem e me fode logo seu gostoso. – Disse eu forçando meu quadril para trás como se fosse possível obter mais daquela penetração que já era completa.
Foi uma foda insana. Fui chamada de biscate, puta, chupadeira, vagabunda, vadia e outros nomes mais que nem consigo me lembrar, mas também fui à forra e pagava na mesma moeda sem que César desse sinal que entendia minhas ofensas, pois nem quando o chamei de viado e corno ele parou de me castigar. Gozamos juntos e não conseguimos evitar um sonoro grito de prazer e, para o nosso azar, isso aconteceu justo na hora que um casal de idosos que residiam no condomínio surgiu na curva da trilha e tiveram a visão do quadro que estava pintado a pouco mais de dez metros deles. A pobre mulher levou à mão a boca e seu rosto ficou completamente vermelho enquanto seu marido olhava para nós com um brilho assassino no olhar, ao mesmo tempo em que levava a mão ao seu pau e desse uma apertadinha.
Depois, já no apartamento, César e eu rimos muito da reação do idoso que, apesar da idade, não demonstrou ser tão idoso assim, pois eu pude notar que o volume que se formou sob sua bermuda foi bem considerável. E essa passou a ser a nossa rotina depois desse dia. César e eu voltamos com tudo a praticar nossas loucuras sexuais e as preferidas dele era me foder sob o prisma do exibicionismo. Ele chegava até mesmo a fazer pesquisas na internet para descobrir locais onde poderia me levar para transarmos e eu ficava admirada da quantidade de lugares que existem e também do tesão que nos invadia quando estávamos fazendo isso. Foram várias as vezes que fomos surpreendidas e esses “acidentes” só serviam para aumentar ainda mais o nosso tesão.
De repente, sem nenhuma explicação plausível, comecei a perceber coisas estranhas em César e, algumas delas nos nossos momentos mais íntimos. A primeira delas foi quando ele, durante o momento em que gozava sobre mim, se dirigiu a mim de uma forma que nunca tinha feito antes. Como eu tinha acabado de gozar, achei que poderia ter entendido errado quando ele me chamou de “Minha Abelhinha”. Porém, fiquei com aquilo na cabeça querendo achar algo que pudesse explicar minha confusão, mas não encontrei, entre os poucos apelidos ele me tratava como Maluzinha, maluquinha ou até mesmo vadiazinha. Nenhuma dessas dava para ser confundida com “abelhinha”, sem contar que ele nunca usou o pronome possessivo “minha”. Era sempre o adjetivo e nada mais. Eu era a putinha, a vadia, a vagabunda, a biscatinha, mas nunca acompanhando da palavra que indicava ser dele.
Sem explicação, creditei isso ao fato dele, nos últimos tempos, ter se dedicado muito à internet, inclusive, em sites dedicados à pornografia e achei que ele tinha ouvido essa expressão por lá, gostado e resolvido usar comigo. Mas uma luz amarela se acendeu quando entrei de repente no seu escritório e ele, como já havia feito antes, apressou-se em pegar o mouse e clicar em algo sobre a tela. Dessa vez resolvi não deixar passar batido e havia um detalhe: no que se refere à informática, meu conhecimento é bem superior ao dele, assim como a assiduidade em usar computador, coisa que eu fazia diariamente em meu emprego e até mesmo era chamada sempre que algum colega estava com dificuldade para desvendar os “grandes mistérios da Microsoft”. Então, olhei para a barra de tarefa e conferi quais aplicativos estavam sendo usados e me surpreendi ao ver que ele estava usando o Skype, coisa que eu nem sabia que ele conhecia.
Disfarcei bem e guardei aquela informação para mais tarde. César, além disso, tinha uma dificuldade enorme em guardar senhas e eu havia ensinado para ele como deixá-las salvas e sabia que, quando quisesse, poderia acessar qualquer programa que ele tivesse instalado em seu computador. Ainda transamos naquela noite, porém, notei que ele estava mais afoito, mais apressado e gozou antes que mim e depois deu um trabalho danado para conseguir uma segunda rodada, o que me fez perguntar a mim mesma se aquela seria realmente sua segunda rodada.
A luz amarela que se acendeu no meu cérebro ficou mais intensa, transformando-se em laranja escuro, quando, aproveitando ser a quarta-feira em que o César estava distribuindo pontapés nos seus amigos em um dos inadiáveis jogos de futebol, liguei o seu notebook. Como sabia o “PIN” que ele usava, pois fui eu que o coloquei lá, entrei facilmente e abri o Skype sem problemas, pois a senha, como eu esperava, estava salva e o programa foi acessado. Fiquei abismada com a quantidade de contatos que o César tinha. Para quem não tinha nenhuma familiaridade com informática aquilo era um achado. Mais estranho ainda eram os Nicks utilizados pelos seus contatos. A maioria era composta de casais que eram identificados assim por iniciarem sempre como “ksal”, “kasal” ou “casal”, sempre com um acompanhamento demonstrando se tratar de casais que se dedicam ao relacionamento aberto. Entretanto, não era isso que eu estava procurando e fiquei decepcionada por não encontrar nenhuma abelhinha na relação. Resolvi verificar um a um e não demorou nada para encontrar o que buscava. Logo estava lá, bem na letra ‘b’ o Nick de “bee”.
“Nossa! Quanta originalidade!". Pensei.
Abri a conversa e me deparei com a mais pura sacanagem. Fui para o início e a conversa começava com o trivial que foi esquentando, com cada um querendo saber do outro sobre preferências sexuais e a da nossa abelhinha revelara algumas que deixaria alguns escritores desse site de boca aberta. Seus gostos iam do sexo anal, passava pela dupla penetração, excursionava por surubas e terminava com um tal de “gang-bang” e “dogging”, me obrigando a entrar no google para descobrir o que era isso. Apenas uma delas me interessou. Depois de uma rápida consulta sobre que era me informei que se tratava em fazer sexo em público com outras pessoas e não com o marido, pois esse apenas era o corno que levava a mulher para o abatedouro e depois ficava assistindo enquanto desconhecidos a fodiam até cansarem.
Logo a conversa digitada começou a diminuir e começou a surgir fotos e vídeos. Para meu azar, depois da primeira vez que havia a informação que tinha havido uma conversa com vídeo, vinha uma longa explicação de como apagar o vídeo e as fotos transmitidas durante a conversa e, ao que tudo indica, o César assimilou bem essas explicações, pois consegui abrir apenas uma que ele, talvez por esquecimento, não tinha excluído. Mas isso não adiantou nada, era apenas uma mulher de aparência de subnutrida de quatro, com o rosto fora de foco enquanto um homem negro e forte a fodia por trás. A única coisa que me chamou a atenção foram as duas tatuagens em forma de um laço que ela tinha atrás de cada uma de suas coxas. Sua pele era bem clarinha e dava para perceber que seus cabelos eram loiros e curtos, muito curtos.
Fazendo das tripas corações para não brigar com César, sempre engolindo meus ciúmes e fazendo de conta que nada sabia, deixei que nossa relação, que por sinal estava tão boa, continuasse do jeito que estava. Nem sei como me conseguia controlar e não empurrar meu marido para fora da cama, principalmente quando estávamos transando, mas isso só acontecia quando ele começava a me tocar, pois logo eu ficava toda ouriçada e o ciúme dava lugar ao imenso tesão que sempre tive o que me ajudava a manter as coisas como estavam.
Entretanto, amor eterno, imenso e indestrutível só durava o período em que se davam as maravilhosas fodas que continuávamos ter, porque era só descansar um pouco depois do último orgasmo para que eu ficasse com vontade de amarrar uma corda no pescoço do meu marido e a outra ponta em algum local fixo e depois atirá-lo pela janela. Dizem que o uso do cachimbo é o que entorta a boca e eu já estava até me acostumando em jogar aquele joguinho solitário onde fingia que estava tudo bem e era toda sorrisos enquanto queimava de ódio e revolta por dentro. Acho até que as coisas permaneceriam assim por mais tempo se um fato novo não fosse acrescentado àquele drama. Algo que poderia se tornar a prova definitiva da traição de César.
Aconteceu em um sábado à noite. Eu estava vendo um filme no meu quarto e ele, como vinha fazendo cada vez mais, “brincando com seu notebook”, quando a campainha da porta chamou. Como eu já estava na cama, pronta para dormir, gritei para que ele atendesse e ele foi. Era o porteiro informando que um vizinho havia raspado seu carro no de César e estava esperando por ele no estacionamento do condomínio para que combinassem o acerto do prejuízo. César estava só de short, então veio até o quarto, vestiu uma camiseta e calçou uma sandália velha que ele nunca jogava fora, mesmo comigo implicando todas as vezes que via aquele farrapo de calçado no armário, ao lado dos meus e saiu apressado. Mal ouvi o barulho da porta se fechando, me veio na cabeça a ideia de que ele poderia ter deixado o computador conectado e, se não, pelo menos ligado e, com a pressa que tudo aconteceu, ele não teve tempo para apagar nenhum arquivo.
Era a minha oportunidade e sai apressada em direção ao escritório. O notebook estrava aberto sobre a mesa, mas em uma posição que eu teria que dar a volta na mesma para poder enxergar sua tela, fiz isso e, quando a imagem começou a entrar no meu campo de visão, tive tempo apenas de ver um rosto antes que a ligação de vídeo fosse desfeita e fiquei com a impressão que conhecia aquele rosto. Pior do que isto foi ler uma mensagem que ela havia deixado logo no começo da conversa entre eles. Logo depois dos cumprimentos de praxe, estava escrito a palavra Bee, a hora e a data e em seguida a frase que me tirou de vez o chão: “Nossa, nessa quarta-feira você foi animal, quase me matou. Não vejo a hora de chegar quarta-feira de novo”.
Como eu mesma tinha instalado o gravador de tela “Lightshot” para ele, apertei a tecla “printscreen” cliquei no ícone para gravar, utilizei uma pasta em ‘Arquivo de Programas’ e escolhi a pasta do Google onde salvei a imagem da tela sabendo que o César jamais sonharia em procurar o arquivo, principalmente no local onde guardei. Voltei para a cama com o ciúme a mil e certa euforia com o meu ato de ter agora uma prova no próprio computador do César e, no íntimo, uma pressa exagerada que a próxima quarta-feira chegasse logo.
Foto 1 do Conto erotico: Era Para Ser Vingança – T1 Capítulo 02 – CÉSAR

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Ficha do conto

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nassau

Nome do conto:
Era Para Ser Vingança – T1 Capítulo 02 – CÉSAR

Codigo do conto:
215023

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
17/06/2024

Quant.de Votos:
2

Quant.de Fotos:
3