Da Série a Médica Veterinária e o Fazendeiro
Como o Alexandre havia me avisado que iríamos conhecer a sua família no cair da noite de sábado ele pediu que eu me arrumasse, pensei: “Caramba, que mudança está acontecendo na minha vida”, e isso em todas as áreas, trabalho, relacionamento, financeiro, enfim, em tudo. Tomei banho, vesti a melhor roupa que tinha na mala e partimos, era umas vinte horas quando saímos, saímos da fazenda e da estrada de terra e pegamos a rodovia e viajamos um tempo, acredito que uns trinta minutos ou mais, nesse tempo o Alexandre foi me avisando do tipo, “Ó, não vai se escandalizar viu, somos bem animados quando nos reunimos, tem um pessoal que curte uma festa, fazer bagunça, eu sou desse meu jeito mas a maioria da família gosta mesmo é de curtição”, fui logo falando, “Sem problemas, vamos nos adaptando” (e rimos), andamos mais um tempinho e ele acariciava minha coxa, me olhava, e sabe aquele pressentimento de que ele queria falar alguma coisa, de ele estava escondendo algo, aquilo foi me dando um sensação estranha até que perguntei, “Você tem algo pra me dizer Alexandre, meu sexto sentido esta me avisando de algo, não me escondas nada viu”, ele olhou pra mim e disse, “é que tem uma galera da minha família que se curte sabe, depois que bebem umas e outras e como a casa lá é grande aí”, notei que ele ficou sem jeito pra falar eu ajudei ele, disse, “fazem troca de casal, isso Alexandre, um pega a namorada do outro, uma fica com o marido ou namorado da outra, isso que você quer me dizer”, ele, “isso Simone, mas se você não curtir nós podemos voltar, ir a um outro lugar, sei lá, você decide”, aquilo causou um frisson em mim pois nunca tinha frequentado nem mesmo uma casa de swing ou algo do tipo, quiçá ficar sabendo de uma família em que ele “eram tão envolvidos dessa forma”, mas enfim, já estamos quase chegando, ele havia avisado que eu iria, que iria me apresentar para sua família e de repente decidir assim com a gente quase chegando criaria um clima ruim, decidi que deveríamos ir, se não me sentisse à vontade depois de um tempo pediria pra irmos embora, combinamos e como já estamos perto logo chegamos.
Descemos do carro, a cidade muito tranquila, deixamos o carro na rua mesmo, a casa é murada de muros altos, um portão alto do tipo que ninguém vê o que rola lá dentro e o que está dentro não vê o que se passa na rua, uma casa bem reservada, casa grande como o Alexandre havia me contado, quando entramos no portão havia um pessoal conversando todos pararam de conversar e ficaram nos olhando, o Alexandre ficou por trás de mim segurou minha mão esquerda e cochichou, “vamos tirar essa aliança” e já senti minha aliança escorregando e saindo, a gente não tinha pensado nesse detalhe mas ali rapidinho damos um jeito, ele me apresentou pra todos que estavam ali, inclusive seus pais, de chegada notei que a família é bem diferente mesmo, mulheres com vestidos bem curtos e decotados, mulheres bem maquiadas e bebendo em rodas com homens, eu já sou mais tradicional, do tipo mulheres com mulheres e homens com homens, mas enfim, cada família tem seus princípios não é verdade, notei que os pais dele também, estavam bem envolvidos fazendo brincadeiras o velho dançando com as noras a srª dançando com todos os homens, nos sentamos e eu ali meio que perdida no meio daquela família “doida” tentando olhar tudo, conversar com todos, observando tudo, quando de repente o portão abre e entram duas moças de mãos dadas, é definitivamente só faltava entrar dois homens de mãos dadas entrar, kkk, a festa acontecendo, bebidas, carne e quando chegou um determinado momento todos fizeram silêncio o chefe da família deu boas vindas a todos, agradeceu pela presença, na sequência cantaram parabéns, era aniversário da mãe do Alexandre, depois disso ela falou e no final disse, “fiquem a vontade, a casa é grande, a família está linda, crescendo, e olhando pra mim disse “mas sempre tem lugar para mais alguém”, depois disso jantamos mas logo o pessoal começou a se dispersar pela casa, varanda, quartos, sala. O tempo foi passando, até que onde estávamos chegou um casal, nos cumprimentaram e convidaram a gente pra sair dali, ir pra um lugar mais tranquilo, eles não também não curtiam aquela badalação toda, era a Tânia e o António, irmã e cunhada do Alexandre, olhei todos em volta, todos naquela curtição, pensei, “já dei minha parcela de participação aqui, marquei presença, vai ser bom sair, conhecer mais pessoas, aliviar a cabeça”, enfim aceitei, saímos cada casal em se carro, o Alexandre perguntou se estava tudo bem comigo, eu disse que sim, até brinquei com ele falando, “sua família é bem do barulho, kkk”, ele riu e me pediu desculpas por ter me levado para o meio de um povo tão maluco, kk, mas eu me senti amada ali, me receberam muito bem, do lado do Alexandre eu me sinto bem, me sinto protegida, acolhida, coisas que eu não sentia mais ao lado do Marcos, enquanto ele dirigia segurava em minha mão e assim a gente ia em um silêncio, a gente não falava uma palavra mas nos sentíamos muito juntos, na verdade a gente se completava de maneira tão gostosa.
Depois de uns minutos circulando de carro paramos em um barzinho, até parecia que estava fechado, estava de portas fechadas mas funcionava ainda, já era perto da meia noite, estacionamos os carros e entramos, lugar muito tranquilo, música ao vivo, casais dançando, de cara já amei o lugar, buscamos uma mesa mais afastada e nos sentamos, nós quatro, o Alexandre confiava muito no Antônio e na Tânia e já havia confidenciado nosso “romance” a eles e nos apoiaram de uma forma tão gostosa, mas a surpresa para mim ainda estava por vir, além de conhecer a família do Alexandre, é claro, após nos acomodarmos ali, pedimos algo para beber, a Tânia muito amável me dava muita atenção e enquanto o Antônio e o Alexandre conversavam ela me contou ali rapidinho que o Alexandre estava apaixonado por mim, que ele havia mudado muito depois que a gente havia se envolvido, demonstrava estar bem mais feliz, E que o tempo que eu e o Alexandre ficamos sem nos ver e praticamente sem nos falar, aquele tempo em que ele foi lá em casa e o Marcos descobriu nossa transa ele ficou muito mal, caramba aquilo tudo mexeu muito comigo, eu não sabia como reagir, só olhava para o Alexandre enquanto a Tânia comentava comigo e sinceramente, senti vontade abraçar ele e dizer que o amava, mas em um desses meus olhares para o Alexandre ele percebeu, olhou para a Tânia e perguntou, “Hei Tânia o que você tá falando pra Simone, e você porque me olha desse jeito”?, a Tânia respondeu; “Só estou falando o quanto você gosta dela, aquilo que você confidenciou pra mim e pra o Antônio”, ele, “é tudo verdade, (continuou), e já aproveitando, (nesse momento ele segura em minha mão), que entramos nesse assunto, Simone quero convidar você para vir morar comigo na fazenda, peça o divorcio para o Marcos, vocês já não são felizes juntos, ele tem o outro caso dele, não há porque vocês continuarem juntos”, aquilo foi tipo, um pedido que não esperava, e na verdade não havia razão para eu e o Marcos continuarmos juntos, o Marcos continuou, “você se quiser, continua com seu consultório veterinário lá e vem morar comigo”, sinceramente eu amava o Alexandre, e enquanto eu tentava imaginar como seria, como faria, o Alexandre abre o zíper da jaqueta e tira um porta anel e abre e fala, “Simone Eu Te Amo e agora oficialmente te peço em namoro e como prova do meu amor te dou esse anel”, eu não acreditava no que estava vendo, o Alexandre estava de joelhos ao meu lado me pedindo em namoro com um solitário com um rubi, a pedra que simboliza o amor, ah eu não aguentei, levantei, levantei ele, nos abraçamos e eu também me declarei para ele, gente, que Surpresa, meu coração batia acelerado, que emoção, já imaginam o final de gente, me divorciei do Marcos sim e me sinto a mulher mais feliz do mundo vivendo ao lado do Alexandre.
Escrito por 327_Arthur_YL