Despudoradamente impudica (fragmentos de um romance)


No alvorecer após uma noite rubra no hotel dos Carqueijais na amplidão da Covilhã sstamos sozinhos e cativos desde que buscamos a Serra da Estrela, imersos naquela solidão única de sentir-se um com o mundo, ambos fundidos em "nós", em um quartinho quente impregnado do cheiro dos corpos que se deram. Apenas os últimos suspiros de nossos suspiros rachados pelo gozo de um orgasmo podem ser ouvidos. Fios de luz flutuam sobre a escuridão, projetando-se dos minúsculos buracos da persiana em nossa pele nua e trêmula. Estamos ligados, cansados e felizes, um em cima do outro, recuperando o ar aos poucos. Sua boca arfa junto à minha, exalando os vapores que deixaram nossos corpos suados e exaltados, exalamos vícios e secreções, nos entregamos à sedução e à luxúria, investigamos em todas as dobras das nossas peles os orifícios de nossa humanidade, no mistério da o que somos quando realmente somos nós mesmos.
Nossos corpos tremem se reconhecendo naquele emaranhado deixado pelo êxtase. Fizemos amor e lutamos pelo fogo, fomos sujos e extremamente puros. Em minha pele os restos de seu prazer deslizam escorrendo nos lençóis e sinto o toque frio de seu esperma que começa a coagular. Os restos de minha umidade pingam entre minhas coxas, o resíduo desse seu prazer que parece me perfurar pouco a pouco como a água faz na pedra ao longo do tempo. Ao longo da minha vida sexual poucos homens alcançaram me levantar e me fazer gritar seu nome tremendo convulsivamente, esgarçando-o com unhas e dentes em frenesi. Tudo o que sou e sei de mim é revelado naquele segundo.
Partimos o coração um do outro, procurando fantasias e encontrando nosso desejo excessivo, comendo beijos um do outro mordendo, batendo em nossos sexos como animais, nos exaurindo em nossa relação sexual como se fosse a última. Ele agarrou meus quadris e eu senti seu pau mergulhar nas profundezas de mim, afundando de novo e de novo, com a mecânica de um motor de quatro tempos, descarregando toda a força do seu falo dentro do meu sexo. Percorremos o repertório de posições sexuais em uma dinâmica frenética: ele me fodeu de quatro na beirada da cama, subiu em cima da minha bunda enquanto eu tremia debaixo dele, ele me fodeu de lado enquanto agarrava meus seios, subi em cima dele para montá-lo e distingui entre meus movimentos as proporções de seu membro, transamos em pé e no chão. Sem parar. Loucamente. Despudoradamente. Deliciosamente!
Gritei meus orgasmos impregnando todo o seu ser de lascívia a cada um dos meus suspiros, com o rosto contorcido pela embriaguez do prazer, morrendo de prazer a cada solavanco, deixando meu olhar se perder nas profundezas de seus olhos que me contemplavam observando meus rosto de concupiscência com prazer, regozijando-se com sua habilidade e meu êxtase. Eu o amei naquela hora. Só naquele exato momento. Suas mãos apertaram minha cintura e minha bunda parecia ser movida pelo próprio diabo. Seus dedos rastejaram para cima de mim como musgo rasteja sobre pedra, deixando seu rastro perfumado profundamente em cada um dos meus poros, acariciando meus seios ou se esgueirando entre as dobras da minha buceta para alcançar meu clitóris.
Senti exultante o vestígio de seu calor se espalhando em meu sexo e essa maneira única de incitar meu prazer em afrodisíacas e novas carícias.

Antes disso senti seus lábios saltando sobre cada uma das minhas vértebras e seu hálito quente roçando minhas costas até derramar saliva na curvatura onde ele começa a fazer bunda. Sua língua encharcou o caminho entre minhas nádegas me fazendo sentir em uma nuvem de glória e esperma, molhando o caminho inefável entre meu ânus e meu buraco quente, verifiquei sua saliva me fazendo cócegas e sacudindo todos os pontos de onde eu podia sentir desfalecer num prazer tão profundo.
Minha boca cobriu seu pau com uma ferocidade ambígua, tentando ser carinhosa e acomodada, mas segurando minha ganância. Não havia nada que ele quisesse mais. Lambendo o rabo da glande até as bolas levantadas e inchadas. Salivando seus testículos com obscenidade e deboche, com devoção, quase com desespero, explorando cada um de seus sulcos com entusiasmo, subindo lentamente de sua tromba até seu frênulo, enfiando minha língua em seu buraco, fazendo seu prazer meu, eletrizando minha buceta com cada lambida, enchendo minha boca com ele, inflamando-o na minha língua, sentindo-o no final da minha garganta, sentindo-me sacana, insolente, insolente e aérea, percebendo os efeitos da minha libido em cada poro de meu corpo.
Sua boca gentilmente capturou meus mamilos me fazendo sentir calafrios, pequenas cólicas que circulavam dos meus seios contraídos até minha buceta, me enchendo de tanta luxúria que eu explodi várias vezes. Eu não tenho sido capaz de contar meus orgasmos. Tem sido doce e delicado, alcançando-me como um bom sonho, acariciando algo de mim que não tem pele nem nome, e onde poucos chegaram, senão com a habilidade de sensuais amantes. .

Ele mal me tocou, fazendo pequenos toques de suas carícias que me fizeram tremer de incontinência. Sua boca foi um desperdício de doçura, deixou-se cair na minha pele com a habilidade da chuva, seja na boca, a caminho do umbigo, no canal prodigioso que marca minha cintura ou na curvatura sinuosa onde terminam meus quadris e dobram na virilha para convergir para o meu sexo. Tudo nele parecia suave e perfumado para mim, tudo nele parecia gentil e manso, e tudo nele me levava a ele e à impudicícia. E tudo começou em um instante quando ocupamos os aposentos numa prosaica excursão à Serra da Estrela.

Ao chegarmos, ele me oferecera um café com aquele sorriso de bad boy, me convidando para brincar e fazer sexo, me oferecendo sexo e orgasmos como quem oferece água a um peregrino. Ele não sabe, mas eu o desejei naquele segundo. Quero dizer que fui capaz de ver além do que ele era. E era uma criança brincando e um homem me oferecendo as mãos para o que eu quisesse. Aproximei-me dele, ansiava por um beijo desde Lisboa. Um beijo limpo e suave... Onde tudo começou.

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Ficha do conto

Foto Perfil ilyana
ilyana

Nome do conto:
Despudoradamente impudica (fragmentos de um romance)

Codigo do conto:
207418

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
02/09/2022

Quant.de Votos:
4

Quant.de Fotos:
2