Para a Lu (amputada de Franca)

1.
O belo não é padronizável,
também está no que é diferente.
Quando te vejo com ar cândido,
descontraída e serena, confiante,
apoiada sobre uma perna arcada
e a outra repousadamente,
terminando onde mal começava,
não vejo a imperfeição retratada
vejo uma mulher inteira…
                      …completamente!


2.
De branco, como os versos de um poema
sem rima nem métrica.
Livre de espartilhos, só com um véu
que quase lhe desvenda o mamilo
e escancara a beleza assimétrica.


3.
Sonhei-nos num amplexo infindável.
Como se tivesse medo de te perder,
reclinado sobre o teu cabelo negro
uma mão segurando a cintura esguia
e a outra viajando no teu dorso,
depois escorregando na madeira fria
e finalmente repousando no teu coto,
como quem diz sem ser por palavras:
Que deslumbrante és, mulher querida!


4.
Tocaste-me profundamente!
Sem te dares conta,
amor platónico,
ausente mas presente, tão distante.
Mas o oceano pouco monta
para o pensamento livre, enamorado... errante.


5.
O amor não me engane com esta lonjura,
Este ecrã branco, esta coisa fria,
que só poder ver-te me traz amargura!
Embarga-me a voz num grito mudo.
e só teu sorriso cheio me enche a vida
triste de tão distante que é o teu mundo,
Luciana querida.


6.
É pela Internet que te olho nos olhos
e sempre que fixas os olhos da câmara
Imagino-te a olhar-me... sem escolhos!


7.
Fugiu-me a mão ao controlo.
Escapou-se sem dizer nada,
roubou-te o seio arfante,
assaltou-te o ventre quente
e fixou-se, determinada, no colo.
Explorou gulosamente o teu jardim
descobriu, florejante, um lindo broto.
E como quem abre uma prenda rara
afagou lenta e ternamente o teu coto.


8. O TEU PÉ
Com leves toques, quase despercebidos,
despertaste-me os sentidos.
Distraída? Inocente?

Tocaste-me com a perna, tocaste-me a alma!
Tremi, tentei manter a calma.
Inocente? Aparente…

Com o pé, descoberto, me chamaste,
com o tato do pé me cativaste!
Assim, de repente…

O teu pé, distraído, tão sensual,
despertou-me o instinto animal.
Rugi, silenciosamente.

Sem qualquer remorso o aprisionei
e sem pudor o acariciei
mas não impulsivamente!

Estudei-lhe a anatomia, senti a temperatura,
gravei para memória futura,
p’ra recordar… apaixonadamente!


9.
A praia deserta
e o meu coração cheio,
aos saltos com batida incerta,
a ver-te deitada na areia, desnudada!
O teu corpo cintilando ao Sol
repleto de gotas frescas
de água límpida, salgada


10.
Uma muleta em vez da perna,
graciosa, não anda, desliza
com a leveza de uma gazela.
Olhares furtivos e indiscretos,
ignora-os, não lhes liga…
naquela hora o mundo é dela!


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Para a Lu (amputada de Franca)

Codigo do conto:
220269

Categoria:
Poesias/Poemas

Data da Publicação:
26/09/2024

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