Uma esposa (nada) tradicional — 09 — Limpando a casa

O tempo do sonolento Arnaldo caminhar pelo corredor e descer as escadas foi o bastante para Amélia vestir sua camisola, mas não o suficiente para André vestir sua calça completamente. Ao ver um homem estranho, junto de sua hóspede, fechando o cinto, Arnaldo despertou de vez. Começou a gritar que havia um ladrão em casa, enquanto André e Vitória tentavam explicar que ele só a estava visitando. Amélia saiu de seu canto para conter o marido, surpreendendo tanto o esposo quanto a André.
Confuso e irritado, Arnaldo expulsou o casal de sua casa, mas Amélia não deixou. Pela primeira vez em seu casamento, ela se impôs ao marido para proteger Vitória e assegurar que ela dormisse ali. Assim, pediu a André que se fosse para a sua casa.
Os gritos cessaram naquela casa, mas não a tensão. No quarto, Arnaldo cobrou de Amélia sobre o porquê de ela tê-lo desrespeitado. Passado o calor do momento, Amélia apenas pediu desculpas e disse que não queria que a amiga fosse expulsa de casa naquela hora da noite. Arnaldo se deitou, fazendo uma última pergunta.
— Você viu o que eles estavam fazendo?
— Ela estava ajeitando a roupa dele. Só isso.
— O que você ficou fazendo lá que não mandou ele embora?
— Arnaldo, está desconfiado de mim agora? Eu desci, ia falar com eles, mas vi que ela já ia mandá-lo embora. Acho que ele tinha uma entrega para ela ou coisa assim. Não deu para ouvir tudo. Ele teria ido embora se você não aparecesse gritando.
— É tudo muito estranho.
Amélia permaneceu em silêncio, deixando o marido dormir. O último comentário a fez se sentir culpada por ter se deleitado com aquela cena proibida, com o marido a poucos metros dela. Levou horas para dormir. Na manhã seguinte, repetiu sua rotina, acordando cedo e preparando café para o marido. Um silêncio torturante se fez naquela casa enquanto o casal fazia sua refeição. Arnaldo mordia e mastigava seu pão, sem olhar para a esposa, o que a incomodava.
— Amélia, hoje você vai falar para aquela mulher que ela sairá daqui de casa.
— Como? Ela não tem onde ficar…
— Não é problema nosso. Ela veio para ficar uns dias, daí foi ficando e agora está trazendo homens para casa.
— Não é assim, Arnaldo. O rapaz é namorado dela e só veio nessa vez. Você fala como se viesse uma pessoa diferente todos os dias.
Arnaldo continuou mastigando seu pão, ainda sem olhar para a esposa, como se ignorasse seu argumento.
— Eu a quero fora daqui, amanhã.
Sem dar espaço para a esposa argumentar, Arnaldo se levantou e foi para o trabalho. Amélia arrumou a casa com um peso no coração, imaginando como faria para contar à amiga a decisão imposta pelo marido. Outra coisa a preocupava em relação à sua professora: André.
O rapaz, além de desagradável, era extremamente irresponsável. Se ele não tivesse aparecido naquela noite, nada teria acontecido. Estava arrependida de ter permitido a entrada dele. Tinha sentimentos confusos acerca daquele homem. Havia um desprezo pelo jeito que ele a tratara, e a raiva pela irresponsabilidade em vir naquela casa quando não devia. Por outro lado, a imagem do quadril nu daquele homem balançando enquanto fodia Vitória não lhe saiu da cabeça.
Já havia terminado a faxina quando suas divagações haviam sido interrompidas por Vitória, chegando antes do horário combinado. No rosto da Personal, o sentimento de culpa pela noite anterior. Amélia percebeu que aquela não seria uma visita para seu treinamento. Provavelmente seria uma despedida e a convidou para entrar.
— Vitória, por que esse rapaz veio ontem? Eu disse que meu marido ia voltar. — perguntou Amélia, num misto de agonia com indignação.
— Me desculpa por ontem. Não era para ter acontecido aquilo.
— Imagino que sim, você não seria irresponsável a esse ponto. Sei que ele insistiu com você.
— Não. Não foi isso?
— Foi o que, então?
— Ele tinha uma notícia para me dar e queria fazê-lo pessoalmente. Eu não sabia o que era, então o deixei entrar, achando que seria rápido. Fiquei tão feliz com o que ele contou que pulei em cima dele. Me desculpa, se eu não tivesse atiçado ele, não teríamos acordado o seu marido.
Amélia engoliu em seco ver a defesa que Vitória fez de André, mas ainda não entendia o que aconteceu.
— Que notícia era essa?
— Achamos um apartamento para alugar. Finalmente terei minha casinha.
O sorriso de Vitória era contagiante. Amélia não conseguiu ter outra reação se não a abraçar.
— Olha, eu estou muito feliz, mas preciso saber se você me desculpa mesmo pelo que aconteceu ontem.
— Tudo bem. Estou muito feliz por você também.
— Que ótimo! Vem comigo, quero te mostrar o apartamento.
As duas saíram imediatamente. Durante o caminho, Vitória contou sobre como André tinha a ajudado todo esse tempo. O rapaz, entre bicos e serviços de entregador, era quem buscava por apartamentos novos enquanto Vitória atendia suas clientes. Era visível a admiração da Personal com o namorado, que deu apoio a ela em um momento difícil. André também se mudaria para aquele apartamento onde ambos morariam juntos. Amélia ouvia aquilo tudo, pensando se não estaria fazendo uma má ideia daquele homem. A comparação com o próprio esposo era inevitável, pois Arnaldo nunca a apoiou para voltar a trabalhar.
Na zona central da cidade, o casal havia alugado um apartamento pequeno de quarto e sala. Vitória entrou animada, dizendo que André levou muito tempo até achar um com sala grande o bastante para ela eventualmente poder atender clientes ali. Amélia olhava um espaço apertado, onde talvez o quarto e a sala juntos coubessem na sua própria sala de estar. A Personal guiou sua aluna por todos os poucos cômodos da casa, com uma felicidade que não lhe cabia no sorriso. Não era apenas por ter sua casa, mas por morar junto de André.
— Assinei o contrato hoje e já agendamos a mudança. Amanhã de manhã já pegamos minhas coisas na sua casa.
— Tão rápido?
— Sim, eu sei que vai sentir minha falta, mas você pode me visitar sempre.
Amélia sorriu, docemente. Porém, ela tinha outra questão.
— Não é só isso. Vocês precisam limpar essa casa antes. Está toda empoeirada.
— A gente limpa depois.
— Não! Será mais fácil sem os móveis. Tem que fazer isso agora.
Amélia levou Vitória ao supermercado mais próximo. Compram baldes, vassouras, rodos, panos de chão, produtos de limpeza e um par de toalhas. Voltaram para o apartamento, onde Amélia dividiu as tarefas com Vitória, que não aceitou bem a participação dela.
— Amélia, não posso deixar você fazer isso.
— Por que não? Me deixa te ajudar. Olha que tenho muita experiência em limpar casa. Esse apartamento a gente faz rapidinho se nos dividirmos.
— Não. Você está com um vestido lindo. Seu suor vai manchá-lo todo.
— Quem disse que vou usar ele?
Vitória não acreditou quando viu Amélia abrir o zíper traseiro do vestido e deixá-lo cair sobre o chão. Enquanto a loira pegava a roupa e dobrava para colocá-la sobre a bancada da cozinha, Vitória olhava os detalhes rendados da sua calcinha caleçon, com suas loterias largas, ressaltando as carnes fartas do quadril. O sutiã branco era igualmente detalhado.
— Você é doida? A gente não tem nem cortina ainda. Vão todos te olhar.
— Só tem duas janelas aqui, ninguém vai ver nada. Você prefere que eu me vista?
Vitória mordeu os lábios.
— Não. Pode ficar assim.
— Você devia fazer o mesmo. Ou sujará a sua roupa também.
Vitória riu, da aparente brincadeira de sua amiga, mas Amélia falava sério. A loira cruzou os braços, olhando para sua amiga de uma maneira que fez Vitória desmanchar o seu riso.
— Não estou brincando, isso não é roupa para arrumar a casa.
Amélia falava com tal autoridade que Vitória não argumentava mais. Ainda que um pouco constrangidas pelas janelas sem cortinas, despiu-se da calça e da blusa, expondo o corpo coberto apenas pelo sutiã e a minúscula calcinha. A personal sempre viu sua aluna como uma madame. Via a loira como uma mulher delicada demais que, no início das aulas, daria muito trabalho. Tinha se surpreendido logo de início, ao perceber naquela mulher uma certa facilidade para se adaptar aos exercícios. Naquele dia, Amélia dividia os trabalhos como alguém que entendia muito bem o que fazia. Mais do que isso: Amélia não tinha dificuldades em se abaixar para esfregar o chão ou qualquer limpeza mais difícil. Era uma mulher acostumada ao trabalho pesado, mas de outra natureza.
Assim, puxou assunto com ela, elogiando a disposição e ouviu sobre a rotina de trabalhos domésticos. Ficou impressionada ao saber que Amélia arrumava a casa diariamente, lembrando-se que ela mesma o fazia apenas semanalmente. Ficou um tempo pensativa, lembrando das diferenças entre as duas, pois ela passava o dia todo trabalhando e nem conseguia cuidar da casa onde morava. Ainda, sim, ao olhar Amélia se esforçar em tirar manchas resistentes do piso da cozinha, era impossível não a reconhecer como uma mulher trabalhadora.
Enquanto limpavam, Amélia dava dicas de como organizar os móveis naquele apartamento minúsculo. A loira teve ideias interessantes para aproveitar o espaço da sala, já que Vitória queria dar aulas particulares ali. Ela nitidamente se divertia ao imaginar o aproveitamento dos espaços em um lugar apertado. A Personal se encantava com as dicas, impressionada com o potencial daquele espaço.
Logo, o apartamento estava todo limpo e pronto para receber a mudança. Ao ver o apartamento limpo, com seus pisos brilhando e pronto para recebê-la, Vitória começou a chorar. Abraçou Amélia, agradecendo pela ajuda. A loira retribuiu o abraço, fazendo-lhe um cafuné, desejando-lhe felicidade na nova casa. Permaneceram assim, abraçadas por longos minutos, até notarem olhares de um dos edifícios em volta. Só então se lembraram do quão pouco estavam vestidas.
— Olha aquele cara, ele nem disfarça.
— Sem vergonha.
— A gente também não ajuda, não é?
— Foi ideia sua ficar de calcinha aqui. Ainda disse que ninguém ia ver.
— Não moro em apartamento, não sabia que faltava tanta privacidade assim.
— Sim, ainda mais com duas gostosas se abraçando.
As duas riram. Vitória apertou a cintura de Amélia, que sorria de volta para a amiga. As duas se olhavam e depois para o homem no apartamento do outro lado que as espiava. Apesar da postura invasiva daquele vizinho, nenhuma das duas se mostrava incomodada naquele momento.
— O que acha de provocá-lo? — Perguntou Vitória.
— Está pensando em quê?
A Personal abre um sorriso sapeca e desliza uma das alças do sutiã de Amélia, ameaçando descobrir-lhe o seio.
— Posso?
— Nada foi dito. O sorriso da loira fora toda a autorização de que Vitória precisava. Após despir o seio, ela o segurou com a mão, pressionando o bico com indicador e polegar. Levou a boca ao mamilo e o lambeu lentamente. Amélia arfou, sorrindo deliciosamente em seguida.
— Adorei fazer isso daquela vez.
— É gostoso quando faz isso.
As mãos de ambas percorrem o corpo da outra suavemente. As duas olham para o vizinho, perdendo rapidamente o interesse nele.
— Está sentindo aquilo? — perguntou Vitória.
— Sim. Quer fazer de novo?
Um sorriso brota no rosto de Vitória.
— Quero, mas aquele brinquedo não está aqui, não é?
— O que quero já está aqui.
As duas se olhavam enquanto tiravam o sutiã e a calcinha. Se sentaram junto à parede, sumindo da vista daquele vizinho indiscreto. Olhavam para o corpo uma da outra enquanto alisavam o próprio. Mordiam os lábios e sorriam lascivamente em provocação mútua. Dedos percorriam delicadamente os lábios até dançarem com os grelos enrijecidos.
— Me deixa ver a sua bunda? — pediu Vitória.
Amélia ficou de quatro, um pouco de lado para sua professora. Abriu as pernas para que sua intimidade fosse toda exposta.
— Agora me mostra a sua boceta — reivindicou Amélia, acariciando seu grelo.
Vitória se pôs de cócoras, afastando os joelhos ao máximo. Estava arreganhada para sua aluna enquanto passava os dedos em círculos pelo clitóris.
— Rebola para mim? — Implorou Vitória.
Amélia começou a balançar o quadril, rebolando sem parar de se masturbar.
— Agora fode essa boceta, fode! — Ordenou Amélia.
Assim, Vitória a obedeceu, socando os dedos na própria boceta ao assistir Amélia rebolando de quatro.
— Que delícia, você rebolando de quatro para mim.
— Amo ver você socar a boceta.
As duas gemeram, se masturbaram e gozaram juntas. Gritaram de prazer como nunca puderam fazer na casa de Amélia. A preta tirou os dedos da boceta e esfregou a mão melada na bunda de Amélia, que retribuiu apalpando os seios dela com o mel da sua boceta nas mãos. Se olharam mais uma vez, como se quisessem fazer algo ainda mais proibido, mas se contiveram. Amélia foi a primeira a se levantar, quando o vizinho espião já não estava mais lá.
— Agora, sim, a gente precisa de um banho!

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Ficha do conto

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Nome do conto:
Uma esposa (nada) tradicional — 09 — Limpando a casa

Codigo do conto:
222659

Categoria:
Masturbação

Data da Publicação:
12/11/2024

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