Garoto Eu Odeio Odeio Odeio Amar Você 06

Durante o almoço minha mãe e o Lukas conversavam sobre diversas coisas, por um momento ela chegou a falar que queria trocar de filho, disse que ia me mandar pra casa da mãe do Lukas e ele ficaria no meu lugar, minha mãe sempre foi uma rica esnobe, aposto que se ela soubesse que a mãe do Lukas era diarista ela não ia puxar tanto o saco dele, lembrei de uma vez que o filho da Maria passou alguns dias na minha casa a alguns anos atras, e minha mãe agia como se ele não existisse, e até me proibia de brincar com ele, mas enfim, terminamos nosso almoço e fomos para o quarto, fechei a porta e passei a chave:

- Acho que você me deve um pedido de desculpas - disse num tom irônico
- Ué porque?
- Você ainda pergunta seu canibalzinho, você quase arranca meu pau com suas presas.
- Você mereceu, você tenta me seduzir desde a última vez que estive aqui.
- Claro que não, coisa da sua cabeça.
- Coisa da minha cabeça? Acho que não hein? Você fica se amostrando pra mim, fica andando de cueca pra lá e pra cá, pega no seu pau enquanto me olha, isso é o que?
- Isso é coisa normal que todo homem faz com outro homem.
- Mas eu não sou acostumado a esse tipo de coisa.
- Ohhh meu Deus, tão inocente você, até parece que você nunca brincou com seus priminhos.
- Brinquei não, já você deve brincar até os dias de hoje não é mesmo?
- Não, nos dias de hoje prefiro brincar com os amiguinhos da escola.
- Você é um safado, isso que você é - ele se virou para o computador e começou a fazer anotações.

Eu peguei alguns papeis que havia imprimido no dia anterior e fiz anotações também, então apos uns 10 minutos em silencio falei:

- Vamos definir os tópicos o que acha? - Eu estava com meu óculos de leitura, eu não gostava de usar na sala de aula porque me achava com nerd, sempre colocava minhas lentes e contato.
- Nooosssa como você fica um gato de óculos - falou passando a língua rapidamente entre os lábios.
- Então quer dizer que o senhor se atrai por pessoas intelectuais, com cara de nerd?
- Talvez, mas você só tem a carcaça, precisa de cérebro ainda - ele falou num tom irônico e dando um leve sorriso.
- Palhaço, vamos começar logo, você achou algo para 1990?
- Ainda não, e você?
- Também não, 1991?
- Não pensei em anda e você?
- Sim, pensei que poderíamos falar sobre a segunda edição do Rock in Rio.
- É uma boa, vou colocar na pauta, e 1992?
- Pensei num evento que teve chamado Ecorio, que debateu sobre aquelas coisas ambientais.
- Já vamos falar do Rio em 91, o trabalho é de historia, e não sobre o rio, eu pensei em falar sobre o Impeachment de Collor, e o movimento dos caras pintadas o que acha?
- Aaah, verdade tinha esquecido desse fato, e esqueci que você era o cérebro desse trabalho, 1993? Eu não achei nada e você?
- Também não, não teve nenhuma morte importante nesse ano, então eu pensei em falarmos sobre alguma novela, e a novela que fez sucesso naquele ano foi mulheres de areia o que acha?
- Por mim, tudo bem, 1994 é sobre o Plano Real certo?
- Sim lógico, porém nesse mesmo ano aconteceu a morte de Ayrton Senna, não podemos deixar escapar esse fato - disse o Lucas dando uma piscada de olho pra mim
- Nooossa, verdade tinha me esquecido, então falando em morte fica 1995 a morte dos Mamonas Assasinas também pode ser?
- Sim, vamos frisar no acidente aéreo, e não na morte da banda ok?
- Tudo bem, 1996? eu não achei nada e você?
- Também não, 1997?
- Nada e você?
- Leilão da empresa Vale do Rio Doce
- Ahh meu pai pode ajudar a gente com esse tópico ele entende tudo sobre economia
- Uhm, 1998?
- Não tenho mais nada até 2000 rs
- Nem eu, então fica faltando 90, 96, 98, 99 e 00 correto?
-Sim, correto Dr, que tal a gente da um tempo agora? - disse me levantando e indo em direção a ele.
- Pode ser - ele se levantou e ficou de frente pra mim, ele era um pouco mais baixo do que eu ficou me olhando por alguns segundos e continuou - Você fica muuuitoooo gato de óculos - e me deu um selinho, segurei a cintura dele e disse:
- Qual é a sua? Vai morder minha boca agora?
- Não seria uma má ideia, mas vou deixar isso para outro dia - então ele se sentou na minha cama e tirou os sapatos.

Me joguei na cama e puxei ele para deitar ao meu lado, a gente ficou se olhando por uns dois minutos e desse vez ele que quebrou o silencio:

- Você é um safado não é mesmo?
- Sim, qual homem que não é safado? - passei minha mão no cabelo dele, e depois fiquei alisando seu rosto.
- Me fale mais sobre você, o que pensa em fazer pro vestibular?
- Ainda não sei, penso em direito porém tenho medo, estou com muitas dúvidas ainda e você?
- Medicina, porém as vezes penso Jornalismo e meu pai quer que eu faça administração.
- Porque seu pai quer logo administração? - ele fez uma pequena pausa e disse.
- Não sei ao certo, mas ele acha que consigo estágio mais rápido, ele quer que eu trabalhe logo sabe?
- Entendi, acho que seu pai quer que você trabalhe pra assumir as contas da sua casa?
- Mais ou menos assim, mas eu não quero falar sobre isso, não gosto de falar sobre meus pais.
- Porque?
- Ah sei lá Lucas, tenho vergonha, você sabe como vocês lá do colégio são.
- Isso não é motivo de ter vergonha, porém vou respeitar seu lado.
- Obrigado, então vamos começar matemática?
- Owwwn espera mais um pouco, está tão bom, aqui deitado com você, que tal a gente assistir um filme?
- São quase três da tarde Lucas, vai ficar tarde, maaaaaaaaas, que filme você queria assistir?
- Não sei, vamos procurar algo no Netflix.

Então abri o Netflix, e fomos em busca de um filme, ele tomou o controle da minha mão e procurou os recomendados e pasmem o primeiro filme recomendado era Um Amor Pra Recordar, ele disse que queria assistir aquele filme, que nunca tinha assistido, então acabei sedendo a assistirmos o filme, eu tirei minha camisa e ele ficou deitado sob o meu peito, e vez ou outra eu alisava a cabeça dele, aquilo sem dúvidas era a coisa mais gay que eu já havia feito, mais eu estava gostando, eu me sentia diferente quando estava perto dele, gostava do jeito que ele me tratava, e eu acho que no fundo no fundo eu estava começando a gostar dele. O filme terminou e ele chorou muito com o final, eu não chorei porque já havia assistido e sabia como era o final, porém me controlei ao máximo pra não demostrar algum sinal de choro, então eu disse:

- Olha só quem é o gayzinho aqui, todo chorão hein??
- Cala a boca, gay é você que ficou fazendo carinho em mim.
- Eu mesmo não, num fiz nada.
- Aham, até parece, aii é lindo a historia de amor deles dois, algumas coisas do começo me lembrou você sabia? - ele ficou sentando na minha frente.
- Tipo o que?
- Tipo a vergonha de falar comigo quando você está com seus amigos.
- Eu pensei no mesmo que você, só espero que você não tenha leucemia
- CALA A BOCA IDIOTA

Ele jogou o travesseiro na minha cara e iniciamos uma lutinha besta, então acabou que fiquei em cima dele imobilizando seus braços, ele estava preso não tinha como escapar, fiquei olhando ele por alguns segundos, e por um momento pensei em beijar ele, porém algo me falou que ele queria um beijo e eu resolvi deixar ele na vontade e então soltei ele. Ele me olhou com um olhar de quem não havia gostado de ter sido solto, então ele disse:

- Acho que está na hora de ir embora.
- Você quem sabe - então lembrei da camisa da Zara que eu havia comprado pra ele, abrir meu guarda-roupa e entreguei o presente.
- O que é isso - disse ele com um olhar assustudo.
- Um presente, na verdade você vai usar domingo domingo.
- Você ta ficando louco? quem disse que eu vou sair com você domingo?
- Vai sim, te espero as 14:30 de frente ao Cinemark do Shopping.
- Eu não vou.
- Eu vou, se você não for, será uma pena, vou assistir o filme sem cia.

Ele então organizou suas coisas, e colocou a camisa dentro de sua mochila, acompanhei ele até o elevador, e quando o elevador estava fechando, coloquei minha mão, e entrei no elevador, fiquei de frente a ele colocando contra a parede e trocamos nosso primeiro beijo, foi um beijo rápido porque logo o elevador chegou no terreo, então ele saiu do elevador e deu uma piscada de olho pra mim e subi para meu quarto feliz da vida.