Erotismo – Experiência única

Mais de uma semana sem escrever por causa dos tristes acontecimentos ocorridos nesta amada cidade de Paris não posso deixar de começar por agradecer a todas as pessoas amigas e amigos a preocupação e a solidariedade demonstradas através das vossas queridas mensagens. Nunca vou esquecer. E descobri uma coisa maravilhosa. Existe solidariedade neste site.
Um grande obrigada a todos!!
Na continuação dos meus contos sobre erotismo vou relatar uma experiência única que vivi há dois anos com um cliente.
Fui contactada por um hotel para me encontrar ao fim da tarde no bar do hotel com um cliente italiano. Logo me perguntaram, caso o cliente estivesse interessado, se eu teria disponibilidade para mais de uma noite. Respondi que sim, que seria possível. Avisaram-me que se tratava de um cliente muito especial e exigente mas cordial, simpático e muito bem educado.
Finalmente, fui verdadeiramente surpreendida por um cliente. Cheguei um pouco mais cedo do que a hora combinada. Ele já me esperava e assim que entrei, percebeu quem eu era levantou-se dirigiu-se a mim e falámos de beijinho. Já sentados perguntou se eu gostava de champagne e pediu uma garrafa de Veuve Clicquot brut. Fizemos uma saúde e rapidamente passámos às apresentações. Seu nome, Paolo.
Homem de cerca de cinquenta anos, alto e muito elegante. Disse-me que era italiano, vivia em Milão e era presidente de uma muito conhecida e conceituada marca de moda feminina. Tinha vários escritórios espalhados pelas principais capitais europeias, Estados Unidos e até China. Passava a vida a viajar. Grande entusiasta dos desportos náuticos entrava em todas as regatas de grandes veleiros. Amante de música, bastante culto e óptimo conversador. Percebi que estava diante de um verdadeiro gentiluomo (cavalheiro). Fez-me várias perguntas, quis saber se além de GP eu tinha outra profissão. Acabei por lhe dizer que era professora de psicologia. Ele era licenciado em economia. Herdou aquele negócio de família mas desenvolveu-o muito e conquistou muitos mercados estrangeiros.
Perguntou-me se eu aceitava um convite para jantar com ele. Aceitei, claro. Chamou o garçon e pediu para lhe reservarem uma mesa no Le Grand Véfour, um dos melhores restaurantes de Paris, dos mais bonitos e requintados. Saímos do hotel e tive a 1ª surpresa. Estava à espera de encontrar uma limousine com motorista. Afinal tínhamos à nossa espera uma Ferrari linda e do último e mais potente modelo da marca. E o condutor ela ele próprio. Disse-lhe que tinha um carro de sonho. Respondeu que não era dele mas sim de rent-a-car. Sempre que chegava a uma cidade alugava aquele modelo especial para se sentir em casa pois era igual ao que ele tinha em Milão. Ao chegarmos ao restaurante parou à porta e um porteiro logo tomou do carro. Percebi que era tratado naquele restaurante como cliente habitual. Sabiam os pratos de que gostava e os fantásticos vinhos que costumava pedir. Um jantar das mil e uma noites.
Sobre o que se ia passar connosco ouvi o que nunca tinha ouvido de um cliente. Disse-me que ia pagar o tempo que eu despendesse com ele uma vez que eu era acompanhante. Em relação a tudo o mais para lá do tempo que me ocupava ele achava que não comprava mulheres. Uma mulher não se compra, seduz-se num ambiente de erotismo, luxuria de sentidos e conquista, disse ele. Era para ele importante que se algo se viesse a passar entre nós, seria fruto de uma atracão, cumplicidade ou sedução. Fez grandes elogios à minha beleza. Exterior e interior. Achou que eu era uma excelente companhia.
Agradeci e retribui tanto elogio. Era de facto um homem completo. Fizemos várias saúdes e brindes e conversámos sobre os mais variados temas. O tempo passou rápido em tão agradável companhia mas em tempo real durou quase três horas. Um verdadeiro gentiluomo.
Ao chegarmos ao hotel, tive várias surpresas. Na recepção pediu, não uma chave mas duas. Ficou com a chave da suite dele e entregou-me a outra chave, dizendo que era a chave do meu quarto. Surpreendida, aceitei a chave e fiquei sem jeito. Explicou-me que já era tarde, tinha reuniões de manhã e que gostava que eu tomasse o pequeno almoço com ele na suíte por volta das oito horas da manhã. Acompanhou-me ao quarto, não entrou, despedimo-nos com um beijo e fez-me uma festinha na cabeça. Foi tudo.
Já sozinha, ao entrar no quarto, encontrei um enorme e lindo ramo de flores com rosas maravilhosas. Em cima da cama, uma caixa com um laço espetacular. Abri, um casaco comprido de caxemira e muito bonito. Era da sua marca de moda feminina. Um casaco daqueles custa uma pequena fortuna.
Quando peguei no telefone para lhe agradecer, o telefone tocou e era o Paolo para me agradecer a companhia e desejar uma boa noite. Agradeci as flores e o presente, o jantar e a excelente companhia.
Despi-me, vesti só o casaco de caxemira, gostei imenso e acho que me ficou muito bem. Tive a tentação de ir à suite dele assim vestida. Fiquei-me pela vontade pois que não queria interferir nos tempos dele nem nos seus planos eróticos e de conquista.
Não foi fácil adormecer porque aquele homem adorável não me saía da cabeça. Para conseguir sossegar, tive que me tocar prolongadamente e sempre com a imagem dele bem presente.
Às oito da manhã telefonei ao Paolo e perguntei se podia descer. Desci, ele já estava todo vestido e pronto para sair depois do pequeno-almoço. Uma suíte linda, que eu já conhecia mas com uma novidade. Os lençóis da cama eram em cetim preto. Fiquei excitada porque em casa, o Michel e eu usamos quase sempre. Como achei curioso, perguntei-lhe se nas suites os lençóis eram todos assim. Respondeu que não e que era uma exigência dele em todos os hotéis. Normalmente não tinham, ele exigia e claro que passavam a ter.
O pequeno-almoço era um banquete. Três empregados a servirem tudo o que se possa imaginar. E com um requinte extraordinário.
Saíu para as reuniões e disse que gostava de almoçar comigo.
Marcámos encontro no bar do hotel às duas horas da tarde.
Por precaução tenho sempre no carro duas maletas de viagem pequenas. Uma só com roupa especial e outra com roupa do dia a dia. Tinha o carro na garagem do hotel e subi as duas malas para o quarto. O Michel estava duas semanas na Alemanha e eu não sabia quanto tempo ia durar aquele “romance”.
Fui para a faculdade dar as minhas aulas e para uma reunião de professores. Saí antes da uma da tarde para passar por casa e buscar mais roupa que me podia fazer falta.
Falei ao telefone com o Michel e disse-lhe que estava a viver uma experiência inédita. Falei-lhe do Paolo dizendo-lhe que tínhamos dormido em quartos diferentes, nenhum contacto físico, flores e um presente. Disse também que não sabia quantos dias ia demorar aquele “romance”. O Michel riu-se, achou graça e disse-me: Será que desta vez te vais apaixonar por um cliente? (risos). Segura de que isso não iria acontecer, respondi: on ne sais jamais (nunca se sabe).
Quando voltei ao hotel, subi ao meu quarto e para minha surpresa tinha outro ramo de flores lindas, desta vez orquídeas e outra surpresa. Também a minha cama estava feita com lençóis de cetim preto (que requinte). Aquele homem pensava em tudo.
Ele tinha-me dado o contacto telefónico. Deixei-lhe uma mensagem a agradecer as flores e disse-lhe que adorei o requinte dos lençois pretos.
À hora combinada encontrámo-nos no bar do hotel, bebemos um aperitivo e convidou-me para irmos almoçar a um restaurante no Bois de Boulogne. Em avenidas grandes voámos a mais de 200/km por hora. Tão louco ou mais do que o Michel.
Almoçámos no “Le Pré Catelan” restaurante refinado e com um ambiente ídilico.
O tema do almoço foi erotismo, jogos de sedução e conquista. Nessa arte ele era um verdadeiro mestre e com ideias muito próprias. Achava por exemplo, que nós, homens e mulheres, apesar de termos instintos animais (como a atracção física) eramos comandados pela alma (mente) e que a relação entre duas pessoas vinha de dentro. A pele e o corpo (muito importantes) eram a parte visível desses estados de espírito. Conversa bem interessante, olhos nos olhos, muito charme de parte a parte. Fez grandes elogios à forma como eu me vestia para as diversas ocasiões. Achou que estava vestida como uma executiva com classe e bom gosto. Expliquei-lhe que tinha estado a trabalhar de manhã. Como também já sabia quem ele era e o que fazia não vi inconveniente em lhe dizer que dava aulas na faculdade. Percebi que gostou de saber isso.
Depois do demorado almoço voltámos para Paris, quis ir visitar lojas e no boulevard Saint- Honoré encheu-me de presentes. Pediu-me para esperar numa esplanada porque precisava de ir a um sítio. Voltou vinte minutos depois.
Nessa esplanada tivemos outra interessante conversa sobre o tema anterior mas desta vez falando da forma como os nossos sentidos se deviam comportar na relação com o outro. Para haver entrega total cada um não deve preocupar-se consigo próprio mas sim em como dar prazer ao parceiro ou parceira. Não posso estar mais de acordo. Deu-me um exemplo prático que todo o mundo entende. Quando alguém pega num carro muito potente e quer sentir sensações fortes e prazer, se o fizer sem primeiro o estudar, perceber e sentir as suas reacções e limites não vai sentir nada de agradável e acontece um desastre. Se pelo contrário sentir e procurar as reacções do carro, lhe conhecer os limites e tendências vai com certeza disfrutar de momentos de completo prazer. Isto é o mesmo que acontece entre um homem e uma mulher. Aí, a diferença é só que o desastre acontece da mesma forma mas sem ninguém ir parar ao hospital. Não há danos físicos mas sim consequências mentais quando tudo fica mal resolvido.
Tivémos nessa noite mais um jantar romântico, fomos para uma discoteca dançar. Estávamos muito “in love” e de forma muito natural começou um soft contacto físico. Pela minha parte sentia-me muito bem nos braços daquele homem. E acho que ele sentia o mesmo.
Voltámos para o hotel e já no carro demos o primeiro beijo perlongado.
Este texto já vai longo e por isso continua amanhã.