Quando cheguei, meu coração estava na boca. Minha família ficou aflita ao me ver. Ficaram perguntando o que tinha acontecido, mas eu estava tão sem fôlego que não conseguia responder. Me trouxeram um copo de água e nesse meio tempo fiquei pensando no que ia falar. Quando finalmente recuperei minhas forças disse que tinha visto uma cobra na estrada e me assustei. Meu pai queria sair com um facão para matar a bendita, que não era certo deixar um bicho daquele vivo tão perto de casa. Mas o adverti que ela tinha entrado no mato. Acreditaram piamente em mim. Pedi desculpas pelo susto e fui tomar um banho, afinal estava muito suado. Tamanha era minha canseira e nervosismo que nem retomei minha punheta. Tomei um banho rápido, fiz um lanche e fui me deitar. Estava mais nervoso do que antes. Não queria nem encontrar o Rodrigo no dia seguinte. O que ele poderia dizer? Já tinha pensado em tudo. Ia ficar na cama até tarde, só para acordar e já estar na hora de ir embora. Só iria vê-lo de novo em meses e a insegurança talvez tivesse passado. Demorei muito a dormir, estava pensativo demais. Meus primos tinham ido todos embora. Aquele quarto parecia triste e vazio. Rezei para que a noite passasse logo e eu fosse para casa. Adormeci. Estava sonhando, quando fui interrompido por umas batidinhas na porta. Levantei e fui abrir, não tinha ninguém no corredor. A batida se repitiu, era na janela, fiquei com muito medo. Por um minuto pensei se ia abrir realmente, mas a batida veio novamente. Tomei coragem e abri a veneziana. Nada de nada. A noite estava levemente clara e pude ver um vulto perto da porta da frente da casa. Calcei meus chinelos e fui até lá ver. Quando abri a porta, nada de novo. Pensei comigo que devia ser um cachorro, ou algum animal silvestre rondando a casa. Fui até a cozinha, bebi um copo de água e voltei para o quarto. Quando entrei, não poderia ser maior o meu espanto, Rodrigo estava lá. Sentado numa cadeira ao lado do armário com as mãos na cabeça e olhando para o chão. Pediu para que eu fechasse a porta. Obedeci. Olhou bem para mim e disse que nunca mais queria me ver. Que nos meses que se passaram ele pensou muito no que tinha acontecido e como aquilo era errado. Como eu mesmo tinha visto, ele estava com outra mulher agora e estava tentando ser feliz depois de um péssimo casamento e não haveria espaço para mais ninguém, ainda mais para outro homem. Ainda colocou que ele não era viado e se eu era, que devia me envolver com outros como eu e não com ele, que aquilo que tínhamos vivido no curral em janeiro não passou de uma tentativa dele de se aliviar, já que havia meses que não gozava. Obviamente omiti o fato de ter chupado ele dois dias antes, enquanto ele estava desacordado. Me perguntou então se eu concordava e se podíamos dar um basta naquilo. Meio desapontado, mas sabendo que era o certo a se fazer assenti com a cabeça. Ele então se despediu e se preparou para pular a janela e ir embora. Aquela visão dele no beiral me deixou muito triste, provavelmente seria a última vez que eu o veria de novo tão perto.
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