Aqueles caras estão apaixonados



(...CONTINUAÇÃO.PARA QUEM CHEGAR AGORA E QUEIRA ENTENDER,EXISTE UMA PARTE ANTERIOR SOBRE AFINIDADES DE SOIS COLEGAS DE TRABALHO)

Não se falaram por todo aquele final de semana. Cada um não quis ligar para o outro. Talvez quisessem processar o que havia acontecido ou talvez, não quisessem mesmo pensar em nada mesmo.
Na segunda seguinte, quando todos voltavam ao escritório para mais uma semana de trabalho. Paulo, o nortista, esperava impaciente o amigo Saulo aparecer na entrada do edifício que trabalhavam. Já havia percebido que algumas meninas já haviam entrado e um daqueles rotundos colegas também. Mas sempre ficavam uns poucos olhando a folha de jornal na banca de revista e Paulo também, folheava alguma revista ou comprava um maço de cigarros.
- Esperando o sulista para subirem junto? – perguntara um daqueles colegas gordo.
- Não. Não esperava – respondera Paulo controlando a irritação. Só dava um tempo, pois não tivera tempo de tomar pelo menos um “pingado”. Mas já ia subir.
No elevador. Aquele colega maduro e rotundo, cuja barriga dava a impressão que poderia arrebentar os botões da camisa, comentava o quanto de bom tinha sido o final de semana e que “alguns” dos rapazes do escritório haviam se reunidos para jogarem uma pelada.
- Precisa se enturmar mais Paulo – dizia o rotundo colega – Na próxima reunião quero ver você e mais o sulista com a gente!
-Prometo!
E assim começaram a semana. O amigo Saulo chegara logo depois, todo esbaforido, mas, a tempo de marcar o ponto para o alivio inquieto dos olhos de Paulo. Cumprimentaram-se e sentaram em suas mesas. Mais tarde na hora da pausa para um cafezinho e fumar um cigarro. Um em frente do outro.
- Como passou? – perguntou um pouco ansioso Paulo, aproveitando que estavam um pouco as sós no pequeno espaço que servia de cozinha do escritório. - Tu saíste cedo e nem se despediu. Gostou? Não se arrependeu de nada?
- Bem...Tirando a dor do caralho que estou sentindo no meu cu – respondeu Saulo com um meio cínico – Que tu achas?
- Sei lá! Digas tu.
Compreenderam que não era local e nem hora de falar, afinal - paredes podiam ter ouvidos- e ainda mais ali; bando de almas penadas. Aqueles caras estavam apaixonados, mais do que uma sacanagem de amigos e mais do que uma desculpa de uma bebedeira. Alguma coisa já estava acontecendo entre eles há algum tempo. Na hora do almoço e aproveitando para devorarem suas marmitas, sentados na pouca grama verde em uma praça publica onde o sol brilhava. Trocaram as impressões. Inexperiências, primeira vez ou não.
- Mano. Sério! Tu já tinha tido alguma experiência?
- Não – respondeu Saulo - Claro que sempre tive curiosidade. Acho que todo homem tem. E você?
- Mais ou menos – respondeu Paulo pensativo – Uma vez, no interior do Pará, onde eu morava quando eu era rapazote eu vi algo... Eu vi algo que eu nunca pensei que existisse: Dois homens se agarrarem, se trocarem... Enfim: Jeronimo e Gerson (personagens do meu primeiro conto) eram “carinhas” que se pegavam depois das partidinhas de futebol. Depois, após o banho eu os vi. Escondido, bati a maior punheta e depois... Deixa pra lá. Não me orgulho do que eu fiz depois com os dois.
O sulista Saulo não insistiu. Aprendeu com o tempo, a perceber o limite de confidencias que uma pessoa poderia fazer. E naquele momento o limite era aquele. E eles ali, eram o que mais importava.
Os dias, as semanas, passaram de maneira que os encantamentos quase os faziam se distraírem da vigilância moral que deviam ter sempre. Era difícil, mas necessário. Começaram aos poucos abrirem a guarda e se entrosarem um pouco mais com “o povinho” do escritório. Entre um lanche ou outro em meio às tagarelices, os olhos se comiam em uma muda cumplicidade, tolices e segredos entre um casal convencional eram normais, mas entre dois machos apaixonados, era um fato que deliciosamente namorava entre a indecência e o perigo. Entre uma passada ou outra e um simples esbarrão, Paulo ou Saulo sussurravam frases do tipo:
- Vontade de chupar teu pau.
- Vontade de te agarrar meu puto – redarguia Paulo e ambos sorriam discretamente.
- Safado!- E iam para suas mesas
Ao saírem sempre da repartição geralmente iam ao cinema, bebiam alguma coisa e descobriam recantos ondem pudessem se agarrar, quando achavam, se beijavam, já ousavam nas sacanagens antes tão escondidas deles mesmo. Houvera certa vez que tentaram entrar em um cinema de filmes adultos só para homens, ali, perto do largo do Arouche havia um cine onde homens se encontravam. Ao chegarem à frente, olharam um para cara do outro e...
- Vamos entrar? – perguntou Paulo.
Saulo olhava com duvidas para adentrar naquele cinema pornô... Mas olharam-se, e em uma cumplicidade mutua...
- Não! – foram embora.
O tal final de semana que os colegas se reuniam, chegara. Liderado pelo colega gordo que havia falado com Paulo. Foram todos em um sábado para um sitio. Como dizia o chefe da repartição, um homem maduro que se enchia de importância moral, - todos ali eram uma família. Paulo e Saulo não recusaram, era até bom para não desconfiarem que na verdade, os outros, pouco importava para eles.
- Nós vamos? – perguntara Saulo que tinha uma natureza um pouco mais medrosa
- Sim. É bom – respondeu Paulo – Afinal, já chamam agente de metido a besta. Não custa fazer uma... Social.
E assim foram.
Entre cervejas, uma pelada de futebol entre solteiros e casados. Paulo e Saulo vestiram a camisa de bons peladeiros. Chamavam a atenção, pois ambos faziam boa estampa. Pernas, coxas e barrigas saradas ao contrário dos outras “barrigas de chopp”, eram bonitos de corpos. Paulo ria, durante a partida de futebol, não deixava de admirar a pele clara do parceiro que brilhava com o suor que escorria do corpo. Sim aquele corpo do amigo ou amante Saulo lhe despertava desejos, instinto de sexo que faziam sua pica ficar rígida, mas a correria, os palavrões dos machos e a bola rolando de pé em pé, logo faziam baixar o desejo. Não podiam dar na vista. Mais tarde seguindo o protocolo de bons machos héteros e convencionais, dançaram com as colegas.
A gritaria ou exclamações eram gerais das mulheres;
“Ora, vejam só! Eles dançam!” ou “Vem dançar com a mamãe, vou tirar uma lascas deste nortista.”
- Vocês quase nunca se entrosam com agente – dizia alguma enquanto o corpanzil apertava o peito de Paulo. Saulo sorria mecanicamente ao ver a cena. “bando de loba faminta” pensava e como bom ator, também tirava algumas colegas para disfarçar um ciúme que invadia o peito, não pelo parceiro, mas por uma situação convencional que não permitia eles dançarem um com outro. Seria um escândalo na certa
Depois de algum tempo, Paulo se aproximara de Saulo.
- Quero ir lá ao matinho que tem ali. Quero “mijar”.
- Vá ao banheiro, pow!
- Não dá – respondeu Paulo – Só vive lotado e só tem um e também quero trocar de roupa. A porra dessa mulherada parece que só vivem com a bexiga cheia. “Arre égua”!
Foram os dois, não sem antes de pegar uma chuveirada por ali perto da área do campinho, e seguiram até entrar em uma ponta de mata que cercava aquele sítio. Ali, com suas pequenas frasqueiras, trocaram de roupas, enxugando-se com suas respectivas toalhas. Foi quando Paulo olhou seu parceiro Saulo, enxugando a bunda. Uma bundinha meio cheia, branca e de pele lisa, e sabia que ali, tinha um buraquinho meio avermelhado que lhe dava o maior prazer e junto com a pica que também o sulista Saulo tinha.
- Saulo! – falou Paulo olhando ao redor da peque mata em volta. - Vamos?
E sacudia a grossa pica morena que já ia ficando em estado “meia bomba”
- Mas nem morto! Tu ficaste doido? E se nós pegam?
Nada. Ninguém os pegaria ali, argumentava Paulo com maior cara deslavada e tarada. - Só uma rapidinha. Vamos!
- Uma chupada então – concordava Saulo – Chupa meu pau, rápido, antes que apareça alguém.
- Tá bom!...Meu macho safado
E Paulo ali, no meio do mato se ajoelhava em frente a Saulo e chupava aquela pica branquinha, grossa e grande, cuja glande era rosa. Aprendera chupar aquele pau de maneira que engolia de uma bocada só e até a raiz todinha depilada e que fazia o membro parecer maior, enquanto chupava, suas mãos grande, apertavam a bunda do amigo, gostava de deixar a marca dos seus dedos naquele “traseiro” branco e esfregar sua barba por toda a virilha do amigo. Chupava com espero de uma boa puta querendo agradar o também seu macho. Fazia uma cara languida de puta, uma puta bem rampeira.
- Agora engole o meu colhão – mandava Saulo – Não és tu que dizes que fuder no mato é gostoso? Então anda e rápido – e fazia o movimento de entrar e sair na boca do nortista. Saulo também possuía de quando em vez, instintos meio violentos e dava pequenos tapinhas na cara do parceiro que tirava a pica da boca toda melada.
- Agora põe dois dedinhos no meu cu que quero gozar. – com os dedos de Paulo naquele buraquinho que já estava acostumado levar pica, Saulo gozava fartos jatos de gala na boca do outro, enquanto este mesmo; ajoelhado e com a boca ocupada, batia uma punheta acelerada e gozando, gemendo alto e sufocado.
Depois se beijaram. O sulista Saulo sentia o gosto do seu próprio esperma na boca do parceiro boqueteiro.
Suados e ofegantes e com pequenos risinhos na boca, se recompuseram. Saulo murmurava que eram “doidos”, e, olhando para os lados, se vestiram rapidamente e saíram dali. Arrumados e tudo o mais, diriam que tinham ido somente para trocar de roupa, se caso alguém os perguntassem.
Aproximaram-se do povo que se divertia em uma espécie de um bar preparada somente para aqueles eventos, com mesas, cadeiras e churrasqueira. A música rolava solta como também à tarde começara a cair, os homens do tal escritório dos rapazes já haviam encerrado o joguinho de bola já algum tempo e o outro esporte eram encher a barriga de cerveja.
- Bora embora Paulo – suspirou Saulo – Isso aqui já deu.
- Pior! Vamos sair de fininho. A mulherada já tá no maior cio. Quem manda ser o maior gostosão?
Saíram escondidos. Mais tarde os dois se embolavam no chão da sala de Saulo. O branquinho metia a pica em riste na bunda morena de Paulo. Empinada para cima; A rola do sulista se vingava das vezes que tinha sido dilacerado, fincava com velocidade e gana. Também era um prazer castigar aquele bunda grande e morenada do nortista. As costas bem delineadas do mesmo só fazia o papel de instigar a fúria sexual e consentida no moreno. Com ambas as mãos o próprio passivo arreganhava aquelas bandas de sua bunda.
- Vai putinha! Rebola na pica do teu macho. – bufava Saulo inundado de suor - olha só isso pai! Toma na bundinha, toma! Toma pica safado – e tacava-lhe o tapão na bundinha morena do nortista
E Paulo só sabia gemer e bater punheta em si mesmo, pois sua pica com as arremetidas do amigo Saulo, só teimava ficar mais rígida e inconscientemente começar a rebolar o corpo tamanho as socadas agressivas. Como sempre, o cenário era aquele com roupas jogadas pelo chão, a cama desarrumada e os dois naquele chão. E assim aquela foda de corpos se movimentando e Paulo de bunda empinada, só sabia gemer rouco, espalmar uma das mãos no chão e pedir mais pica entre murmúrios loucos e sem conexões com o que falavam até que depois de um pouquíssimo tempo o moreno pedia arrego.
- Vou gozar... Vou gozar mano! – e contraiu o cuzinho na pica grossa que ignorando o apelo, Saulo continuou numa entrada e saída louca e gozando de numa maneira meio histérica debruçando todo nas costas do moreno que parecia ter estertor tamanho prazer que os inundaras.
Aos pouco foram se separando pelo chão, esparramando os corpos banhados de suor, respirando os dois com dificuldades, procuravam o ar e felizes.
- Porra! – exclamou Paulo passando a mão pelo abdome de Saulo – Tu acabaste comigo e com meu cu!
- É! Como diz o ditado; pimenta no cu dos outros é refresco. Esqueceu que fazes o mesmo comigo?
Cada um tragou um cigarro. Deitados ainda naquele chão, não faziam questão de se levantarem, só pensavam. Sentiam-se tão ligados como se fossem almas afins.
Com o passar dos meses na repartição, um dia, os dois foram chamados pelo chefe. um senhor emproado. Comunicava-os que sentiam muito, mas que não eram mais necessários. Boatos maldosos há algum tempo que diziam que os dois tinham um comportamento indecente e, que não seria admissível para a moral e os bons costumes que empresa preservava.
- Comportamento Indecente? – perguntava Paulo.
- Sim. Baseado em que? Mostre-nos.
O tal chefe recusava mostrar as provas. Pálidos, escutava do chefe que arrumasse suas coisas, seriam regiamente pagos.
- Quer dizer que o senhor nós manda embora. Baseados em comentários infames? - questionava Paulo partindo calmamente para cima do chefe. - O senhor nós manda embora por boatos. Mas que boatos?
Seria de bom tom se acalmar, dizia o chefe meio assustado. – Dizem que vocês tem um relacionamento não muito digno entre... Homens.
- Ou seja! Que nos somos viados, baitolas, bichas - falava Saulo que já se recompunha do susto com a notificação. – E alguma vez o senhor já viu alguma indecência... Aqui? –gritara alterado com o dedo em riste ao homem – Eu lhe digo: Não.
- Hipócritas! Filhos da puta! – vociferava o nortista meio alterado – Quer saber? Ok! Mas isso não fica assim... Isso é crime, é preconceito.
E de comum acordo através de um olhar, saíram os dois e foram esvaziar suas gavetas diante dos olhares curiosos dos agora ex-colegas. Apesar da grande decepção, ambos pareceram maiores, mais altivos. Na saída, olharam para trás e Saulo, talvez vermelho de raiva.
- Vocês são infelizes – vociferou – e vão ser infelizes para o resto da vida.
Saíram juntos. Na rua, olhando para aquele prédio, eram acompanhados por todos os olhos que os seguiam. Colocaram as pequenas caixas no chão e se deram as mãos e levantaram para os que estivessem lá encima, os visse e viram. Paulo abriu a porta de um taxi e...
- Entre. - e foram embora sumindo o carro entre tantos que passavam naquela avenida. Os colegas da dita repartição depois que os dois foram embora sentiram um vazio, como se para sempre tudo ali, houvesse perdido a graça.


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Comentários


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Comentou em 08/04/2021

Meu caro. Enquanto lia vi sua menção a um conto anterior que de certa forma achei que teria uma continuação. Aqui você, além de nos presentear com esta narratova fenomenal conseguiu explicar o desfecho do outro conto. Parabéns. Continue nos bri dando com escritos dignos de serem lidos como este. Um abraço e obrigado pelos comentários em meus contos que são ingênuos e pretenciosos perto dos seus. Votado sempre.

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Comentou em 14/02/2021

Sensacional, fechou com chave de ouro o anterior.

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yant Comentou em 06/12/2020

Que bom que tem gente com um olhar mais amplo sobre as coisas do mundo gay e falando coisas sérias como preconceito e intolerância. Curti muito !!! Votado... Também claro.. Abraços!!!

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bispodossantos Comentou em 23/10/2020

Muito bom!

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robersol Comentou em 15/09/2020

Cara! Gostei desse enredo. Valeu mesmo. Obrigado por ler a mim tb. - Votado ! Abraços.

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marcelinhobundinha Comentou em 25/06/2020

Amei demais!!! Trabalhar em um escritório deve ser mesmo que nem morar em uma cidadezinha pequena... Todo mundo deve saber da vida de todo mundo. Se fosse um homem com uma mulher, provavelmente todos ali achariam super romântico dois namorados trabalhando juntos, né?

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titoprocura Comentou em 24/06/2020

Muito lindo cara!!! Uma história de injustiça e incompreensão com o amor que ainda se repete nos dias de hoje. Espero que os leitores apreciem uma história sensual e bem contada... Parabéns!!! Votadíssimo!!!!




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Aqueles caras estão apaixonados

Codigo do conto:
158830

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
24/06/2020

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