A primeira traição

O primeiro beijo ninguém esquece, é uma confusão irrepetível, tudo roda à volta, a boca entra na outra como se as línguas entrassem numa tomada elétrica, as mãos se dão com ternura de dar poesia na boca!
                A primeira penetração ninguém esquece, é uma chapada! Mais do que a alma parece suportar. Suores frios. Complexos de culpa. Corpos bailando sem margens. Uma voragem que nos come as entranhas confundindo as partes onde a carne é mais branca. É tudo tão separado do resto do corpo. Ardem até as órbitas dos olhos. Aquele gritinho mais lindo do mundo dela quando sente que a cabeça do pau dele entrou nela. Aquele suspiro gemido dele quando invade a vagina dela. Ambos suspirando em falsete. Simplesmente fabuloso!
                A primeira traição... Ah! Oh! O Criador deu ao homem cérebro e pênis. O tentador falo a crescer em nossas mãos, nossas bocas. Mas sangue suficiente pra irrigar um de cada vez.
             Da primeira traição fica renitente para a mulher, a imagem dela cheia de tesão, chupando, lambendo, esfregando pelo rosto, deslumbramentos vis à vis, ela deitada por baixo, gemendo, gritando, silvando, ciciando, apertando seu corpo contra, vira, monta, ajoelha, pulsa, treme, jorra fora, jorra dentro, escorre... Escrevo com conhecimento de causa, feliz ou infelizmente, sei lá!
                A primeira, quando ocorre, deixa completamente fora de sintonia e ambos se levantam, se vestem, saem sem se lavar...