Há muito ouvia comentários sobre a Casa das Máscaras e deixei-me convencer de bom grado a uma experiência sensorial lá. Chegamos, nos instalamos, bebericamos e flertando ocupamos uma cabine. Sem saber o que esperar, balbuciei algumas palavras e ele me abraçou e me deitou na cama. Senti que aquela mulher com quem flertamos na mesa, se aproximou da cama e me perguntou alguma coisa com sotaque do norte. Depois começou a mexer nos meus cabelos, acariciou meu rosto e me beijou suavemente na boca, no rosto e no pescoço. Procurei sua boca e ela correspondeu me beijando com tesão. Tentei abraçá-la mas ele não deixou, segurou meus braços atrás da cabeça e deixou que a mulher me fizesse carícias cada vez mais ousadas.
Depois comecei a sentir uma profusão de mãos tocando todo o meu corpo, meu homem começou a me beijar e as mãos me exploravam. Tive sensações diversas, de surpresa, de medo, de excitação... Sem saber direito quem estava me tocando, fui-me deixando levar pela luxúria. As mãos se demoravam em meu corpo, em meu sexo, até que me senti penetrada aos poucos. E não era ele, era o outro homem.
A mulher continuava a tocar meu corpo e notei que alguma coisa estava acontecendo entre ela e meu homem. Estavam se beijando, ao meu lado, e eu também comecei a tocá-los. Me entreguei àquele estranho com fome de sexo, e senti que os dois ao lado faziam a mesma coisa. A sensação dos corpos se tocando durante o sexo era indescritível e eu, sem poder ver nada, sentia um prazer diferente.
O homem me virou de quatro e continuou a me penetrar como um selvagem, então tirou minha venda e pude ver os outros dois quase gozando. Tive um orgasmo intenso, mas o homem queria mais, então pegou sua mulher e continuou a transar com ela na nossa frente. Ele me abraçou e ficamos olhando para os dois, aquela imagem magnetizava nossa atenção.
Quando os dois terminaram, ficamos os quatro deitados, sem dizer nada. "Gostou da surpresa?" - ele cochichou ao meu ouvido. "Adorei!"
Os dois estranhos levantaram-se, vestiram-se e nunca mais os vi. Jamais esquecerei aquela noite, e jamais voltamos a falar sobre o assunto. Mas senti que isso tinha aberto uma porta que nos levaria a um mundo diferente, de sensações desconhecidas e inimagináveis.