Sexta-feira... tu te aproximas de mansinho, caminhando silencioso às minhas costas. Cresce em mim o ímpeto de colar meus lábios aos seus. Sinto o seu olhar por cima dos meus ombros, sorrindo.... Encosto-me devagarinho, aninhando-me na sua protuberância dura, aquecendo-me no teu calor na minhs pele que se eriça ao sentir-te tão perto. Sussurras ao ouvido uma tolice sem importância, palavras sem nexo e cujo significado deixa de existir... É o timbre e entoação que me envaidece, que me eleva a mente para lá do real, para lá da semântica. Beijas meu pescoço enquanto seu abraço com força, puxa-me para ti, entorpecendo-me os ossos, desfazendo-me em ternura, liquefazendo-me a energia em puro desejo. Percorro sua pele visível querendo-a invisível, entranhada em mim, fazendo aflorar o instinto, despindo-nos da roupa que cobre seu o corpo que a mim quero oferecido. Nu, todo nu em meus braços, procuro a razão que deixei fugir no seu beijo e tomo consciência de mais e mais o ter dentro em mim. Eu me arrebato, dorida de vontade, molhada, imbuída deste querer desesperado... Nos entragamos à posse mútua sem pudor, sem rédeas, preenchendo-nos sem medida. Curvados num enlace, reverenciando o ato de prazer que desejo cegamente, abro-me para a tua chegada, demonstrando como quero, mostrando onde te quero. Aqui e agora, sem demora, sem hesitações. Eu o sinto, deslizando sem esforço para dentro de mim, escorregando sorrateiro e habilmente, uma após outra estocada, caminhando sem arrependimento em direção à união do prazer, em direção ao grito incontornável das nossas vozes clamando o eternizar do orgasmo no corpo, gastando-o, usando-o, abusando-o, matando-nos um no outro.