O modo como Leo fez sexo comigo na madrugada anterior, com espantosa energia, de forma livre e descompromissada, sem dramas, só sexo, com eu concupiscente conduzindo-o para que introduzisse apenas a glande para que eu a seguir, de pés fincados no colchão da cama, rebolando, contorcendo-me, fundida em sua rola, olhando-o nos olhos, sugando-o para dentro de mim... Inteiramente tomada pela luxúria, brejeira, zombeteira quando o sentia estremecer gozando –“Sim, sim! Me enncheee!”- eu incapaz de resistir, embriagada pelo toque viril da sua penetração, pela visão do seu corpo todo me fodendo, deixava-me dominar submissa por lhe pertencer e escorria, empapando inteira na sua pica meus desejos de fêmea...
Não sabia mais o que fazer agora, após a intensidade da entrega... O normal após uma trepada ocasional, sei por experiência própria, é o cara arranjar uma desculpa e cair fora.
A convenção durará cinco dias. Estamos na manhã do segundo e o pessoal do hotel já nos olha pelo rabo do olho. Consequência, suponho, dos sonoros comandos que eu emito quando Leo invade o meio das minhas coxas ansiosas pelo seu falo. Tal é a fúria sexual-uterina como se eu quisesse corroer o pinto inteiro dentro de mim. Ao longo dos anos desde a primeira vez que fui penetrada aos 13 anos, ouço invariavelmente de quem me fornece prazer dizer que tenho um temperamento simultaneamente impulsivo e lânguido, que na cama, me deixa assombrosamente impudica. Tal afirmação faz com que eu remonte à minha pré adolescência quando eu dissimuladamente, noite fechada, espreitava a porta do quarto dos meus pais e ouvia minha mãe:
-“Entra em mim! Entra em mim!”. Imperativa, apertando as costas do meu pai. Essas coisas são inesquecíveis e hoje as reproduzo inconscientemente nos momentos da paixão avassaladora quando estou sendo penetrada: “entra em mim, entra em mim, não pare! Mete!”
Revivo a madrugada passada, o vermelho do meu batom espalhado pelo peito e coxas do Leo, debruçada sobre ele, rebolando frenética, com as mãos cravadas arrepanhando os pelos do seu peito, gemendo e chorando, minhas pernas cavalgando sua cintura... As mãos dele, frementes, nos contornos do meu corpo, a cama amortecendo o ímpeto da cavalgada. O seu sorriso desfalece em grunhido quando escorro sobre ele meu mel fino, seus olhos fazem-se luzes faiscantes quando a seguir ajoelhada na cama, bunda arrebitada, peço ciciante, quase chorando: “Me come! Vem! Me come!” Contemplo, de viés, debruçada, toda a virilidade do pau lambuzado pela minha feminilidade, estremeço sentindo suas mãos em minha cintura, apertando minha bunda como se acaso fosse fugir, o polegar acariciando o ânus fechadinho, Leo entra no meu corpo com a força violenta de um bate-estacas impiedoso, sedento, sem interrupção, espraiando-se em minhas entranhas enfeitadas de segredos, prenhes de desejos.
“”Mais fundo, mais forte, mais fundooooooo! Meteeeee!”_ Repito em torpor alucinante. A boca coberta da saliva espumosa do esperma que havia sugado e lambido.
“Fazer sexo faz bem para a saúde”, lembro-me dele dizendo ao celular...
Meu ventre, as ancas, os seios, as nádegas, a boca, o rosto, os pés, tudo em mim clama por este sexo obsessivo de carícias derradeiras. Deleita-se, quando em público, nos desvãos da sala do cafezinho, em plena convenção, induzo-o a apalpar-me os seios, as ancas, a bunda, apalpando as partes correspondentes do seu corpo com total falta de pudor, eu aparentando serena impudicícia sussurro: “deixa pra noite, no quarto”.
-“À noite, à noite quero que me fodas”..., fazendo-me coquete, os olhos cintilantes e os lábios umedecidos de prazer antecipado...
-“Hoje você vai dormir comigo, não vai?”
Leo olha-me, e o seu olhar é mais eloqüente que suas palavras...
Nossas mãos procuram nossos corpos, minha boca a sua boca. Na sala de imprensa vazia – tenho a presença de espírito de cerrar a porta- livrar-me das sandálias permitindo que ele me dispa; nossos corpos confundem-se num desejo despertado de volúpia inimaginável. Suspiros, gritinhos sufocados, minhas coxas (que Leo diz serem maravilhosas) explodindo em sua cintura, o ruído da fricção das virilhas, esfregando arrepios; meus seios afagando-lhe o peito, seus lábios mamando meus mamilos, coração atropelado, o filamento viscoso a despejar-se em mim, por ele, com ele. Inundando tudo. Literalmente despudorados no cio. O cheiro do desejo nos impregnando.
Perco a cabeça, desvairada pela força magnética da paixão...