Sarg. Freitas: Imaginei que por você não ter feito compras quisesse almoçar fora e como estou de folga e você não conhece o bairro.
Eu: O senhor está me chamando para almoçar?
Sarg. Freitas: (Ele parecia estar um pouco nervoso e isso era novidade para mim) Sim eu estou.
Eu: Então eu aceito senhor.
Sarg. Freitas: Bernardo.
Eu: O que?
Bernardo: Meu nome é Bernardo, aqui fora não precisa me chamar de senhor e nem de sargento.
Eu: Diogo, prazer Bernardo.
Almoçamos em um dos seus restaurantes favoritos, achei meio caro, só que ele disse que eles tinham a melhor carne do porco do mundo e fui obrigado a concordar depois de provar, Bernardo era lindo e nosso papo fluía muito, ele era outra pessoa quando não estava sendo o sargento, mais leve e bem mais sorridente, depois do almoço ele me levou para fazermos comprar para o ap, e nem reclamei sabia que seria uma luta perdida, era estranho porque eu não queria que ele fosse embora, quando chegamos no meu ap eu organizava as compras e ele conversava sobre futebol (torcemos pelo mesmo time), até sermos interrompidos pelo celular dele tocando, ele me pediu licença e foi para a sala atender a ligação, terminei de guardar as compras quando ele entra na cozinha com um olhar meio triste.
Bernardo: Tenho que ir.
Eu: Tem mesmo. (caralho porque eu disse isso?)
Nos encaramos por um tempo e me perdi lembrando do que aconteceu no banho e só de imaginar suas mãos em mim meu pau começou a reagir, ele se aproximou de mim e a tensão na cozinha pesou, ambos estávamos tensos e nos encarando, ele se aproximou mais e quando nos lábios que parecia que se encontrariam a qualquer momento eu tive um lapso e me afastei.
Eu: Não posso desculpa.
Bernardo: Não, não me desculpe, eu não deveria.
Ele saiu em direção a porta e o acompanhei falando antes que ele saísse do apartamento.
Eu: Você não entendeu errado, só que eu tenho alguém me esperando, desculpa.
Ele me olhou, assentiu e saiu sussurrando algo que eu quase não ouvi “um cara de sorte ele”. Não parava de pensar no que tinha rolado e muito confuso porque eu queria aquele beijo, mas não mais do que eu desejava ter o Fábio de volta e beijar o Bernardo só iria me afastar do Fábio. No quartel as coisas continuavam igual, Bernardo só tinha me pedido uns dias depois do ocorrido que eu esquecesse o que rolou e que continuássemos amigos, aceitei ser seu amigo mais esquecer eu não conseguia, Bernardo me transmitia segurança e eu já falava sobre tudo com ele inclusive sobre meu ex, ele me incentiva a procurá lo e resolver logo de uma vez nossas pendências e eu concordava com ele ao mesmo tempo que meu medo continuava me impedindo, até conheci melhor sua irmã Alexia, chegamos a sair os três juntos e Bernardo havia começado a me dar aulas de culinária, tudo ia bem até um dia em que eu de folga em casa e encorajado pelo Bernardo e pela bebida que tomamos liguei para o Ryan, ele não atendeu e agradeci mentalmente, nem saberia como perguntar sobre o Fábio. Mais uns dias se passaram até que recebo uma ligação do Lucas, eu estava saindo de um plantão intenso no serviço e já estava morto de cansaço.
Lucas parecia tenso na ligação e como eu estava cansado e sem paciência só mandei ele falar logo de uma vez e meu coração se apertou quando ele me explicou que Fábio estava indo muito mal incluindo suas desilusões com um tal de Marcos que mentiu para ele e que agora tinha tomado uma surra de um filho da puta chamado Roger, pedi que ele me explicasse com acalma o que tinha acontecido e a cada palavra o sangue me subiu a cabeça então por um momento eu não raciocinava mais. Fui até o Bernardo que por sorte ainda estava no quartel.
Eu: Preciso do seu carro emprestado e por favor não faça perguntas.
Bernardo: Você está bem, Vieira?
Eu: Não, mas vou resolver isso agora chega de ter medo.
Mesmo relutante Bernardo me deu a chave do seu carro, ele queria ir comigo, porém não deixei e ele ainda não estava liberado do seu serviço no quartel, fui para casa do Lucas e pedi para ele me dizer quem era o tal Roger. Bem e vocês sabem o que aconteceu depois, quando eu vi o Fábio meu coração se apertou, eu nunca quis tanto um abraço, um beijo, um carinho, levei ele para minha casa e assim que ficamos sozinhos matamos nossa saudade, foi perfeito como eu me lembrava, ele era perfeito para mim e só de esta com ele era como me sentir completo de novo, adie nossa conversa o máximo que consegui ainda por medo do que ele tinha para me dizer, até que por fim eu tive que começar a falar, contei para ele sobre Recife, sobre a doutora Ana e não sei porque, mas falei do Bernardo, disse que tinha conhecido alguém, entretanto não tinha sido nada de mais, depois foi a vez dele aí estava a causa de todo meu medo, ele estava apaixonado por Ryan, me doeu muito ouvir isso e pior admitir em voz alta, tentei ser forte para não causar dor mais dor em Fábio, por fim o deixei em casa e disse que iria esperar ele e mesmo que a resposta fosse Ryan eu aceitaria e seguiria.
Enquanto voltava para casa comprei uma garrafa de vodca e foi só chegar em casa para me acabar em lágrimas, me sentei no chão da sala, abri a garrafa, meu celular tocou era o Bernardo.
Eu: Alô! (respondo com a voz falhando.)
Bernardo: Vieira, você está bem? Onde você está?
Eu: Eu to bem Bernardo não precisa se preocupar, desculpa esqueci de deixar seu carro no quartel eu posso. (ele me interrompe)
Bernardo: Foda se o carro Diogo, eu quero saber se você esta bem e onde você esta?
Eu: Em casa.
Ele desligou, e eu comecei a beber, queria ficar bêbado para apagar aquela dor, parece que eu tinha voltado para o dia em que nos despedimos pela primeira vez, virava a garrafa na boca sem nem usar um copo, quando estava na metade da garrafa escuto a campainha, resolvo ignorar, mas ela torna a tocar, então me levanto me dando conta que a bebida me pegou, ao abrir a porta vejo o sargento Freitas (ele estava de farda).
Eu: Eu ia levar seu carro amanhã bem cedo.
Bernardo: Diogo, eu já falei que eu estou preocupado com você e não com o carro.
Ele vê a bebida e já me olha com cara de julgamento,
Eu: Não dirigi bêbado, só comecei aqui em casa.
Ele coça o rosto com a mão, e me sinto mal, não queria que ele me visse assim, chorando e bêbado,
Eu: Desculpa.
Bernardo: Porque você está pedindo desculpa.
A bebida me trai e no lugar de esquecer eu me lembro que o homem que eu amo pode amar outro, desabo a chorar e tudo que Bernardo faz e me puxar para um abraço, e me agarro a sua farda colando meu corpo nele, ficamos assim nem sei por quanto tempo, depois disso ele me mandou tomar um banho enquanto derramava o resto da vodca na pia, eu vesti minha calça moletom e fui para a cama, Bernardo se deitou comigo e me puxou para seu peito, passamos mas um tempo em silêncio até ele responder.
Bernardo: Ele deve ser louco para não estar aqui com você.
Eu: Eu que deixei ele escapar, ele agora tem alguém que o merece.
Bernardo: Se você ama, deve lutar pelo seu amor Diogo.
Eu: Ele me pediu um tempo, não sabe me dizer se ainda me ama ou se ama o outro cara.
Bernardo não fala mais nada e continua me fazendo cafuné até o sono vim.
Eu: Dormi comigo por favor não quero ficar só.
Bernardo: Durmo sim.
Eu sabia que não era justo ele consolar o cara que ele gostava ainda mais sendo outro cara o motivo, mas me permiti ser egoísta porque só seu abraço me acalmaria naquele momento, na manhã seguinte acordei com cheiro de café e fui até a cozinha, Bernardo estava só de cueca box branca e foi a primeira vez que vi seu corpo, ele era branco, tinha um corpo definido e sardas no seu peito liso, seu cabelo loiro estava um pouco maior de quando eu o conheci, seu sorriso iluminava minha sala que agora tinha um mesa, nos sentamos juntos para tomar café da manhã e também porque eu queria esconder minha ereção, se ele de farta já povoava minhas sessões de masturbação agora era que eu ia ganhar moradia fixa na minha imaginação,
Bernardo: Desculpa, está de cueca, você dormiu antes de eu poder te pedir uma roupa.
Eu: Tudo bem, eu é que te devo um pedido de desculpas e um de agradecimento.
Bernardo segurou minha mão e olhando em meus olhos disse “não importa o motivo, toda vez que você precisar de mim eu vou está aqui.” fiquei corado na hora e nosso clima só foi interrompido pelo som da campainha, levantei fui até a porta e dou de cara com o Lucas (meu primo) que já entra sem nem pedir licença tagarelando várias coisas que são interrompidas quando ele ver o Bernardo só de cueca na minha sala.
Lucas: Porque tem um modelo de cueca na sua sala Di? (esse comentário foi carregado de malícia e ironia.)
Eu: Esse é Lucas meu primo, Lucas esse é o Sargento Freitas meu chefe de quem eu te falei.
Lucas bate continência meio sem jeito e com a mão errado e Bernardo entra na brincadeira dando voz de comando para ele descansar, enquanto explico para o Lucas que não aconteceu nada ele banhava e se arrumava no meu quarto.
Lucas: Di que merda, Fábio sabe disso.
Eu: Não tem nada aqui para ele se importar, Bernardo é só um amigo que dormiu aqui.
Lucas: Cara não vou me meter, vou acreditar mais presta atenção no que você está fazendo.
Lucas era um bom amigo e por hora ele estava de boas o pior é que de fato não aconteceu nada, depois de Bernardo eu tomei banho e me arrumei e fomos juntos para o quartel, Lucas passaria uns dias na minha casa para me fazer companhia segundo ele, mas eu sabia o real motivo. Bernardo e eu não conversamos muito profundamente depois disso, ele estava em uma semana bem agitada no quartel e eu mal o vi, cada dia sem notícias da descrição do Fábio mas eu ficava angustiado.
Estou apaixonado nesse conto, tive que volta desde o primeiro pra recordar de tudo... Realmente maravilhoso muito ansioso para ver a continuação que dá pra ver que muita coisa ainda vai acontecer... Parabéns pela escrita vc e demais 🤩
Estou amando cada parte.