...............................
18. Revelações.
Finn disputava com Henrique e Leandro:
- Vocês prometeram se algemar! Já deu o tempo combinado!
- Não vamos fazer isso, Finn - diz Henrique
- Mas vocês prometeram! Eu estou contando tudo, não estou? Vocês precisam se algemar ou pelo menos… respirar aquele maldito ar! - ele aponta para o respirador - Eu não vou continuar sem isso!
Leandro, por seu caráter investigador, estava muito curioso. Além de tudo, não pôde ver naquele velho sinal algum de trapaça.
- Ok, me dê esse ar!
- Leandro, você tem certeza? Falta pouco para nossa consciência voltar ao normal. Só então poderemos entender a gravidade do que esse cara está nos contando! - retruca Henrique
- Eu sei, Henrique. Mas ele está certo. Sem o ar lá de cima, provavelmente vamos surtar quando ele contar mais. E eu acho que a gente quer saber mais… Não é verdade?
Henrique não diz mais nada. Apenas pega o tubo respirador e também o inala.
Finn continua, agora mais tranquilo:
- Muitos anos atrás, a família anterior abortou a missão, e eu fui escolhido para ficar, afinal, alguém deveria cuidar da propriedade.
- Essa área inteira é de vocês? - questiona Leandro
- Sim
- Certo, continue
- …Todas as frutas gogóias foram eliminadas. Eu tentei impedir, mas ninguém dá ouvidos ao cientista louco, não é mesmo? Então, eu… continuei por conta própria. Nunca avisei ninguém. Me esforcei ao máximo, trabalhava noite e dia… e depois de uns três anos eu consegui fazê-las nascer novamente. Elas ainda eram estéreis, mas… eu estava tão convicto, tão…
- Qual a grande importância dessas frutinhas? - Leandro fica ansioso
- Vou chegar lá. Anos mais tarde, eu já tinha perdido as esperanças. Eu estava a ponto de desistir do Brasil e voltar pra ilha. Mas aí aconteceu algo que mudou tudo.
- Diga logo, Finn
- Um casal veio até aqui com seus filhos. Isso, claro, muitos anos atrás. Eles pediram para alugar a cabana só por uma noite, por um imprevisto que tiveram. Como eles estavam desesperados por um lugar, resolvi ajudar. A cabana estava limpa e arrumada, e as gogóias estavam numa estufa na floresta, então eles não ofereciam perigo algum. Não lembro mais o nome do casal, mas lembro o nome dos filhos deles… eram Bruno e Karen.
- Eu não sei onde você quer chegar com essa história, Finn - se queixa Henrique
- … Os pais deles, contudo, não puderam ficar, tinham um compromisso, algo assim. Eles apenas deixaram os filhos lá. O mocinho e a mocinha ficaram sozinhos na cabana. Bem, no meio da noite deu uma tempestade muito forte e fez com que acabasse a energia na região inteira. Como eram apenas dois jovenzinhos, eu achei que deveria ir lá para ver se estava tudo bem com eles.
Os dois olhavam fixos para Finn
- Eu juro que chamei bastante, buzinei, mas por causa da tempestade eles não me ouviam. Eu fiquei bastante preocupado, pensei que pudesse ter acontecido algo e por isso entrei na cabana. Eles… estavam transando à luz de velas.
- Os irmãos? - se certifica Leandro
- Uhum, sim. Eu sei, não parece ser nada demais, porque vocês inalaram o ar agora há pouco. Mas vocês sabem que isso não é normal por aqui.
- Tá, mas… eu ainda estou confuso, isso aconteceu por causa da névoa, não foi? A névoa deve ter aparecido e… aí eles transaram. É a névoa que faz isso! O que tem a ver essas frutinhas??? - Leandro começa a ficar impaciente
- Não… Mas eu também não entendi na hora. Eu fiquei louco com isso! Eu queria entender, mas… não havia lógica nenhuma! Mas eu não podia acreditar que era só coincidência. Eu sei o quanto é raro irmãos foderem aqui no continente. Além do mais, eu fiquei escutando a conversa deles. Desculpe, isso é ridículo, mas eu não podia sair dali sem obter algumas respostas.
- E o que eles diziam?
- Eles diziam coisas como: "Bruno, eu juro que nunca te olhei assim. Eu não sabia, mas sou completamente apaixonada por você. Por favor, vamos transar! Uau, seu pinto é muito bonito!". E ele dizia: "Caralho, Karen, eu sabia que você era bonita, mas nunca tinha visto sua buceta… Karen, você é… muito gostosa, vamos, vamos transar!" - e Finn abaixa a cabeça, lembrando a cena.
- Mano… - Henrique estava pensativo
- Caralho… - Leandro tentava imaginar
Finn prossegue:
- Quando eles foram embora, eu fiz tudo o que era possível. Eu fui na estufa, vi que não comeram nenhuma gogóia. Eu refiz o teste em todas elas também, e todas eram estéreis! Eu não conseguia entender!
- Calma aí, Finn. Afinal de contas, o que essa fruta faz? Porra, fala logo!
- Você lembra que falei sobre o início do tabu? De como o tabu surgiu de repente? Bem, prestem bastante atenção: a gogóia não faz o pau ficar duro; ela não faz as pessoas terem vontade de transar, ela não é um afrodisíaco. Ela não mexe com a libido de ninguém. O que ela faz, além de servir como anticoncepcional e de aumentar o tamanho do pau… E além de fazer seios crescerem e também de fazê-los dar leite… Quero dizer, a gogóia faz várias coisas, mas… a principal, a mais importante, que é o motivo pela qual existe a Missão é: ela elimina da mente os tabus. Veja bem, a gogóia não altera a mente. O que alterou a mente foi o tabu. O tabu passou a existir e se alocou na consciência de todo o mundo. A gogóia só o elimina. A gogóia purifica, leva ao estado verdadeiro e natural. Em outras palavras, a gogóia nos imuniza do tabu. Ela vacina e cura.
- Minha cabeça está doendo, cara - Henrique diz, com a mão na testa
- Finn, se isso tudo for mentira, mano… - Leandro não sabia no que acreditar
Enquanto isso, lá na cabana…
Cinthia dá mais um beijo na irmã, agora de língua e demoradamente. Ambas de ladinho, uma segurava as tetas da outra e dava leves amassadinhas carinhosas. Elas não falam mais nada, ficam quietinhas, apenas experimentando a sensação gostosa de apalpar os seios uma da outra, além do prazer de sentir seus próprios seios sendo apalpados.
Quando não há voz nem distrações, e quando os olhos se fecham por bastante tempo, os outros sentidos começam a ficar mais aguçados e apurados. O som da respiração ofegante, o som do deslizar das mãos, e até mesmo o sutil som do contato da pele nos lençóis, tudo formava uma atmosfera de ternura, de cuidado de uma irmã para com a outra, de carinho e de um afeto que, começando sensual, ficava cada vez mais maternal. Quando ambas já estavam absorvidas por essa sensação, naturalmente cada uma assume um papel.
Cinthia alisava o cabelo de Kátia, que agora repousava a cabeça nos seios aconchegantes da irmã. A primeira, apesar de tudo, estava um pouco insegura em dar início ao que tinha em mente. Temia que Kátia levasse tudo na brincadeira ou fizesse alguma piada, o que acabaria com tudo, romperia aquele momento tão especial que se formava. Mas ela prossegue, torcendo que a irmã estivesse em sintonia com ela. Cinthia inicia, reticente:
- … Já vai querer o mamá, filha? - bem insegura
A resposta não demora:
- Uhum, quero sim, mãe - se aninhando ainda mais em Cinthia, que se arrepia inteira por ter sido chamada de mãe
- A mamãe vai fazer carinho e te dar tetê, tá bom? Mas tem que beber tudinho, pra crescer e ficar fortinha
Kátia sentia um arrepio gostoso a cada fala de Cinthia, que era diferente de algo puramente sexual, mas ainda assim muito bom
- Uhum, vou beber tudo, mãe - ela fazia que sim com a cabeça, ainda de olhos fechados
Então Cinthia ergue-se um pouco, ficando sentada na cama, com as costas nos aconchegantes travesseiros. Ela se move de modo a levar Kátia junto no colo, mas sem movimentos bruscos. Em seguida, Cinthia dobra só joelho, que serviria de apoio para as costas da irmã, bem como passava um braço pelos ombros dela. Pronto, um verdadeiro bebezão estendido, na mais clássica posição de amamentação. Nesse momento, Kátia abre os olhos, e os olhares se encontram. Ninguém ri ou faz qualquer piada. Nem sorriso havia, só aquele olhar de admiração e contemplação. De mamãe para filhinha e de filhinha pra mamãe.
Cinthia retira com cuidado o cabelo que havia na testa da irmã. Que rostinho lindo… sua irmã… sua irmãzinha… sua filhinha… seu bebê. Ela pega uma teta, e, com o dedo indicador, retira da própria língua uma gotinha de saliva, a qual espalha em toda a região do bico e da aréola, antes de colocar o peito delicadamente na boca da irmã. E ela fez com todo o jeitinho de mãe, lembrando da época com Alex e Flávia, quando eram bebês. Com os dedos polegar e médio, ela faz um "V" no bico, e então, com todo seu instinto materno, bota na boca da irmã, que imediatamente fecha os olhos e respira fundo, fazendo estalinhos de sucção. A boquinha e os lábios se acoplaram bem molinhos ao seio, e Kátia mamava direitinho.
Kátia respirava fundo, sugava igualzinho a um bebê, e, apesar de não ter leite algum ali, sentia um conforto absurdo emanar da irmã, uma sensação de aconchego e de pertencimento que a fizeram dormir em pouco tempo, ainda que continuasse a mamar. Ela até sentiu quando uma gotinha salgada caiu em sua boquinha, mas não teve nem tempo de entender o que era, pois já estava pegando no soninho. Cinthia estava tão emocionada em ser a mamãe de Kátia, que mais algumas lágrimas escorreram pelo rosto. Kátia começava a roncar, bem de levinho, o que fez Cinthia rir e chorar ao mesmo tempo, emocionada, achando a cena engraçadinha e fofa. Ela alisava o cabelo da irmã-filha e, quando Kátia respirou um pouco forte, Cinthia se pôs a cantarolar e até a ninar com os braços a irmã, para que ela não acordasse…
………………………….
Muito longe dali…
Bruno e Karen falavam baixinho um com o outro, algo que ninguém tem como saber. Nem eu, narradora, sei, nem você, leitor, saberá. Algo só deles…
- Sem você, nada disso estaria acontecendo, Karen. Nosso lar é perfeito.
- Eu sei, gatão. E pensar que tudo isso começou naquele lugar, lembra?
- Você sempre fala como se aquele lugar tivesse causado tudo, mas não temos certeza disso, Karen.
- Mas foi, Bruno. É óbvio que foi!
- Isso é coisa da sua cabeça, mana.
- Não, Bruno. Eu posso me lembrar como se fosse ontem…
…………………………..
Vários anos atrás:
"… Mas… por que você está dizendo isso agora, Bruno? Só por que nossos pais não estão aqui?"
"… Não é bem isso… Eu sempre te achei bonita, Karen"
" … Hum… Tá… pode falar uma vez, vai, rs. Não vou mentir, eu gostei de ouvir"
"Certo… Você é gostosa, rs. Uau..."
"O que foi? rsrs"
"Maior sensação boa…"
"Diz mais uma vez, então…"
"Karen, você é muito gostosa"
"Fala mais… rsrs"
"O que você quer ouvir?"
"Algo… que fale disso" - ela aponta para a periquita
"… Por que você não deixa eu ver? Abre só pouquinho o zíper da calça, vai rsrs"
"Ai, Bruno, eu tô com medo"
"Vai, Karen, aí eu falo uma coisa bem gostosa"
"Mas… depois você vai querer ser meu namorado?"
"Uhum…"
"Promete?"
"Prometo"
"E se um dia você conhecer uma garota e querer casar com ela? Olha, Bruno, você tem que prometer que não vai me trocar por ninguém, eu sou sua irmã"
"Eu prometo, Karen, vai mostra"
"Tá" - e ela abaixa o zíper.
"Que calcinha bonita… abaixa ela, vai. Só tem a gente aqui nessa cabana"
Karen apenas puxa a calcinha para baixo, revelando pela primeira vez a bucetinha para o irmão. Bruno sente uma corrente de energia passar pelo corpo. O sabor de hortelã amadeirado na língua também era perceptível
"Puta que pariu, Karen…"
"Fala uma coisa bem gostosa, Bruno"
"… Que vontade de chupar sua xoxota, Karen. Que vontade de…"
"Não precisa passar vontade, vem"
…………………………..
Finn serve mais café para Henrique e Leandro. Henrique bebe numa tacada só:
- Finn, a questão é: se as gogóias era estéreis como você disse, como provocou esse resultado?
- Por muitos anos eu procurei saber. Mas como não descobria, eu já estava cansado de toda essa merda, sabe? Comecei a duvidar de tudo o que vi. Talvez aqueles dois irmãos tivessem transado porque quiseram e ponto final, sem relação alguma com a gogóia. Quando eu já estava quase acreditando nisso, outra coisa aconteceu.
- Ih, caralho… O que aconteceu? - Leandro já estava absorvido na conversa do velho
- Eu recebi uma ligação. Mas isso é bem mais recente, foi ano passado. Uma escritora me ligou perguntando se eu não tinha intenção de alugar a cabana por um tempo. Ela precisava entregar um livro no prazo e precisava se isolar para concluir. O nome dela é Denise. Tenho muita coisa a dizer sobre ela…
Henrique e Leandro sugavam novamente o tubo de oxigênio, se preparando para mais conversa.
..................
Enquanto isso, lá em cima, Alex, Flávia, Nath e Fran vestem alguma coisa e seguem para o quarto onde estavam suas mães, para convidá-las para assistirem um filme. Ao ouvir as vozes da turminha se aproximando, Cinthia se antecipa, pondo o dedo em riste nos lábios, com cara de mamãe que não quer que o filho acorde.
- Xiu! - ela sussurra baixinho, com as sobrancelhas bem altas, chamando atenção de todos
Os jovenzinhos se surpreendem com aquela cena. Kátia dormia pesadamente, fazendo leves movimentos nos lábios, mamando na teta de Cinthia. E Cinthia, com expressões faciais de mamãe bobinha, alisava seu bebezão com o maior orgulho, carinho e devoção.
Alex não entendeu prontamente a cena, mas mas três mocinhas, Flávia, Nath e Fran levam as mãos às bocas e ao coração, impressionadas
- Own, que lindo! - Nath sussurrava, toda derretida
- Ai, gente… que coisa mais bonita - Flávia já até imaginava quando faria o mesmo com Alex
- Ownnn, que fofo! - Fran concordava, toda emocionada
Cinthia apenas sorri para elas, um sorriso tão macio, tão de mamãe.
Cada uma das meninas vai sentar ali na pontinha do colchão, só para ver mais de perto Kátia dormindo tão gostosinha e o sorriso tão verdadeiro no rosto de Cinthia. Kátia continua com sutis movimentos de sucção, e seus lábios vermelhinhos deixavam agora escorrer um fiozinho de baba, que logo fora aparada por Cinthia com um paninho, como fazem as mamães. Tudo com a maior ternura.
Nossa é incrível ler o Finn conta sobre estes acontecimentos anteriores na cabana, juntando tudo dos contos anteriores. Lari me dando esperanças de uma continuação de "o novo normal"