Trans Amazônica III

Entramos no ônibus, nem nossos lugares havíamos achado ainda, uma moça aproxima-se de Joca, toda sorridente, cheia de intimidades... me bateu uma raiva esquisita, misturada com mágoa e despeito... só quando parei para pensar que percebi que estava com ciúmes! Meu Deus, que loucura! Primeiro o que havia acontecido de noite, depois aquele abraço na rodoviária, agora ciúmes do Joca! Essa experiência estava mexendo comigo de um jeito inesperado.

Ele me apresentou a moça, uma amiga sua de Cruzeiro do Sul. Controlei o ciúme, especialmente porque fui “apresentada” para a amiga como namorada pelo Joca. Não deixei de corar de vergonha ao ouvi-lo falando isso. A moça logo perguntou ao meu “namorado” se era verdade que seu pai, o Dr. Souza, delegado da cidade, estava atrás de um moleque que havia bulido com sua esposa... Joca se fez de desentendido e ela continuou: “Pois em Cruzeiro não se fala de outra coisa! Teu pai botou um monte de cabra pra pegar o tal moleque! De lá até Rio Branco, tem olheiro atrás dele!” Engoli em seco. Mais do que nunca, precisava evitar suspeitas. Pra dificultar minha vida, a amiga desatou a perguntar sobre mim. De onde eu era, como eu Joca havíamos nos conhecido, a quanto estávamos juntos, etc. Fomos tentando improvisar uma história na hora e cometemos algumas contradições que ela estranhou.

A moça era do tipo abelhuda, desconfiada, fofoqueira... comecei a temer que descobrisse nossa farsa, ainda mais quando ela falou: “Quando ouvi a história da fuga do tal moleque goiano, eu era capaz de jurar que tu tinha ajudado o infeliz a escapar... eu sei bem que tu não se bica com o teu pai por obra daquela Filó...”

Ela havia frisado o “goiano”, sendo que eu já havia revelado que era “goiana” (e meu sotaque não deixaria mentir a esse respeito)... além disso, de tempo em tempo, percebia que ela me olhava com curiosidade... lá pelas tantas, disse: “Nossa, essa blusa parece muito com uma que a Aninha tem!” Fiquei “gelada”, mas consegui ter calma para responder que minha “cunhada” havia me presenteado com ela... O fato é que temia o momento em que a abelhuda iria juntar as peças e descobrir tudo.

Para piorar, as condições da viagem continuavam horríveis. O ônibus não teve desempenho melhor que o pau-de-arara... anoiteceu e a gente não tinha vencido nem a metade do trajeto. Chegamos à Sena Madureira, onde o motorista achou melhor parar e esperar o dia seguinte. Pretendia ficar no próprio ônibus, mas a amiga fofoqueira tinha parentes na cidade e nos convidou a passar a noite na casa de sua avó. Achamos que negar poderia aumentar suas suspeitas e, assim, acabamos acompanhando-a. Passamos num bar, onde fizemos um lanche e tomamos algumas cervejas. A garota soltou ainda mais sua língua, provavelmente embalada pela desconfiança: “Mas vocês dois, pra casalzinho novo, são desanimados hein... Que cerimônia, nenhum beijinho...”

Fiquei sem reação, Joca, contudo, imediatamente enlaçou minha cintura e me puxou para si, a outra mão na minha nuca e, sem aviso, grudou a boca na minha... me deu um beijo que me deixou sem fôlego... eu que nunca tinha sequer dado selinho em alguém, fui “beijada” de língua até meu corpo ficar molinho nos braços dele...

“É o suficiente pra você?” perguntou Joca pra abelhuda, que levantou as sobrancelhas e não disse nada.

Na casa de sua avó, ela nos indicou um quarto: “Não tem cama de casal, mas acho que não vai ser problema pro casalzinho dormir juntinho né?”, disse, cheia de malícia. E ainda completou: “Ah, e não precisa ficarem tímidos: o quarto da minha vó é do outro lado da casa, a coitada é surda e ainda toma remédios pra dormir... então não se acanhem...”

Falei com Joca que aquela fofoqueira passaria a noite com o ouvido colado na parede para investigar nossa vida de casal... ele tinha a mesma impressão... A gente precisava mais do que nunca tomar cuidado, porque a “amiga” não hesitaria em nos denunciar para ganhar uns favores do delegado... Estávamos deitados lado-a-lado, nossos corpos muito próximos... eu sentia sua ereção roçando na minha barriga, mas não reclamava... uma sensação estranha também tomava meu corpo... uma arrepio e um calor... a pele sensível... umas vontades inconfessáveis... ele rompeu o silêncio:

“Desculpa pelo beijo... a Laura estava ficando desconfiada...”

“Tudo bem... eu sei disso...” falei. “Joca... se ela não ouvir nada da gente, não vai ficar mais desconfiada ainda?”

“Com certeza. Talvez até ela esteja espiando por alguma fresta das tábuas...”

“E daí... o que a gente faz? A gente pode... fingir?”

“Acho que sim... desde que ela ouça...”

Como eu não tinha experiência nenhuma, deixei para ela a tarefa de guiar nossa encenação... Joca me abraçou forte, nossos corpos colados... como na noite anterior, ele estava só de cueca, eu de calcinha e camiseta... me beijou e suas mão percorreram meu corpo... se era uma encenação, estava muito bem feita... Ele ficou por cima de mim e, meio que por instintos, eu afastei um pouco as pernas para recebê-lo. Seu pau, muito duro, estava úmido na cabeça e exalava um cheiro... Eu retribuía os beijos e carícias... nossos movimentos se sincronizaram, a cama começou a ranger... suávamos... ele tirou minha camiseta, beijou meu pescoço e desceu para os mamilos inchados... soltei um gemido involuntário e isso o incentivou ainda mais... sentia o pau se esfregando em mim, se enfiando entre minhas pernas, conforme o movimento... gemi mais vezes, cada vez mais alto... queria que a Laura ouvisse e sentisse inveja...

Nossa encenação foi ficando mais intensa, o pau dele já estava para fora da cueca e seus dedos, entraram na minha calcinha, percorrendo meu rego e tocando meu cuzinho... de repente, Joca se ergue e, com facilidade, me vira de bruços... puxa minha calcinha para baixo, deixando minha bunda exposta e empinada... ele lambe meu rego e depois se deita sobre mim, encaixando o seu pau já todo babado, que se esfrega entre minhas nádegas tentando me penetrar...

Eu estava sentindo um tesão medonho, misturado com vergonha e medo... não relaxo meu cuzinho para ele conseguir entrar... entre gemidos, eu sussurro “Pára... eu não sou mulher...” Mas a minha voz e o jeito de falar negam o que eu dizia... Ainda assim, ele me respeita e não força a penetração... continua se esfregando, até gozar em mim... depois ficamos deitados por um tempo, cansados... Vesti a camiseta e fui ao banheiro me lavar, a tempo de ver Laura correndo para o seu quarto.


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Comentários


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ksn57 Comentou em 31/05/2024

Votado ! Os três contos muito bons, mas vai ter de contar até chegar ao Pai, certo? Fico aguardando...

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fetrans Comentou em 17/05/2024

Obrigada a todos pelos comentários carinhosos. Melflor, os contos são baseados na história real de uma pessoa que conheci e, inclusive, foi bem importante na minha vida. Mas eu romanceei um pouco, claro... muitos detalhes são da minha imaginação rsrsrs...

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melflor Comentou em 17/05/2024

Esse conto é verídico?

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profmari Comentou em 17/05/2024

Nossa, mesmo não conhecendo a região me senti percorrendo essa estrada de barro no meio da floresta! Continua!

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engmen Comentou em 17/05/2024

Excelente esta sequencia, bem escrita e com detalhes devidamente ilustrativos da região e costumes. Que venham mais!

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dougster Comentou em 17/05/2024

Que tesao!!! Adorei a saga! Delicia! Isso é real?! Bom demais desvirtuar um ‘hetero’!




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Ficha do conto

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fetrans

Nome do conto:
Trans Amazônica III

Codigo do conto:
213706

Categoria:
Travesti

Data da Publicação:
16/05/2024

Quant.de Votos:
11

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