Naquela noite, Ricardo chegou mais cedo do trabalho, sentindo uma estranha inquietação. Enquanto abria a porta, ouviu sussurros abafados vindos do quarto, seguidos por risadas suaves, como se um segredo estivesse sendo compartilhado ao pé do ouvido. Seus passos eram leves, mas o coração pulsava alto no peito.
No corredor, a porta entreaberta lhe mostrava uma sombra masculina projetada na parede. Ele hesitou por um instante, o peso do desconhecido o prendendo. Mas a curiosidade sempre fora sua maior virtude e seu maior defeito. Ele avançou.
Quando empurrou a porta, o cenário diante de si não era o que esperava: Helena estava sozinha, sentada na beira da cama, um olhar sereno no rosto, como se nada tivesse acontecido. Não havia mais ninguém ali.
“Chegou cedo, amor”, disse ela, sorrindo, mas seu olhar tinha algo a mais, uma leveza quase provocativa, como se ela soubesse de algo que ele não sabia.
Ricardo franziu a testa, os sussurros ainda ecoando em sua mente. Mas ele não perguntou, não naquela noite. Helena sempre soubera como jogar com seus pensamentos, deixando pequenas pistas, nunca revelando o jogo completo. Ele podia sentir que algo mais se escondia por trás daquele sorriso, mas não conseguia colocar em palavras o que o perturbava tanto.
As noites seguintes não foram diferentes. Helena mantinha o mesmo sorriso, as conversas fluiam naturalmente, mas Ricardo não conseguia se livrar da sensação de que algo mais estava acontecendo, algo invisível aos seus olhos, mas que parecia estar ao alcance das mãos de outro.
A cada noite, o peso do mistério entre eles crescia, e Ricardo se via cada vez mais obcecado em descobrir a verdade. O que antes era uma relação de confiança tornou-se um labirinto de dúvidas e silêncios carregados. Mas ele sabia que o momento da verdade viria. Sempre vinha.
Que tesão de conto! Adoramos, bjos, Ma & Lu
Início interessante, parece mistério ...