Teus olhos, como estrelas perdidas,
Brilham em segredos, um convite velado,
Nessa atmosfera de promessas não ditas,
O tempo para, o mundo é ignorado.
Dançamos entre os lençóis do destino,
Pegadas marcadas na areia da vida,
Maduros, mas sedentos, divinos,
Na luxúria, nossas almas são unidas.
Teu toque é fogo que consome a carne,
Ciranda de corpos em intensa conexão,
Cada respiração, doce alarde,
Um clamor de amor, uma transgressão.
No silêncio cúmplice dos sussurros,
Nosso pacto é feito sob as sombras,
O sabor do pecado nos murmúrios,
Cada gosto é um sonho que nos assombra.
Escondidos da luz que denuncia,
Nos perdemos em curvas, em risadas,
Dessa vida que não se adivinha,
Assim, vamos trançando nossas jornadas.
Teu beijo, incêndio que me devora,
Lábios que falam em línguas de fogo,
Na pele, calor que implora,
Uma dança fervorosa, um jogo.
O luar testemunha nosso segredo,
É cúmplice das falhas do amanhã,
Nesse esconderijo, nesse enredo,
Duas almas vagando, sempre em afã.
Amantes do risco, do êxtase e dor,
Saboreamos o instante, a volúpia sem fim,
Num universo onde reina o amor,
E ao despertar, será apenas um sim.
Deixando para trás a rotina fria,
Nos encontramos no labirinto da paixão,
Em cada olhada, uma sinfonia,
Um encontro fortuito escrito na imensidão.
E mesmo que a luz venha nos cercar,
Esse instante secreto será eterno,
Pois no coração, vamos sempre guardar,
A chama acesa deste prazer terno.