Longe do lar, longe do seu amor,
Caminha pela rua, alma exposta,
Menstruando segredos, mistérios,
Desencantos que se acumulam em seu ser.
Ele, que não sabe como fazê-la mulher,
Ignora o poder que brota de seu ventre,
A força que vem do ciclo, da dor,
E ao mesmo tempo, da vida que se renova.
Em cada passo, um sussurro do corpo,
Na brisa suave, ecos de seus desejos,
Ela busca no horizonte uma resposta,
Mas só encontra o som do silêncio.
Mulher, que dança entre sombras e luz,
Sabe que a essência reside na mudança,
Que cada mancha, cada gota,
É um manifesto de sua resistência.
O céu se abre, cores vibrantes,
Enquanto ela se afirma, se reinventa,
Na alameda lotada, é só ela,
Um ser pleno, mesmo longe dele.
E ao olhar de novo para o reflexo,
Descobre que sua força é sutil,
Uma sinfonia de vida e dor,
Ciclicamente bela, infinita em si.