Passear entre as araras (os cabideiros móveis) e escolher entre uma e outra calcinha que coubesse no meu pacote de 16 centímetros, não foi moleza. Eu me considero até mais exigente do que damas da alta-sociedade, pois sou homem e gosto de escolher muito bem o que levo para casa. Nem sempre as compras dão certo; talvez pelo fato de que a lingerie ainda seja algo "exclusivamente" feminino, mas... com alguns ajustes eu faço elas caberem em mim. Para a surpresa de absolutamente ninguém... eu fico lindo demais usando tais vestimentas sensuais.
Não digo o nome da loja e nem de qual cidade moro, pois prefiro a magia do anonimato mesmo. Apenas compartilho com vocês o luxo de uma boa lingerie que serve em mim perfeitamente, que realça meu bumbum e o volume desta ferramenta que carrego entre as pernas. Como fiz curso de moda e vestuário, consigo pensar em soluções técnicas para melhorar o que já tenho. Mesmo munido apenas de agulha e linha, faço milagres.
Algumas pessoas de velhos tempos me reconheceriam por algumas fotos, mas nem por isso quero vê-las novamente. Este "novo eu" simplesmente não vai olhar para trás e procurar ilusões que já foram desmascaradas. Hoje assumo essa beleza publicamente, defendo que homens usem lingerie e explorem ao máximo o vestuário feminino. Comece uma (re)revolução profunda. Se as queridinhas sufragettes ousaram rasgar seus corsets e espartilhos caríssimos (jogando fora incontáveis libras que homens suaram para economizar e dar-lhes), então fico com toda a renda e cetim, obrigado! Podem usar a monótona roupa machista de homens explorados e tristes. Ah, se eu tivesse ao menos uma certa fama para andar pelas ruas usando uma mini-saia de babados, meias 7/8 e combiná-los com meu all-star e uma camiseta listrada... O principezinho rebelde hehehe.
Fico com muita vontade de comprar lingerie mais elaborada (corselet, chemise e body), mas tenho que equilibrar as contas. Pois, mesmo a beleza, tem que ser equilibrada. Afinal, estamos na bosta do "Bostil", terras coloniais onde um punhado de machos explorados e fêmeas manipuladoras fazem bullying com quem é realmente "diferente" e impactante. Piadinhas da 1ª série passam, mas a burrice dessas pessoas vive. Nem é a chatice de qualquer preconceito, mas isso se reflete no meu ódio à burrice das pessoas mesmo. Meus princípios antecedem - muito - a minha estética.
Eu não sou minoria! Sou parte de uma maioria capitalista que tem que ganhar o pão de todo dia. Apenas exerço meu direito de considerar tudo aquilo que bem quiser encarar como bonito e trazer isso para mim. Nunca vai existir lacração vindo de mim. Você tem sua vida, eu tenho a minha. Até a vista!
Beijos!