Do ponto de vista estético, todos nós buscamos uma homogeneidade como instrumento de afinidade. Até mesmo em tribos africanas isso é um dos principais motivos de guerras entre eles. Os genocídios e ditaduras históricas estão aí para não me deixarem mentir. Mas, em se tratando de Brasil, ser marrom é tão ruim quanto ser asiático (amarelo) ou indígena (vermelho). Sendo um país que foi, aos poucos, se mestiçando e se embranquecendo, é normal que os fetiches sexuais com a interracialidade tenham sido usado por mulheres brancas para justificar alguma vingança ou manipulação contra os homens, independente da cor de pele. E nesse caso, não houve homem de nenhuma etnia que escapou.
Sempre a velha historinha batida, "comida por um negão", que chega a me dar pena das mulheres negras. Elas são as que mais preferem que seu marido/namorado seja objetivamente um homem negro em virtude dessa homogeneidade instrumental. Seus filhos tem que se identificar plenamente com seus pais. Os brancos e pretos se entendem em seus grupos e, dado o contexto histórico de formação da América, Europa e África, conseguem transitar em suas diversas vontades.
Na Coreia e no Vietnam, os soldados negros era valorizados, pelo fato de que eles, mesmo sendo entendido como inferiores, poderiam ascender como superiores, ainda que num contexto mais limitado. E sabemos bem que todo ser humano, almeja o poder, de certa forma. Músicos, desenhistas, engenheiros, médicos, professores, soldados, veterinários... Mesmo as comunidades asiática e indígena que vivem na América e as comunidades asiáticas na África e Europa não conseguem ser mais do que uma "minoria-modelinho".
É doloroso ter a pele marrom... os traços faciais de um branco... e o pênis e estatura de um preto... e ter a cabeça mais inclinada aos vermelhos e amarelos. Acho que, quanto mais mestiço você é, mais distante você fica. Quem é preto ou branco, pode lutar por suas causas com mais direito. Eu, que conseguiria transitar entre a música erudita européia e a música folclórica africana, só consegui me encontrar na estranheza da música eletrônica, um vício dos asiáticos cujas inspirações vem dos cânticos e instrumentos indígenas. Dá para perceber nos tipos de sons que muita música eletrônica lembram os instrumentos destas duas últimas culturas. E num país onde o branco e o preto já tem seu lugar, eu fico sem o meu lugar.
Nunca a história é sobre o "pardo que devorou minha buceta rosinha", menos ainda se é o "mestiço que meteu naquela bundinha vermelhinha" ou a "mulato que gozou na boquinha amarelinha" ou o "miscigenado me enlouqueceu nas tetas marronzinhas". Pois é...
Eu sou o verdadeiro mulato, miscigenado, pardo, marrom, terceira cor na estatística. Tanto por números quanto por representatividade. Mas gostar dos fetiches e estereótipos te aprisiona, te destrói, te mata. Existe até uma abundância na proporção de mulheres ser mais numerosa que homens. Então... porquê elas, com seus contos ridículos, nos fazem pensar que nós homens é que sempre devemos algo pra elas? Por isso, antes de fantasiar ou lutar por alguma etnia, pergunto antes se vale a pena, se sou bem vindo. Já aprendi tudo na escola e informação tem de sobra. Agora... eu é que nunca vou escrever qualquer conto falando como tal fetiche é uma maravilha.
Os 16 centímetros do meu pênis? Já sei que ele dá um baile em que tem 20 na média e nem por isso vou ficar me gabando de quem tem menos do que eu. Aprendi isso curtindo muito os pequenos carros asiáticos, o famoso JDM. Não é o tamanho de uma barca que faz diferença, é a eficiência dela em sobreviver qualquer situação. Tristes são os homens que caem no fetiche feminino, explorados pelas vontades delas, para serem brinquedos sexuais e nada além disso.
Beijos!