Eu sou Luana, 19 anos, e se você me visse na igreja no domingo, com meu vestido comportado e a Bíblia na mão, nunca imaginaria o que passa pela minha cabeça. Cresci ouvindo sermões sobre pecado, pureza, o caminho certo. Mas, dentro de mim, sempre teve um fogo que não explica, uma vontade que não cala. Eles dizem que é errado, mas quando sinto meu corpo pulsar, parece a coisa mais verdadeira do mundo. Eu sou uma contradição ambulante: a menina evangélica que canta hinos de manhã e sonha com sexo selvagem à noite.
Naquela sexta-feira, eu não aguentava mais. Minha mãe achava que eu estava na reunião de jovens, mas eu tinha outros planos. Coloquei uma saia curta que escondi no fundo do armário e uma blusa que abraçava cada curva minha. No espelho, eu me vi e sorri — não era só vaidade, era poder. Eu queria sentir, viver, ser a Luana que ninguém conhecia.
Fui parar num barzinho meio escondido, daqueles que tocam músicas que fazem seu corpo querer dançar antes mesmo de você perceber. Eu nunca tinha ido tão longe assim, mas algo me puxava. Sentei no balcão, pedi uma bebida virgem pra não perder o controle, e foi aí que ele apareceu. Caio. Alto, com tatuagens que escapavam da manga da camiseta e um jeito de quem sabe mais do que fala. Ele me olhou como se já conhecesse meus segredos.
"Você não parece do tipo que vem pra cá sozinha", ele disse, se aproximando. Eu ri, nervosa, mas com aquele brilho nos olhos que não engana. "E você não parece do tipo que fala com meninas como eu", retruquei. Foi o começo de tudo. A gente conversou por horas, e eu sentia meu coração bater tão forte que parecia que ia explodir. Ele falava de liberdade, de viver sem amarras, e cada palavra dele era como gasolina no meu fogo.
Quando ele me convidou pra dançar, eu sabia que estava pisando em terreno perigoso. Mas eu queria. Queria sentir o calor, a música, o risco. Na pista, nossos corpos se encontraram, e eu deixei ele me guiar. Era como se eu estivesse me despedindo da Luana que sempre se segurou. Cada toque dele era elétrico, cada olhar me fazia querer mais. Não sei como, mas acabamos num canto mais reservado, e ali, entre risadas e sussurros, eu me entreguei ao momento.
Não vou contar cada detalhe — alguns são só meus. Mas foi selvagem, livre, como se eu estivesse gritando pro mundo quem eu realmente sou. Eu não senti culpa, não ali. Senti vida. Quando voltei pra casa de madrugada, com o cabelo bagunçado e o coração acelerado, olhei pro teto do meu quarto e pensei: "Deus, se isso é errado, por que parece tão certo?"
Eu sei que minha vida é um equilíbrio delicado. De dia, canto na igreja, sorrio pra minha mãe, sigo as regras. Mas, à noite, quando fecho os olhos, sou a Luana que não tem medo de querer tudo. E, por enquanto, esse segredo é só meu.