O clube em questão, a que Jonas se referia, é um clube de sadomasoquismo e fetichismo, localizado no centro da cidade. Jéssica era uma das “Mistress” da casa, no qual participava muito mais por hobby que por dinheiro. Ela ouviu o inseguro rapaz e, apesar de intercalá-lo com frases como “fala logo” “o que você quer” e “tô ocupada”, se dispusera a ouvi-lo prontamente com particular atenção. Jéssica fazia questão de manter essa sua atividade em sigilo; do seu círculo o único que sabia de tal fato era Jonas, pois tomara conhecimento disso por um mero acaso da sorte. Jéssica, sabendo da paixonite que o rapaz nutria por ela, sentiu que poderia confiar a ele este pormenor de sua vida, não correndo assim o perigo de ter que ver uma explanação ser feita. Algumas horas depois, isso já por volta das 23 horas, Jéssica chegou ao clube acompanhada de seu fiel escudeiro Jonas.
Naquela noite, como fora previamente combinado, Jéssica teria de despedir sua atenção a uma única pessoa, que por sua vez pagara para ter acesso à Mistress com total exclusividade. Antes de ser apresentado à Jéssica, o cliente passou alguns longos minutos admirando-a de longe como um cão faminto que dedica parte do seu tempo apreciando o belo frango de padaria. Tão logo foi possível, a proprietária do clube, uma matrona bastante enxuta, apesar da idade avançada para ofício, apresentou o cliente à Jéssica.
- Prazer, trate-me por Ismael. – Assim ele se apresentava e continuou. – Há algum tempo eu venho te admirando, mas só agora tive coragem para me dispor a ser seu escravo, a senhora é muito bonito.
Ao projetar seu corpo para frente, na vã tentativa de abraçar sua futura Misstres, Ismael, o fascinado cliente cujos olhos brilhavam, viu Jéssica olhá-lo com ar de desdém e recusar-se, soberbamente, a cumprimentá-lo, pois nutria uma forte convicção de que o homem na sua frente não estava a sua altura, tampouco tinha as mãos suficientemente higienizadas a ponto de, após o amplexo, manter a pele branca da altiva mulher livre de alguma bactéria.
- Vamos logo, quando eu sair daqui ainda tenho um compromisso. – Finalizou Jéssica, caminhando em seguida para o quarto particular, que fora, previamente reservado no intuito de manter um pouco mais de discrição.
Era um quanto sombriamente decorado. A luz opaca de tom avermelhado parecia ser capaz de projetar na mente a cena de um assassinato; o chão de madeira espalha naquela masmorra o ressoar ecoante dos saltos da Mistress; as paredes cinza ostentando em sua extremidade superior alguns instrumentos como chicote, correntes, palmatória e toda a parafernália pertinente. Era sem dúvida um lugar um tanto assustador para aqueles não familiarizados com tais excentricidades.
- Tira a roupa e senta agora nessa cadeira! – Ordenou ela, em tom veemente, sem sequer olhar para escravo que a observada.
O jovem Ismael se viu totalmente dominado por uma Mistress voraz que o açoitou por algumas horas. Mrs. Jéssica, após amarrar Ismael na cadeira, castigava o escravo dando-lhe tapas no rosto, em que o estalar de seus dedos finos na face do rapaz ressoava pelo quarto fechado e percorria cada célula do corpo da Mistress envolto às roupas de látex que demarcavam muito bem a curvatura do seu corpo e do escravo nu. Em um dato momento, a soberana levantou uma de suas pernas e pisoteou os testículos de Ismael; o pênis do rapaz logo endureceu com a excitação do toque do solado da bota de Jéssica em sua pele descoberta; notando o êxtase do vassalo, Jéssica sentia ainda mais poder e controle perante tal situação, algo que também a excitava e a deixava completamente fora de si; sempre que notava que despertava o desejo de algum homem a sensação de poder a fazia enlouquecer. Resolveu vendá-lo. Tudo se escureceu diante de Ismael que não podia se mover, uma vez que estava amarrado à cadeira, agora não podia enxergar nada, entregando assim sua integridade física a uma imponente mulher que, apesar da natural fragilidade imposta pelo seu sexo, detinha absoluto poder sobre o slave e podia fazer o que bem quisesse.
- Me faz gozar, por favor! Vai Mistress... – Sussurrava baixinho o submisso homem. Incendiado pelo desejo de ter, sem poder, aquela bela mulher cujos olhos verdes pareciam penetrá-lo, o reduzindo a existência de um verme.
Ela sorria sarcasticamente, expondo assim seus dentes brancos que reluziam ainda mais em contraste com o vermelho do batom que cobria seus lábios, numa mistura de sedução e luxúria. Num gesto rápido e impulsivo, Mrs. Jéssica, pulou sobre o colo de Ismael, que por sua vez sentiu a dor de ter um corpo feminino chocando-se contra seu pênis ereto de forma tão repentina; ele logo ergueu a cabeça como se pedisse aos céus que seu desejo fosse atendido, expondo assim o pescoço; a tirânica Jéssica aproximou sua boca, algo que fez com que Ismael sentisse o calor da expiração da mulher e até mesmo o odor de seu hálito fresco, o mordeu levemente fazendo com que o corpo do jovem contraísse, manchando sua pele com o vermelho da pintura labial. Jéssica ficou nessa posição, sobre o colo de Ismael, enquanto arranhava o peito do escravo. O misto de dor e prazer somado à dominação, que era exercida sobre ele por uma mulher tão linda, consumia sua alma. Não era mais possível segurar o gozo, o peso do corpo dela sobre o dele, em especial em cima do seu pênis, o levou a gozar involuntariamente. Foi então que o corpo de Ismael relaxou e a Mistress tirou a venda dos seus olhos.
- Olha que o que você vez! – Disse, olhando-lhe firmemente nos olhos, e continuou ela – Sujou todo o chão com seu esperma nojento. Você vai limpar e será agora!
Mistress Jéssica soltou Ismael. A liberdade durou poucos segundos, pois logo de posse de uma algema o prendeu novamente. Ela o obrigou a agachar-se, este, algemado, a obedeceu sem questionar.
- Limpa toda essa sujeira com a língua e deixe o chão bem limpinho!
O slave, que após olhar por alguns instantes para a Mistress com olhar de clemência, foi lambendo seu próprio esperma de forma tímida e temerosa. Inesperadamente Mistress Jéssica pisoteou a cabeça de Ismael, a pressionado contra o chão duro, que impotente diante da soberana, contorcia seu rosto enquanto Jéssica dava início a uma nova onda de castigos, o açoitando com um chicote.
- Você é meu escrevo tá ouvindo bem?! Só meu! Farei o que quiser com você porque agora sou sua dona.
As palavras de Jéssica e sua forma de domínio excitavam muito Ismael. A sensação adversa que era ser dominado por alguém fisicamente mais fraco, em uma situação muito atípica, tornara-se uma experiência inesquecível para o rapaz; para Jéssica, acostumada a ter tudo que queria e todos aos seus pés, parecia estar no seu habitat natural, e sua desenvoltura perante aquela situação era absolutamente natural. Porém, sua cabeça ocupada em bolar situações para dominar as pessoas não pode prever o destino que estaria por vir. O ritual durou por mais algum tempo, até que enfim, ambos se despediram, um do outro, sem Jéssica dar a mínima para Ismael, visto que este era só mais um que se submetera aos seus domínios.
E continua...
Muito bom :) Votado
adorei este conto ,bem escrito , sensualíssimo bjos Laureen
Muito bom:) Votado:)