Mas eu não estava feliz. Meu pai não me deixou convidar o Vitor, meu colega e meu amor, que trabalhava de ajudante na construção do prédio na rua de trás da minha casa. O Vitor até brigou comigo por eu não conseguir convencer meu pai.
Acordei no dia seguinte e não via a hora de ver ele. Fui me encontrar com ele na construção no horário da escola.
Na hora da escola, fui me encontrar com o Vitor na construção. Ele estava muito magoado comigo e nem queria conversar mas eu insisti. Subimos no 11 andar e sentamos nas latas de tinta. Conversamos e ele entendeu que eu era muito novinha e que meu pai nunca aceitaria que eu convidasse ele ou qualquer outro amigo desconhecido. Disse que logo eu o apresentaria para meus pais. Ele entendeu e disse que tinha uma surpresa de aniversário para mim. Ai, eu nem acreditei. Comecei a chorar. Ele disse para eu esperar lá em cima que ele voltaria.
Depois ele voltou com um pano preto nas mãos e disse que iria vendar meus olhos pra eu não ver onde ele iria me levar. Eu deixei e ele me pegou no colo. Descemos umas escadas e ele me colocou no chão. Disse para não ver ainda. Me girou várias vezes e parou. Pediu para eu tirar a venda e quando abri os olhos vi uma sala com muitos pedreiros e ajudantes cantando parabéns para mim e um bolo sobre uma mesa improvisada. Foi tão emocionante. Nem sabia que tinha tanta gente naquela construção. Ele estava segurando um presente e disse que era pra mim mas com uma condição. Eu teria que experimentar para ele e os amigos dele ver. Eu disse que não. Não podia fazer isso. Não! Ele me falou que era a segunda vez que eu o decepcionava e que não teria uma terceira.
Eu fiquei toda nervosa e sem saber o que fazer. Ele disse que não era nada demais ganhar um presente e experimentar para eles verem. Ninguém tocaria um dedo em mim. Eu não achava certo aquilo mas não queria perder o Vitor. Ai gritei: tá bom!
Ele me deu o presente e eu comecei a abrir o presente. Nunca tinha visto nada igual. Era um espartilho branco lindo com uma calcinha fio dental e uma meia 7/8. Perguntei como eu poderia experimentar aquela roupa ali com todos eles. Com simplicidade ele respondeu que não era nada demais. Apenas um presente de um... amigo especial. Eu me derreti inteira ouvindo ele falar aquilo. Eu disse que não tinha a sandália para a roupa. Nesse instante um outro ajudante levanta e me traz outro pacote. Comecei a abrir e vi uma sandália maravilhosa, branca de salto muito alto. Fiquei sem jeito mas estava muito feliz.
Perguntei onde poderia me trocar e eles me apontaram o banheiro. Após alguns minutos sai do banheiro vestindo aquele espartilho lindo que ficou direitinho no meu corpo. Minhas pernas ficaram lindas com as meias 7/8 e a sandália deu um ar de mulher, não de menina. Foi só eu aparecer e todos os celulares começaram a tirar fotos minhas. O Vitor veio ao meu encontro com o sorriso mais lindo do mundo. Perguntei a ele se ele tinha gostado e ele disse que tinha amado mais ainda me ver com o presente dele.
Nesse instante ouvi os gritos de bolo, bolo, bolo. Vitor me pediu para cortar o bolo e levar um pedacinho para cada amigo dele que estava sentado no chão daquela sala. Eu me virei de costas e fui cortar o bolo na mesa. A mesa era da altura de uma mesa de telefone e eu tinha que me curvar para cortar e pegar o bolo e depois levar um pedaço para cada amigo do Vitor. Eu me sentia mais rainha do que na minha festa de aniversário com minha família. Eu percebia todos os olhares para mim e o Vitor, que não tirava os olhos de mim.
Depois que servi o bolo e eles comeram, todos foram saindo e fiquei só com o Vitor. Ele me perguntou se eu havia gostado da surpresa e eu disse muito, muito mesmo. Ficamos conversando muito tempo até que percebi que tinha dado o horário da escola.
Ele disse para eu me trocar de novo e ir para a casa. Vesti minha roupa e coloquei o meu presente maravilhoso na mochila e fui para casa. Fiquei muito feliz com tudo isso que aconteceu.
Beijos e gemidos
Mel
Um, bem diferente seu conto, adorei, fique com muito tezão.
Delícia! Betto