A MÉDICA E O CORNO

Estava curtindo o sol o mar em uma conhecida praia da região dos lagos do Rio de Janeiro quando subitamente começo a sentir uma forte ardência no meio de minhas costas, a dor era penetrante e aumentava segundo a segundo, apressei-me em sair da água e quando cheguei à areia deitei-me e acabei apagando, quando acordo estava dentro do hospital público da cidade tomando soro e a primeira imagem que vi foi o enfermeiro injetando remédio na garrafinha do soro, perguntei pra ele o que havia acontecido e ele me contou que dei entrada desmaiado após ter sido vitimado por uma caravela, eu não entendi muito bem do que ele estava falando e somente depois de 2 dias vim saber que caravela é uma formação de águas vivas que tem o poder de intoxicar as pessoas através de tentáculos fininhos que adentram aos poros e disparam veneno que provoca muitas reações no corpo, em alguns casos podendo inclusive levar a pessoa a morte.

Com os efeitos dos remédios acabei dormindo e quando acordei pela segunda vez já havia sido transferido a um hospital particular conveniado ao meu sistema de saúde e lá fiquei em um quarto individual, um ambiente mais silencioso e tranquilo, a primeira pessoa que vi foi a senhora auxiliar que estava me trazendo um lanche desta forma deduzi que estava ainda a tarde do dia do meu acidente.

Mais a noitinha veio um médico conversou comigo algumas coisas, anotou algumas coisas no meu prontuário e disse que a médica que estava me assistindo voltaria na manhã do dia seguinte e ela é quem decidiria se eu iria ou não receber alta.

Acordo na manhã do dia seguinte acordo sentindo o cheiro leve de um perfume feminino que a julgar pelo meu coração disparado deve ter sido desenvolvido com feromônio, assim que ouvi a voz das pessoas dirigi meu olhar no sentido dos sons e dei de cara com um grupo de estudantes em volta de uma mulher morena clara, cabelos lisinhos e negros quase no meio das costas, notei até que usava aliança (portanto casada) anéis, pulseira e relógio de ouro, muito linda cheirosa e elegante, era esta então a minha chance de conhecer a “minha médica”.

- Olá, eu sou a doutora Suzana, como está meu paciente preferido? Dormiu bem? Como está se sentindo?

A mulher mais parecia um Anjo, mais ainda, uma Deusa e a minha vontade era responder na hora... EU TE AMO (risos), mas, disfarcei a minha animação e respondi com a máxima cortesia possível.

- Oi doutora Suzana, ainda dói um pouco, estou me sentindo bem melhor e praticamente dormi a noite inteira, os remédios são fortes eu imagino.

- Ah sim, eu entendo... Preciso agora que se vire para que possamos dar uma olhada nos seus ferimentos.

Obedecendo a ordem da doutora me virei e ela e os estudantes conversaram uns 10 minutos a respeito das marcas deixadas pela caravela e depois deste tempo ela me ajudou a voltar a posição que estava antes e ai foi que os cabelos dela passou pelo meu rosto e senti o cheiro de seus cabelos e vou confessar uma coisa, não me lembro de ter sentido um cheiro tão bom em toda a minha vida, eu estava “apaixonado” por aquela figura feminina linda e tão bem cuidada, os residentes saíram da sala, ela sentou-se na cadeira ao lado, cruzou as pernas e continuou me fazendo perguntas e quando olhei em direção aos seus pés... Nossa, era um espetáculo a parte, os pés delicados em um (imagino ser) tamanco branco onde os dedinhos saiam levemente na parte da frente e as unhas perfeitamente limpas e cortadas pintadas com um esmalte clarinho eu pensei... “Pra pegar uma mulher assim só tendo muita grana, ela nunca daria confiança para um homem como eu”.

E depois de mais algumas perguntas e respostas pedi licença a doutora Suzana e para lhe fazer uma pergunta e ela autorizou:

- Quando a senhora entrou aqui disse que eu era o seu paciente favorito, porque disse isso?

Ela abriu um sorriso que iluminou o quarto e disse:

- Ontem você mesmo meio que sedado e meio que acordado quando me viu pela primeira vez fez um monte de elogios e até poesia você declamou pra mim... (risos) achei isso o máximo, muito fofo e como você mesmo disse ao final, “só faltaram as flores para coroar aquele momento mágico” você tem ideia da quantidade de gente grossa e estúpida que enfrentamos todos os dias? Quando aparece alguém gentil, doce e cordial que trata a gente melhor que o próprio marido, passa a ser uma pessoa especial na vida da gente.

Ao ouvir essa parte final eu aproveitei e disparei:

- Como é o nome do seu marido?

- Ricardo.

- Então avisa ao Ricardo que de onde vieram esse monte de elogios, tem muito mais, para ele abrir o olho (risos).

- Ela muito educada e meiga colocou a mão sobre o meu tórax e disse... Pode deixar meu paciente favorito, vou mandar ele ficar esperto que se não a fila anda (risos) Amanhã de manhã eu volto para ver como você está e se tiver uma noite tranquila como a de hoje, te darei alta ok?

- Ah sim que ótimo, o hospital aqui é bom, as pessoas são muito legais comigo, mas, não a lugar melhor no mundo que a casa da gente e ainda mais que eu estou super afim de comer meu risoto de camarão, eu inclusive tinha plano de quando saísse da praia eu iria passar na peixaria comprar camarões e preparar em casa, mas, infelizmente não saiu como eu queria!

- Nossa Marcelo, você parece que adivinha, eu amooooo risotos, principalmente de camarão, tem um restaurante aqui perto que arrebenta, faz um maravilhoso.

- Desculpa doutora, mas, eu duvido que o do restaurante seja melhor que o meu... Desculpe minha falta de modéstia, mas, eu já recebi muitos elogios de várias pessoas diferentes.

- É mesmo?

- Sim, se a senhora quiser eu posso fazer um risoto de camarão pra senhora, pode anotar meu telefone? Quando tiver em um dia de folga posso cozinhar pra você.

- Nossa, seria ótimo, vou te confessar uma coisa, eu sou um zero a esquerda na cozinha (risos).

- Tinha que ter um defeito (risos).

- (gargalhadas) Seu bobo.
- Falo sério, esse número é zap também, então, ficarei aguardando seu contato.

Passados uns 15 dias que recebi alta do hospital escuto a campainha do meu zap e era a doutora Suzana, teclamos algumas palavras e por fim, marcamos para uma quarta-feira de manhã, passei no mercado de peixes da cidade logo cedo, comprei mais alguns ingredientes que precisaria e segui para sua casa.

Ao chegar a entrada de uma bela casa com um imenso gramado à frente toquei a campainha e quem atendeu foi uma senhora uniformizada que parecia ser uma espécie de assistente doméstica e fomos pelo jardim conversando até chegarmos a casa.

Ao abrir a porta a assistente chamou a doutora Suzana que falou em voz alta:

- Fala pra ele entrar, estou aqui na varanda dos fundos.

Quando cheguei lá dei de cara com uma Deusa, Musa, Princesa, uma mulher que mexia com meu corpo, meu coração, meu espírito, tudo ao mesmo tempo e que me deixava zonzo, ela não é a mulher mais linda do universo, mas, esse misto de mulher bonita, cheirosa, bem cuidada, educada, fina, independente e bem sucedida era algo que eu não estava acostumado a conviver.

Aproveitando que ela era muito bem humorada e risonha eu disse:

- Ahhh não, preciso registrar essa imagem da minha médica preferida para nunca mais esquecer este dia.

- Para seu bobo.

Pedi pra ela posar em uma parede da varanda e aproveitei e tirei 3 fotos (as que estão no final deste conto) por fim a abracei, nos cumprimentamos com beijinhos no rosto e ficamos alguns minutos conversando.

Atrás da casa havia um espaço gourmet para onde nos dirigimos, ouvimos música, tomamos vinho e a assistente me ajudou na confecção do prato, a doutora Suzana comeu e fez que nem a Ana Maria Braga antigamente passou por baixo da mesa e fez aquela festa para afirmar que o prato estava maravilhoso, rimos muito e somente depois de muitas gargalhadas foi que eu me lembrei do marido dela e perguntei sobre ele:

- Ah o Ricardo está na casa da mãe dele lá no Rio de Janeiro, eu o avisei sobre a sua vinda, mas, ele é meio difícil de fazer amizades e para piorar é muito chato pra comer, detesta frutos do mar.

- O que eu posso dizer... Sorte minha, só assim tenho a doutora todinha só pra mim.

- (gargalhadas) Você é muito engraçado, fala de um jeito.

Em um dado momento a assistente veio até nós e se despediu informando que no dia seguinte bem cedinho estaria de volta e a doutora Suzana a liberou.

Começamos a conversar sobre vários assuntos até que em dado momento começou a tocar uma música bem romântica e eu levantei e a “arranquei” da cadeira para dançar, ela veio meio que rindo dizendo que não sabia dançar e eu disse que era fácil e que a ensinaria, começamos meio desajeitados até que nossos corpos se encaixaram na medida exata e os sorrisos foram dando lugar aos olhares fixos um no outro e voltei a elogiar ela, o que vinha a minha cabeça eu falava, resolvi esquecer que sou casado e que ela era casada, projetei uma situação onde fossemos os dois adolescentes em uma dessas festinhas americanas onde o máximo envolvimento é fator primordial dos eventos.

- Aiii Marcelo não fala assim, você está me deixando doida.

- Suzana, é mais forte do que eu, sou assim mesmo, uma pessoa que fala o que sente, você é uma mulher muito especial, mas, sinto que não é tratada com o devido carinho, amor e atenção que merece e desde a primeira vez que te vi, nasceu em mim essa vontade de cuidar de você.

Olhos nos olhos vi uma lágrima descendo nos olhinhos dela e aproveitei o momento de grande emoção e taquei-lhe um beijo na boca que foi prontamente retribuído e ficamos ali apenas namorando (como antigamente) uma hora ou mais, até que ela me segurou pela mão me levou pra dentro de casa, subimos as escadas de mãos dadas e fomos para o seu quarto, fizemos amor da tarde até a noite e foram momentos maravilhosos, eu a descobri como uma mulher plena e percebi que ela nunca mais seria a mesma depois daquele amor e sexo gostoso que fizemos naquelas horas, eu estaria entregando à Ricardo uma mulher mais segura, mais decidida, apesar de que o meu desejo era tê-la para mim.

Conversamos sobre isto e ela disse com grande sinceridade:

- Ricardo é meu primeiro namorado e até hoje era o único homem de minha vida, preciso de você, não quero que suma, quero continuar te vendo e saindo com você, mas, não posso me separar pra ficar com você, é uma questão que envolve família, é muito complicado você entende?

Claro que eu concordei, afinal, eu não teria como cuidar financeiramente daquela Deusa, mas, do coração e do corpo dela eu poderia e isso já era o céu pra mim!

- Sim amor, eu entendo, só me deixe cuidar do seu coraçãozinho lindo.

- Claro que deixo, ele é todinho seu meu gostoso.

Fomos a suíte, ficamos um tempo namorando na banheira, na água morninha estimulou outra foda gostosa e mesmo eu já estava percebendo a diferença de atitude de Suzana, ela me cavalgou com tanta força que jogava longe água pra fora da banheira e antes quietinha só gemendo agora já dizia coisas do tipo:

- Come sua morena come... Me fode... Sou sua doutora preferida ou não sou?... Meu macho caralhudo gostoso. (e voa água pra todo lado kkk).

Segurei até que ela gritasse a famosa frase: “Vou gozarrrrr” e gozei juntinho com ela.

Depois de descansarmos naquela posição, tomamos uma ducha, nos recompomos, trocamos mais alguns beijos na boca, nos despedimos e fui embora.

Mesmo agora depois do acontecido, ainda me custa acreditar que uma médica tão linda, bem casada, possa ser uma mulher tão carente... enfim, sorte minha, porque de vez em quando eu posso cuidar do coração dela e me sentir nas alturas!

Beijos do Apache!