Praticamente 3 meses inteiros se passaram desde o meu último conto aqui intitulado "O Aluno Novo", lembram? Bom, muita coisa aconteceu desde então e eu não consegui mais voltar para trazer mais relatos... Até agora! Sobre o João, fiquei lhes devendo alguns detalhes, não é mesmo? Pois bem. Como havia dito na última parte do último conto, o meu aluno novo (naquela época) tinha me dito que precisava me contar uma coisa séria. Nós também havíamos combinado um novo encontro para que ele pudesse ser ativo comigo, uma vontade que ele apresentou num de nossos encontros secretos. Acontece que, essa performance do João como ativo não chegou a acontecer no dia combinado, devido a enorme surpresa que ele me revelou no mesmo dia: o tal assunto sério que meu aluno queria por que queria tratar comigo.
Combinamos de nos encontrar próximo à minha república, pois eu iria passar o final de semana sozinho devido a uma viagem dos outros estudantes que moram comigo. Busquei o João bem perto da esquina no meu prédio, quase às 16h da tarde de um sábado. Ele parecia meio nervoso de longe, mas estava lindo como sempre. Pela primeira vez eu o vi sem o uniforme da empresa de turismo do pai. Meu aluno usava uma bermuda clara, tênis curto e uma blusa escura que contrastava com seus cabelos loiros sempre penteado de maneira elegante num topete muito bem esculpido. Quando ele me viu abriu aquele sorriso que só ele tem. Nos cumprimentamos com um abraço discreto e pude sentir o seu cheirinho delicioso que me deixava louco. Fomos então caminhando rumo à república.
Era a primeira vez que o João estava visitando o meu atual lar. Ele brincou dizendo que se eu quisesse abusar dele aquele seria o momento ideal. Rimos quando o elevador se abriu no meu andar. Apesar de brincalhão como sempre, eu notava uma certa tensão nos olhos do João. Ofereci-lhe o sofá da sala-comum da república além de um suco. Enquanto tomávamos a bebida deixei ele guiar o assunto, que a princípio ficou um pouco nas nossas últimas aulas. Até que o copo dele esvaziou e ele o deixou sobre a mesinha de centro da sala. João então pegou minhas mãos e me encarou sério, em seguida disse que não estava aguentando mais segurar o que tinha para me dizer. Eu, nervoso, porém sem demonstrar, disse para ele dizer logo.
Então ele foi direto e soltou que um aluno do curso havia descoberto sobre nós.
Na hora eu senti o meu coração na garganta, mas ainda me mantive indiferente ao máximo. Ele pediu perdão antes de continuar, mas eu disse que tudo bem, e gostaria de saber mais detalhes. João então contou que tratava-se do Nathan, um menino de 18 anos que também era meu aluno, mas de outra sala sem ser a do João. Explicou dizendo que o Nathan havia chegado nele um dia e pedido o celular para que João pudesse enviar uns exercícios de uma aula que ele havia perdido. João até achou meio estranho o fato do Nathan ter feito tal pedido, pois poderia ter o feito à qualquer um da sala dele e não ao João. Contudo, na hora, ele estava deixando a sala quando João entrava e então, meio que automático, o meu João cedeu ao pedido do menino. Mais tarde, no mesmo dia, Nathan enviou uma mensagem pedindo foto dos exercícios e o João as enviou prontamente. Nathan agradeceu e soltou então o seguinte comentário: "deve ser fácil para você, já que está saindo com o professor".
João então quase desmoronou quando leu a mensagem. Sem acreditar, ele mandou um "o quê?" e o Nathan respondeu com um "não se faça de bobo, João, eu sei de tudo já". João então quis saber como, e o Nathan disse que um dia, viu nós dois nos beijando dentro do meu carro, próximo ao shopping em que combinávamos de ir ao cinema, às vezes. João tentou negar, mas então Nathan enviou a foto do meu carro, em seguida outra foto com João descendo do veículo. Meu aluno estava tremendo quando me mostrou as fotos. Quando eu vi, não consegui mais esconder o meu nervosismo e disse: "e aí, o que você disse?". João falou que depois daquilo não teve como ele negar, e implorou para que Nathan não falasse nada para ninguém. Então o outro aluno ficou quase cinco minutos sem enviar mensagens e quando voltou a enviar mandou um "tudo bem, desde que você faça o que eu quero"; "e o que você quer?". João, com lágrimas nos olhos, contou que o Nathan então demorou uns vinte minutos ou mais dessa vez para responder. Tempo que foi mais que uma eternidade para o meu aluno novato. Então, quando o garoto chantagista respondeu, veio a seguinte mensagem: "Eu quero você, João"
Deixei o meu copo de suco cair e se quebrar, quando João me mostrou a tal mensagem do Nathan que ele havia printado, e seus olhos lindos me encararam triste e super preocupados, ao mesmo tempo que a voz dele soltou um: "E agora, o que a gente faz?". Eu o abracei e disse que íamos dar um jeito nisso. E então, o mundo meio que parou por uns segundos enquanto nós dois ficamos ali, no sofá, mergulhados num silêncio regado à lágrimas e tensão. E a verdade era que eu nem tinha ideia do que iríamos fazer.
...
Pessoal, vou parar por aqui, pois estou com uns trabalhos da faculdade para terminar e, hoje, consegui esse tempinho para voltar a narrar meus relatos aqui nesse site que gosto muito. Não vou conseguir postar a 2ª PARTE durante esse semana que entra, mas no próximo sábado ou no máximo no domingo à noite, eu volto com a continuação. Acho que será um conto um pouco longo, mas quero contá-lo com calma para poder trazer todos os detalhes do desfecho desse inesperado acontecimento. Hoje, infelizmente, só tive tempo para trazer a introdução.
Abraços!
Nossaaaaaaaaaaaaaa!! Espero que esteja tudo bem entre vocês <3