(Imagens meramente ilustrativas retiradas da Internet) Para um mês de junho, inverno, a temperatura daquele inicio de tarde estava elevada. Olhando a massa de pessoa aglomeradas na plataforma da Estação Sé do metro, todos movidos por uma gana de entrar no vagão já apinhalado, a sensação justamente ficava por sentir mais calor. Segurando a mochila entre as pernas, pensava mais nos jogos da seleção pela Copa do Mundo do ano de 2002, principalmente na final contra a Alemanha, quando estava em casa dos meus pais vendo o Brasil sagrar-se Penta Campeão. O jogo contra o Japão, desse dia 22, às quatro da tarde, só causava algum interesse pelo fato de ter sido liberado mais cedo do trabalho. Entre 2002 e o presente, 2006, os quatro anos muita água passou por baixo da ponte de minha vida, muitos acontecimentos. Aproximando das quinze horas o movimento serenou. Embarcando dez minutos após isso, vagão praticamente estava vazio. Dentro da calma cadência do trânsito, desembarquei no Tatuapé com uma estação deserta. Alguns ainda rejubilavam pelo jogo, outros, como eu, impassível; pelo contrário, entediado em saber que ao chegar à pensão, no hall, os demais moradores lá estariam assistindo ao jogo e numa eufórica alegria. O desinteresse pelo futebol não faz com que não goste, apenas não tenho tanto paciência quanto antes de assistir torcendo. Quero o resultado e o resumo do jogo. Até o Brasil tomar o gol, estivera sentado na entrada, assistindo com o rabo do olho o jogo. Com esse, nervoso, tenso, ansioso, resolvi dar uma volta pelas ruas vazias do bairro. Caminhava pelo lado da linha de trem, despreocupado, pensando na vida. Uma mania que até hoje tenho a de caminhar refletindo na vida, em todos os aspectos, qual um pensador, um filósofo. É sentir-se fora do corpo vivenciado um tudo de um todo. Avistei no final da rua que adentrara após virar na penúltima rua de onde poderia chegar à Avenida Celso Garcia, uma praça com árvores altas, bancos, que pelo tempo nublado, deixavam-na com um aspecto nostálgico. Continuei pela calçada de maneira a chegar nessa pracinha deserta. Aproximava mais quando ouvi o clamor dos gritos, o barulho dos rojões, os gritos, assobios, os berros. “o Brasil empatou.” Pensei. Atravessei a rua e calquei a passarela central por onde chegava-se ao centro dessa praça, que descortinava frondosamente uma árvore com galhos quase nus de folhas, rodeada de bancos. No lado oposto onde entrei no local, observei uma mulher sentada, cabisbaixa, mãos sobre as coxas. Uma de tantas andarilhas que temos em São Paulo. Uma “moradora de rua”, se é que podemos definir dessa maneira uma pessoa que more nas ruas, sem um real teto para proteger-se. Percorri os olhos por toda a área da praça. Apenas ela. Por uma questão óbvia de superioridade, olhei-a por detalhes completos, sem preocupar-se com demais olhares ou mesmo o dela. Cobria-se com um vestido longo, de uma tonalidade azul com estampas de flores em tons azul escuro, com decote suavemente sensualizando os seios pequenos, sem soutien. Cabelos castanhos escuros, em tom preto, totalmente desalinhado, com um volume que dava ao rosto um formato oval. Prendia-o com uma “piranha”. As mãos castigadas, dedos longos, finos, unhas curtas, parcialmente com tons escuro junto à cutícula. Aos pés uma sapatilha de pano azul escura, com uma tira no dorso. Ela ergueu o rosto ao chegar mais perto. Olhos castanhos bem claros, testa franzida, rugas junto aos olhos que denotavam uma mulher envelhecida pelo tempo, pela vida, pelas circunstâncias que a deixavam como uma sem teto nas ruas paulistas. No nosso olhar de segundos, o trejeito dela em mostrar os lábios finos, pálidos, deixando a face mais apregoada de linhas e rugas, de uma boca desdentada. Mesmo assim, conseguira entrever um sorriso. Antes de continuar narrando esses fatos, abro um parênteses para, em termos de psicologia, definir-se o que poderá doravante transcender à compreensão normal do relacionamento com uma mendiga, uma andarilha, uma pessoa sujeita às intempéries naturais, às precárias condições de higiene, de cuidados de uma mulher, do próprio zêlo pelo corpo. Imaginemos uma moradora de rua, não uma pessoa doente ou perdida em vícios, que tenha uma história de vida, a qual deixou nesse atual estado de vida. Continua sendo uma mulher, um ser humano. Sempre existirá dois lados numa história, o que é contada e o que é ouvido. Obviamente a sociedade sempre condena o morador de rua por ser a ferida tão bem notada por todos, por ser a história que retrata na nossa vida. Não olharmos é ouvir a história que queremos para a nossa própria existência. Não, não é um tratado social. É uma atração natural pela mulher, primeiro por ser uma mulher, após pela sua situação inferior dentro da escala social, a que a deixa vulnerável ao assédio, quase a classificando como uma mulher de fácil acessibilidade em termos de dominação. Nos tempos da escravidão, à época colonial, as escravas negras mais bem dotadas de curvas, malícias, marotas, não acabam privilegiadas pelos seus donos, quando não vítimas das sanhas sádicas sexuais desses poderosos, mesmo dos outros brancos? Há muitas histórias de abusos, bem como de relacionamento entre uma casta superior e uma inferior. Olhando dentro da sociedade contemporânea, não ocorre situação semelhante? Muito mais diversificada, com outros ônus de troca. Podemos dizer uma simpatia ao poder de dominá-la sem esforços generalizados. Um desvio sexual? Aberração? Poder ter sob suas ordens, física e emocionalmente a mulher de uma casta inferior por motivação alheia à própria vontade, que é errado? Olhemos as que labutam dentro da profissão mais antiga, que é a prostituta. Não, não é que todas as moradoras de rua, as mendigas, as andarilhas, as marginalizadas , são motivo de uma fantasia. Há de afirmar que todas as mulheres são atrativas aos nossos corações? Naqueles momentos de nossa existência que as palavras não são pronunciadas, porém a compreensão é mútua, qual uma conversa telepática, os olhos castanhos claros, com brilho, mostravam-na uma mulher carente, desamparada, abatida, que clamava por algo que não lhe era mais dado. Momentaneamente uma vontade de beijá-la, sentir seus lábios, seu corpo. Por um impulso translouco e sem consciência estiquei a mão para cumprimenta-la. Ela retribui. Apertamos as mãos. A calosidade de sua palma é latente, os dedos ressecados, a pele esticada pelo efeito do sol. Não solto sua mão. Seguro entre firmemente e com carinho. -“Vem comigo... Vamos sair daqui...” Puxando-a ela levanta-se sem nada dizer. Não compreendo o que acontece dentro do meu peito, de minhas ações, apenas vou afastando da praça a segurando pela mão, trazendo-a comigo, em seus passos trôpegos por uma aceleração em que aplico para tê-la em algum recanto. Caminhamos assim chegando em uma rua estreita, sentido único, deserta. Paro logo atrás do poste encostando meu corpo a esse e trago a Andarilha para perto, ao alcance de nossas bocas. -“Posso beijar você?” Pergunto-lhe segurando no queixo. Sempre fixa em meus olhos, sua cabeça balança afirmativamente. Nossas bocas apertam uma à outra, com respeito, carinho, desejo, paixão. As mãos acariciam seu rosto, os ombros, descem aos seios sem proteção, apenas o pano do vestido, apertando-os e sentindo pequenos, tão flácidos, moles, porém, incendiando minha libido sexual. Contudo, é em sua boca, sem dentes, com a minha explorando-a dos lábios ao interior, que uma obsessão sádica invade meu pensamento. Como a engolir, abro a boca em sua boca e a sensação de vazio fascina. Sou assombrado pelas lembranças de histórias lidas onde desdentada sente as taras do sexo. Justamente agora praticava esse distúrbio ou seria um prazer? Com as duas mãos nas minhas, olhei-a atentamente. Novamente um alvoroço pelas casas, pelo longe, barulho de rojões estourando, gritos. Brasil acabava de virar o jogo contra o Japão. -“Você quer ir comigo para um motel?” Perguntei sem desviar o olhar. -“Namorar?” Sorriu com a boca aberta, mostrando bem as linhas de rugas nos olhos, mais definidas pela falta da arcada dentária. -“Sim, namorar...” -“Quero sim... Quero namorar você.” Uma fisionomia alegre, feliz, estanha mesmo a fazia qual uma criança ganhando um pirulito. -“ Então, vamos. Vou na frente... Você me segue, tá bom?” Obstante todo o fetiche daquela mulher, não a colocava do meu lado para irmos a um motel, ali perto, tão acessível. Por uma questão social de posições? Por vergonha? Por medo das opiniões? Por sentir um Feitor levando sua Escrava à Casa Grande para saciar nela suas taras sexuais? Não compreendo qual seria a resposta. Pelo que andávamos, não houve de minha parte nenhuma preocupação das pessoas à nossa volta, até mesmo acreditei que nesses instantes, apenas duas pessoas existiam na rua, caminhando: Uma Moradora de Rua, desdentada e um Insano tomado pelo prazer da Anadentisfilia. Passando por um mercado, com um aceno pedi que esperasse. Entrei e comprei sabonete, shampoo, camisinha, desodorante e uma loção. Por mais quinze minutos percorremos as ruas, saindo de uma entrando em outra, até atingirmos a avenida principal do bairro, onde andamos mais um pouco chegando à entrada de um motel, desde ao hall de acesso. Mesmo não vendo claramente, percebi o olhar da recepcionista à minha companheira, com um franzido na testa, um trejeito facial de repugnação. Dei o dinheiro da diária, pegando a chave do quarto. Fixamente olhei a moça atrás do vidro na janela de atendimento e virei para minha parceira. -“ Dê um beijo...” Nossas bocas colaram-se qual imã. Um beijo longo, molhado, de língua, de afronta ao desdém da moça a aquela humilde moradora de rua, agora, minha amante. Protegido na saleta de entrada do motel a confiança do que desejava falava mais alto e poderia entregar-me aos devaneios com a andarilha. Entre que abraçados, mãos dadas, lado a lado, caminhamos para o quarto. Entrando, com a chave lacrado o acesso, a saída, como a comemorar o momento, mais uma vez rojões, alaridos, risos, algazarras, buzinas. O Brasil estaria vencendo e fazia mais um gol? Sim, só poderia ser isso. -“Você quer namorar comigo?” Perguntei de costas para a porta, com ela sentada na beira da cama. -“Quero sim... Quero sim!” Disse sorrindo com os lábios e olhos brilhantes. Tomado por um devaneio aproximei-me colocando-a em pé e beijei sua boca, penetrando-a com a língua. Uma sensação estranha sentir-se dentro da cavidade bucal sem nada, ao que uma excitação tomava conta. As mãos deslizaram pelas faces, ombros, aos seios pequenos, caídos, de mamilos grandes. Na barriga senti claramente a pele mole, mesmo sendo ela magra. Um dia talvez tenha sido robusta, de corpo cheio, uma linda obesa. Todavia, sua pele agora somente flácida dobrava-se sobre o ventre. Apalpando suas nádegas a vontade aumentou daquele corpo fora de estética, de padrão. Eram moles, cheias, que se abriam nas pontas de meus dedos. Virei-a de costa levantando-lhe o vestido olhando obcecadamente suas coxas brancas, com celulites, gorduras localizadas, estrias. A calcinha branca amarelada denunciava que não trocava a alguns dias. Mesmo tomado pelos desejos carnais, por uma volúpia, pelo pecado, um cheiro proveniente de suas partes íntimas tornava-se veemente. Não impediu, porém, de abaixar-lhe a calcinha, desnudando aquela bunda e abrir-lhe com as mãos o rego, olhando seu buraco anal, sua vagina, ambos tomados por pelos crespos, escuros. Virei-a de frente, baixando meu short e pendendo o pau na mão, empinei-o ostentosamente. -“ Chupa ele...” Baixou-se submissamente e enfiou dentro da boca. Foi uma sensação maravilhosa, podendo até mesmo comparar com a penetração numa bucetinha molhada. Nada de obstáculos a atrapalhar e a maciez da gruta em sua boca. Penetrei-a prendendo-a pela cabeça qual metendo o membro para um orgasmo. Os olhos da andarilha fixaram aos meus. Nutria dentro deles a vontade de ser um objeto de sexo em minhas mãos. Ajoelhei-me e nossas bocas juntaram-se em um frenesi. Colocamo-nos em pé em um abraço. Murmurei no ouvido dela perguntando o nome. -“Cleusa.” Após, retornando ao que chamei de uma realidade falsa despimos de nossas roupas e fomos ao banheiro. O sabonete, o shampoo, a loção, foram devidamente gastos no nosso banho. Como uma criança, Cleusa deixou-se banhar, limpando dos pés aos cabelos, as costas, a sua região pubiana carregada de pelos, o rego da bunda com tons escurecidos. Aos olhos d’Alma, literalmente, Cleusa estava purificada, não apenas asseada de suas sujeiras corporais. Por lapso admirando-lhe o corpo, senti toda a paixão por ela e ela por mim. A fiz girar nos calcanhares, mostrando-se de costas e com os pingos. Ela, passiva, obediente, os dedos esquios dela seguraram suas polpas, ao meu pedido, arregalando sua íntima região do anus. Lavei bem esfregando o sabonete, deixando tudo escorregadio. Com o dedo cutuquei o cuzinho escuro enfiando a ponta. -“Já deu o cuzinho?” -“Não.” Olhei demoradamente aquele orifício, as pregas, o dedo entrando por ele. Não acreditei nela. Seu buraco era bem lacerado para quem nunca havia deixado ser ultrajada. Importava? Poderia ter algum direito de exigir virgindade numa andarilha, uma moradora de rua? Importava? Não. Forçando o dedo penetrei-a por inteiro, depois mais um dedo. Impiedosamente enfiei a outra mão em sua buceta, entrando com facilidade. Sim, Cleusa era bem arrombada, obediente, escrava de meus desejos. Os pingos da água em nós serviam como uma carícia, enquanto era tomado por lascivas vontades de violar aquele corpo. Com a boca comecei a chupar os bicos intumescidos dos seios moles, mantendo os dois dedos no cu e a mão na buceta. Praticamente lacerava suas entranhas e mordiam-lhe os seios. Voltei-a livre para mim e a beijei sua boca desdentada, comprimindo nossos corpos nús embaixo do chuveiro, abraçando-nos numa troca sentimental de fluídos pecaminosos daquele momento de nossas vidas. Fechei o registro d’água enrolando-a na toalha. Enrolei noutra. Saímos para o quarto. Enxuguei-a carinhosamente tirando-lhe a toalha, sentando-a na cama. Entre carícias e o trabalho de secar o corpo, pedaço por pedaço foram vencidos, dos dedos dos pés, de unhas mal feitas, sujas, solas com arranhaduras, ósseos, as panturrilhas sem musculação, apenas pele e gordura, que a deixavam-na bem macias, as coxas brancas, a enormidade dos cabelos sobre sua entrada vaginal, o ventre, os seios, o rosto, a boca num eterno sorriso sem dentes. Por mais que tudo fosse contra, aquela mulher encantava meu coração, meu desejo, minha fantasia. Abri suas pernas e beijando dos pés às coxas, senti aqueles vastos pelos pubianos, uma mata intrínseca, na face. O membro dolorido prenunciava meu pecado em colocar a boca nas entranhas dela. Foi quando mais uma vez uma gritaria, o som de estampido os foguetes juninos, os risos e gritos. Ao que uma cidade comemorava o gol do Brasil, comemorava o prazer de enfiar a boca na buceta da Cleusa. As mãos dela passaram a apertar mais minha cabeça contra a entranha e numa mistura ensandecida, penetrando a boca naquela cratera vaginal, enfiava os dedos no cuzinho dela. Apertando as polpas da bunda. Senti Cleusa tremer, molhando mais a vagina, gemendo num urro uníssono de gozo. Praticamente levantei-a na boca, nas mãos, o corpo dela da cama ao que premia essa visão. Vesti o preservativo e deitei-me sobre ela, levando o pau com a mão ao buraco. Penetrei-a quase que num só estocada, num só gesto. Cleusa soltou-se em gemidos e contrações das pernas. Com violência passei a colocar o membro no interior de minha Andarilha, a minha Moradora de Rua. Levei-a para o centro da cama, retendo as mãos às minhas, os pés aos meus e meu peso sobre ela, com o membro por completo em sua vagina. Olhos nos olhos. Boca uma perto da outra. Celestialmente, o Universo parou á nossa volta. -“Beija eu... Namora comigo...” Cleusa sussurrou as palavras. Penetrei o membro apertando-a com violência forçando o peso sobre ela, com a comprimir esmagando-a, querendo entrar mais do que era possível. Foram segundos, contudo, uma eternidade. Cleusa contraiu os músculos, fez careta, tornou a respiração tropeça, grunhia sons inaudíveis ao que senti o orgasmo chegando. Foi um instante grotesco de energias, saindo do meu mais profundo Eu para a glande, explodindo no gozo. Chegávamos ao gozo. Foi ato de prazer, desejo, fantasia, fetiche, as bocas colaram-se violentamente e enfiei a língua dentro da dela, vasculhando os recantos vazios, sentindo as nossas salivas, as línguas uma na outra. Chupei fulgurantemente a boca da Cleusa querendo engoli-la. Refeito da situação paradisíaca anômala, nossos corpos cederam um ao lado do outro. Cleusa aninhou-se aos meus braços, num leve suspiro. Por mais que nada ocorresse, até então a minha aventura fora extraordinária. Passados alguns minutos, carinhosamente ela desceu beijando o meu peito, a barriga e chegando ao membro amolecido ainda no preservativo. Delicadamente retirou e começou a lambê-lo engolindo por completo, limpando-o. Coloquei-a com a buceta no meu rosto olhando-lhe a bunda, o cu, a buceta, as coxas. Cleusa manteve a boca no meu membro. Sua boca analdentisfílica agasalhava o pau com maciez e suavidade, fazendo-os novamente pulsar com a ereção. Os olhos tocavam em sua bunda, coxas, vagina, o rego, seguindo as mãos apalpando ferozmente, contudo, com prazer. Com o membro ereto, Cleusa elevou-se acocorando com a sua gruta em cima dele, prenunciando encaixá-lo dentro dela. Mesmo pensando em vestir o preservativo, nada fiz, quedei passivo dando ao Universo o direito de evitar um problema pela minha falta de cuidado, de zêlo. “- Não estou cometendo uma heresia? Que poderá ser mais que uma relação sem camisinha?” Entre as preocupações, apenas observei a mulher que passou a cavalgar gostosamente. Segurei-a pela cintura, alisando as costas. Como uma criança brincava subindo e descendo no pau, entre que sorrindo, chorando, gemendo, tirando o prazer de namorar. Virou-se ao meu pedido de frente. Os seios moles, caídos, de mamilos grandes, balançavam freneticamente, desordenados pelos movimentos. Prendi-os com as mãos, retesando o máximo o pau, sendo engolindo, apertado dentro da buceta peluda, molhada, escancarada. Não contive a vontade e veio o orgasmo. Senti os músculos contraídos dos pés às mãos, sobre erguendo o corpo na cama, penetrando mais. Cleusa percebendo-se dos meus movimentos sentou-se com mais pressão, literalmente agarrando o pau nas paredes da vagina. Fiquei atônito, atordoado. Sorrindo com a boca sem dentes, aberta, uma face de pura satisfação, alegria, felicidade, soltou-se a grunhir sons silábicos de vogais, aumentando a intensidade à medida que cadenciava as estocadas dentro de si. Por fim, num gemido prolongado qual um suspiro do fundo da alma, atingiu o gozo, externando no corpo toda a tensão e o prazer do relaxamento seguido. Deitou-se sobre meu corpo, ajustando-se ao que tirava o membro do interior, escorrendo o sêmen pelas coxas. -“Adoro namorar... Principalmente que é você o meu namorado!” Beijamo-nos e adormecemos. Foi o interfone que acordou-nos. -“Acabou o período, Senhor.” Uma voz masculina, grave. -“Ah, sim, já sairemos... Ahn, quando acabou o jogo do Brasil?” Perguntei. “- O Brasil ganhou de 4 a 1 do Japão”. Cleusa já estava em pé, vestindo a calcinha, o vestido, a sapatilha. Estava séria, compenetrada em si mesma. Estava triste. Fui tomado por uma tristeza inexplicavelmente amarga, com que acordasse de um sonho maravilhoso voltando à uma dura realidade, de cimento, cinza, dura, sem fantasias. Observei a mendiga, a moradora de rua, vendo-a como realmente era, maltrapilha, abatida, castigada. Os cabelos novamente desalinhados, as rugas, as estrias, a pele ressecada. Apenas com os nossos olhares um ao outro novamente vi a outra mulher. Cleusa linda, uma mulher, carente, solitária, uma lutadora por um lugar ao sol, que não surgia. Nada nela naquele olhar traduzia seu coração, seu íntimo, sua alma. Entendi que não era apenas uma mulher, mas duas. A que mostrava aos olhos de todos na cidade, denotando-a uma coitada moradora de rua, uma maltrapilha, uma mendiga e a Cleusa com um passado, uma história, uma vida. Beijamo-nos qual o primeiro após a sentença “Eu os declaro Marido e Mulher. Pode beijar a Noiva!” do Celebrante na cerimônia matrimonial. No trajeto do motel à praça, com a distância de nossos mundos, na realidade, descobri que era mãe de um casal de filhos, fora casada por mais de dez anos e o marido a abandonou. Seus familiares moravam em bairros próximos, porém, o relacionamento com eles sempre fora conturbados. Às vezes ficavam com os filhos dela, contudo, a maioria das vezes estava com ela nas ruas da cidade, dormindo onde achassem um “teto”. A vida dela e do casal de filhos sempre na dependência de pedidos e ajudas das pessoas. Deixando-a na praça, no mesmo banco, um vazio no peito, no coração, uma amargura existencial. Momentaneamente recordei uma parábola onde a Águia, ostentosa voando sobre a praia observou um pequeno Rato saindo da beira do mato indo em direção a água, voltando ligeiramente em seguida. Por diversas vezes fizera isso. Sobrevoou maestralmente sobre o roedor apanhando-o em suas garras. Voou com ele por toda a praia, por sobre o mar, as vegetações, as montanhas, circundou a ilha, mostrou riquezas, maravilhas, paraísos, um novo mundo ao pequeno ser. Voltou com o pequeno Rato e deixou na praia, no mesmo lugar. Naquela noite não conciliei o sono. Meu pensamento lutava entre o prazer que fora a moradora de rua em meus braços, realizando minha fantasia, e ainda as que poderiam realizar com ela, recordando de sua bundinha, de seu cuzinho, e a vida triste que teria pela sua existência nas ruas sem um teto. Após um ano a isso, mudei de emprego e deixei a Zona Leste. Por todo esse tempo transcorrido, nunca mais encontrei com a Cleusa. Só a lembrança do prazer e a tristeza de uma vida.
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Que delicia ler um conto que te deixa com o tesão a flor da pele, adoro ler contos eróticos independente da categoria. Como é bom ver comentários e votos em um conto que escrevemos não é mesmo? Votado é claro. Tenho contos novos postados, adoraria sua visita na minha pagina...bjs Ângela.