O dia fora realmente estático, aliás, nada mais há de se esperar de um dia frio na montanha das cachoeiras; o inverno que se aproximava lentamente trazia consigo aquele velho ar nostálgico e contemplativo que Daniel adorava. Daniel Caetano Souza era um rapaz bem diferente dos demais, nascera numa fazenda construída entre as escarpas e prados da Montanha das Cachoeiras, região conhecida por deter a mais bela coleção de cavalos do sudoeste baiano, que era a maior paixão de Daniel. Morava num belíssimo casarão construído pelos seus antepassados nobres, dos quais ele pouco sabia, pois sua vida resumia-se apenas em cuidar do rebanho de cavalos deixado por seus pais, mortos a vários anos em um trágico acidente de carro. O casarão era realmente fantástico e sempre chamara atenção dos moradores da redondeza, era disposto sobre uma colina o que dava às janelas uma vista espetacular dos campos infindos de criação de cavalos, todo decorado e mobiliado no melhor estilo barroco com aspirações francesas, Daniel era um verdadeiro conhecedor da arte e do requinte pois fazia questão de manter todos os padrões artísticos do casarão. Além de Daniel, no casarão moravam apenas Angélica a governanta e César o caseiro; Angélica começou a trabalhar no casarão muito antes do nascimento de Daniel, ele costumava dizer que a criada já fazia parte do inventario do casarão. O caseiro César, porém, veio trabalhar na lida da fazenda tempos depois da morte dos antigos patrões, já quando Daniel começou a tratar dos negócios da família. César era um homem misterioso, alto, extremamente forte e robusto, o caseiro aparentava ter entre vinte e cinco e trinta anos de idade. Andava sempre com um jeans apertado (para montaria) e uma camisa xadrez quase sempre muito suja de poeira ou lama, já que a região apresentava clima freqüentemente chuvoso; os cabelos compridos e muito negros, ainda com a barba por fazer quase escondiam o azul profundo de seus olhos misteriosos e sedutores. Daniel pouco sabia da vida e do passado de César, mas a revelia dos conselhos de Angélica contratara o rapaz para cuidar dos cavalos, pois ao contrário dele, Daniel não era um homem muito forte. No auge de seus vinte e oito anos de idade tinha uma forma regular não muito forte, porém (como dizia Angélica) “bem nutrido”; pele branca de uma alvura incomparável, olhos verdes e sinceros, cabelos pretos e curtos quase sempre muito bem penteados, não era um homem para lida diária, apesar de dotado de grande boa vontade para tal. Daniel e César se davam muito bem, apesar de Daniel passar boa parte do dia trancado em sua biblioteca, ora fazendo os cálculos e planilhas da administração da fazenda, ora devorando dezenas de romances afetados, que alguns considerariam como o motivo mantenedor da incessante tristeza que assolava a vida de Daniel; o fantasma da morte de seus pais e a vida reclusa da fazenda, juntamente com as inconsistências de Álvares de Azevedo, a desilusão de Cecília Meireles e os trágicos amores de Shakespeare e Hannah Howell faziam de sua expressão, postura e pensamentos um eterno dia de inverno e solidão. Daniel não se abria com ninguém, exceto com Angélica a quem considerava uma mãe. Naquele dia, sentado na poltrona francesa de veludo vermelho junto a janela da biblioteca, Daniel vislumbrava o horizonte vermelho e laranja que dava lugar paulatinamente a um céu azul cobalto cravejado de brilhantes estrelas –Será uma noite muito clara- pensou, o outono que findava, anunciava cristalinamente que o inverno vindouro seria muito austero. ___ O arrebol anuncia uma grande friagem “menino”! (Interrompeu Angélica o silêncio contemplativo da biblioteca enquanto carregava uma bandeja com chá.) ___Você como sempre tem razão “geli”, espero que César tenha colocado mais feno nas baias como recomendei, esta noite mesmo fará um frio absurdo e eu não quero que os recém-nascidos potrinhos passem sem conforto esta noite. (disse Daniel distraidamente enquanto servia de chá de hortelã uma belíssima xícara de porcelana inglesa muito antiga que ele adorava usar.) ___ Acabo de vê-lo sair das baias coberto de feno e poeira “menino”, continua com a mesma cara mal-encarada de sempre, detesto olhar para aquela criatura. ___ Ora não vamos iniciar essa discussão novamente, não é mesmo? Não sei o que tanto te incomoda nele, é um excelente funcionário, trata muito bem dos cavalos, é inteligente e pró-ativo. Também é muito simpático, gosto dele! ____ Não sei não, nós nunca soubemos nada a respeito da vida dele, um homem sem passado não pode ser de confiança! ____ Ora deixe disso Angélica, todos temos percalços na vida, alguns com mais intensidade que outros. Temo que algo em seu passado tenha-o afetado profundamente, creio que tentar esquecer é mesmo uma atitude muito sensata da parte de César. Ele merece a nossa discrição e principalmente a nossa compaixão. Traumas são linhas invisíveis que a vida escreve na alma dos que os sofrem, só eles podem ler estas linhas e só eles sabem o que sentem. ____ Espero que você tenha razão “menino”. ____ Espero que eu tenha sim... onde ele está? Preciso lhe fazer alguns pedidos para que execute amanhã, pois estamos com a dispensa vazia e quero ir à cidade vender alguns cavalos, e abastecer a dispensa. Quem vir comigo Angélica? ____ Quero sim, aproveito para comprar um corte de tecido para um novo vestido para mim, quero fazer algumas visitas no domingo. César deve estar em casa, você pode ir até lá ou esperá-lo aqui mesmo quando ele virá para jantar. ____ Vou até lá agora, pois me recolherei cedo esta noite para sairmos bem cedo amanhã. Recomendo o mesmo a você, Angélica. ____ Está bem, vou terminar o jantar e então vou dormir. (disse já saindo com a bandeja rumo à cozinha.) Já era noite e Daniel em seus preparativos para a curta viagem do dia seguinte, dirigiu-se à pequena residência destinada ao então caseiro da propriedade. A viagem era curta, todavia, era de suma importância relembrar César de alguns triviais, pensou. Ao chegar aos fundos do casarão via-se uma pequena casinha dotada apenas de uma pequena sala de estar, um quarto e um banheiro; não havia necessidade de haver uma cozinha, já que as refeições eram feitas no casarão. Daniel chegou ate a porta da casa e notou que esta estava apenas encostada, curioso, empurrou a porta e entrou na sala. O lugar estava um pouco desarrumado, apesar dos esforços de Angélica em manter limpas todas as instalações da fazenda, numa casa onde mora apenas um homem é quase impossível manter a organização. Na salinha, um sofá de dois lugares e uma pequena televisão à frente, encerrava o quesito mobília, mais adiante duas portas uma cujo cômodo tinha apagadas as luzes, aparentemente o dormitório e outra que também entreaberta deixava a mostra os azulejos brancos do banheiro do lugar. Daniel que olhava tudo com muito interesse, pois era a primeira vez que visitava o local, deu mais alguns passos e chegou ao centro da sala, parou e continuou observando quando de repente César que acabara de tomar um longo banho, sai do banheiro apenas com uma toalha branca enxugando seus longos cabelos negros... Daniel emudeceu, ficou de olhos arregalados olhando o caseiro que ainda distraído não notara sua presença. Enquanto secava seus cabelos deixava a mostra seu corpo moreno, musculoso e firme, em seu tórax forte, grossos pêlos que desciam pelo seu abdômen definido deixavam escorrer gotas d’água que atravessavam seu umbigo e desciam pela fissura formada pelos músculos inferiores do abdômen e passavam pela sua virilha nua até caírem ao chão, seus braços com bíceps enormes e suas grandes mãos amaciavam seus cabelos sedosos que depois secaram com a toalha seu peito, seguido de um pequeno sacolejo da cabeça. Quando percebeu que estava sendo observado, César rapidamente envolveu-se na toalha e com olhar assustado encarou Daniel que embasbacado o observava. César fez menção de falar algo, porém fora interrompido por Daniel que completamente sem graça tentou se desculpar pela invasão. ____ Por favor, me desculpe, eu... eu... não queria, a porta estava aberta e... eu pensei... por favor me desculpe... eu vou para casa depois conversaremos. ____ Não, espere, não vá eu... Daniel já havia saído, tão rápido chegara em casa que César preferiu esperar para lhe pedir desculpas também, afinal ele deixara aberta a porta da casa, uma falha de mera incúria. Daniel não sabia o que estava acontecendo, entrou em seu quarto e fora direta à suíte lavar o rosto, estava se sentindo como nunca havia estado antes... uma mistura de vergonha, desapontamento por ter agido como uma criança curiosa, e... meu Deus! Daniel não estava conseguindo parar de pensar no que tinha visto, por algum motivo, alheio ao seu conhecimento, Daniel se sentiu estranho ao deparar-se com a visão de César nu e em movimentos tão suaves e descontraídos; até então sua relação com ele limitava-se a um apreço por um bom funcionário, alguém a quem se confia muitíssimo. Nada além. De qualquer forma, pensou, fora muito pior ter saído daquela forma, ele deveria pedir desculpas mais formais ao caseiro e dizer que aquilo não mais se repetiria. Alguns minutos depois, já recomposto, Daniel desceu até a cozinha, onde sabia que César deveria estar jantando. Certificou-se de que já havia acabado o jantar e pediu que Angélica o chamasse até o escritório para que conversassem um pouco. Mais adiante, no escritório, Daniel iniciou o diálogo: ____ César, inicialmente eu gostaria de oferecer-lhe minhas sinceras desculpas pelo fatídico acontecido em sua casa, eu não deveria ter me comportado daquela forma, e simplesmente entrado porta adentro como se não existissem as normas de boa educação. Desculpe-me! ____ Não se desculpe Sr. Daniel!( disse entonando solenemente sua grave, porém suave voz) Eu é que lhe peço desculpas, afinal, não percebi a presença do senhor e por isso sai daquele jeito. O senhor pode entrar em minha casa quando quiser! ____ Obrigado César! Então, já que está tudo resolvido, eu quero te pedir que faça algumas coisas pra mim, amanhã, devo ir à cidade com Angélica para vender uns cavalos e repor a dispensa... Daniel continuou o diálogo até se certificar que pediu tudo o que deveria. Despediu-se de César com um fraterno “Boa Noite!”, jantou rapidamente e recolheu-se à sua alcova, deveria estar de pé muito cedo no dia seguinte. Precisava descansar. Naquela noite, contudo Daniel refletiu sobre os acontecidos, tranqüilizou-se por já ter pedido desculpas à Cesar, mas algo dentro dele lhe dizia que aquilo era apenas o início de algo, que é claro pensava serem futuros dissabores entre ele e o empregado. Essas histórias sempre acabam mal, pensou, mas não poderia deixar de pensar também na imagem daquele homem, não poderia admitir, mas o considerava muito bonito e... Por que não se casou? Ou, de onde veio? Qual o seu passado? Bom, já havia acertado consigo de que César era um excelente empregado, isso já bastava, não valia a pena se perder em elucubrações tolas, talvez a desconfiança de Angélica o tivesse afetado também; e era uma completa bobagem, concluiu. Virou-se e adormeceu. CAPÍTULO DOIS No dia seguinte como planejado, Daniel e Angélica foram à cidade e voltaram no cair da tarde, César já havia concluído tudo o que seu patrão lhe pediu, a fazenda aos poucos voltava à normalidade. Daniel que levou consigo vinte cavalos de boa raça e porte para a venda, ria-se por ter conseguido fazer ótimos negócios com os fazendeiros de outras regiões. Não foi muito difícil, comentou, o renome de seus antepassados como bons pecuaristas sempre conta muito para que as vendas sejam sempre um sucesso. Como de costume, na ocasião da venda de animais, Daniel deveria fazer os pagamentos dos funcionários da fazenda, entre eles César e Angélica. Feitos os devidos cálculos Daniel entregou a todos o devido salário, deixou o pagamento de César para ser feito por último, pois este havia saído em seu dia de folga. Naquela tarde, Daniel teve a notícia da chegada de César, ele então recolheu o dinheiro, pôs num envelope e foi ao encontro de caseiro que segundo lhe disseram estava na colina logo atrás das baias. Há muito Daniel não andava pela fazenda, decerto havia esquecido o quanto aqueles prados verdejantes eram lindos, mesmo com a construção do casarão e do haras, os antepassados de Daniel fizeram questão de manter ao máximo a natureza do lugar. Daniel, que agora passava por detrás das baias avistou sentado na cerca, no alto da colina César, que compenetrado admirava o horizonte. ____ É realmente fabuloso não é? (disse Daniel olhando a mesma direção que o rapaz) ____ Ah! “Seu” Daniel, é o senhor... pois é, é lindo mesmo. ____ Eu já tinha esquecido como é lindo esse lugar, a muito tempo eu nem sequer saio de casa! _____ eu sempre venho aqui aos finais de tarde, o pôr-do-sol de inverno é maravilhoso! Minha mãe costumava dizer que quanto mais alaranjado se mostra o arrebol, mais fria será a noite! ____ É estranho te ouvir falar de sua mãe César, você é tão misterioso, pouco sabemos sobre você ou sobre o seu passado... ____ Não me leve a mal Sr., mas, eu sou o que o senhor vê. Quanto ao meu passado, bom, não me são lembranças muito boas... eu prefiro não falar mais sobre isso. Mas, e o senhor, sempre tão calado e só. Desculpe-me a franqueza, mas o senhor parece ser uma pessoa muito triste. ____ De fato devo ser, não sei se minha vida é vazia, ou se eu sou acomodado... bom, deixa pra lá! De qualquer forma... eu vim para entregar-te seu pagamento, a venda dos cavalos foi um grande negócio, graças ao seu empenho no trato dos animais! Não sei o que seria de mim sem você aqui! Muito Obrigado! ____ Muito obrigado ao senhor, seu Daniel! O Senhor é “gente fina”! ____Não, você é que é um ótimo empregado! Muito talentoso de fato! (disse Daniel pondo a mão no ombro de César) ____ Obrigado! O senhor é um grande amigo!(disse César, e pôs a mão sobre a dele em seu ombro) De repente, Daniel não soube como disfarçar a surpresa e a satisfação que sentiu nas palavras e no toque de César, isso mesmo, pensou, ele era mesmo um grande amigo; alguém que por mais absurdo que pareça eu entregaria minha própria vida! Daniel sorriu, apertou a mão do amigo e se afastou. Algo muito forte nasceu entre aqueles homens, tão diferentes entre si, porém, de almas afins, algum tipo de empatia rara entre duas pessoas. Os dias seguintes correram bem, mas não dentro da normalidade. Daniel que mal saia de casa em dias normais, passou a sair mais, a ter mais contato som a lida diária da fazenda, sempre com o auxílio inseparável de César, a quem ele confiava e que o deixava a par de todos os processos executados por ele na lida com os cavalos. Mesmo o inverno e seus ares gélidos, não tiravam a inspiração de todos na fazenda, que acordavam sempre dispostos e animados para o trabalho. Daniel e César, que agora tornaram-se muito amigos saiam sempre à caçadas e cavalgavam juntos pelos prados da região; naquele belo sábado de sol, frio, porém sem a usual névoa que cobria a região, César convidou Daniel para uma caçada na campina fora das terras da fazenda, Daniel esteve resistente à idéia, porém aceitou a empresa proposta com tanta cortesia pelo amigo. Organizaram tudo e saíram antes mesmo dos primeiros alvores do domingo que prometia ser claro, sem névoa ou tormentas. Durante toda a manhã, os amigos campearam em vão tatus, preás e outros pequenos animais que pareciam ser presas mais fáceis para os inábeis caçadores. Como poderiam supor, sem o menos estímulo de sucesso que não abalava o ego dos amigos que sempre diziam ter chegado “quase” lá! Daniel se mostrou às vezes um pouco preocupado por estarem tão longe de casa, mesmo assim a sede por uma boa caça os levava ainda mais pelo interior dos matões verdes que pareciam nunca ter fim. Ao meio-dia, chegaram a uma determinada clareira no interior do mato, antes muito denso, amarraram os cavalos e sentaram para comer um sanduiche que angélica lhes preparou para o lanche. ___ É impressão minha, ou o dia parece ter escurecido um pouco? (perguntou Daniel, um pouco receoso de alguma possível chuva) ____ Acho que a gente deve procurar algum lugar para se abrigar da chuva que está chegando, veja só, o dia prometeu ser bom para um dia de inverno, creio que os tempos não mais mandam recados... nos surpreendem! ___ você sabe onde podemos nos abrigar? ____ eu conheço uma cabana velha por aqui, abandonada, deve quebrar o galho. Mesmo assim não vai dar tempo chagar lá antes da chuva, prepare-se para se encharcar! (disse César sorrindo) ____ Então vamos de uma vez homem! Os dois montaram em seus cavalos e partiram em busca de um abrigo passageiro na tal cabana. Num determinado momento da viagem, a chuva os alcançou com toda a força, tão fria estava a chuva que Daniel sentia uma dormência em seus dedos das mãos e dos pés mesmo assim se mantinha firme sobre o cavalo ao observar que César assim permanecia. Raios e trovões tornavam cada vez mais preocupante a estada de César e Daniel em meio ao mato fechado, a chuva que engrossara perigosamente fez do dia, noite, e da inocente caçada uma aventura sem precedentes na vida de Daniel. Percebendo a fragilidade do amigo e avistando a cabana a alguns metros á frente, César fez um sinal para que Daniel apressasse o seu cavalo a fim de chegarem mais rapidamente ao abrigo. Daniel assim o fez. Ambos corriam feito loucos sobre os cavalos, cortando a chuva fria e se esquivando de maneira sagaz dos eventuais galhos que os viessem atrapalhar o caminho. Daniel observava atentamente as ações De César, como cada músculo de seu corpo respondia aos comandos que ele impunha ao cavalo, como a blusa molhada deixava á mostra seu peito rijo de frio e de força, como o cavalgar fazia com que seus cabelos negros chacoalhassem para cima e para baixo, ora formando um leque negro sobre sua cabeça, ora estapeando seu queixo coberto por uma charmosa camada de uma barba por fazer. Nesse momento, Daniel que se achava compenetrado, não percebeu as ruínas da cerca de madeira que circundava a pequena choça, seu cavalo instintivamente freou a corrida e lançou Daniel por cima da pequena cerca, fazendo-o cair alguns metros bem em frente da casinha a queda lhe fizera desmaiar, porém, antes de que desacordasse completamente, pode ver a expressão de horror no rosto de César que vinha a seu encalço. Desmaiou. Algumas horas depois, Daniel acordou meio tonto e se viu dentro da cabana, estava deitado sobre um velho tapete, ou o que sobrou dele, coberto por um lençol muito velho e empoeirado, estava nu; notou pela janela que ainda chovia muito e a noite já havia chegado, a lareira estava acesa... lembrava vagamente do acontecido, sentiu um pouco de dor de cabeça, então se lembrou da expressão de César ao vê-lo cair do cavalo, César, ode estará o César! ___ César! (Daniel chamou e seu chamado ecoou pela extensão da casinha muito humilde onde estava) ___ Acalme-se! disse uma voz forte, porém mansa e conhecida, Cesar apareceu de um cômodo mais adiante com dois copos cheios de café, um pra ele outro para Daniel que acabara de acordar. ____ Você dormiu por um tempão, eu lhe trouxe café! Pode parecer estranho, mas eu nunca saio de casa sem um punhado de café na algibeira. Tome, vai fazer bem pra dor de cabeça! ___ Onde estamos? ___ Na velha cabana de que lhe falei, depois do que houve, eu lhe trouxe rapidamente para cá, você está bem, mas com essa chuva, não poderemos voltar para casa tão cedo. ( disse sentando-se ao lado de Daniel e lhe oferecendo o copo de café) Daniel sorveu um grande gole daquele café forte, já se sentia melhor estava lembrado de todo o ocorrido, ___ Meu Deus, agora me lembro, a chuva, o cavalo, eu desmaiei, você me salvou! ___ Ora não foi tanto assim! ___ É claro que foi! (disse Daniel olhando fixamente para os brilhante olhos de César) Você me salvou, você sempre me salva! Daniel agora estava diante a César, suas mãos instintivamente estavam dispostas sobre os rosto de César, agora muito sério e olhando fixamente para os olhos de Daniel. ____ Eu tive muito medo de que algo lhe acontecesse, de alguma forma eu me sinto responsável pelo seu bem estar, se tivesse acontecido algo a você, eu... ____ Eu nem sei o que dizer... ____ Não diga nada! César segurou a nuca de Daniel fortemente, envolveu sua cintura e beijou-lhe nos lábios, Daniel sentiu o calor e a paixão nos quentes lábios daquele homem, sua língua que parecia vasculhar docemente todos os recantos de sua boca fazia-o sentir o desejo arder por todo o seu corpo, aquele beijo acendeu a volúpia e a excitação a muito latentes em seu corpo que agora tremia de desejo. As respirações daquele amantes descompassavam-se a cada segundo, Daniel entregou-se por inteiro àquele momento de estranha loucura, César sentiu seu corpo estremecer de prazer, sua pele morena arrepiava-se e o fazia contorcer enquanto Daniel ariscava gemidos de tesão e prazer. César pôs-se a beijar todo o corpo de seu parceiro enquanto este deitava-se sobre o chão da velha cabana, o crepitar das chamas que ardiam na lareira eram as únicas testemunhas do amor que envolvia aqueles amantes. Daniel levado por um arroubo de desejo dá mais um ardente beijo em césar, depois, beija seu pescoço forte e desce até alcançar seu peito; o roçar dos pêlos grossos de seu peito forte contra a sua boca, fazia-o sentir um prazer indescritível, nesse momento Daniel podia sentir o sorriso de satisfação que seu ímpeto provocara em César, então beija-lhe o umbigo fazendo-lhe contrair os músculos daquele abdômen perfeito, até que chegara ao ápice do desejo e envolve em sua boca o grosso pênis de César que soltou um urro de prazer, um prazer inenarrável, primitivo, voraz, insaciável... Daniel sentiu-se enlouquecer com o gosto, o maravilhoso sabor que explodia em sua boca, a força, a rigidez, o tamanho, tudo lhe fazia sentir um tremor e ao mesmo tempo uma vontade inesperada e insaturável de aproveitar mais daquele libidinoso ato de prazer extremo. César não podia se segurar mais, a imagem daquele homem, a forma como a luz bruxuleante do fogo lareira fazia reluzir a pele branca, imaculada, suave, que contrastava com a forma masculina e aparentemente subjugada em que Daniel se apresentava, fazia o ardor crescer mais ainda dentro de seu peito. Jamais sentira nada como aquilo, César pensou, e desta vez, olhava fixamente para as nádegas de Daniel que de tempos em tempos se enrijeciam junto com suas grossas coxas de bom cavaleiro, não pode se segurar, elevou então a cabeça de Daniel deu-lhe outro longo beijo e num suave movimento, imperceptível para o rapaz que se entregava ao poder das enormes, porém, cálidas mãos de César, posicionou-se num longo abraço de costas, para então, ser possuído... Num frêmito de dor e depois de um prazer alucinante, Daniel se deixou possuir pela força e paixão de César que o fizeram consumir-se em fogo e delírio, le sommet de l'amour estava próximo, Daniel podia sentir dentro de si o pulsar dos “finalmentes”; até que... num súbito segundo de orgasmo absoluto, César derrama em forma de líquido e beijos loucos, o fruto daquele maravilhoso ato de paixão extrema. est l'extrémité
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