Conto: Meu primo, meu amor e minha história 2

Fiquei ali um tempo olhando para ele com curiosidade e não nego tristeza. Eu confiava nele e o amava de uma forma tão pura. Levei minha mão à barriga dele e acariciei lentamente tentando perceber se aquele corpo era o mesmo que me encobriu. Ele acordou e segurou minha mão com delicadeza, vi seus olhos se abrirem e sua outra mão se dirigindo ao meu rosto. Algumas lágrimas desceram-lhe nos olhos e ele me encarou de um jeito tão intenso:
Me perdoa. Eu sei que você não entende o por que eu fiz isso, na verdade nem eu entendo. Mas eu te amo, eu te amo muito moleque.
Eu sorri para ele, sei lá, ouvir aquilo me trouxe um pouco de paz, de alegria. Eu me joguei nele passando minha perna sobre ele e deitando minha cabeça em seu peito, senti que seu havia meio enrijecido, mas, ele tocou meus cabelos com carinho e eu fiquei ali.
Eu também te amo primo.
Mamãe nos gritou do outro lado da porta, ela nunca entrava em nosso quarto, quando Gugu estava lá, descobri depois que era para respeitar sua individualidade. Ele colocou ao seu lado se sentando na cama, segurou meu rosto com as duas mãos e me olhou.
Prometo nunca mais fazer isso.
Eu não sei o que me deu, eu me aproximei do seu rosto e ri bem pertinho e dei um beijinho na sua boca, como ele beijava minha cabeça. Ele entreabriu os lábios vagarosamente e envolveu os meus, eu me lembrei de alguns filmes que vi e os imitei. Era gostoso tocar meu primo daquela forma. Ele me puxou para ele e passei meu pé ficando sentado sobre seu sexo, de frente para ele e seus lábios abriram os meus. Sua língua invadiu a minha boca, foi uma sensação gostosa e eu correspondi tentando imitá-lo, ele era delicado, sua mão em meu rosto e nossas bocas se movimentando como eu via nos filmes. Eu sentia seu sexo duro embaixo de mim, sim meu primo tinha feito aquilo comigo, por que? Eu não sabia e não queria saber, foi muito ruim.
Sai do transe quando ele afastou seus lábios dos meus.
Me promete que não vai me machucar como ontem, nunca mais?
Seus olhos turvaram e mais algumas lágrimas desceram.
Eu prometo. Não conta isso para ninguém tá.
Tá bom.
Eu sorri para ele e ele para mim.
E se alguém fizer algo assim com você, promete me falar?
Sim, eu prometo
A gente se ajeitou e descemos para o almoço, Papai havia feito um churrasco e convidado uns três amigos de Gugu. Tinham dois amiguinhos meus lá na varanda também e fomos logo para a piscina. Os dias, as semanas, os meses e alguns anos se passaram. Gustavo não voltou a me tocar, a gente também nunca mais nem se beijou. Porém, ele não deixou de ser carinhoso comigo, sempre me abraçava, me pegava no colo, me mordia ( eu odiava isso e ele ria toda vez que eu reclamava). Eu estava com uma certa idade quando ele nos apresentou sua namorada, ele era linda a Lohana, não sei dizer o que me deu, mas minha cara era puro incômodo. Eu juro que tentei ser simpático, contudo, como bom adolescente às vezes eu soltava umas falas que pareciam bem ásperas, tipo um " ah que Bom que Gustavo te conheceu, meu primo é muito bom para qualquer mulher" ou "espero que você o faça feliz, Gustavo merece alguém que reconheça o seu valor, espero que você possa fazer isso", enfim acho que ela não notou meu recalque, mais, gugu notou. Naquela noite no quarto assim que saí do banho ele falou:
Alguma coisa te incômodou ?
Não por que?
Me pareceu que você mandou algumas indiretas para minha mina.
Por que eu faria isso ?
Não sei.
Naquele momento algo gritou dentro de mim e eu lembrei do vivemos, então tirei a toalha e virei de costas para pegar minha cueca. Senti que Gugu se calou e me abaixei de modo a ficar bem aberto para ele. Não era mais criança e sabia o que queria.
Renan.
Eu olhei para trás ainda desnudo e mexendo no armário.
Para por favor.
Eu falei, ainda de costas e abaixado no armário olhando para trás:
Parar com o que.
Gugu se aproximou de mim e pude sentir ele encostado em mim.
Eu estou namorando caralho.
Eu não.
Foi nesse momento que ele me tocou, sua mão segurou minha cintura e seu volume, tocou em mim.
Você escolheu ela.
Eu falei rebolando nele, eu não conseguia entender o porquê daquilo. Mas, eu estava pronto para o crime e para provocar. No período da hibernação ahahaa eu ficava lembrando de tudo que aconteceu e lembrava daqueles toques. Só não sabia se estaria disposto a viver de novo aquela dor. Contudo, vê-lo namorando me tirou da nostalgia e me fez decidir tentar algo. No final achei uma cueca, a peguei e fiquei de pé e meu primo estava atrás de mim.