De vez em quando nossos olhares se fixavam um ao outro, olhos nos olhos, e logo ela desviava o olhar, aparentemente constrangida pela situação.
Os primeiros 3 minutos da entrevista foram para quebrar o gelo apenas, e logo eu passei a fazer perguntas pessoais, querendo saber o que tinha estudado, onde, se era casada, se tinha namorado, onde morava, qual era seu hobby, e assim por diante, tudo como de praxe... ela se soltou e a única evidência de seu nervosismo eram as suas mãos, que ela entrelaçava e sutilmente esfregava uma na outra... Terminei essa fase inicial perguntando por que ela estava nervosa, e ela respondeu "mas quem disse que estou nervosa, eu não estou não", e aí eu apontei para suas mãos e falei "está sim, olha só o que vc faz com as mãos"...
Sem até hoje entender como fiz aquilo, movi-me para frente, permanecendo sentado mais na beirada da poltrona, aproximando-me dela até que nossos joelhos ficassem encostados.... ela não recuou, e eu pude sentir o seu perfume delicioso... tonteei de novo, mas aguentei firme, pegando suas duas mãos nas minhas, fazendo uma leve massagem na parte de cima das mãos dela com meus polegares, dizendo calmamente e em voz baixa para que ela relaxasse, pois era apenas uma entrevista e que até ali tudo indicava que ela tinha boas chances de ser escolhida, dada sua formação acadêmica (era graduada em economia e acabara de retornar do Canadá onde fora fazer um MBA com ênfase em marketing). Suas palmas estavam suadas, e ela riu e ruborizou, rapidamente baixando os olhos e respirando bem fundo, até voltar a me encarar dentro dos olhos, mostrando um olhar de mulher frágil e carente...
Sem que eu esperasse, ela deixou rolar uma lágrima, pedindo desculpas pelo nervosismo, que era tudo porque ela precisava muito conseguir aquele emprego, pois além de ter que começar a pagar as parcelas de seu financiamento estudantil (do curso feito no Canada), ela também tinha ficado entusiasmadíssima com a descrição da vaga e com as entrevistas anteriores, tendo certeza de que aquele era o emprego dos sonhos dela...
Retirou a mão esquerda da minha, mantendo a direita que passou a corresponder à massagem de polegares, e enxugou a lágrima, desculpando-se novamente... Houve um breve momento de silêncio, com um contato visual profundo...
Tinham decorrido 17 minutos desde o começo da entrevista, e como eu geralmente terminava estes casos em 1 hora, havia bastante tempo ainda pela frente, sem gerar qualquer suspeita em minha secretária...
Encerramos aquele instante com uma boa risada, continuei segurando suas mãos (ela mesma voltou com a mão que havia retirado para enxugar a lágrima), trocando carinhos com os polegares, que ela correspondia, e então voltei a fazer perguntas, dessa vez mais específicas, sobre o cargo em si, testando o quanto ela entendia do novo mercado que queríamos explorar, como se comportaria diante de problemas, etc...
Nossa troca de olhares estava cada vez mais intensa, nossas vozes mais baixas, quase sussurrando, e passados mais cinco minutos eu decidi atacar com tudo, precisava dar um jeito de comer aquela chinesa, de tê-la toda para mim, e faria de tudo para conseguir não só trepar com ela, eu queria mesmo é ter um relacionamento afetivo com a Carol...
Perguntei: "Carol, desculpe minha indiscrição, mas há algo que preciso perguntar... sendo bonita e atraente como você é, certamente você vai levar muitas cantadas tanto aqui dentro da empresa quanto por parte dos clientes... como você encara este tipo de situação?"... ela sorriu e respondeu prontamente: "ah eu estou acostumada com isso, não é um problema... ficando tudo dentro dos limites, eu levo na brincadeira, nunca tive problemas com isso.". Eu perguntei: "limites? quais são esses limites para você?" e ela: "bem, tudo depende de quem está passando a cantada... tem gente que não sabe lidar com rejeição, e aí se tornam inconvenientes... mas às vezes pode partir de pessoas bacanas, aí eu até incentivo" e deu risada... Eu fingi estar confrontando ela como parte da entrevista, dizendo: "por exemplo, como você reagiria se eu te cantasse agora, ou pior ainda, se eu te dissesse que te contrataria se você topasse fazer sexo comigo, tipo aquelas entrevistas de modelos, com teste do sofá?". Ela riu, continuou me olhando nos olhos, e respondeu com muita naturalidade: "olha, honestamente uma cantada vinda do Sr. me deixaria muito orgulhosa, e feliz até, mas por conta de tudo o que conversamos e pelo fato de o Sr. ser ocidental, tipo de homem que me atrai, bonito, elegante e cheiroso... mas se fosse pelo emprego mesmo, eu o acharia mau caráter, mas como disse, provavelmente eu não demonstraria ter ficado chateada, porque como disse preciso muito do emprego!" e riu como quem tivesse acabado de contar uma piadinha...
CONTINUA....