Eram uma vez duas irmãs bonitas, duas mulatas chamadas de Larissa e Lourinha. Um dia a Larissa foi tirar água do poço, perdeu o equilíbrio e caiu lá dentro. Mergulhou na água, foi puxada por uma corrente ou um sorvedouro, e quando chegou à superfície viu-se em um riacho bonito. Viu na beira uma casa linda e refugiou-se para ela. Na casa morava a Tia Piumeta com suas sete filhas bonitas. Passaram muitos viajantes nesse lugar, e muitos homens chegaram de longe e estavam já há muitos dias sem cama boa, sem comida caseira e sem mulheres. As filhas da tia Piumeta se apiedaram deles, ofereceram camas, comida, carinho e se deitaram com eles, e os viajantes gratos pagaram a tia com dinheiro, e ela podia manter a casa e cuidar das filhas. A tia Piumeta ofereceu à menina, que poderia ficar, ajudando às suas filhas. Larissa agradeceu, levantava-se cedo da manhã, limpava a casa, preparava café, foi sempre gentil, sorridente, obediente e boazinha e se deitou cada dia com tantos homens, que a tia Piumeta virou muito rica. E todos os homens elogiaram a Larissa. Depois de muito tempo a Larissa virou triste e quando a tia a perguntou, contou que sentiu saudade de sua mãe. Aí a tia Piumeta falou: “Serviste-me muito bem, te dou férias por quanto tempo quiser. Saia pelo portal no outro lado da casa e acharás o caminho para a sua casa.” Larissa agradeceu muito e saiu. Quando ela passou pelo portal caíram moedinhas de ouro sobre ela, e ela transformou-se em uma moça loira, alta e esbelta muito formosa. Pegou suas moedas e saiu muito feliz.” Quando chegou em casa, a mãe chorou de alegria, mas a irmã ficou com inveja. No entanto, Larissa lhe contou generosamente como conseguiu tudo. Aí Lourinha foi para o poço e pulou lá dentro, foi sorvida pela corrente, e quando chegou à superfície da água, viu a casa da tia Piumeta. Correu para ela e pediu para poder ficar e foi aceita. Mas Lourinha teve pouca vontade de ajudar na limpeza, e quando foi convidada para se deitar com um dos viajantes, não foi carinhosa, nem obediente, nem mostrou amor, nem foi submissa aos homens. Depois de poucos dias falou que teria saudade de sua mãe e tia Piumeta a despediu. Passou pelo portal e abriu sua roupa na espera das moedinhas de ouro e da transformação beneficiadora, mas caíram gotos de pez e breu, piche preto, fedorento e pegajoso, e Lourinha transformou-se em uma negrinha pretíssima, adusta, torta, feia e fedorenta. Larissa, porém, vivia feliz e achou um bom marido. Muitas meninas da região entusiasmaram-se com a boa sorte, e Larissa contou-lhes sempre generosamente, como chegou à felicidade. E muitas meninas pularam no poço e trabalharam na casa da tia Piumeta. Algumas aprenderam bem e viraram limpinhas, trabalhadoras, obedientes, carinhosas, submissas e se deitaram com muitos homens para a tia ganhar muito dinheiro, outros não o aprenderam e foram terrivelmente punidas. (Do livro “A índia” de Petala Parreira)
Faca o seu login para poder votar neste conto.
Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.
Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.
Denunciar esse conto
Utilize o formulario abaixo para DENUNCIAR ao administrador do contoseroticos.com se esse conto contem conteúdo ilegal.
Importante:Seus dados não serão fornecidos para o autor do conto denunciado.