Coisas que um ânus nunca mais esquece
Quando voltei para o quarto, vindo do banheiro anexo, Francisco estava esparramado sobre a larga cama, iluminado de um lado, pela luz âmbar do abajur da mesa de cabeceira e, de outro, pela luz prateada de uma lua, quase cheia, que se infiltrava pelas frestas da porta veneziana que dava para a sacada. Nessas horas ele sempre me parecia ainda maior do que já era. Seus músculos expostos ao longo de mais de 190 centímetros, davam a real dimensão daquele corpanzil, que acabara de estar sobre mim, por mais de meia hora. A cada passo que eu dava, para ir me ajeitar nos braços que ele estendia abertos no ar, como que indicando o caminho para seu peito peludo, onde ele gostava de me instalar após haver-me fodido, me fazia sentir a porra pegajosa aderida às minhas entranhas e, a dor que se irradiava por toda minha pelve, devido às estocadas brutais que sua pica avantajada acabara de dar no meu cuzinho.
- Humm! Adoro o cheiro da sua pele úmida! Assim você vai fazer meu pau endurecer já, já! – ele sussurrou em meu ouvido, enquanto lambia minha orelha.
- Ai! Para um pouco, se aquieta! Eu estou todo dolorido! – retruquei, com a mão espalmada sobre sua coxa peluda.
Com o controle remoto da televisão numa das mãos, ele navegava distraído entre os canais, sem prestar muita atenção no que se passava na tela a sua frente. Interessava-o a marca arroxeada que seus dentes deixaram ao redor de um dos meus mamilos. A mão dele tateava meu mamilo e, minha outra mão se apoiava sobre a dele, como que se protegendo da investida dele. Os dedos dela se crisparam sobre os dele, quando ele se deteve no canal da National Geographic, ao mesmo tempo em que as pregas do meu cu se contraíram dolorosamente, à simples menção da palavra Patagônia. Tratava-se de uma reportagem sobre aquela conjunção perfeita de lagos, rios, montanhas, vales e estepes infinitas, numa eterna sucessão de imponentes paisagens. Onde o contato com a natureza e a possibilidade de praticar uma enorme quantidade de atividades que satisfazem as expectativas tanto das almas mais intrépidas como das mais contemplativas, propiciavam um destino inesgotável, um lugar único, onde a natureza desvenda seus segredos e manifesta sua grandeza em todo o seu esplendor.
- Quero ir para lá com você, em nossas próximas férias! Afinal, você já conhece alguns destes lugares, como pude ver numas fotografias que você tirou, antes de nos conhecermos. – disse, voltando sua atenção para as imagens paradisíacas que se sucediam a nossa frente.
- Eu gostaria muito de voltar lá algum dia, especialmente com você. – assenti, enquanto acariciava seu rosto e, tentava, inutilmente, disfarçar o impacto que a lembrança dos dias que passei entre aquelas belezas naturais me causava.
- É impressão minha ou você se abalou com a perspectiva de voltar lá? – indagou perspicaz e desconfiado.
- Não. Claro que não! – respondi, sem conseguir encará-lo.
- Em outra ocasião, quando conversávamos com aquela sua amiga ... Como é mesmo o nome dela? ... Você também se mostrou desconfortável. – continuou a sondar interrogativo.
- A Laura. Não foi nada demais. – respondi econômico.
- Dá para contar o que rolou nessa viagem? Não gosto de ver trocas de olhares enigmáticos entre você e seus amigos quando falam do passado e, eu não saber do que se trata. – insistiu enciumado.
- Viu como você já está todo enfezadinho! Você se esquece de que eu te amo e, que você é tudo na minha vida. Não há passado que tenha mais importância do que você. – retruquei apreensivo, beijando-o submisso, enquanto minha mão deslizou entre suas coxas e acariciou seu caralho.
- Então conta! – ordenou enfático.
Estudando as frases com todo o cuidado, para não ensejar nenhum pensamento dúbio, iniciei o relato daquelas férias.
O Leonardo e a Bia, naquela época ainda não casados, o Carlos, a Laura, o Júlio e eu comemorávamos um ano de formados, num barzinho recém inaugurado, quando decidimos empreender uma viagem juntos. Estávamos procurando algo que fugisse do convencionalismo, que pudesse satisfazer as expectativas de todos, quando o Carlos sugeriu como destino a Patagônia argentina. Afinal, não é todo dia que se pode cavalgar por trilhas e caminhos onde poucas pessoas já estiveram. A possibilidade de chegar a lugares inóspitos ou de incrível beleza, atravessando a meseta patagônica e a cordilheira dos Andes seria a chave do sucesso dessa aventura. Saímos de lá decididos e começamos a traçar um roteiro para os dias que dispúnhamos. Exatos dois meses depois, iniciamos a empreitada. Chegamos a Bariloche numa manhã de outono, banhada por um sol manso que projetava a silhueta das montanhas por sobre as ruas da cidade. De lá seguiríamos para Neuquén a 440 quilômetros ao sul, onde poderíamos alugar veículos de tração 4x4 e nos empreender por dois famosos caminhos, com enormes distâncias e dificuldades no terreno, ao longo da Ruta 40. Pousaríamos em pequenos hotéis e estâncias, e lá, andaríamos de bicicleta, a cavalo ou faríamos trekking explorando os bosques milenares, montanhas cobertas de branco e lagos cristalinos, orientados pelos guias locais.
Começamos por El Chaltén, a capital do trekking da Patagônia, localizada perto do lago Viedma no parque nacional Los Glaciares. Quem visita esta paragem o faz motivado pela beleza das duas montanhas mais difíceis de escalar do mundo. Não pretendíamos escalá-las, apenas caminhar entre os bosques ao redor das suas bases. A proposta era fascinante e decidimos encará-la. Procuramos uma agência indicada pelo hotel e fomos conhecer os detalhes do passeio.
Quem nos recebeu foi um senhor, muito simpático e falador, que entre prospectos, fotografias e reportagens em revistas especializadas em turismo, nos mostrou as possibilidades de um trekking que duraria aproximadamente um dia. Combinamos a partida para a manhã seguinte, quando ele nos mandaria apanhar no hotel por um guia que dominava a região. Um contratempo acabou mudando os planos. Após o jantar a Bia sentiu-se mal, com uma crise de cólicas menstruais, que não estavam cedendo aos medicamentos. E, o Carlos começou a passar mal, provavelmente, devido a um alimento que ingeriu, num restaurante de beira de estrada, durante o almoço. Com essas duas baixas, o Leonardo solidário com a namorada, também preferiu não ir e, o Júlio e a Laura que só toparam a participação no trekking para não ficarem sozinhos, também estavam a fim de desistir. Eu me preparava para ligar para a agência, logo após o desjejum, quando um funcionário do hotel veio junto à nossa mesa, anunciar que o guia nos aguardava na recepção.
- Vá você. Você curte tanto uma caminhada. Não perca essa oportunidade. – disse o Júlio, ao me ver contrariado pelo cancelamento do programa.
- Sozinho não tem graça. Vamos fazer outro programa. – argumentei frustrado.
- A Bia só deve estar legal amanhã ou depois. Eu estou imprestável hoje e, sem ânimo para fazer nada. É uma pena você desperdiçar a chance. – contra argumentou o Carlos.
- O que devo dizer ao guia? – perguntou o funcionário, aflito com nossa indecisão.
- Pode deixar, eu vou conversar com ele, ver se podemos reagendar e, se estamos a lhe dever alguma coisa. – respondi decidido.
Ao me aproximar do balcão da recepção, um homem imenso, cujos músculos distendiam a camiseta apertada em seu tronco, veio ao meu encalço com um sorriso largo e amistoso. Embora tivesse mais ou menos a mesma idade do que eu, a barba cerrada por fazer e a aparência máscula, davam-lhe um ar mais maduro. O caminhar singular, de pernas muito abertas, como se uma bola de futebol estivesse interposta entre suas grossas coxas, conferia-lhe um aspecto truculento.
- Hola! Soy Ramón Uguirra! – exclamou, apertando com força exagerada minha mão, enquanto me cumprimentava sem se dar conta de que ainda falava em espanhol.
- Hola! Como estás? – devolvi no mesmo idioma.
Expliquei o que estava acontecendo e que talvez tivéssemos que reagendar o passeio. Ele lamentou e disse que não haveria como nos encaixar nos dois grupos que estavam programados nos dias subsequentes, pois se tratava de grupos maiores já previamente agendados. Ele me convenceu a fazer a trilha, mesmo sozinho e, por isso, voltei à mesa do restaurante para comunicar minha decisão.
O caminho até a base da montanha seria feito de carro e de lá, seguiríamos a pé, por cerca de seis horas, através de uma trilha cruzando um bosque de coníferas, até as águas cristalinas do lago, com direito a uma espetacular vista do vale que se descortinava lá embaixo. Havíamos saído um pouco tarde, por conta da minha demora em tomar uma decisão e, passadas seis horas de caminhada, questionei o Ramón quanto ao fato de não estar nem vislumbrando indícios da presença de um lago nos arredores.
- Faz uns três anos que não venho até o lago e, creio que entrei numa trilha um pouco mais longa. – disse ele, enquanto analisava as encostas da montanha e, tirava a pesada mochila das costas, para procurar sua bússola.
- O que? Você está perdido e só me diz isso agora? Que guia é você? – explodi furioso e incrédulo, com o resto de fôlego que me sobrara.
- Não estou perdido. Estou momentaneamente desorientado por conta do tempo em que não ando por estes lados. – retrucou com cara de poucos amigos.
- Isso dá no mesmo! Como aquele velho me manda um incompetente como você como guia? – revidei desolado.
- Aquele velho é meu pai e, eu não sou nenhum incompetente. Sei muito bem o que estou fazendo e o que devo fazer. – respondeu aos berros, ofendido com minha observação.
- Desculpe! Não quis ofender seu pai. Mas tenho lá minhas duvidas quanto ao que você sabe fazer. – continuei, não me dando por vencido e, fazendo a associação com o sobrenome dele e a agência Uguirra Expediciones.
As frentes frias com vento de mais de 100 km/h são comuns na região, se formam repentinamente, mesmo em dias ensolarados. Essa mudança brusca nas condições climáticas se torna verdadeira armadilha para os incautos. E, nós estávamos presenciando a aproximação de uma delas.
- Temos que nos abrigar, vamos precisar montar a barraca que está nas mochilas e passar a noite aqui, não dá mais para voltar hoje com este tempo piorando. – me comunicou o Ramón, muito cônscio da atitude a ser tomada.
- Pernoitar aqui? Nesse fim de mundo e, com esse tempo horrível? Nessa droga de barraca? Você deve estar doido, se acha que vou concordar com isso! – argumentei, apavorado com a ideia de passar a noite naquelas condições.
- O que você sugere? Quer esperar que a chuva e os ventos nos alcancem, antes de montarmos um abrigo? – indagou irônico.
- Quero que você me tire daqui e me leve até o hotel em segurança! Faça alguma coisa, chame socorro pelo celular. – gritei com o desespero a se apoderar de mim.
- Deixei o celular no carro, lá embaixo, ao pé da montanha. Quer parar de ter chiliques e me ajudar a montar a barraca. Ela é forte o suficiente, para prover um bom abrigo, só precisamos fixá-la muito bem. – continuou tranquilo, enquanto desenrolava a barraca.
- Não estou tendo chiliques. Quem você pensa que é para falar assim comigo? Você nos colocou nessa situação. Esquecer o celular lá no carro, belo guia você é! – revidei possesso.
- Se você não tivesse demorado tanto para se decidir, não teríamos saído tão tarde do hotel. E o celular é de pouca ajuda por aqui, ou você acha que ele funciona nesse deserto? – retrucou, sem interromper o que estava fazendo.
- Você tá jogando a culpa de estarmos nessa enrascada nas minhas costas? – perguntei, espantado com a ousadia.
- Segura essas cordas e não deixe que estas hastes saiam do lugar! E, cale essa boca! – ordenou decidido.
Com as rajadas de vento aumentando, concluímos a montagem da barraca que, contudo, se mostrou muito resistente e pouco se movia, protegida entre uma fenda da montanha, lugar que ele procurou, após meticulosa inspeção do terreno. Era um espaço minúsculo, mas não permitiria que nos molhássemos com a forte neblina, que mais parecia uma chuva miúda, que açoitava nossos corpos.
- Desenrole o colchonete que está na sua mochila para forrar o chão da barraca. Vou checar novamente as amarras, especialmente as que você fez, para ver se está tudo em ordem. – continuou ditatorial.
Estava farto de discutir inutilmente com aquele troglodita e, depois de seguir suas ordens, tirei minhas roupas molhadas, ficando apenas de camiseta e cueca, e me enfiei entre o colchonete forrado com lã de carneiro, que se assemelhava a um grande saco de dormir. Ele entrou na barraca, me estendeu um pacote de biscoitos, algumas barras de cereal e chocolate e, começou a servir uma caneca de chá fumegante de uma garrafa térmica.
- Não obrigado! Perdi a fome! – balbuciei desconfortável.
- Não seja teimoso! Vai ser uma noite longa e sem se alimentar será mais difícil suportar o frio. – insistiu, enquanto começava a despir as roupas encharcadas.
Segurei a caneca quente entre as mãos enregeladas, e fui sorvendo goles do líquido adocicado e fumegante. Aos poucos o calor foi conquistando meu corpo, nem sei se pelo efeito do chá, ou pela visão daquele homem praticamente nu, que se juntava a mim sob o colchonete. Ramón tinha um peitoral largo e musculoso, onde os pelos desenhavam redemoinhos, e seguiam por uma linha, em direção à barriga, indo se juntar aos que se escondiam mais abundantes sob a cueca branca. Ali, um volume projetava uma saliência enorme, cujos contornos traçavam a silhueta da sua pica e de um sacão descomunal. Fiquei sem graça, quando ele entrou no saco de dormir, e ele percebeu, com satisfação, mal disfarçada, meu embaraço com a situação.
A penumbra dava lugar à escuridão, tomando conta do céu. Anoitecera rápido, embora mal passasse das 18 horas e, uma chuva fina, fazia a água escorrer pelas laterais da barraca. Estávamos aquecidos, mas uma sensação de insegurança ia ganhando força no meu íntimo. O sibilar de um pequeno lampião a gás, distribuindo sua claridade amarelada, interrompia o silêncio que se formara de repente.
- Está tudo bem? – perguntou o Ramón, desfazendo o silêncio.
- Bem? Não sei como você consegue ser tão irônico numa hora como essa? – revidei carrancudo.
- Maricón! Lo que necesitas es una verga follando tu hoyito y dejandote lleno de leche. – murmurou irritado, entre dentes, a fim de que eu não o pudesse compreender.
- Cretino! Entendo muito bem a porra do seu idioma. Seja homem o suficiente para não ficar se escondendo sob essa tática. – respondi, encarando-o desafiadoramente.
Meu olhar fixado provocativamente nele, aliado aos contratempos e problemas das últimas horas, foi tudo o que ele precisou para partir para o ataque. Cheguei a levantar as mãos para proteger meu rosto, pois pensei que levaria um soco, mas para minha surpresa, ele segurou com firmeza meus antebraços e forçou minhas costas contra o chão duro, me imobilizando. Tentei, em vão, me safar de suas mãos, que me prendiam como ferrolhos. Comecei a me contorcer e tentar me livrar do colchonete, que cerceava o movimento das minhas pernas. Sem forças para lutar contra os braços fortes dele e, sem condições de acertar-lhe um chute, me senti aprisionado sob seu corpo pesado. Ele empregava força para me conter e, isso começou a excitá-lo. Meus olhos azuis estavam injetados pela raiva, tornando-os ainda mais atraentes para ele, e se fixavam nos dele. Não pude ver nenhum sinal de rancor ou fúria neles, mas cobiça. Senti que ele arrancava minha cueca e se apoderava das minhas nádegas. As mãos ásperas dele deslizavam, impunemente, sobre a minha pele fina e lisa, enquanto a testosterona se encarregava de fazer seu sangue fluir acelerado em suas veias, num tesão que ele não controlava mais. Ele se precipitou sobre mim, procurando calar meus gritos com seus lábios sedentos. Eu virava minha cabeça de um lado para outro, procurando fugir de sua boca, mas com isso só consegui que nossos lábios se esfregassem, com força, um no outro. Senti o gosto de sua boca e o cheiro do suor dele, isso parecia estar me entorpecendo, pois meus sentimentos começaram a se transformar. Da repulsa, passei a experimentar atração por aquele macho rústico. Por alguns instantes ele afrouxou meus braços, supondo que eu estivesse rendido, foi quando a razão me voltou como num flash, tentei escapar, mas ele num movimento ágil, praticamente, se sentou sobre o meu peito. Fiquei com o rosto quase colado no volume que se projetava saliente da sua cueca. A pica endurecendo, levantava o tecido da cueca com se fosse uma barraca. Pela fenda que se formou junto à abertura das pernas, dava para ser um de seus globosos bagos, revestido por espessos pentelhos negros. Ele abaixou o cós da cueca, fazendo saltar o maior cacete que eu já havia visto, até então. Quando a pica caiu sobre o meu rosto, já estava começando a babar, e o cheiro daquele líquido pré ejaculatório invadiu minhas narinas. Ele esfregou o cacete no meu rosto, detendo-se sobre os meus lábios. A glande morna e úmida deixava escorrer seu líquido translúcido e viscoso sobre eles e, quando senti o sabor levemente salgado, abri-os receptivo e comecei a chupar, gota a gota, o néctar que aquela cabeçorra derramava em minha boca. Ele me encarava incrédulo e excitado, satisfeito com minha postura submissa.
- Chupame la polla, culer hermoso, que tengo los huevos cargaditos y te voy a llenar la boca de leche tibia! – proferiu, na intimidade de seu idioma.
Enquanto ele segurava minha cabeça em suas mãos, eu lambia e chupava, sem pressa, aquela vara grossa, que se retesava com os estímulos que eu provocava. Abocanhei as bolas pentelhudas, uma na sequência da outra, e chupei-as, fazendo a língua dançar ao redor delas para sentir sua consistência borrachóide e engorgitada. A voz, grossa e pausada, dele havia sido substituída pela emissão de sons guturais desconexos, que aumentavam, a cada vez que eu sugava a ponta de seu membro latejante. Eu já não oferecia resistência. A agitação de braços e pernas e, o contorcionismo do corpo, eram, agora, apenas movimentos contidos e languidos. Ele desmontou do meu peito, aliviando minha respiração, tirou minha camiseta de um só movimento e, começou a chupar meus peitinhos. Sua boca voraz lambia meus mamilos, enquanto ele cravava seus dentes à sua volta, ora com mais, ora com menos força, marcando minha pele alva com o contorno de seus dentes. Eu gemia de tesão, saboreando a investida daquele macho viril, com todos os meus sentidos.
A voracidade dele não conseguia se satisfazer apenas com estes toques fortuitos e carícias cerceadas, ele queria mais, ele me queria por inteiro. Puxou-me para fora do saco de dormir e me subjugou novamente à sua volúpia. Embora a luminosidade dentro da barraca fosse precária, era suficiente para que ele pudesse ver meu corpo nu. De fato, a pouca luz dava as nuances da minha pele clara um quê de excitação. A marca deixada pela sunga, nos recentes meses do verão passado, nas minhas nádegas polpudas, deixaram-no com mais tesão ainda. Ele investiu brutalmente contra elas, agarrando-as com força desmedida, deixando as marcas de seus dedos nelas.
- Puta madre, que nalgas! Tu anito vá a sentir la verga de un hombre! – disse ao enfiar seus dedos em meu rego à procura do meu cuzinho.
- Não me machuque. – pedi, num murmúrio abafado, ao pressentir a fúria da sua investida.
Gemi quando o primeiro dedo dele entrou no meio das minhas pregas apertadas. Ele me dedou demoradamente, antes de enfiar seu rosto barbudo entre as nádegas lisas e, lamber afoito meu cuzinho rosado. Meu corpo foi tomado por um tremor incontrolável, espasmos involuntários faziam meus músculos se retesarem num desejo inédito. A despeito de tudo, eu queria sentir aquele homem dentro de mim, e isso me assustava. Deitado de costas, recebi-o sobre mim, seus braços fortes e peludos não fizeram esforço para abrir minhas pernas, que ele apoiou sobre seus ombros. Sem desviar o olhar do meu cuzinho amplamente exposto, ele apontou a cabeçorra de sua pica contra aquelas pregas circundando o alvo de seu desejo. O líquido aquoso continuava a minar do orifício uretral, molhando meu cu. Ele começou a forçar meu esfíncter anal com ganas de touro bravio. Eu gemia descontroladamente a cada investida e, soltei um grito quando o caralho dele ganhou a luz do meu ânus. Senti que minha carne se rasgara para permitir a entrada daquela tora de carne quente e pulsátil. Afogueado como estava e, governando suas ações, guiado pelo tesão que o possuía, senti-o me estocando dolorosamente. Ele se sentiu poderoso, tão macho dominando outro homem, com um corpo bonito e sensual, que receberia seu cacete sem poder protestar. Espalmei minhas mãos sobre o peito musculoso dele, tentando fazê-lo parar aos gritos. Foram eles que o trouxeram à realidade e, vendo meu desespero, ele estagnou, esperando que minha musculatura anal se acostumasse ao volume que a distendia. Quando minha respiração se tornou mais calma e ritmada, ele voltou a movimentar sua pica dentro de mim, avançando gradualmente, até que eu começasse a sentir seu sacão batendo contra as minhas nádegas, e se interpondo no meu reguinho. Seu olhar penetrou meus olhos azuis e um sorriso de prazer iluminou seu rosto afogueado. Puxei-o sobre mim e comecei a beijá-lo com carinho e suavidade. No início, ele deixou que eu o beijasse seguidamente, eram sutis toques dos meus lábios sobre os seus, ele os recebia com evidente satisfação, mas depois começou a retribuí-los, comprimindo-os com força contra os meus e, penetrando sua língua em minha boca. O sabor e o cheiro daquele homem, só me faziam desejá-lo mais. A pica dele se movimentava dentro de mim em amplos movimentos de vai-e-vem, cadenciados e firmes, ao som dos meus gemidos gulosos. Ele não se cansava de arremeter nesse penetra e quase tira, esfolando minha mucosa anal desprotegida. Um grito meu encerrou as estocadas, quando ele repentinamente sacou a rola do meu cu. Baixando minhas pernas e me ajudando a ficar de bruços, ele voltou a subir em mim e a recolocar seu membro insaciável entre as pregas dilaceradas. Novo grito e mais uma longa série de estocadas depois, deixaram-no pronto para despejar um volume surpreendente de porra no meu cuzinho morno. Ela saia em fartos jatos, espessa e quente, inundando minhas entranhas com sua umidade acalentadora, enquanto ele urrava com o prazer que isso lhe proporcionava. Travei as nádegas ao redor da sua pica, como que para extrair até a última gota daquele néctar másculo. Ele se regozijou com essa atitude e me abraçou para sentir meu corpo mais junto ao seu. Ele permaneceu um bom tempo deitado sobre mim, o corpo todo suado, com a pica cravada nas nádegas agasalhadoras, chupando e beijando meu cangote, esperando que ela amolecesse. Como isso estava demorando a acontecer, ele se deitou de lado, sempre me abraçando, até ficarmos aconchegados em forma de concha. Me lembro de estar sentindo muita dor em toda região pélvica e, uma calmaria cujo prazer era indescritível, quando meus olhos marejados, pelo choro silencioso, começaram a pesar com o cansaço invadindo meu corpo. Um ar morno e rítmico sibilava às minhas costas, o Ramón adormecera, exausto pelo dia repleto de emoções.
Despertei assustado, sem saber no primeiro instante, onde me encontrava. Eu estava deitado de lado, com a cabeça apoiada no ombro do Ramón e, a mão pousada sobre o seu peito, subia e descia a cada vez que ele inspirava. A chuva havia cedido durante a madrugada, só restava um cheiro de folhas úmidas e, uma luz difusa se infiltrava pelo tecido da barraca. O Ramón abriu os olhos, igualmente perdido. Me encarou satisfeito e começou a esboçar um leve sorriso.
- Buenos días!! – cumprimentou, ao mesmo tempo em que impedia que eu retirasse minha mão de seu peito, e a beijava com doçura.
Vestimos nossas roupas e saímos da barraca, ele segurava minha mão e me levou a pouca distância, onde abriu sua braguilha e tirou o cacetão, colocou minha mão ao redor dele e começou a mijar como um touro. Sua mão se fechou apertando minha bunda e ele pediu um beijo, com um olhar suplicante.
Enquanto desmontávamos a barraca o sol começou a surgir no horizonte, um espetáculo de luz e sombras banhou o vale aos nossos pés e lambia a encosta da montanha. Começamos a caminhar, e pouco depois entramos numa trilha de pouco mais de dois quilômetros que findou a beira do lago de águas mais azuis que já vi na vida.
- Placentero como tus intensos ojos azules! – exclamou ao fazer uma reverência com o braço, como a indicar a entrada para aquele paraíso.
- É lindo mesmo. Estou fascinado! Gracias! – concordei, sorrindo para ele como uma criança, que acaba de ganhar um presente.
Ele me ajudou a posicionar a máquina fotográfica e depois corria em minha direção, após ter armado o disparo automático. Com isso, as fotografias captaram imagens engraçadas dos dois em posições esdrúxulas e divertidas. Depois de explorar outros recantos começamos a caminhada de regresso. Meu cuzinho ardia, aquela dor ainda se espalhava por toda minha pelve e, minhas entranhas guardavam seu tesouro úmido, quando chegamos ao hotel sob os olhares aflitos dos meus amigos.
- O que foi que aconteceu? Já acionamos a guarda florestal. Os meninos estão lá tentando dar informações depois de consultarmos a agência. – dizia a Laura com visível preocupação.
- Fomos pegos pela inversão térmica e pela chuva. Não deu para voltar – respondi exausto.
- Você está bem? Como foi que vocês se arranjaram durante a noite? – continuou curiosa.
- Estou bem! Foi uma noite difícil, mas deu tudo certo. – respondi, sob o olhar furtivo do Ramón.
Com o regresso do Carlos e do Júlio com dois guardas florestais, esclarecemos tudo e fui sendo arrastado pelos dois, mais a Laura e o Leonardo, que acabara de descer até a entrada do hotel, para dentro do saguão. Antes de cruzar a porta, me virei à procura do Ramón. Ele estava junto ao Land Rover fechando o porta-malas donde havia retirado minha bagagem.
- Mando a conta para o hotel – disse, ao se despedir de mim com um olhar cheio de cumplicidade.
- Está bem. Adeus! – respondi, dando-lhe as costas e atravessando a porta do saguão.
Horas mais tarde e mais descansado, depois de um banho renovador, onde lavei o sangue que aderira às minhas pregas e tingira minha cueca, tomava um café no terraço do hotel, quando meus pensamentos voavam soltos por entre os episódios do dia anterior. Se o Ramón estava perdido e precisou consultar a bússola para saber onde estávamos, como foi que, na manhã seguinte, ele achou a trilha para o lago com tanta facilidade? Teria sido tudo um blefe? Um ardil para estar a sós comigo? Então ele havia planejado isso tudo. Será que estava a fim de mim? De onde ele tirou a ideia de que eu podia aceitar sua investida? Minha cabeça estava repleta de perguntas e, nenhuma resposta.
Na manhã seguinte, ao fecharmos a conta do hotel, a recepcionista me estendeu um envelope com o timbre da Uguirra Expediciones e, meu nome escrito numa letra firme e bonita. Quando abri o envelope, um único pedaço de papel colorido, de fundo azul, apresentava a mesma letra bem desenhada, onde se lia:
Foi a porra mais gostosa que já ejaculei em minha vida.
Boa viagem de regresso.
Beijo,
Ramón
Minhas pregas anais se fecharam em torno do vazio. Comprimi o papel entre os dedos, sob o olhar curioso dos meus amigos e, fui colocar minha bagagem no carro.
- Estranho que a agência não tenha deixado a conta. – observou o Carlos.
- Talvez não quisessem cobrar por conta do incidente na montanha. Ou talvez ela já tenha sido paga! – a Laura comentou com sarcasmo, que ninguém entendeu.
O Chicão me encarava em silêncio, não emitira um único som desde que comecei o relato, mas algo me dizia que aquele silêncio era preocupante. De repente tive muito medo dele não entender o que se passara, e mais ainda, com a possibilidade de perdê-lo. Fui soltando as últimas palavras, cada vez mais lentamente, como uma locomotiva que vai chegando à estação.
- E foi isso, Chicão! Essa é minha estória na Patagônia. Nada de que você precise ter ciúmes. – encerrei preocupado, analisando as expressões de seu rosto, para ver se descobria o que estava se passando em sua mente.
- E quando foi que vocês se encontraram novamente? – indagou, depois de alguns minutos de silêncio.
- Nunca! Nunca mais o vi, nem tive notícias dele! Juro! – me apressei a responder.
- Agora sou eu quem vai te levar até lá. E você já sabe como vai me pagar essas férias, não sabe? – indagou com um sorriso malicioso.
- Sei, sim! E vou adorar fazer isso. Eu te amo com todo o meu ser. – respondi feliz.
Dias depois, ao retornar do trabalho, encontrei o Chicão em casa, ele havia preparado um jantar à maneira dele, meio da cantina, meio ajeitado nas travessas por ele. Antes de me sentar à mesa, tomei uma chuveirada e, quando voltei ao nosso quarto percebi que a última gaveta do armário estava entreaberta. Antes de fechá-la dei uma olhada, e vi que estava toda revirada. Numa caixa sextavada de papelão eu guardava fotografias e, nela deviam estar as que tirei na Patagônia. Não havia mais nenhuma das que o Ramón aparecia a meu lado.