Era a melhor sensação do mundo, dormir com ele dentro de mim parecia que um vazio que eu nem sabia que existia estava sendo preenchido.
Acordei no dia seguinte, olhei para o lado e não vi Samuel. Quase que por instinto, levantei e comecei a procurar por toda a casa, mas foi em vão. Ele não estava mais lá.
-Ta tudo bem? - disse uma voz atrás de mim
-Que susto! - gritei
-Eu ainda moro aqui - disse Anne
-Sim amiga! É que pensei que era outra pessoa...
-Huuuumm, me conta o que aconteceu.
-Então amiga, eu e o Samuel passamos a noite juntos.
-Perai, o Samuel, o dono do Morro? O Chefe do tráfico? - ela perguntou assustada
-Sim, ele mesmo.
-Aff, Yuri! Você deve estar de sacanagem né? Até parece que gosta de arrumar problema - disse ela me repreendendo - me conta tudo agora mesmo.
Seguimos em direção a cozinha, e enquanto eu preparava algo para comermos fui contando tudo para Anne, óbvio, deixando de fora alguns detalhes. Não queria ser julgado, pelo menos não naquele momento.
Tomamos café e seguimos em direção ao posto para ver se o médico de plantão precisaria de ajuda, já que teve a invasão no dia anterior. No fim, estava tudo bem, mas resolvi ajudar assim mesmo já que estava de férias e não tinha o que fazer.
-Já que o amoxicilina não faz efeito sozinho na senhora, vou indicar ela junto com clavulanato e o ideal seria que tomasse de 12 em 12 horas. - falei prescrevendo a receita e dando a paciente que estava em minha frente.
-E eu posso beber doutor?
-Olha, não é o indicado, mas eu não posso te forçar a nada. Só que o remédio não vai fazer o efeito que deveria.
-Entendo - disse ela - é que hoje vai ter baile aqui no morro em comemoração aos meninos que ganharam a invasão.
-Que baile? O Samuel não está em condições de baile, ele foi baleado.
-Iih doutor, o Samuca mesmo que mandou fazer o baile, ele disse que hoje é tudo por conta dele, bebida liberada.
Preescrevi a receita para a pacieente e fiquei ali, sentando, pensativo. Mas isso não ia ficar assim mesmo. Guardei minhas coisas e segui em direção ao alto do morro, eu ia tirar satisfação com ele.
Como eu era muito amigo do irmão de Samuel na minha infância, obviamente já sabia onde ele morava. Então sem pensar muito, me dirigi até a casa dele e comecei a bater no portão.
-Fala ai Yuri, aconteceu alguma coisa menor? - disse Robinho aparecendo no portão apenas de cueca.
Eu nunca tinha observado o quanto Robinho tinha ficado diferente. Ele lembrava um pouco Samuel, mas era mais definido. Robinho era um negro, alto, cabelo com corte militar e um abdômen totalmente definido. Suas pernas eram grossas e pelo que parecia, o dote era de família, pois na cueca dele dava para ver o contorno do pau dele, e ainda estava mole.
-Não não, - respondi já me arrependendo de ter chegado assim na casa dele - é que o seu irmão foi baleado ontem e eu vim ver se ele precisava de alguma coisa e tudo mais.
-Entendi manin, sobe lá - disse le - meu irmão está no quarto.
Ele me direcionou as escadas da casa dele e me mostrou qual seria o quarto do irmão dele. No caminho, olhei para uma mesa no canto da sala e havia diversas armas. Parecia um verdadeiro arsenal. Me peguei pensando em que momento da nossa infância Robinho resolveu entrar pro crime. Qual foi o gatilho? Tivemos basicamente a mesma criação e nem por isso eu entrei para o tráfico.
Me lembrei de um episódio em que eu tinha apenas 8 anos de idade. Estávamos na rua brincando de pique bandeirinha quando um dos meninos não aceitou eu tê-lo colado na brincadeira.
- Seu viadinho - disse ele me empurrando - por isso que seu pai te bate.
Naquele momento pela primeira vez eu reagi. Sem pensar em mais nada, fui pra cima do menino que na mesma hora me jogou no chão e começou a me bater. Graças a Deus, eu sempre tive Robinho ali, para me defender.
Me lembro de passar a mão no rosto e sentir algo molhado. Era sangue. Depois disso já não lembrava de muita coisa, pois entrei em pânico. Eu só tinha a certeza que meu pai iria me bater muito quando eu chegasse em casa.
Meu pai, conhecido por todos do morro como Seu Antônio era um homem alto, cerca de 1.83cm, cabelos grisalhos, barba por fazer e sempre cheirando a cachaça. Eu já tinha escutado algumas pessoas dizerem que ele nem sempre foi assim, que ele tinha se viciado na cerveja a poucos anos. A verdade, é que eu cresci acreditando que a culpa era minha, e o pior é que no fundo eu sabia que realmente era. Meu pai não gostava de mim, e no futuro eu descobriria o motivo.
Naquela tarde, Robinho que me defendeu. Enquanto eu ainda estava estirado no chão, sem entender o que acontecia, era possível vê-lo ir pra cima do menino e lhe dar uma verdadeira surra. Não adiantou muito, pois quando cheguei em casa levei outra surra do meu pai. Eu sentia que por vezes minha mãe tinha vontade de se meter e fazer com que ele parasse, mas ela tinha medo.
-O que você está fazendo aqui? - disse Samuel fazendo eu sair dos meus pensamentos.
Eu estava parado em frente a porta do quarto dele.
-Eu vim ver como você estava, uma paciente me falou que você vai dar um baile hoje e...
-Você quer área vip princesa? -disse ele em um tom de deboche.
-Na verdade não, eu só achei que...
Antes que eu pudesse terminar minha frase ele me puxou para dentro do quarto, trancou a porta e me encostou na parede.
-Me fala o que você pensou - disse ele passando a língua em meu pescoço.
-Eu pensei que...
Sua mão ia descendo e entrando em minha calça. Ele apertava minha bunda e deixava marcas de chupão em meu pescoço, o que me fazia delirar de prazer.
-... você não pode simplesmente fazer esforço e...
-E você tá doido pra me dar, não é?
Samuel me virou de costas para parede, abaixou minha calça, cuspiu em seu pau e enfiou tudo de uma vez só dentro de mim.
Dei um pequeno grito de dor que logo foi abafado pela mão dele.
-Você queria pica sua putinha? -ele dizia enquanto bombava no meu cu - então toma sua safada, rebola pra mim.
Eu estava completamente alucinado. Ao mesmo tempo que queria sair dali eu não conseguia, era como se eu fosse uma propriedade dele, sentir Samuel enfiando sua pica em mim era uma das melhores sensações que eu já tinha experimentado em toda a minha vida.
-Pede pica pro seu macho sua puta - ele disse puxando meu cabelo - rebola que eu vou gozar, rebola vai.
Num urro de prazer, ele soltou todo o seu leite dentro de mim. Ficamos por alguns segundos parados naquela posição. Ele com toda sua pica enterrada em mim e com seus lábios em meu pescoço.
-Leva seus amigos, vou colocar vocês na área vip - disse ele tirando seu pau de mim e colocando o short.
-Qual o seu problema? Você éum babaca.
-Que isso princesa? Tá maluco?
-Maluco? Você teve uma noite comigo ontem e sumiu, e agora mete e me trata como se eu não fosse um nada - falei segurando as lágrimas.
-Ei ei ei - disse ele se aproximando - tu sabe que a gente não vai viver nenhum romance nessa porra né? Teu cu é gostoso, eu adoro meter nele mas eu gosto mesmo é de buceta.
Fiquei o encarando por alguns segundos em uma dúvida eterna entre surtar ou ir embora. Será que eu estava sendo muito babaca eu querer cobrar algo dele? Mas não era possível que ele não sentiu nada. Se eu fosse apenas sexo como ele explicaria toda aquela química do dia anterior?
-Que saber cara? Me esquece!
Sai pela porta e desci as escadas de forma rápida com o objetivo de não encontrar Robinho na saída, o que foi em vão.
-É aí maninho, tá tudo bem? - disse ele vendo eu sair de forma rápida.
-Tudo, eu só preciso ir embora.
-Ei ei ei - disse ele entrando em minha frente - meu irmão é um completo babaca quando quer e...
-Não - falei para evitar suspeitas - ele não fez nada. Eu que não estou me sentindo bem.
-Entendi... - disse ele me observando como se tentasse decifrar algo - e que tal se nós almocassemos juntos como nos velhos tempos? Não fazemos isso desde...
-Desde o dia da grande merda! -falei forçando um riso.
-O dia da grande merda... É uma boa maneira de explicar o que foi aquilo.
-Sim, para falar a verdade nem gosto de lembrar daquele dia.
-E não precisa - disse ele me puxando pelo braço e me levando pra cozinha - vamos fazer o seguinte manin, tu senta aí que vou cozinhar pra gente e aí nós coloca os papo em dia, como nos velhos tempos.
Maravilhosa